Algomais Saúde - Página: 130 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Mais da metade da população brasileira é sedentária

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada em maio de 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que 62,1% dos brasileiros com 15 anos ou mais não praticam atividades físicas. Ou seja, 100,5 milhões de pessoas de um total de 161,8 milhões que estão nessa faixa etária não fazem exercícios físicos. Para as mulheres, a ausência da prática de exercícios físicos é mais comum: duas em cada três não se exercitam (66,6%). Entre os homens, esse percentual foi de 57,3%, de acordo com o IBGE. O principal motivo relatado pelos entrevistados que não se dedicam a este tipo de atividade é a falta de tempo livre (38,2%). O Dia do Educador Físico é comemorado no dia 1º de setembro e a data serve como reflexão para a importância de praticar exercícios físicos regularmente. “A prática de exercícios é recomendada para todas as idades e traz inúmeros benefícios, como o aumento da produção de endorfina, redução da tensão muscular e do hormônio do estresse, além da manutenção da saúde do coração”, explica a professora do Centro Universitário Internacional Uninter, Fabiana Kadota Pereira. A especialista projeta um crescimento na demanda por esse profissional nos próximos anos. “O aumento de crianças sedentárias e acima do peso, além de pessoas com uma estimativa de vida acima dos 70 anos, aliado ao uso compulsivo de celulares, tablets, computadores, games, bem como doenças por repetição de movimento, serão responsáveis pelo aumento da busca pelo profissional de Educação Física”, avalia.

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Como evitar a dor na lateral da barriga quando eu corro

Você tem dificuldade de treinar corrida porque sempre no meio do percurso começa a sentir aquela dor na lateral da barriga e não consegue continuar. Esse é um dos motivos que muitas pessoas acabam desistindo dessa modalidade como atividade física. Mas, segundo a professora da Smart Fit, Maria Carolina Pimenta, esse incômodo pode ser evitado de forma simples. O principal fator é respirar sempre pelo nariz durante a corrida. É normal ouvirmos que a pessoa está respirando errado. A educadora física explica que a dor acontece quando respiramos pela boca. "Isso gera a má oxigenação do sangue no diafragma, que é o principal músculo responsável pela respiração. Quando o ritmo da corrida está intenso, o atleta não consegue suprir à quantidade de oxigênio que o diafragma necessita, ocorrendo a produção de ácido lático, que causa a dor lateral", explica. Pessoas que estão iniciando na atividade física ou são sedentárias têm mais chances de sentirem a dor, pois uma atividade intensa demanda mais condicionamento aeróbico. Por isso, o treino diário, ou pelo menos três vezes na semana, também é um fator que vai evitar esse incômodo, pois o condicionamento físico vai melhorar e a dor de lado não aparecerá mais. Se a dor veio durante a corrida, é quase impossível dar continuidade ao treino. A recomendação da Carolina, então, é parar a atividade, respirar profundamente pelo nariz, enchendo bem os pulmões e soltar o ar profundamente pela boca. "Repita essa ação várias vezes até a dor passar. Isso fará com que o fluxo sanguíneo volte ao normal e você poderá dar continuidade ao exercício. E lembre-se, alimentar-se de maneira leve e saudável, principalmente antes do treino, vai permitir que o seu desempenho seja muito melhor na corrida, consequentemente, evitar que você sinta a dor". Sobre a Smart Fit Com 9 anos de atividades, a rede de academias Smart Fit conta com mais de 480 unidades distribuídas em mais de 25 estados brasileiros e Distrito Federal, além de presença no México, Chile, República Dominicana, Peru, Colômbia e Equador, além de mais de 1,6 milhão de clientes. Com uma proposta de democratizar o fitness de alto padrão, a Smart Fit conta com mensalidades a partir de R$ 59,90. A marca faz parte do Grupo Bio Ritmo, a 4ª rede que mais cresceu em unidades nos últimos cinco anos e a 5º no ranking das marcas que mais evoluíram em faturamento no mesmo período, segundo o relatório global 2017 da IHRSA. Mais informações em www.smartfit.com.br.

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Casarão do Chalé.92 de cara nova

Com uma pegada mais modernista, mas com inspirações da arquitetura europeia, o Chalé.92 reabriu suas portas após 40 dias de reforma. O casarão centenário, tombado pela Prefeitura do Recife como Imóvel Especial de Preservação foi erguido no número 92 na Rua das Pernambucanas, no bairro das Graças. A ideia da reforma foi oferecer diferentes ambientações em um mesmo espaço. Dividido em nove ambientes – com música em todos eles –, o cliente pode passear pelo verde das florestas brasileiras, com o Salão Brasilidade, ou apreciar um local que remete à atmosfera francesa, no Salão Paris. Para festas ou reuniões mais privativas, o casarão apresenta áreas com bar e banheiros exclusivos, na Gruta e Loft Chalé, além de dispor de uma máquina karaokê que fica disponível para o público que quiser se divertir nos vocais. Ainda dispostos para os clientes estão os Salões Modernidade e Inglês, o Quintal Chalé, com área ao ar livre; espaço kids, com brinquedoteca e recreadores; e para os apreciadores de vinho, uma adega com cerca de 660 garrafas. A diversidade da ambientação também está presente no cardápio em que prevalece a cozinha contemporânea. “Temos prato regional, como o nosso carro-chefe que é o Trio Chalé (R$ 42), com macaxeira e carne de charque, mas a gente tem também um ótimo bacalhau, da cozinha portuguesa. É uma cozinha brasileira que não é regionalizada, mas que tem um pouquinho de tudo e com qualidade”, explica Simone Guerra, gerente administrativa e financeira. Durante o almoço, a casa funciona em sistemas self service (R$ 69,90 o kg) e à la carte com opções de saladas, massas, carnes e sobremesas, que variam entre R$ 22 e R$ 70. “A ideia é ter um custo benefício e que seja viável para todo mundo. A gente tem um cardápio hoje com opções para que qualquer pessoa que tenha um salário básico possa ter um momento aqui, consumindo”, complementa Simone. O Chalé.92 funciona de domingo a domingo no horário do almoço e, das quartas aos sábados, a partir das 17h, com música ao vivo nas sextas-feiras (MPB), sábados (pop rock) e domingos (samba). Há 5 anos, quando o proprietário do restaurante viu que o antigo casarão das Graças estava à venda, percebeu naquele momento a oportunidade de concretizar o seu interesse pela gastronomia. De início, o restaurante se chamaria Quintal Comedoria, e tudo estava praticamente pronto para ser divulgado e inaugurado, quando durante uma conversa com a ex-proprietária, um nome mais característico surgiu: “as pessoas conhecem aqui como chalé 92, por causa da numeração e do estilo do casarão”. Daí, o então nome do restaurante. Serviço: Chalé.92 – Bar e Restaurante, Rua das Pernambucanas, 92, Graças, Recife. Horário de funcionamento: domingo a domingo das 11h30 às 15h30 (almoço), quarta a sábado, das 17h às 00h, domingo, das 17h às 22h. Telefone: (81) 3034-3191. Reservas: reservas@chale92.com.br. *Por Laís Arcanjo (redacao@algomais.com)

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Praticar Pilates melhora o desempenho em esportes como golfe, vôlei, tênis, equitação, corrida e futebol

Estar bem preparado fisicamente é fundamental para apresentar um bom desempenho durante treinos e competições. Apropriado para praticantes de todas as modalidades desportivas a partir dos 10 anos de idade, os exercícios do Pilates têm o objetivo de melhorar a flexibilidade, o condicionamento físico, a força, a resistência, a coordenação motora e corporal, além do equilíbrio, e podem trazer inúmeros benefícios tanto para atletas de alta performance quanto amadores de diversas modalidades. “Para atletas com uma rotina intensa de treinos e jogos, o Método Pilates é trabalhado coordenado com a preparação física, técnica e tática. Assim, pode-se acompanhar as necessidades e objetivos de cada fase da chamada periodização - que vai do pré ao pós prova ou jogo, quando é feita a recuperação”, diz Adriana Batista de Oliveira, educadora física e instrutora e diretora da Unidade Kansas da rede The Pilates Studio Brasil. A profissional esclarece que o Autêntico Pilates é um Método de Condicionamento Físico que trabalha o corpo de forma global, tanto nos músculos superiores quanto nos inferiores, e uniforme, sempre a partir e através de seu centro. Essa região central, chamada de Power House ou Core, envolve músculos abdominais, assoalho pélvico (responsável pela sustentação dos órgãos do sistema reprodutor) e musculatura das costas. “O trabalho foca em toda musculatura estrutural e estabilizadora, ou seja, os músculos que sustentam as articulações do corpo, inclusive as camadas profundas que dão sustentação à coluna vertebral”, explica Adriana. Desta forma, o Método melhora a qualidade da eficiência motora, respiração, mobilidade, flexibilidade, estabilização e consciência corporal e dos movimentos, além de fortalecer a musculatura, prevenir lesões musculares e articulares e auxiliar na conquista de melhores resultados esportivos. Os riscos que atletas esporádicos correm por não se preparar adequadamente são, principalmente, os de lesão por impacto ou por torção. Isto porque a musculatura estrutural e estabilizadora não está preparada para a solicitação exigida pelo movimento específico da atividade. E a prática do Autêntico Método Pilates também pode minimizar esses problemas. Antes do início das aulas de Pilates, é preciso uma avaliação individual, para que os exercícios sejam focados tanto nas necessidades do aluno quanto da modalidade que pratica. “Alguns exercícios são mais indicados para a prática de esportes que exigem mais torções de tronco, como é o caso do golfe e do tênis, por exemplo, tanto para fortalecimento como para a compensação dos movimentos”, explica Adriana. E complementa: “Para a Equitação, há exercícios que simulam a prática da montagem, enquanto para corrida e futebol são feitos treinos para articulações, tendões e ligamentos de tornozelo, joelho e quadril, que são muito solicitados. Para eles há algumas sequências específicas, como Foot work's (realizada em vários aparelhos), acessórios como o Foot Corrector e o Magic Circle, além dos famosos exercícios chamados Pré-Pilates que preparam estas estruturas para o forte impacto promovido nestes esportes”. Agora engana-se quem pensa que o Pilates é benéfico apenas para a parte física do atleta – o trabalho do Pilates é também mental. O Método atua não só em relação aos músculos, a força, a flexibilidade, a resistência, ao alinhamento e ao corpo físico no geral. Ele trabalha a parte psicológica do atleta, sua intuição e seu centro emocional. “Para ganhar uma atividade esportiva, seja ela praticada de forma amadora ou profissional, é essencial ter controle mental e emocional. Você pode ter a mesma condição física, técnica e tática da equipe adversária, mas o diferencial do ganhador é seu nível de controle mental e emocional. Portanto, inteligência emocional é o que separa o atleta campeão do restante dos competidores. Isso é, definitivamente, o que faz a diferença”, explica a especialista Inelia Garcia, diretora técnica da rede The Pilates Studio Brasil. The Pilates Studio® Brasil Inelia Garcia iniciou o método Pilates no Brasil sob orientação de Romana Kryzanowska em 1994 e, dois anos depois, implantou o primeiro studio da The Pilates Studio® Brasil (www.pilates.com.br) em Guarulhos (SP). O sistema de franchising foi implantado em 2000 e a rede conta hoje com 47 unidades franqueadas no Brasil, 7 studios parceiros em Portugal e 2 no Chile. Na linha de frente, já são mais de 800 profissionais formados. "O Autêntico Método Pilates muda o corpo e a vida dos praticantes por meio de um sistema complexo de movimentos seguros e eficazes que ajuda a ter um corpo mais forte, flexível, resistente e saudável. Trabalhamos para que cada vez mais pessoas possam vivenciar nosso método, que é referência no mercado, e seus benefícios", destaca a diretora técnica da rede.

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Mais de 50 doenças crônicas são causadas pelo cigarro

Todo ano, mais de 150 mil pessoas morrem no Brasil em decorrência do consumo do cigarro. No mundo, esse número chega a 6 milhões. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável no planeta. Causado pela dependência à nicotina, o tabagismo está na origem de 90% dos casos de câncer de pulmão e os fumantes têm cerca de 20 vezes mais risco de desenvolver a doença. Somente no Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima mais de 28 mil novos casos de tumores pulmonares ao ano. Além dos dados alarmantes sobre a incidências de cânceres em fumantes, o consumo do cigarro é, também, um dos principais fatores de risco para doenças crônicas. Dados do Observatório da Política Nacional de Controle do Tabaco, ligado ao INCA, apontam que só em 2015, o tabagismo foi responsável por 12,6% do total de mortes anuais, 43% dos infartos agudos do miocárdio e outros eventos cardiovasculares, 34% de todos os casos de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica e 5% dos casos de AVC. Ainda segundo dados do Observatório, cerca de 46,6 mil casos novos de câncer são diagnosticados anualmente devido ao tabagismo. "O tabagismo é causador de enfisema pulmonar, bronquite crônica e doenças cardiovasculares, por exemplo. Mais de 50 doenças crônicas são causadas pelo consumo do cigarro", afirma o pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Elie Fiss. A OMS, estima que em 2030 o número de mortes decorrentes do tabagismo chegue a 8 milhões. O Hospital Alemão Oswaldo Cruz oferece atendimento completo, individualizado e multidisciplinar para quem deseja parar de fumar. "É preciso não ter medo de parar. É uma mudança de hábito, rotina. Mas o caminho não é tão tortuoso como se teme", afirma Fiss. O especialista comenta ainda que o Hospital oferece tratamentos específicos para a necessidade de cada paciente, com psiquiatras, pneumologistas e terapeutas que podem traçar as melhores saídas ao tabagismo. Sobre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz Fundado por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz é um dos maiores centros hospitalares da América Latina. Com atuação de referência em serviços de alta complexidade e ênfase nas especialidades de oncologia e doenças digestivas, a Instituição completou 120 anos em 2017. Para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Commission International (JCI) – principal agência mundial de acreditação em saúde –, o Hospital conta com um corpo clínico renomado, formado por mais de 3.900 médicos cadastrados ativos, e uma das mais qualificadas assistências do país. Sua capacidade total instalada é de 805 leitos, sendo 582 deles na saúde privada e 223 no âmbito público. Desde 2008, atua também na área pública como um dos cinco hospitais de excelência do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) do Ministério da Saúde. Hospital Alemão Oswaldo Cruz – www.hospitalalemao.org.br

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Pesquisa investiga uso de canabidiol para reduzir sintomas de depressão

Peter Moon/via Agência FAPESP Os antidepressivos comerciais costumam demorar de duas a quatro semanas para promover efeitos significativos em pacientes deprimidos. Além disso, tais drogas são ineficazes em boa parte dos casos. Encontrar novos antidepressivos de ação rápida e duradoura é o objetivo de uma investigação colaborativa conduzida por cientistas do Estado de São Paulo e da Dinamarca. Eles observaram em estudo que uma única aplicação de canabidiol em ratos com sintomas depressivos apresentou efeitos muito significativos, com remissão de sintomas de depressão no mesmo dia e a manutenção dos efeitos benéficos por uma semana. O trabalho reforça estudos anteriores de que o canabidiol, um componente da maconha (Cannabis sativa), tem potencial terapêutico promissor no tratamento da depressão de amplo espectro em modelos pré-clínicos e humanos. Resultados foram publicados em artigo na revista Molecular Neurobiology por pesquisadores do grupo liderado por Sâmia Regiane Lourenço Joca, professora na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FCFRP-USP). A pesquisa, que teve como primeira autora Amanda Juliana Sales, bolsista de doutorado da FAPESP, também contou com o apoio da Fundação por meio de um Projeto Temático, do CNPq e da dinamarquesa Aarhus University Research Foundation. As pesquisas com canabidiol estão ligadas ao grupo do professor Francisco Silveira Guimarães, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. Participa ainda Gregers Wegener, professor no Departamento de Clínica Médica da Aarhus University. "O Brasil é pioneiro no estudo do canabidiol e hoje é muito diferente do que há 30 anos, quando começamos a investigar essa substância. Na época, enfrentávamos preconceito por causa da associação com a maconha", disse Guimarães à Agência FAPESP. Apesar de extraído da maconha, Guimarães ressalta que o canabidiol não produz dependência nem efeitos psicotrópicos. “A substância na maconha responsável por tais efeitos é o tetraidrocanabinol (THC) e com o canabidiol ocorre o oposto, ele exerce ação bloqueadora sobre alguns efeitos do THC”, disse. A investigação dos efeitos do canabidiol visa encontrar fármacos com potencial antidepressivo que atuem mais rapidamente no tratamento, diminuindo o período de latência observado nos antidepressivos convencionais. Guimarães observa que os antidepressivos disponíveis obtêm resultados em cerca de 60% dos pacientes, de modo que cerca de 40% dos pacientes permanecem sem receber o tratamento adequado, mesmo após tentarem diversas opções por vários meses. “Isso revela a necessidade de encontrarmos novos tratamentos, com melhor potencial terapêutico”, disse. O experimento foi feito com linhagens de ratos e camundongos selecionadas por cruzamento para desenvolver sintomas de depressão. Foram feitos testes e analisado o comportamento de 367 animais. “Submetemos os animais a situações de estresse, como o teste de nado forçado”, disse Joca, que também é professora visitante na Aarhus University. Antes do teste, uma parte dos animais recebeu uma injeção de canabidiol (com dosagens de 7, 10 e 30 mg/kg) em solução salina, enquanto outra parte dos animais, o grupo de controle, recebeu apenas a solução salina. Após 30 minutos, os animais foram colocados por 5 minutos em cilindros (25 cm de altura por 17 cm de diâmetro) com 30 cm de água (no caso dos ratos) ou 10 cm de água (camundongos). “Essas alturas impedem que eles apoiem a cauda no chão, forçando-os a nadar. No entanto, os animais aprendem a boiar após um tempo de nado e não se afogam. Quando estão boiando, os movimentos são mínimos, apenas para manter a cabeça fora da água e garantir que não se afoguem. É justamente isso que consideramos imobilidade, ou seja, quando param de nadar e boiam”, disse Joca. “O teste de nado forçado é utilizado para avaliar o efeito de drogas antidepressivas, uma vez que todos os antidepressivos conhecidos diminuem o tempo de imobilidade durante o teste (aumentam o tempo de nado). Portanto, a diminuição do tempo de imobilidade nesse teste é interpretada como efeito ‘tipo antidepressivo’”, disse. Os cientistas constataram que o canabidiol induziu efeitos semelhantes a antidepressivos agudos e sustentados nos camundongos submetidos ao teste de nado forçado. "No entanto, de modo a assegurar que esse resultado não seria decorrente apenas do aumento da atividade locomotora devido a um efeito psicoestimulante que levaria, por exemplo, os animais a nadarem mais, tivemos que realizar um controle de atividade locomotora”, disse Joca. "Fizemos o teste do campo aberto, que consiste em colocar o animal para explorar livremente um ambiente novo, enquanto registramos sua atividade locomotora e exploratória. Para dizer que uma droga tem potencial efeito antidepressivo, ela deve ser capaz de reduzir o tempo de imobilidade (aumentar o tempo de nado) no teste do nado forçado, sem aumentar a atividade locomotora no campo aberto, pois isso indicaria que os efeitos no teste do nado forçado não seriam secundários a alterações inespecíficas de atividade locomotora”, disse. Recuperação de circuitos neurais A conclusão do trabalho foi que o tratamento com canabidiol induz efeitos rápidos e sustentados, que permanecem por até sete dias após uma única administração, em animais submetidos a diferentes modelos de depressão (incluindo modelos de estresse e modelos de susceptibilidade genética). Os dados encontrados foram reproduzidos em três modelos animais diferentes, em laboratórios na FCFRP, na FMRP, ambos na USP, e na Aarhus University. "Ao estudar os mecanismos envolvidos nesses efeitos, observamos que o tratamento com canabidiol induz rápido aumento dos níveis de BDNF [fator neurotrófico derivado do cérebro], uma neurotrofina importante para a sobrevivência neuronal e neurogênese, que é o processo de formação de novos neurônios no cérebro. Também foi observado no córtex pré-frontal dos animais o aumento da sinaptogênese, que é o processo de formação de sinapses entre os neurônios do sistema nervoso central”, disse Sâmia Joca. Sete dias após o tratamento, foi possível observar aumento do número de proteínas sinápticas no córtex pré-frontal, que está intimamente relacionado à depressão em humanos. "Diante disso, acreditamos que o canabidiol inicie rapidamente mecanismos neuroplásticos que contribuem para recuperar circuitos neurais que estão prejudicados na depressão”, disse. Mas a atuação benéfica do canabidiol não se restringe ao córtex pré-frontal. "Em outro trabalho, demonstramos que o efeito do canabidiol também envolve mecanismos neuroplásticos que ocorrem no hipocampo, outra estrutura envolvida na neurobiologia da depressão”,

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Hospital das Clínicas de Recife atenderá pacientes da fila de espera em Mutirão Vascular

No próximo dia 31 de agosto, das 7 às 17 horas, a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e a Regional Pernambuco (SBACV-PE) realizam o Circulando Saúde no Hospital das Clínicas da UFPE, em Recife (PE). A ação, que tem o apoio da FQM Farma e do Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital das Clínicas de Pernambuco, faz parte de um projeto nacional da Sociedade que busca diminuir a fila de espera de pacientes com problemas vasculares por consultas e exames. Em Pernambuco, há casos de pessoas que aguardam atendimento há mais de três anos. A estimativa é reduzir esse tempo em mais da metade. O público-alvo da ação são aqueles que estão na fila de espera para atendimento vascular no hospital e que tenham problemas de má circulação nas pernas e pés como varizes, dores, desconforto e inchaço. Será feita uma pré-seleção de 400 pacientes da fila de espera. Aproximadamente, 20 médicos especialistas em Cirurgia Vascular, residentes de cirurgia vascular e estudantes realizarão os atendimentos. Os profissionais orientarão o público quanto aos sinais e sintomas das principais doenças vasculares, chamando atenção para os perigos de alguns comportamentos de risco, as devidas medidas de precaução a serem adotadas e a importância de realizar o tratamento correto, sempre com um médico vascular. O atendimento inclui a realização de exame Doppler nos pacientes que apresentarem alguma alteração após a avaliação clínica. O Circulando Saúde também possui cunho educativo. Por isso, enquanto aguardam o atendimento, nos períodos da manhã e da tarde, pacientes e seus familiares poderão participar de três palestras, com os temas: Conhecendo a doença venosa, suas complicações e como evitá-las; As principais doenças que afetam a circulação (HAS, DM, dislipidemia, obesidade, IRC): como diminuir os danos causados?; e Tratando a doença venosa – uma abordagem multidisciplinar: do profissional (médico, fisioterapeuta, enfermeiro) ao paciente e familiares. "O objetivo do Circulando Saúde é aproximar a nossa especialidade da população, possibilitar que os cidadãos conheçam os fatores que mais contribuem para o desenvolvimento de doenças vasculares e oferecer atendimento com angiologistas e cirurgiões vasculares a uma parcela da população que tem difícil acesso ao especialista. Nesta segunda edição do projeto vamos ajudar a diminuir a fila de pacientes que aguardam há bastante tempo. É nosso papel enquanto instituição promover a saúde. Folhetos informativos sobre as doenças vasculares e seus cuidados também estarão disponíveis ao público", afirma o presidente da SBACV, Dr. Roberto Sacilotto. A primeira edição do Circulando Saúde ocorreu em São Luís (MA), em maio. A FQM Farma é parceira da Sociedade no projeto, apoia o mutirão de atendimento e fornece medicamentos e produtos, como Fletop, Flebon e Fledoid, dando assim o suporte necessário para a realização do evento. Dicas simples para evitar problemas vasculares Atualmente, aproximadamente 30% da população mundial apresenta varizes, alteração funcional da circulação venosa do organismo. Dores, sensação de peso e inchaço nas pernas são alguns dos sinais que podem indicar essa e outras doenças venosas. Algumas mudanças simples no dia a dia podem evitar esses problemas, como ingerir bastante líquido durante o dia (de preferência água), não passar muito tempo na mesma posição (sentado ou em pé), vestir roupas e sapatos confortáveis e, dependendo do caso, usar meias de compressão para ajudar a circulação. Mutirão do Hospital das Clínicas da UFPE Data: 31 de agosto Horário: das 7 às 17 horas Local: Hospital das Clínicas da UFPE Endereço: Av. Prof. Moraes Rego, 1.235 - Cidade Universitária, Recife (PE) Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) Fundada em 1952, a SBACV promove a educação continuada dos especialistas na área e é responsável pela concessão de título de especialista em Angiologia, Cirurgia Vascular e Endovascular. A entidade reúne aproximadamente 3 mil especialistas. A SBACV também realiza ações de esclarecimento da população sobre as principais doenças vasculares, tais como varizes, trombose venosa profunda (formação de coágulos dentro das veias), prevenção ao AVC e doença arterial periférica (estreitamento das artérias que alimentam pernas e braços levando à diminuição da circulação), entre outros. Mais informações: www.sbacv.org.br.

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Dieta ou reeducação alimentar?

Muitas vezes nos sentimos atraídos por dietas que parecem fazer milagres, que prometem um emagrecimento rápido e aparentemente duradouro. A cada semana a tentativa é por um novo método, porém, esses modismos não são tão inofensivos e podem trazer riscos à nossa saúde. Muitas dessas dietas são elaboradas por profissionais não capacitados ou são tão restritivas, que colocam o organismo em uma situação de risco nutricional. Muitas não oferecem sucesso porque depois de um tempo a pessoa desiste, fica cansada com a monotonia de comer sempre a mesma coisa e assim retorna aos antigos e prejudiciais hábitos alimentares recuperando o peso (o famoso “efeito sanfona”). Partindo do princípio de que ninguém consegue viver de dieta sempre e que fazemos parte de uma sociedade que supervaloriza a alimentação, incorporando o alimento às manifestação de hospitalidade, eventos e comemorações, além da relação direta da alimentação com as emoções, como lidar com a vida social de uma forma saudável? Surge então um conceito interessante: a reeducação alimentar, um processo de mudanças de hábitos e a conscientização do que faz bem. Uma forma de trabalho que tem como objetivo unir a parte nutricional com o aprendizado e a gastronomia. Com pequenas mudanças na conduta alimentar, já é possível consumir alimentos saudáveis e saborosos. No processo de reeducação a pessoa se conscientiza de grande parte de seus erros alimentares e acaba compreendendo o que precisa ser mudado. Embora seja um processo gradual, é possível obter um emagrecimento de sucesso, além de incorporar hábitos muito mais saudáveis a sua vida. Outro ponto interessante é que neste método não há restrição total de nenhum nutriente e não há grandes proibições. A individualidade de cada um é respeitada, assim como seus hábitos, preferências, cultura e características socioeconômicas, já que quanto mais próximo de sua realidade mais fácil será o processo de mudança. Um nutricionista lhe ensinará a realizar trocas saudáveis na alimentação, além de oferecer dicas e receitas saborosas e com excelente valor nutricional, deixando para trás a idéia de que tudo que é bom engorda, ou que alimentos saudáveis não são saborosos. Portanto, reeducar-se implica em conhecimento dos alimentos, orientação por parte de um profissional capacitado, vontade de mudar hábitos e principalmente disciplina já que é um processo a ser mantido por toda a vida. *Pela nutricionista Silvia Lobo

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Epidemia de míopes

De acordo com o Censo Oftalmológico de 2014, existem cerca de 68 milhões de pessoas míopes no Brasil. E esse número vem aumentando. Pesquisas apontam que em 2050, metade da população brasileira terá miopia. Essa deficiência visual dificulta a visualização de objetos que estão a certa distância. Isso acontece porque o foco da imagem se forma, incorretamente, antes da retina. Essa formação pode ser motivada por duas razões: ou porque a córnea é muito curva ou porque o olho é mais comprido que o normal. “Quando nascemos nossos olhos têm um tamanho menor que o do adulto, ou seja, são hipermétropes. Quando essa hipermetropia não existe ou é muito pequena, as crianças ao crescerem vão desenvolver com muita probabilidade miopia”, explica Durval Valença, oftalmologista e sócio-fundador do IOR (Instituto de Olhos do Recife), que indica realizar o exame preventivo na criança entre os 3 e 4 anos. As causas mais comuns do distúrbio são relacionadas a hábitos como ler muito próxima do objeto (livro, tablet etc) e coçar os olhos, o que faz com que a córnea fique mais curva, ocasionado a chamada miopia de índice, onde o foco fica antes da retina. Após os 30 anos de idade, esse risco começa a ser menor. Alterações hormonais, diabetes e catarata também podem causar o problema. Há cerca de 20 anos, a hereditariedade era o fator mais preponderante. Hoje em dia, isso já não é tão comum. Mesmo pessoas que não são míopes passaram a ter filhos com miopia. O estilo de vida adotado pela população nas últimas décadas tem sido o principal motivo que fez crescer exponencialmente a incidência do distúrbio. De acordo com a última metanálise da Academia Americana de Oftalmologia, até 2050 a previsão é de que 50,7% dos brasileiros tenham miopia. Isso representa um aumento de 83% no número de caso em relação a 2014. AO AR LIVRE “O aumento está muito atrelado à educação, ao tempo em que se permanece lendo, principalmente com atividades indoor, realizadas dentro de casa”, esclarece Fábio Casanova, oftalmologista e diretor do Memorial Oftalmo. Segundo o especialista, quando estamos ao ar livre a luminosidade natural nos dá menos probabilidade de desenvolver uma futura miopia, ao contrário da luz artificial. O uso recorrente das novas tecnologias, com destaque para os aparelhos celulares, é hoje o maior fator de risco, já que levam os usuários a ler a uma distância bem próxima dos dispositivos e a permanecerem em ambientes fechados. Foi justamente a utilização excessiva de eletrônicos e a leitura muito próxima ao rosto que desencadearam na recepcionista Luciana Anacleto, de 23 anos, miopia e astigmatismo. “O uso de celular, computador, muita televisão, e o fato de eu quase ‘enfiar a cara no caderno para escrever’ fez com que eu passasse a não enxergar de forma nítida. De uns tempos para cá descobri que estou com miopia”, conta Luciana, que não tem histórico do distúrbio na sua família. O problema pode ser solucionado por meio de óculos, lentes de contato ou, em casos extremos, por procedimento cirúrgico. Os óculos e a lente de contato não corrigem a miopia, mas oferecem um foco adequado para a retina. E esqueça a crença de que se o míope não usar óculos ou lentes poderá ter o grau aumentado. Isso é mito! Já a cirurgia é considerada um tratamento, porque corrige a miopia. Chamada de cirurgia refrativa, é feita na córnea com o emprego do laser e indicada para ser realizada após os 21 anos, quando o grau da miopia está estabilizado. O procedimento também soluciona casos de astigmatismo (irregularidade na córnea que causa distorção de imagem) ou hipermetropia (dificuldade de enxergar de perto). O procedimento não requer muitos cuidados no pós-operatório. “A cirurgia é rápida e segura. O paciente é operado nos dois olhos no mesmo dia. O tempo de duração é de no máximo 15 minutos. Ele sai com um protetor de plástico, para evitar que coce o olho. No outro dia ele entra no consultório sorrindo porque já está enxergando tudo”, salienta Durval Valença. “Aqueles que apresentam graus mais fortes passam uma semana usando protetor, só o retiram na hora de dormir”. Somente no IOR, segundo o diretor executivo do instituto, Afonso Medeiros Filho, foram feitas 513 cirurgias refrativas em 2017. Quando o paciente míope é mais velho, entre os 50 e 65 anos, pode haver uma alteração do cristalino associado a uma catarata. Nesse caso a própria cirurgia de catarata também pode corrigir o distúrbio. Rodrigo Arthur é acompanhado por Valença desde o início do seu problema, aos 8 anos de idade. Hoje, aos 21, realizou há menos de um mês, a cirurgia a laser, uma vez que seu grau havia estabilizado fazia dois anos. Um dia após o procedimento já conseguia enxergar tudo perfeitamente. “Não tenho do que reclamar”, comemora o paciente. Já Laila Araújo, de 21 anos, tem 8 graus. Desde a bisavó da família, o histórico é de grau de miopia bem alto. Quando era mais nova, precisou passar por uma cirurgia ótica: “eu tive um princípio de descolamento de retina nos dois olhos e fiz um procedimento cirúrgico para corrigir esse problema”. O desejo de Laila é fazer a cirurgia refrativa, mas o grau ainda não está estabilizado, e mesmo com o procedimento cirúrgico, ela ainda precisará usar os óculos com um grau abaixo do que ela utiliza hoje. “Meu médico disse que a partir dos 21 anos eu já poderia fazer a cirurgia, porém meu grau não está estacionado e todo ano ele aumenta um pouquinho”. Cuidados Para prevenir problemas futuros na visão, os cuidados devem começar de muito cedo. Os pais devem estimular as crianças a brincarem ao ar livre e evitar passar muito tempo com os olhos a uma distância muito perto dos objetos, seja lendo, escrevendo, vendo televisão ou utilizando aparelhos eletrônicos, como celulares, tablets, entre outros. Fábio Casanova conta que nas escolas públicas da China, têm-se colocado em muitos lugares anteparos paras as crianças de 6 e 7 anos não aproximarem o rosto dos

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Mutações não hereditárias são principal causa de câncer de mama em mulheres jovens

Maria Fernanda Ziegler/via Agência FAPESP Cerca de 80% dos casos de câncer de mama em mulheres jovens, com idades entre 20 e 35 anos, podem ser causados por mutações somáticas – alterações genéticas nas células da mama que não têm origem hereditária. Foi o que constatou um estudo feito no Centro de Investigação Translacional em Oncologia (LIM 24) do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) com apoio da FAPESP. O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum em mulheres – a estimativa é de 59 mil novos casos no Brasil em 2018 – e ocorre principalmente naquelas que têm mais de 50 anos e já se encontram na menopausa. No entanto, 4,5% dos casos da doença acometem mulheres jovens, entre 20 e 35 anos de idade. Por ter diagnóstico mais difícil e ser pouco esperado, normalmente o tratamento nesses casos é iniciado quando a doença já está em estágio mais avançado e apresenta maior taxa de mortalidade que em mulheres mais idosas. Nos resultados do estudo, publicado na revista Oncotarget, são destacados os dois fatores mais importantes para o câncer de mama: o hereditário, quando a pessoa herda uma mutação genética dos pais, que predispõe ao câncer; e as mutações somáticas, que ocorrem na célula da mama ao longo do tempo. “Estudamos esse segundo fator, que descobrimos ser também o mais comum em mulheres jovens com câncer de mama e do qual pouco se sabe”, disse Maria Aparecida Koike Folgueira, pesquisadora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e uma das autoras do artigo, resultado do trabalho de doutorado de Giselly Encinas, com Bolsa da FAPESP. O trabalho teve colaboração de pesquisadores do Icesp, da FMUSP, do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), do Ontario Institute for Cancer Research (Canadá) e da University of Toronto (Canadá). No estudo, foram analisados os casos de 79 pacientes do Icesp e IBCC com menos de 36 anos e diagnosticadas com câncer de mama. Treze pacientes (16,4%) apresentavam mutações germinativas nos genes BRCA1 e 2, que são alterações que têm a hereditariedade como base. O estudo identificou ainda outros genes herdados, que são menos comuns que o BRCA1 e 2. Dos tumores não hereditários, oito (com expressão positiva de receptores de estrogênio, ou seja, subtipo luminal) foram submetidos ao sequenciamento do exoma – parte do genoma onde estão os genes que codificam proteínas – e integrados para análise a outras 29 amostras luminais existentes em outros bancos de dados. “Dentre todos os tumores que acometem pacientes jovens, 25% são câncer de mama. É também o tipo mais comum em jovens. Há poucos estudos nessa área. Enquanto existem 2 mil tumores de mama sequenciados e disponíveis em bancos de dados, apenas 29 tumores (subtipo luminal) que acometem mulheres jovens tinham sido caracterizados. Nosso grupo sequenciou outros oito e analisamos os dados conjuntamente com os outros 29 já existentes”, disse Folgueira à Agência FAPESP. Com a análise dos dados, a equipe estabeleceu informações importantes sobre a ocorrência de câncer de mama causado por mutações somáticas em mulheres jovens. Folgueira explica que as células da mama, em especial, proliferam a cada ciclo ovulatório – proliferam e entram em apoptose (morte celular) –, o que faz com que elas tenham maior chance de uma mutação ao acaso. “Mais de 40% dos casos estudados apresentaram mutação somática em gene que codifica proteína de reparo de DNA, ou seja, o surgimento do câncer veio de um problema em algum sistema de reparo de DNA, que se originou na própria célula da mama e não foi herdado”, disse Folgueira. BRCA1 e BRCA2 Mutações ocorrem o tempo todo, seja por metabolismo celular ou duplicação das células (replicação do DNA), entre outras causas. Tanto que cabe a uma enzima específica – DNA polimerase – criar duas cadeias de DNA idênticas, a partir de uma única molécula de DNA original. Porém, ela pode não ser muito fiel à cópia, gerando erros nessas replicações. Para que o erro do DNA polimerase não passe adiante, existe ainda um sistema de reparos de DNA e, de acordo com o estudo feito no Icesp, 43% dos casos de câncer de mama em mulheres jovens estão relacionados a mutações em genes desse sistema. “Se a célula prolifera bastante ela tem mais chance de ter uma mutação ao acaso e é isso que parece ocorrer nos casos que estudamos”, disse Folgueira. O problema se assemelha aos casos de mutações genéticas hereditárias, onde o mais comum são alterações nos genes BRCA1 e BRCA2. Eles ficaram mundialmente conhecidos em 2013, quando a atriz norte-americana Angelina Jolie anunciou ter se submetido à mastectomia bilateral após ter descoberto, a partir de um exame com base no sequenciamento genético, que teria risco elevado de desenvolver câncer de mama. “Os genes BRCA1 e BRCA2 codificam proteínas importantes que participam do reparo do DNA. Quando esse sistema não funciona, esse DNA fica mais propício a sofrer mutações, e o acúmulo delas gera uma célula alterada, neoplásica, que pode desencadear o câncer”, disse Folgueira. Além de verificar que a hereditariedade não é a causa principal de câncer de mama em mulheres jovens, o estudo constatou que em torno de 50% dos tumores apresentam mutações somáticas patogênicas em genes que controlam a transcrição gênica e consequentemente a síntese proteica – mais problemática por ser uma função em que é mais difícil dizer se está associada à doença ou não. “No estudo, encontramos também mutações patogênicas em genes associados à regulação positiva da transcrição gênica em 54% dos tumores”, disse. Para a pesquisadora, embora a descoberta não altere momentaneamente o tratamento e atenção à população de mulheres jovens, ela surge como uma indicação. “Reparo de DNA é muito importante e um dos tratamentos no câncer de mama metastático, os inibidores da enzima PARP, por exemplo, é direcionado a pacientes com mutação germinativa em BRCA1 e BRCA2. Existem estudos clínicos em andamento para avaliar se este tratamento pode também beneficiar pacientes que apresentam mutações somáticas em outros genes de reparo, além de BRCA1 e BRCA2. Este

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