Algomais Saúde - Página: 131 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Cólica infantil é tema de palestra do 17º Congresso Brasileiro de Gastropediatria

A cólica é um dos problemas que mais preocupam mães e pais de crianças. Responsável por atingir majoritariamente recém-nascidos, o desconforto será um dos temas discutidos no 17º Congresso Brasileiro de Gastropediatria – Gastroped. O evento, promovido pela Sociedade de Pediatria de Pernambuco em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria, mobilizará cerca de 1.500 especialistas, entre os dias 29 de agosto e 1º de setembro, no Hotel Armação, praia de Porto de Galinhas, em Ipojuca. Apesar de serem relacionadas a vários fatores, as chamadas “cólicas” que atingem os bebês não estão necessariamente ligadas a doenças. Esse comportamento “tipocólica” caracterizado por choro e contração nos primeiros meses de vida, costuma acontecer no fim do dia e faz parte do desenvolvimento e amadurecimento da criança. As cólicas geralmente ocorrem ao longo dos três primeiros meses de vida porque é nesta fase que todos os sistemas do bebê ainda estão muito imaturos para conviver com os estímulos ambientais. O intestino é um dos sistemas que está se adaptando para dar conta da digestão alimentar e também está aprimorando sua flora intestinal, componente importante deste processo digestório. Quando a criança nasce, ela ainda não está totalmente formada, e o bebê precisa passar por esse período difícil para desenvolver de forma adequada seu intestino. Esse processo será muito beneficiado pelo leite materno, que possui várias propriedades que auxiliam no amadurecimento do intestino e da flora. Por outro lado, o cérebro também está sendo muito desafiado nesta fase, por muitos estímulos emocionais e sensoriais, que não existiam no ambiente intrauterino. Os dias começam a ser “mais estressantes” à medida que o bebê vai interagindo mais com o mundo e, ao final do dia, ele estará “esgotado”. Esse tempo é necessário para que o cérebro e corpo aprendam a lidar com esses desafios. “Não existe remédio ou tratamento específico para combater a cólica, o que se tenta fazer é levar mais conforto, fornecendo uma rotina mais agradável para o bebê. Existem algumas estratégias, por exemplo, para proporcionar relaxamento para a mãe e o bebê através da interação entre os dois”, explica a gastropediatra Kátia Brandt, vice-presidente da Sopepe e presidente do Gastroped. A gastropediatra detalha, ainda, que a cólica do recém-nascido é diferente da dor abdominal que atinge crianças maiores, que possui outra origem e deve ser investigada pelo médico. As inscrições para o 17º Gastroped ainda podem ser feitas, presencialmente, no local do evento. Já a programação completa pode ser conferida através do sitewww.gastroped2018.com.br. SERVIÇO 17º Congresso Brasileiro de Gastropediatria – Gastroped. De 29/8 a 1º de setembro, no Hotel Armação, Porto de Galinhas, Ipojuca (PE). Mais informações:www.gastroped2018.com.br

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Caruaru tem Semana da Nutrição com atividades gratuitas

Alimentação consciente e obesidade serão alguns dos principais temas na Semana da Nutrição que o Centro Universitário UniFavip|Wyden promove entre os dias 29 e 31 de agosto, em comemoração ao Dia do Nutricionista. O evento, que será gratuito e aberto ao público, contará com palestras, oficinas e mesas redondas. Um dos destaques da programação é a palestra com a professora Veronica Ileana, que virá do Panamá para falar sobre o tema “A epidemiologia da obesidade no contexto latino-americano”. Microbiologia dos alimentos, cirurgia bariátrica, alimentação consciente e fitoterapia serão outras temáticas discutidas durante a Semana de Nutrição. Como encerramento, no dia 31, às 18h, o evento realizará um café da tarde comemorativo aos 10 anos de formação da primeira turma de Nutrição do UniFavip. Podem participar profissionais e estudantes da área nutricional e as inscrições devem ser feitas através do link https://goo.gl/forms/FDdSHCq26uZaPyUf2. Para efetivar a participação é preciso doar um quilo de alimento ou um kit de higiene pessoal no dia do evento. Todas as atividades acontecem no Campus do UniFavip|Wyden, na Avenida Adjar da Silva Casé, nº 800, Indianópolis, Caruaru.   Programação: Dia 29/08 - Oficina: Microbiologia dos alimentos às 15h30 Dia 30/08 - Palestra "Cirurgia bariátrica e reganho de peso: como a nutrição pode atuar nesses casos?" às 15h30; - Palestra "Microbiota intestinal" às 15h30; - Palestra "Alimentação consciente: desenvolvendo uma nutrição mais sustentável" às 15h30; - Palestra "Padrões alimentares contemporâneos e risco de adoecimento" às 15h30. - Palestra "Microbiota intestinal" às 19h; - Palestra "Fitoterapia e nutrição no controle da obesidade" às 19h; - Palestra "Alimentação consciente: desenvolvendo uma nutrição mais sustentável" às 19h; - Palestra "A epidemiologia da obesidade no contexto latino-americano" às 19h (palestrante internacional); - Palestra "Padrões alimentares contemporâneos e risco de adoecimento" às 19h.

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Entender as emoções no cérebro pode levar à descoberta de novas moléculas

André Julião/via Agência FAPESP Lauri Nummenmaa apresenta vários estudos na sequência, concluindo cada um deles com uma piada. A plateia invariavelmente ri, tirando dele um sorriso de satisfação. Se após a palestra ele fosse submetido a uma tomografia por emissão de pósitrons (PET, na sigla em inglês), provavelmente as imagens geradas pelo aparelho mostrariam uma ativação dos receptores de opioides endógenos do cérebro do professor da Universidade Turku, na Finlândia. A relação entre a capacidade de fazer rir e a construção de laços sociais é um dos temas de pesquisa de Nummenmaa. Seus estudos das emoções, com e sem o uso da PET, foram assunto de palestra realizada na São Paulo School of Advanced Science on Social and Affective Neuroscience. O evento, realizado na Universidade Presbiteriana Mackenzie até 31 de agosto, tem apoio da FAPESP. Usada para exames oncológicos e cardíacos, entre outros, a PET não é tão empregada em estudos do cérebro. “No entanto, ela é muito mais potente para o nosso campo do que se imagina”, disse Nummenmaa. A resistência ao uso do aparelho se dá em parte porque quem é submetido a ele tem injetado na corrente sanguínea algum material com radiação. O funcionamento de vários tecidos pode ser visualizado quando a tomografia detecta na corrente sanguínea o decaimento dos isótopos radiativos. “A quantidade de radiação é muito pequena e completamente segura”, disse o pesquisador. Atualmente, ele usa o equipamento para estudar o comportamento dos receptores de opioides endógenos no cérebro, que regulam o processamento motivacional e do prazer. Sua ação no funcionamento do cérebro de pessoas obesas foi tema de um estudo apresentado durante sua palestra. Publicado este ano na Nature Communications, o artigo mostra que, apenas olhando fotos de comidas palatáveis, algumas pessoas têm ativadas regiões do cérebro ligadas ao sistema de recompensa. “Variações nesses receptores podem explicar por que algumas pessoas sentem uma urgência em comer quando são sugestionadas, aumentando o risco de ganho de peso e obesidade”, disse. Ciência pop De tempos em tempos, os estudos de Nummenmaa aparecem na imprensa especializada graças à explicação de certos comportamentos humanos. Em um deles, ele partiu de estudos que afirmam que macacos usam o toque para manter e reforçar estruturas sociais. Então, submeteu 1.368 pessoas de cinco países europeus a um teste para mostrar o papel do toque nos vínculos humanos. Os voluntários deveriam colorir, em um desenho de uma silhueta humana, que partes do corpo alguém da sua rede estavam autorizadas a tocar (pai, mãe, cônjuge, amigo etc.). Em todas as culturas testadas (Finlândia, França, Itália, Rússia e Reino Unido), a área corporal em que o toque era permitido estava diretamente ligada à relação emocional que o voluntário tinha com a pessoa, independentemente de quando ela o encontrou pela última vez. “Conhecidos próximos e membros da família eram tocados por mais razões do que indivíduos menos familiares”, disse. Em seguida, Nummenmaa levou a plateia aos risos ao exibir um gráfico mostrando que, na média, as pessoas do Reino Unido são as menos propensas a se deixarem ser tocadas por outras de seu círculo social. Em 2014, outro estudo publicado por seu grupo na PNAS ganhou repercussão ao revelar outros mapas do corpo humano, dessa vez das partes envolvidas em diferentes emoções. As imagens mostram desde um corpo quase todo inativo (depressão), até outros bastante ativos na região da cabeça, tórax e abdômen (amor). Uso na saúde Segundo Nummenmaa, as técnicas de escaneamento cerebral dão uma visão tão detalhada do cérebro que podem ajudar a desvendar a origem de condições psiquiátricas e mesmo no desenvolvimento de novos tratamentos. “Técnicas como a PET são excelentes no sentido de que podemos realmente nos aproximar dos fundamentos moleculares e biológicos de várias sensações no cérebro”, disse à Agência FAPESP. “Isso significa que, de um ponto de vista mais amplo, elas podem ser usadas para a identificação e desenvolvimento de novas drogas. Quando tentamos entender a afetividade no cérebro nesse nível, isso pode ajudar quem desenvolve novos medicamentos e moléculas a entender como certas condições são desencadeadas”, disse. Mais informações sobre a Escola: www.mackenzie.br/en/eventos/universidade/sao-paulo-school-of-advanced-science-on-social-and-affective-neuroscience/.

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Mutirão no Hospital das Clínicas de Recife atenderá pacientes da fila de espera

A Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e a Regional Pernambuco (SBACV-PE) realizam no próximo dia 31 de agosto, das 7 às 17 horas, o Circulando Saúde no Hospital das Clínicas da UFPE, em Recife (PE). A ação, que tem o apoio da FQM Farma e do Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital das Clínicas de Pernambuco, faz parte de um projeto nacional da Sociedade que busca diminuir a fila de espera de pacientes com problemas vasculares por consultas e exames. Em Pernambuco, há casos de pessoas que aguardam atendimento há mais de três anos. A estimativa é reduzir esse tempo em mais da metade. O público-alvo da ação são aqueles que estão na fila de espera para atendimento vascular no hospital e que tenham problemas de má circulação nas pernas e pés como varizes, dores, desconforto e inchaço. Será feita uma pré-seleção de 400 pacientes da fila de espera. Aproximadamente, 20 médicos especialistas em Cirurgia Vascular, residentes de cirurgia vascular e estudantes realizarão os atendimentos. Os profissionais orientarão o público quanto aos sinais e sintomas das principais doenças vasculares, chamando atenção para os perigos de alguns comportamentos de risco, as devidas medidas de precaução a serem adotadas e a importância de realizar o tratamento correto, sempre com um médico vascular. O atendimento inclui a realização de exame Doppler nos pacientes que apresentarem alguma alteração após a avaliação clínica. O Circulando Saúde também possui cunho educativo. Por isso, enquanto aguardam o atendimento, nos períodos da manhã e da tarde, pacientes e seus familiares poderão participar de três palestras, com os temas: Conhecendo a doença venosa, suas complicações e como evitá-las; As principais doenças que afetam a circulação (HAS, DM, dislipidemia, obesidade, IRC): como diminuir os danos causados?; e Tratando a doença venosa – uma abordagem multidisciplinar: do profissional (médico, fisioterapeuta, enfermeiro) ao paciente e familiares. "O objetivo do Circulando Saúde é aproximar a nossa especialidade da população, possibilitar que os cidadãos conheçam os fatores que mais contribuem para o desenvolvimento de doenças vasculares e oferecer atendimento com angiologistas e cirurgiões vasculares a uma parcela da população que tem difícil acesso ao especialista. Nesta segunda edição do projeto vamos ajudar a diminuir a fila de pacientes que aguardam há bastante tempo. É nosso papel enquanto instituição promover a saúde. Folhetos informativos sobre as doenças vasculares e seus cuidados também estarão disponíveis ao público", afirma o presidente da SBACV, Dr. Roberto Sacilotto. A primeira edição do Circulando Saúde ocorreu em São Luís (MA), em maio. A FQM Farma é parceira da Sociedade no projeto, apoia o mutirão de atendimento e fornece medicamentos e produtos, como Fletop, Flebon e Fledoid, dando assim o suporte necessário para a realização do evento. Dicas simples para evitar problemas vasculares Atualmente, aproximadamente 30% da população mundial apresenta varizes, alteração funcional da circulação venosa do organismo. Dores, sensação de peso e inchaço nas pernas são alguns dos sinais que podem indicar essa e outras doenças venosas. Algumas mudanças simples no dia a dia podem evitar esses problemas, como ingerir bastante líquido durante o dia (de preferência água), não passar muito tempo na mesma posição (sentado ou em pé), vestir roupas e sapatos confortáveis e, dependendo do caso, usar meias de compressão para ajudar a circulação.   Mutirão do Hospital das Clínicas da UFPE Data: 31 de agosto Horário: das 7 às 17 horas Local: Hospital das Clínicas da UFPE Endereço: Av. Prof. Moraes Rego, 1.235 - Cidade Universitária, Recife (PE)   Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) Fundada em 1952, a SBACV promove a educação continuada dos especialistas na área e é responsável pela concessão de título de especialista em Angiologia, Cirurgia Vascular e Endovascular. A entidade reúne aproximadamente 3 mil especialistas. A SBACV também realiza ações de esclarecimento da população sobre as principais doenças vasculares, tais como varizes, trombose venosa profunda (formação de coágulos dentro das veias), prevenção ao AVC e doença arterial periférica (estreitamento das artérias que alimentam pernas e braços levando à diminuição da circulação), entre outros. Mais informações: www.sbacv.org.br. FQM Farma A FQM Farma é uma indústria farmacêutica especializada em medicamentos vendidos sob prescrição médica. Sua linha de produtos está presente em farmácias de todos os Estados do Brasil. A fábrica está localizada no Rio de Janeiro e possui a certificação de boas práticas, emitida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A sua missão é promover a saúde e o bem-estar, colocando à disposição da classe médica e profissionais de saúde, soluções terapêuticas modernas que contribuam para a melhoria da qualidade de vida.

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Dia Nacional de combate ao fumo: Cigarro compromete circulação de sangue e aumenta risco de trombose

O Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado em 29 de agosto, tem por objetivo conscientizar sobre todos os danos causados pelo tabaco. Mais de 4.000 compostos químicos (muitos deles tóxicos), incluindo a nicotina, o monóxido de carbono, a acroleína e outros oxidantes: essa é a composição da fumaça de cigarro, cuja exposição constante induz a múltiplos efeitos patológicos no organismo, causados pelo estresse oxidativo das células. “Os efeitos adversos do cigarro são muitos e, no caso da saúde das veias, o fumo também afeta principalmente a circulação e isso favorece o aparecimento de processos de trombose (com entupimento dos vasos e que pode levar à morte), principalmente quando associado a fatores de risco”, afirma a cirurgiã vascular e angiologista Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Por conta de todas as doenças associadas, o tabagismo é, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a principal causa de morte evitável no mundo. No Brasil, nos últimos dez anos, segundo o Ministério da Saúde, houve redução de 33,8% no número de fumantes adultos no País, mas uma em cada dez pessoas que reside nas capitais brasileiras ainda mantêm o hábito de fumar. Normalmente relacionado ao aumento da probabilidade de desenvolver infarto, o cigarro também pode causar problemas circulatórios como arteriosclerose (envolvendo as artérias da perna) e tromboangeite obliterante – distúrbio que afeta as extremidades do corpo. “Em ambos os casos, há riscos de ter de amputar o membro (como pernas, pés e mãos)”, explica. A médica enfatiza que a nicotina está ligada à diminuição da espessura dos vasos sanguíneos. “Além disso, o monóxido de carbono oferece um fator adicional de risco ao diminuir a concentração de oxigênio no sangue. Todo esse processo pode causar complicações para o normal funcionamento dos vasos, que ficam mais susceptíveis ao entupimento, podendo levar a processos de trombose principalmente quando há fatores de risco envolvidos”, afirma a médica. A trombose é um termo que se refere à condição na qual há o desenvolvimento de um ‘trombo’, um coágulo sanguíneo, nas veias das pernas e coxas. Esse trombo entope a passagem do sangue. Os principais fatores de risco são: dor na perna, obesidade, uso de hormônios (pílula anticoncepcional), portadores de qualquer tipo de câncer, portadores de Trombofilias (doença do sangue que deixa maior predisposição a coagulação sanguínea) e qualquer condição que aumente a imobilização (gesso, deficientes físicos, fraturas), gestantes e idosos. Alguns estudos também sugerem que a exposição à fumaça do cigarro resulta na ativação das plaquetas e estimulação da cascata de coagulação, por isso há um aumento na incidência de trombose arterial em fumantes. “Ao mesmo tempo, as propriedades anticoagulantes naturais são significativamente diminuídas”, comenta. Outra complicação do cigarro é que o ele dificulta o importante papel do sangue no processo de cicatrização, após cirurgias e procedimentos. “O vaso mais estreito tem um fluxo menor de sangue e o suprimento de oxigênio aos tecidos é afetado. Isso dificulta a cicatrização e pode causar até necrose de pele. Várias substâncias no cigarro dificultam a formação de fibroblastos, células ligadas ao processo cicatricial.” A angiologista alerta que, para os fumantes, o acompanhamento médico é fundamental para impedir que as doenças apareçam ou progridam. Fonte: Cirurgiã vascular e angiologista, Dra. Aline Lamaita é formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia e do American College of Phlebology. A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. http://www.alinelamaita.com.br/

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Sociedade Brasileira de Dermatologia alerta: escolha do médico especialista não deve ser feita pelas mídias sociais

As novas tecnologias chegaram para revolucionar as comunicações e a forma como as pessoas se relacionam. Por meio delas, os médicos encontram excelentes oportunidades para estreitar o relacionamento com seus pacientes, atraindo também novos interessados em suas especialidades. No entanto, essas mídias também trazem desafios que precisam ser colocados em perspectiva para garantir a ética e a responsabilidade médicas. Por isso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia alerta: a internet deve ser utilizada como instrumento de promoção da saúde e orientação da população. Reforça que o critério de escolha de um profissional para a realização de procedimentos estéticos não deve ser o número de seguidores, curtidas, popularidade e da propaganda do “antes e depois” – prática expressamente proibida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e publicada na Resolução 2.125/15. É fundamental que a população saiba certificar a capacitação do profissional escolhido para realizar um procedimento estético. A entidade alerta ainda sobre a oferta indiscriminada de serviços médicos em sites de compras coletivas, prática proibida e incompatível com a ética médica, bem como anúncios na internet, que oferecem pacotes baratos e promoções como forma de estabelecer um diferencial na qualidade dos serviços. Que profissional é esse que precisa fazer sensacionalismo e autopromoção para conquistar pacientes? Essa é uma reflexão que a SBD sugere que todos façam na escolha do profissional que cuidará da sua saúde. O vice-presidente da SBD, Dr. Sergio Palma, recomenda “ter cautela, não acreditar em tudo que é oferecido na Internet e evitar se submeter a qualquer tipo de procedimento ou serviço médico sem que haja antes uma consulta completa em ambiente adequado, com realização da anamnese e do exame físico para que não haja danos e riscos à saúde. Esses são os princípios básicos para não confiar a vida em mãos erradas”. O local onde o procedimento será realizado também deve ser decidido com muito cuidado. Para a execução de tratamentos clínico-cirúrgicos, as normas mínimas para o funcionamento de consultórios médicos e dos complexos cirúrgicos para procedimentos com internação de curta permanência devem ser rigorosamente observadas, atendendo as exigências do Conselho Federal de Medicina (CFM). Casas e imóveis residenciais em hipótese alguma devem ser considerados para a prática de procedimentos invasivos.   CRM e RQE Para ser um especialista numa área médica, não basta ter CRM (número que o médico recebe para exercer a medicina), é necessário possuir o RQE: identificação que o especialista tem para que sua especialidade médica seja reconhecida. O número é obtido no momento em que o médico registra o certificado de conclusão de residência médica credenciada pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) ou também o Título de Especialista no Conselho Regional de Medicina do estado em que trabalha. Para saber se o médico possui registro de especialista, qualquer pessoa pode fazer uma consulta gratuita no site do CFM e CRMs. No caso do médico dermatologista, a checagem também pode ser feita pelo site oficial da SBD. A SBD é a única instituição reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Médica Brasileira (AMB) como representante dos dermatologistas no território brasileiro. Mais informações: www.sbd.org.br.   SBD lança “Guia de Boas Práticas nas Redes Sociais” para dermatologistas A SBD acaba de lançar um guia prático com orientações objetivas para os dermatologistas sobre o uso responsável das redes sociais. O documento foi produzido pela Diretoria da SBD com a contribuição dos especialistas da Comissão de Ética e Defesa Profissional da SBD. A expectativa é que o "Guia de Boas Práticas nas Redes Sociais" possa auxiliar o médico na hora de usar as redes sociais, bem como na criação de página e perfil pessoal e profissional nessas ferramentas de comunicação, tendo como referência as orientações e normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). “Esperamos que essa cartilha sirva de apoio para todos os dermatologistas. Importante não perder de vista que os conteúdos que compartilhamos, bem como nossa postura, acabam nos diferenciando qualitativamente. Ao observar os critérios definidos pelo CFM, o médico estará valorizando a conduta ética e adequada em sua relação com os pacientes e com a sociedade. Certamente será um subsídio importante”, comenta o vice-presidente da SBD, Sérgio Palma.

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Alimentos ultraprocessados alteram controle da saciedade da fome

Elton Alisson/via Agência FAPESP Se o ritmo atual de crescimento da obesidade no Brasil for mantido, o país poderá apresentar em 2020 uma tendência de prevalência semelhante à dos Estados Unidos e do México, com excesso de peso em 35% da população. A avaliação foi feita por pesquisadores participantes do evento com o tema “Obesidade” no Ciclo de Palestras ILP-FAPESP, realizado no dia 20 de agosto na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). A prevalência de obesidade no Brasil se intensificou a partir dos anos 2000 e mudanças no padrão alimentar da população contribuem para a escalada do problema. Nas últimas décadas, o brasileiro passou a substituir alimentos tradicionais, como arroz, feijão e salada, por preparações ultraprocessadas. “Houve uma intensificação de um ambiente alimentar obesogênico [que causa obesidade] que influenciou o estilo de vida e contribuiu para o aumento do problema no país”, disse Patricia Constante Jaime, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP). De acordo com a mais recente Pesquisa Nacional de Saúde publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 20,8% da população adulta brasileira – 26 milhões de pessoas – está obesa. A prevalência desse problema de saúde tem sido registrada em todas as faixas etárias e níveis de renda e em maior proporção em mulheres do que homens. A fim de entender melhor a relação do aumento da prevalência da obesidade com a alimentação, cientistas do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP (Nupens), do qual Constante Jaime faz parte, estudaram o padrão alimentar do brasileiro nas últimas décadas a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE. A mais recente edição da pesquisa – que é realizada a cada 10 anos –, publicada em 2009, indicou que o brasileiro tem consumido menos arroz, feijão, carne, leite, açúcar, óleos e gorduras, em troca de mais pães, biscoitos, refrigerantes e outros grupos de alimentos. Mas a constatação de que tem diminuído o consumo de açúcar, óleos e gorduras – nutrientes relacionados ao desenvolvimento da obesidade – intrigou os integrantes do Nupens. “Se tem diminuído o consumo desses nutrientes e a obesidade no Brasil está aumentando, algo não fazia sentido na interpretação desse fenômeno”, disse Constante Jaime. Os pesquisadores passaram a analisar a alimentação a partir do paradigma do nível de processamento dos alimentos e não mais de nutrientes. A análise da dieta por esse ponto de vista indicou diminuição no consumo de alimentos básicos e aumento no de ultraprocessados. Ultraprocessados são formulações industriais com ingredientes derivados de alimentos, como proteína texturizada da soja, adicionada com aditivos para conferir mais sabor, textura e aroma. Estudos feitos com apoio da FAPESP mostraram que esses produtos respondem por 20% das calorias totais da dieta dos brasileiros. “Os produtos alimentícios ultraprocessados não são alimentos industrializados, mas formulações industriais. Eles passam por uma série de processos que fazem com que não seja possível identificar sua matriz alimentar e contribuem mais para o aumento do consumo de açúcar e gorduras, saturadas e trans”, disse Constante Jaime. Os produtos alimentícios ultraprocessados, segundo a pesquisadora, são hiperpalatáveis – concentram sabores que são agradáveis e os tornam irresistíveis –, promovem a adição de consumo de ingredientes como o açúcar e alteram o processo natural de controle da saciedade. “Há estudos que mostram que essas formulações industriais causam alterações nos mecanismos neurológicos relacionados à saciedade”, disse. Gordura, neurônios e melatonina Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), cientistas do Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC) – um CEPID apoiado pela FAPESP – têm constatado que uma dieta rica em gordura saturada é capaz de danificar circuitos neuronais relacionados à saciedade. Por meio de experimentos com camundongos, foi demonstrado que gorduras saturadas (como o ácido esteárico) provocam a morte de um grupo de neurônios existente no hipotálamo (região do cérebro), conhecidos como neurônios POMC. Essas células são sensores de nutrientes e têm a função de avisar para o corpo que está na hora de parar de comer e que há energia disponível para gastar. Após a perda desses sensores, os indivíduos passam a sentir cada vez mais necessidade de consumir alimentos ricos em gordura e açúcar. Por outro lado, ficam com o metabolismo mais lento e armazenam grande parte da energia fornecida pela dieta desbalanceada. “Temos indícios de que outros nutrientes podem causar a recuperação desses neurônios que controlam o gasto energético”, disse Licio Augusto Velloso, coordenador do OCRC, durante o evento (leia mais em http://agencia.fapesp.br/26184). Além de mudanças no padrão alimentar, outros fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da obesidade são distúrbios no sono, nos ritmos biológicos e na produção de melatonina. Foi o que comentou José Cipolla Neto, professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP. Esses três fatores são responsáveis pela regulação do balanço energético e do peso corpóreo. Regulam também a síntese de secreção da insulina e de outros hormônios importantes para o organismo. Segundo Cipolla Neto, a troca do período de descanso da noite pelo dia, a redução ou privação do sono e a diminuição da produção de melatonina pela iluminação noturna podem causar ruptura na distribuição rítmica dessas funções biológicas – chamada cronorruptura – e desencadear o desenvolvimento da obesidade. “Uma regulação rítmica diária, que permita a alternância entre os estados de vigília durante o dia e o descanso noturno, além do sono e da produção adequada de melatonina possibilitam uma boa regulação do balanço energético e do peso corpóreo”, disse. Outro fator que pode contribuir para o desenvolvimento da obesidade é a genética, disse Carla Barbosa Nonino, coordenadora do Laboratório de Estudos em Nutrigenômica, vinculado à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP. De acordo com Nonino, são conhecidos mais de 100 genes associados ao gasto energético, apetite, saciedade, formação de tecido adiposo e aos metabolismos lipídico e insulínico, entre outros fatores. “Temos procurado analisar a interação da nutrição com o genoma e a saúde de pacientes com obesidade. Essa área da ciência, chamada nutrigenômica, é relativamente nova e a cada dia são descobertos outros genes associados à obesidade”,

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Tabagismo é considerado como primeira causa de morte evitável no mundo

Que o hábito de fumar é prejudicial para nossa saúde todo mundo já sabe, e embora seja um assunto bastante discutido, os números de doenças causadas pelo tabagismo ainda são muito impactantes. Na quarta-feira (29), é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, data instituída para alertar a população sobre os perigos que o cigarro pode promover. O tabagismo é uma doença pediátrica já que o hábito se inicia comumente na infância e adolescência. A relação entre o fumo e o câncer de pulmão, por exemplo, já é bem conhecida, mas outras doenças também podem se desenvolver graças ao tabagismo. Cerca de 90% dos casos de tumores malignos no pulmão estão relacionados ao hábito de fumar, assim como 95% dos cânceres de boca. “O tabagismo é um fator comum quando falamos na causa de vários tipos de câncer. O hábito de fumar aumenta as chances de desenvolver a neoplasia na laringe, faringe, fígado, intestino, rim, bexiga, estômago, ovário e até alguns tipos de leucemia. Esses são apenas alguns exemplos do malefício que o cigarro pode gerar”, comenta Dra. Carla Rameri, oncologista da Multihemo, unidade do Grupo Oncoclínicas em Recife. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), sete milhões de pessoas morrem anualmente por causa do tabagismo, o que o torna a primeira causa de morte evitável no mundo. Desse número, 900 mil são de fumantes passivos, pessoas que não fumam diretamente, mas convivem com pessoas que fazem uso do cigarro. Outras doenças que o tabaco também pode causar são as doenças cardiovasculares e doenças respiratórias obstrutivas crônicas, como a bronquite e enfisema. Com a proposta de ajudar as pessoas a largarem o vício, o Grupo Oncoclínicas tem uma campanha durante o ano inteiro que traz informações sobre o que acontece no corpo depois do fumo. “O intuito é mostrar que nunca é tarde para acabar com o hábito. Os benefícios começam logo após 20 minutos da interrupção do fumo. Depois de oito horas os níveis de monóxido de carbono de sangue ficam regulados e o nível de oxigênio aumenta. Após 48h as terminações nervosas voltam a ficar reguladas e os sentidos como olfato e paladar melhoram, e os benefícios aumentam assim por diante”, explica a oncologista. Para saber de todas as vantagens que acontece após o fumo, a cartilha do grupo está disponível no www.eseeuparardefumar.com.br. No site também é possível calcular o que uma pessoa pode ganhar se parar de fumar levando em consideração a quantidade de maços de cigarro fumados por dia e o tempo que já tem o hábito.

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Agosto Laranja: Ressonância Magnética é fundamental para o diagnóstico e acompanhamento da Esclerose Múltipla

A Esclerose Múltipla atinge mais de 35 mil brasileiros, é o que aponta uma pesquisa da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM). Pensando em promover um maior diálogo sobre a doença, se institucionalizou o Agosto Laranja, com o intuito de divulgar melhor o problema, contribuindo para o diagnóstico precoce. “A esclerose múltipla é uma doença autoimune que atinge o sistema nervoso central. Na doença, o sistema imunológico (defesa) do corpo confunde as células saudáveis com malignas e as atacam, provocando lesões”, explica o médico radiologista da Lucilo Maranhão Diagnósticos Lucilo Maranhão Neto. As causas da esclerose múltipla ainda são bastante desconhecidas, o que torna o diagnóstico precoce ainda mais importante. “O diagnóstico precoce é sempre a melhor indicação. E no caso da esclerose múltipla, a ressonância magnética do cérebro é o exame mais indicado, pois consegue detectar a presença de lesões inflamatórias no sistema nervoso central”, afirma o médico. “Hoje, o exame é considerado como o mais sensível e mais completo para diagnosticar a esclerose múltipla e controlar a sua evolução técnica”, completa o radiologista. De acordo com Maranhão Neto, em alguns casos, a ressonância pode ser realizada logo após o primeiro sinal da doença. “Sempre que sintomas que sugerem problemas no sistema nervoso central são observados a recomendação é a ressonância magnética”. O médico ainda afirma que por meio do diagnóstico precoce e de um acompanhamento rigoroso, é possível atenuar os sintomas e desacelerar a progressão da doença. “A ressonância magnética é a principal ferramenta para o diagnóstico da esclerose múltipla. Além disso, no primeiro exame, o estudo da medula espinhal também pode fornecer informações diagnósticas e prognósticas de muito valor”, afirma o radiologista. O exame de ressonância é também fundamental no que diz respeito ao monitoramento terapêutico da enfermidade, pois, além de fornecer informações objetivas da sua atividade e progressão, ainda consegue investigar futuras complicações relacionadas. “A ressonância é capaz de detectar lesões que se manifestam de forma silenciosas em pacientes que ainda nãoapresentam os sintomas da doença”, finaliza o médico.

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Como anda o seu fígado?

Para algumas civilizações do passado, o fígado era considerado mais importante que o cérebro e o coração. Esse pensamento não surgiu por acaso. Afinal essa glândula é responsável por várias funções no nosso organismo. A principal é produzir algumas enzimas que servem para a coagulação do sangue. Ele também atua como meio de transporte, metabolizador e depurador de algumas substâncias, como as proteínas e os lipídios. Inserido no sistema digestivo, esse órgão, transforma as gorduras dos alimentos em energia para o corpo. “O fígado é um órgão absolutamente vital, extremamente inteligente. Ele tem mais de uma centena de funções e comanda o funcionamento do organismo. Ele se inter-relaciona com vários outros órgãos, é uma espécie de computador. Um órgão que tem uma função de liderança em relação aos outros”, destaca o hepatologista Cláudio Lacerda, do Hospital Jayme da Fonte. Um dos grandes problemas relacionados às patologias do fígado é o fato de serem assintomáticas. “A grande maioria é silenciosa e muitas vezes quando surge algum sinal ou sintoma, a doença já está numa fase mais avançada. Por isso que é importante fazer um acompanhamento rotineiro das funções do fígado, principalmente pessoas que têm o risco maior de apresentar doenças hepáticas”, esclarece o médico hepato-biliopancreático César Lyra, coordenador do Serviço de Transplantes de Fígado do Rico (Real Instituto de Cirurgia Oncológica), que funciona no Real Hospital Português (RHP). E quem são essas pessoas? São aquelas que consomem exageradamente bebida alcoólica e apresentam excesso de peso. Elas são propensas, por exemplo, a ter esteatose hepática, que é o acúmulo de gordura no fígado. É uma doença que apresenta sintomas como pele e olhos amarelos, urina escura, fezes claras e inchaço do órgão, podendo causar incômodo na área do abdômen, onde ele está localizado. Em obesos, com resistência a insulina ou com diabetes, os riscos são grandes para o quadro evoluir para cirrose ou até mesmo câncer de fígado. Daí, a importância do acompanhamento médico para minimizar o surgimento de doenças mais graves. “Os pacientes que têm esteatose também apresentam outras complicações. A própria doença pode ser uma das complicações da obesidade. Geralmente são pacientes com taxas de colesterol altas, que podem ter problemas cardiovasculares, pressão alta, diabetes, problemas renais. Então é uma pessoa que precisa ser vista dentro de um contexto multidisciplinar para evitar tanto que o fígado sofra, quanto os outros órgãos também sofram por causa da esteatose e do sobrepeso”, alerta César Lyra. A glândula tem um grande poder de se regenerar, mas quando passa por sucessivos processos de regeneração surgem cicatrizes que deixam o fígado doente, causando a cirrose hepática. Em situações de estágio terminal da doença, o tratamento mais eficaz e recomendado é o transplante de fígado, técnica terapêutica que também é indicada para outras doenças hepáticas em nível crítico. Com os avanços surgidos na última década, os resultados são bastante satisfatórios: mais de 95% dos transplantados tiveram boa recuperação. Em Pernambuco, cerca de 110 transplantes de fígado são realizados anualmente. Só neste ano o RHP já realizou 17. “Alguns pacientes conseguem retornar às suas atividades normais em torno de 60 dias após a operação. Temos uma média de 15 a 20 dias de internamento, às vezes um pouco menos e às vezes um pouco mais. Alguns pacientes que têm intercorrências podem ter um internamento mais longo. Mas o transplante devolve ao paciente a capacidade de retomar a sua vida normal”, declara o especialista. Ricardo Rêgo, de 53 anos, precisou realizar o transplante em fevereiro do ano passado. Por beber com frequência desde os 18 anos, ele adquiriu cirrose e diabetes. Ricardo também sofria de esquistossomose, doença provocada pelo verme Schistosoma mansoni que afeta o fígado. “Acontecia comigo episódios de ascite, que é a retenção de líquidos no abdômen, e isso incomodava muito. A partir daí necessitei de acompanhamento com o hepatologista. Era o início da minha saga. O meu médico me deu a notícia do transplante logo no início do meu tratamento, por volta de fevereiro de 2016, e aí foi uma surpresa. Foi um misto de emoções muito grande, e eu não esperava que isso viesse acontecer, mas aconteceu e graças a Deus os resultados foram por demais satisfatórios”, comenta o funcionário público aposentado. As primeiras medidas para o tratamento de Ricardo foram a abstinência total de álcool, uma dieta rigorosa por causa da diabetes e a não ingestão de sal e de carne vermelha. Hoje, após um ano de transplante, Ricardo continua seguindo a mesma dieta. Ainda tentando se acostumar aos novos hábitos, ele tem uma vida muito melhor. “Tive um enorme apoio de minha estimada família, o que com certeza ajudou em meu sucesso”, reconhece. As medicações do pós-transplante devem ser tomadas ao longo de toda a vida do paciente, para evitar a rejeição do órgão. São os chamados imunossupressores. “O organismo considera o novo fígado como um inimigo e começa uma ‘briga’ para tentar expulsá-lo. As medicações controlam o sistema imune do paciente para que o órgão não seja rejeitado", explica César Lyra. Por outro lado, esses medicamentos aumentam o risco de pressão alta e de diabetes. Por essa razão, os pacientes têm que ter hábitos saudáveis e controle alimentar. Ricardo, por exemplo, toma 16 comprimidos ao dia; quatro deles são imunossupressores, os outros são para controle de hipertensão e diabetes. NOVOS TRATAMENTOS Outras doenças do fígado são as hepatites, uma inflamação dos tecidos do fígado, sendo mais frequentes as infecções pelos vírus tipos A, B e C. A transmissão da hepatite A é normalmente causada por ingestão de água e alimentos contaminados. O tratamento é simples e se seguido corretamente tem um curso benigno e uma cura espontânea. Já a hepatite B é considerada uma DST (Doença Sexualmente Transmissível), pois pode ser transmitida por meio do contato com sêmen, saliva ou secreção vaginal; outras formas de transmissão ocorrem por via sanguínea, com o compartilhamento de seringas e material perfurante contaminados, ou por via vertical, quando a mãe portadora do vírus B passa para o filho durante o parto. Das três hepatites

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