Arquivos Algomais Saúde - Página 46 de 158 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Câncer da Mama: atenção também para os homens

O Outubro Rosa é uma alerta à prevenção do câncer de mama, o mais incidente e mais fatal entre mulheres no mundo. No entanto, a doença também atinge homens, que precisam ficar atentos a alterações nas mamas, antecipando o diagnóstico, tratamento e cura. Estudos mostram que para cada 100 mulheres diagnosticadas com câncer de mama, um homem será atingido pela doença. São considerados fatores de risco para o público masculino, condições que podem aumentar o nível de estrogênio no corpo, como obesidade, alcoolismo, doença hepática, síndrome de Klinefelter (quando uma pessoa do sexo masculino apresenta um cromossomo X a mais); e radioterapia prévia para a área do tórax. Os sintomas são geralmente semelhantes aos das mulheres, com surgimento de nódulo ou caroço, secreção pela aréola (mamilo), gânglios ou ínguas nas axilas, além de vermelhidão na área do peito e coceira. O mastologista José Luiz Souto Maior, do Hospital Jayme da Fonte, diz que o importante em qualquer circunstância é procurar um especialista para verificar o que está acontecendo, pois pela própria característica da mama masculina, o risco é potencializado. “Com pouco tecido mamário, há uma possibilidade maior de o câncer se infiltrar na pele e no músculo posterior do peito, provocando metástase”, diz o médico. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) em 2020 foram registrados mais de 60 mil novos casos d câncer de mama em mulheres, com 16% deles chegando a óbito, com a média de 1% para os casos de paciente masculino.

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Trabalho híbrido pode piorar qualidade do sono, diz pesquisador

Da Agência Brasil A tendência da adoção definitiva do modelo híbrido de trabalho, aquele que alterna entre as atividades presenciais com o home office pode gerar dificuldades para o sono regular das pessoas e até aumentar ou provocar insônia. Segundo pesquisadores do Instituto do Sono, esse modelo de trabalho traz um desafio adicional, que consiste na mudança de horário entre os dias de atividades presenciais com home office. Enquanto nos dias de trabalho presencial, a pessoa precisa de mais tempo entre acordar e chegar ao posto de trabalho, ao ficar em casa é possível estender as horas de sono. Além de quebrar a rotina do horário de dormir e acordar, o trabalho híbrido pode estragar a qualidade do sono pelo fato de que trabalhando em sistema remoto, as pessoas dividem seu tempo em casa entre trabalho, estudos dos filhos e rotina doméstica, dividindo a jornada de oito horas ao longo do dia para conseguir realizar todas as tarefas, hábito já observado no período da pandemia, quando o trabalho estava sendo desenvolvido só remotamente. “E as empresas flexibilizaram o trabalho que não tiveram mais receio de mandar um e-mail à meia-noite, esperando resposta”, disse o biomédico e pesquisador do Instituto do Sono, Gabriel Natan Pires. De acordo com ele, para manter uma boa qualidade do sono, o indivíduo precisa seguir uma rotina com horários determinados para lazer, trabalho, alimentação e descanso e não seguir esses hábitos pode resultar até mesmo em reflexos negativos para o sistema imunológico. “É como se o nosso cérebro precisasse de pistas para entender quando chega hora de dormir e a hora de acordar”, comenta. Segundo Pires, nos dias de home office, o trabalhador pode até dormir um pouco mais porque não precisará enfrentar o trânsito para chegar ao trabalho, mas é importante que inicie e encerre o expediente nos mesmos horários. “Esse esquema dará certo se a corporação zelar pela saúde mental do colaborador e o profissional não abrir mão do seu sono para aumentar a produtividade. Mesmo porque é uma utopia trabalhar até as 23 horas e achar que às 23h05 estará dormindo”. Ele destaca que outro desafio para o trabalho híbrido é ter em casa um ambiente de trabalho adequado para não prejudicar a saúde e manter a rotina. Aqueles que já têm tendência à insônia precisam manter a regularidade do trabalho e dos hábitos saudáveis, porque qualquer alteração mínima pode piorar o quadro. "É preciso ter um regramento para ver se essa pessoa que está se dispondo ao trabalho híbrido consegue realmente se adequar isso. A ideia é a de que pessoas que não conseguem, prefiram o trabalho no escritório porque se a rotina incerta prejudica o sono, estar no escritório pode ser menos prejudicial”. Pires ressaltou ser necessário que trabalhador e empresa negociem a forma mais confortável para que a produtividade se mantenha, mas a disponibilidade para isso varia de acordo com a ideologia da direção. "Há empresas que têm uma visão mais tradicional e não aceitam que o funcionário escolha seu horário de trabalho. A flexibilização é importante porque há pessoas com tendência fisiológica de acordar e dormir mais tarde, como há aquelas que acordam e dormem mais cedo. São as pessoas matutinas e as vespertinas. Isso é uma variação normal". Trabalho remoto e insônia Segundo Pires, a pandemia de covid-19 gerou outra pandemia, a de insônia, com pelo menos 60% das pessoas tendo seu sono prejudicado seja por conta da ansiedade devido à crise sanitária ou pelas alterações de rotina. A princípio a percepção era a de que o trabalho em casa poderia auxiliar as pessoas a dormirem melhor, porque teoricamente elas poderiam escolher seus horários de trabalho e não gastariam tempo de deslocamento, o que não ocorreu. "Uma coisa é trabalhar em casa porque escolheu isso, outra é ter quer trabalhar porque foi imposto, sabendo que não tenho ambiente adequado e que tenho que ficar trancado, assim como meus filhos que não podem ir para a escola. Não foi um trabalho remoto adequado. Isso alterou a rotina e o sono perdeu espaço porque o trabalho em casa sem regra picotou e estendeu a jornada de trabalho, que ficou sem hora para terminar". Um dos principais problemas para o sono é quando se leva o trabalho para o quarto, principalmente para quem tem insônia, porque para o sono natural e de qualidade acontecer é preciso que o cérebro desacelere aos poucos. Trabalhando até antes de dormir, leva-se tudo isso para a cama e no momento em que o cérebro deveria desacelerar a pessoa está levando o stress que o reacelera, gerando uma reação parecida com a de stress pós traumático, disse. "Se eu comecei a levar o celular para a cama e comecei a estressar, com o tempo meu cérebro vai associar a minha cama com um ambiente de stress. No passado eu deitava na minha cama e o sono já vinha porque aquilo era um ambiente de relaxamento, agora não", explicou. Pires disse que nenhum tipo de sono induzido é recomendado e que, apesar de sono ser um processo cerebral complexo, é preciso que aconteça naturalmente. Por isso é necessário entender que o sono deve ser uma prioridade na agenda e que a pessoa não seja privada de sono. "Se eu entender que quero dormir por volta das 22h, devo entender que a partir das 20h eu já tenho que começar a desacelerar. O sono tem que ser permitido e natural". Piora do sono Uma pesquisa do Instituto do Sono revelou que 55,1% apresentaram piora do padrão de sono durante a pandemia de covid-19, período no qual predominou o trabalho remoto. Além do aumento das preocupações, a mudança de rotina foi um dos motivos mencionados pelos mais de 1.600 participantes do levantamento, que citaram ainda o medo de adoecer, a insegurança financeira e a distância da família e amigos. Segundo dados do o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), na fase mais aguda da pandemia, 11% dos brasileiros aderiram ao trabalho remoto, totalizando de 8,4 milhões de pessoas

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É bom ou não a realização de show, evento e jogo de futebol?

Cidades e estados brasileiros estão voltando aos poucos com as atividades presenciais. O processo de vacinação da população avança a cada dia e, seguindo os protocolos de biossegurança que impedem a disseminação do novo coronavírus, os shows, eventos e jogos de futebol com presença de público voltam a ser realizados em todo país. Mas mesmo com esse cenário positivo, ainda não há certezas se esse retorno ainda é adequado, no ponto de vista da biossegurança e dos riscos de novos surtos da doença. “Pensando em termos econômicos e psicológicos, sim, já é tempo de voltar às atividades presenciais. Em termos de biossegurança, no entanto, é duvidoso. E digo isso porque, por mais que os governos dos Estados tenham feito regras e montado todo o esquema, é complicado que essas sejam seguidas e até mesmo com que os órgãos do governo consigam fiscalizar e cobrar o cumprimento dessas regras”, argumenta a professora Evelyne Gomes Solidonio, coordenadora de pesquisa e extensão da Faculdade Tiradentes (Fits). Conforme os especialistas favoráveis à reabertura, os riscos de contágio da doença não são inferiores aos demais eventos e locais cotidianos, pois além de priorizar o distanciamento social, os protocolos preconizam a vacinação ou o teste das pessoas. No entanto, há dúvidas quanto à real eficácia da fiscalização destas medidas, que tendem a ser desrespeitadas por boa parte do público. “Tem de haver um distanciamento de um metro dentro da casa de show ou do evento. Quem tem visto pela televisão, sabe que isso não está sendo cumprido. Os protocolos falam que quando a pessoa não estiver comendo ou bebendo deve estar de máscara. Qual é o show que as pessoas não vão beber? E se forem beber precisam estar sentadas, se estiverem sentadas, precisam estar em mesas com até 15 pessoas. E não deve ter dança.Tudo muito difícil de ser cumprido e fiscalizado”, relata Evelyne, lembrando que a vacina não impede que a pessoa tenha a Covid-19, mas reduz a gravidade em caso de contaminação. “A pessoa vacinada também pode acabar sendo um portador não sintomático do vírus e levar a Covid-19 para outras pessoas que, de repente, ficaram em casa se cuidando”, frisa. Para a professora, as variantes do novo coronavírus que ainda estão circulando pelo país aumentam o risco de contaminação. “Talvez a pessoa tenha tido a doença, mas não foi de uma dessas variantes, aí a terá novamente e a população corre um risco maior com a circulação de novas variantes, gerando aumento do número de casos, talvez de internações e até de mortes também”, destaca. Passaporte e testagem Há algumas possibilidades para a realização de um evento, como a apresentação de passaporte de vacinação e da testagem negativa, o que permitiria o controle de acesso das pessoas na entrada do evento. “Se a pessoa não está vacinada ou não mostra um teste negativo, não entra. Essas ações já dariam alguma segurança para que esses eventos acontecessem com a menor probabilidade de contaminação e transmissão do novo coronavírus”, conclui Evelyne.

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Brasil continua a vender agrotóxico que pode diminuir QI de crianças

Por Pedro Grigori, Agência Pública/Repórter Brasil Em agosto deste ano, os Estados Unidos baniram o uso do inseticida clorpirifós depois que estudos apontaram problemas causados por este agrotóxico à saúde humana, entre eles a queda do QI de crianças. Em menos de um ano, o mesmo produto já havia sido banido pela União Europeia e Argentina. No Brasil, contudo, o produto segue entre os cinco mais utilizados, com mais de 10 mil toneladas vendidas em 2019, segundo dados do Ibama. O clorpirifós é um dos campeões, ainda, na detecção de quantidades irregulares nos testes feitos em supermercados e na água que abastece centenas de municípios. Apesar das evidências internacionais, o brasileiro deve seguir consumindo esse inseticida por muitos anos. Até o momento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não iniciou os estudos de reavaliação do registro do Clorpirifós. Esse é o principal mecanismo que pode banir um agrotóxico no país. Após iniciado, o processo pode perdurar por mais de uma década. A reavaliação do Glifosato, por exemplo, começou em 2008 e só foi concluída em 2020. Perigo para fetos, crianças e trabalhadores rurais Poucos brasileiros já devem ter ouvido falar do inseticida clorpirifós, mas é bem possível que uma grande parcela da população já tenha consumido algum alimento que contenha este agrotóxico. O produto é usado em diversas plantações, como algodão, batata, café, cevada, citros, feijão, maçã, milho, pastagens, soja, sorgo e trigo. Faz parte da classe dos organofosforados, um grupo químico que causa envenenamento por colapso do sistema nervoso dos insetos. Os pontos principais para a proibição nos Estados Unidos foram estudos que identificaram que o clorpirifós está associado a potenciais efeitos neurológicos em crianças. Um estudo de 2012 da Universidade de Columbia, analisou um grupo de 40 crianças de até 11 anos que foram expostas ao clorpirifós durante a gravidez. Quanto maior foi o nível de exposição, menor era o tamanho do córtex cerebral delas. O estudo identificou que quando essas crianças chegaram aos três anos de idade, elas passaram a apresentar uma série de deficiências motoras e cognitivas, sendo a mais comum o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Ao chegarem aos sete anos, constatou-se a redução do QI. A toxicologista e pesquisadora da Fiocruz Karen Friedrich explica que os efeitos tóxicos do clorpirifós vêm sendo estudados há décadas, e os alertas sobre os riscos não são mais uma novidade. “Os organofosforados têm um efeito bastante conhecido sobre o sistema nervoso, levando tanto a efeitos agudos, sentindo logo após a utilização e que causam consequências aos trabalhadores rurais, quanto consequências que aparecem a longo prazo”, diz. “Também já temos estudos sobre os danos do clorpirifós sobre o sistema hormonal, e de problemas no desenvolvimento de crianças que são expostas a essa substância quando ainda estão no útero ou no começo da vida”, completa. No Brasil, existem pelo menos 26 marcas comerciais de agrotóxicos formulados a partir do Clorpirifós. De acordo com a plataforma Agrofit, do Ministério da Agricultura, empresas como a Ouro Fino, FMC, Tradecorp, Nortox, Rainbow, Adama, Dow Agrosciences e Albaugh têm registros para vender o produto no país. Segundo o administrador da agência ambiental americana (Envirnmental Protection Agency), Michael Regan,  a decisão de banir o clorpirifós segue a ciência e “colocará a saúde e a segurança em primeiro lugar”. “Hoje a EPA está dando um passo atrasado para proteger a saúde pública. Acabar com o uso de clorpirifós nos alimentos ajudará a garantir que as crianças, os trabalhadores agrícolas e todas as pessoas fiquem protegidos das consequências potencialmente perigosas deste pesticida”, afirmou em um comunicado à imprensa. A primeira empresa a registrar o Clorpirifós foi a Dow Chemical Company em 1965. Após uma série de fusões, a Dow chama-se hoje Corteva Agriscience. Em fevereiro de 2020, a empresa decidiu que retiraria inseticidas formulados à base de Clorpirifós do mercado estadunidense, alegando baixa comercialização das marcas. Mesmo assim, a companhia defendeu a segurança do produto. “Embora a Corteva Agriscience não produza mais o clorpirifós, a empresa defende a segurança do produto e seu valor para os produtores”, disse em nota à Agência Pública e Repórter Brasil. Sobre a proibição definida pela agência ambiental, a empresa diz que a ação remove uma ferramenta importante para os agricultores. “Enquanto a Corteva continua a revisar o pedido, entendemos que a justificativa usada pela Agência é inconsistente com o banco de dados completo e robusto de mais de 4 mil estudos e relatórios que examinaram o produto em termos de saúde, segurança e meio ambiente”, pontuou em nota. A Corteva também afirmou que não vende mais produtos à base de clorpirifós no Brasil. Anvisa não vai priorizar reavaliação Em nota, a Anvisa respondeu que as proibições em outros países são critérios considerados na construção da lista de prioridades para a reavaliação no Brasil. Mas que, “atualmente, com as evidências técnicas disponíveis não se faz pertinente uma nova priorização” do clorpirifós na lista de reavaliação. A agência afirma também que a reavaliação do produto, que ocupa a quarta posição na lista de prioridades, já está sendo iniciada, de forma que o clorpirifós deve ser submetido em breve ao processo. Mas não há data prevista. O pesquisador da Fiocruz e da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Luiz Cláudio Meirelles, que foi gerente-geral da Anvisa, conta que quando trabalhou na agência, em 2008, alguns organofosforados foram reavaliados. “O grupo dos organofosforados, em geral, apresentam alta toxicidade. São bastante neurotóxicos, além de terem efeitos crônicos a longo prazo, por isso, durante a primeira década dos anos 2000, se discutiu bastante o banimento dessas substâncias”, diz. Ele recorda que, há vinte anos, o clorpirifós já estava na fila para ser reavaliado, pois naquela época já se tinha evidências semelhantes às que embasaram as decisões norte-americanas de hoje. “A agência reguladora dos Estados Unidos começou a questionar o clorpirifós em 2006, em uma decisão que se arrastou até algumas semanas atrás”, completa Luiz Cláudio. Os agrotóxicos organofosforados são muito utilizados no Brasil e no mundo, e por isso recebem apoio da indústria

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Importância de suporte psicológico para pacientes com câncer de mama

A partir do diagnóstico, a jornada na luta contra o câncer é composta por desafios. No instante em que uma paciente é diagnosticada com câncer de mama, manifestam-se turbilhões de sentimentos, especialmente o medo de não conseguir vencer a doença e os efeitos colaterais do tratamento, que apesar dos significativos avanços da medicina para tratar o câncer, muitas pessoas o associam a muita dor, desamparo e falecimento. O Outubro Rosa ganha relevância no reforço da mensagem sobre a importância do diagnóstico do câncer em fase inicial. Estudos divulgados pela Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, da sigla em inglês) - entidade intergovernamental que faz parte da Organização Mundial da Saúde (OMS) - e pela Sociedade Norte-Americana de Câncer (ACS) apontam que o câncer de mama está o topo da lista entre os mais diagnosticados do mundo, superando o câncer de pulmão pela primeira vez. Embora cada mulher reaja de uma maneira diferente, o impacto mental e os sentimentos de angústia e incerteza são relatos frequentes na paciente. Diante desse cenário, especialistas defendem que para minimizar os impactos dessa representação negativa na saúde mental há duas ferramentas: a informação e o suporte psicológico. “Esse suporte se inicia desde o conhecimento do diagnóstico, durante todo o tratamento, até a alta e readaptação do paciente. Para cada uma dessas fase existem dificuldades inerentes e, portanto, necessidade de ajuda e suporte específicos. O paciente começa a lidar e a enfrentar o diagnóstico e o tratamento de forma mais adaptativa graças ao trabalho de ressignificação da experiência. É importante favorecer a adaptações sugeridas pelo tratamento, como perda de funcionalidade, perda da independência e autonomia, além de superar sentimentos negativos como baixa autoestima, desânimo e frustação”, explica a oncologista Silvia Fontan, da Multihemo Oncoclínicas. Observa-se que os pacientes que procuram acompanhamento psicológico durante o tratamento oncológico, em sua maioria se sentem impotentes diante dos problemas. “Após engajamento no processo destacam que conseguem manejar repercussões psicossociais do diagnóstico/tratamento com mais facilidade, desenvolvem competências internas para enfrentamento, conseguem tomar decisões com mais segurança e, especialmente, têm maior compreensão dos próprios sentimentos, afirma a psicóloga Vera Chaves, da Multihemo Oncoclínicas.

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Transmissão do novo coronavírus continua em queda, diz Fiocruz

Da Agência Brasil A transmissão do novo coronavírus (Sars-CoV-2) continua em queda, segundo o boletim do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Com base em dados da semana epidemiológica 41, referente ao período de 10 a 16 de outubro, houve reduções diárias de 4,8% no número de casos e de 3,6% nos óbitos. Na semana 41, foram registrados no país médias diárias de 10,2 mil casos confirmados e de 330 óbitos. O documento informa ainda que as taxas de ocupação de leitos de UTI para adultos no SUS mantêm-se relativamente estáveis, com 25 estados e 23 capitais fora da zona de alerta e com a maioria abaixo de 50%. Entre as unidades da federação, as exceções são Espírito Santo, na zona de alerta intermediária, cuja taxa subiu de 65% para 71%, e Distrito Federal, na zona de alerta crítico, mas com uma queda de 89% para 80%. A Fiocruz destaca que há uma manutenção da tendência dos impactos da covid-19 no país e que a campanha de vacinação contra a doença tem contribuído para isso. “De agosto em diante, houve uma aceleração da vacinação, que permanece com tendência de alta. Os valores atuais de mortalidade se apresentam estáveis, em torno de 500 óbitos por dia, o que revela uma queda expressiva em relação ao pico observado em abril, quando foram notificados mais de 3 mil óbitos diários. Por outro lado, são valores ainda preocupantes, já que demonstram a permanência da transmissão e a incidência de casos graves que exigem cuidados intensivos, e podem gerar milhares de mortes nos próximos meses”, ressalta o documento. Apesar disso, o boletim destaca que as estatísticas de casos e óbitos podem sofrer influência de falhas nos fluxos de dados da doença, tanto do e-SUS quanto do Sivep-Gripe. “Isso se reflete na divulgação de um número abaixo do esperado durante algumas semanas, seguida de um número excessivo de casos, como aconteceu nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina no final de setembro, e no Ceará e Distrito Federal no início de outubro", informa o boletim. Segundo a Fiocruz, alguns estados estão tendo problemas com esses sistemas de informação, que podem gerar interpretações equivocadas sobre as tendências locais da pandemia e, consequentemente, comprometer a tomada de decisões baseada nesses dados incompletos.

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4,2 milhões de pernambucanos completaram esquema vacinal contra a Covid-19

Da Secretaria de Saúde de Pernambuco Nesta semana, Pernambuco completou nove meses vacinando a população contra a Covid-19. Até o momento, o Estado já conseguiu proteger com uma dose 6.686.874 de pessoas, gerando uma cobertura de 86,93% do público a partir dos 12 anos. Com o esquema completo, de dose única ou duas doses, já são 4.252.882 pernambucanos (55,29%). Outros 170.665 pessoas já fizeram a dose de reforço (2,22%). "Já são mais de 11 milhões de doses de vacinas aplicadas no nosso Estado, possibilitando a proteção de milhões de pernambucanos. Estamos com um percentual alto de pessoas que iniciaram seu esquema vacinal, mas precisamos continuar trabalhando e incentivando para que mais gente garanta seu início de esquema vacinal contra a Covid-19. Também continuamos mobilizados para que o público finalize seus esquemas vacinais, além de tomar a dose de reforço, se estiver no grupo preconizado. Quanto mais avançarmos no processo de vacinação, teremos mais pessoas imunizadas e poderemos avançar ainda mais nos planos de convivência", afirma o secretário estadual de Saúde, André Longo. Das mais de 13,6 milhões de vacinas já distribuídas aos municípios, 81,5% já foram aplicadas, de acordo com o balanço de vacinação da última terça-feira (19/10). Quando se analisa os dados por município, vê-se que 168 cidades, mais o arquipélago de Fernando de Noronha, já utilizaram, no mínimo, 70% dos insumos recebidos. As que mais utilizaram o insumo foram: Afogados da Ingazeira (100%), Brejão (100%), Cumaru (100%), Feira Nova (100%), Iati (100%), Ibirajuba (100%), Lagoa do Carro (100%). Limoeiro (98,73%), Tabira (98,09%) e Ipojuca (97,75%). Quando se verifica o conjunto de cidades de cada Gerência Regional de Saúde (Geres), a VII Geres, no Sertão, é a que possui o maior percentual de doses aplicadas: 88,44%. Todos os municípios da Gerência estão com percentual acima dos 80%. As cidades são: Belém do São Francisco (89,42%), Cedro (86,23%), Mirandiba (90,64%), Salgueiro (94,47%), Serrita (84,09%), Terra Nova (82,84%) e Verdejante (91,78%). "Temos que conscientizar a população sobre a importância de se vacinar, mas os municípios também precisam realizar ações, de acordo com a realidade do seu território, para ampliar o número de pessoas protegidas. Fizemos recentemente uma grande mobilização para a segunda dose e continuamos em contato permanente com os gestores para que possamos acelerar ainda mais a vacinação dos pernambucanos", ratifica Longo. DOSES APLICADAS - Do total de municípios pernambucanos, 16 estão com menos de 70% de percentual de doses aplicadas, quando se verifica o total de doses recebidas por cada um. Até o momento, Água Preta, na Zona da Mata Sul, é a cidade com o menor percentual de doses aplicadas, atingindo apenas 55,07% do insumo recebido. Em seguida, estão Machados (55,96%) , no Agreste, e São Benedito do Sul, na Mata Sul (56,71%), todas abaixo dos 60%. "Desde o início da campanha, o Estado tem feito todo o esforço para repassar as vacinas recebidas no menor tempo possível, possibilitando que os gestores municipais possam planejar suas ações e ofertar para seus munícipes essa proteção. Continuo reforçando que esse insumo não é para ficar estocado, mas deve estar o mais breve possível no braço dos pernambucanos. Os gestores municipais precisam ficar atentos aos seus estoques e aos índices vacinais para buscarem alternativas para acelerar o processo. É possível realizar busca ativa, mutirões, vacinação em áreas de difícil acesso. Precisamos aproveitar todas as alternativas possíveis para ampliar o número de vacinados, tanto com primeira dose quanto com o esquema completo com duas doses, além da aplicação de reforço daqueles grupos preconizados", frisa André Longo. Os outros 13 municípios são: Salgadinho (60,71%), Amaraji (62,71%), Gameleira (63,28%), Catende (64,39%), Ilha de Itamaracá (64,41%), Condado (65,71%), Brejo da Madre de Deus (66,63%), Jataúba (67,12%), Vertentes (67,15%), Ribeirão (67,50%), Camaragibe (68,07%), Bom Jardim (69,76%) e Jaboatão dos Guararapes (69,87%).

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Corrida Mova-se Running Recife inaugura nova fase dos eventos de rua

A Mova-se Running Recife inaugura nova fase dos eventos de rua com a volta ao calendário anual do Recife na programação do Outubro Rosa, alertando sobre os cuidados e prevenção contra o câncer de mama. Neste ano, o evento acontecerá nos dias 23 e 24 de outubro, no Recife Antigo, trazendo debates e palestras com especialistas do segmento, no primeiro dia, e coroando com uma grande corrida de rua, no domingo, com vendas de kits do primeiro lote já disponível. No dia 23, a partir das 16h, as palestras acontecerão no hall do Paço Alfândega, com transmissão pelo YouTube. A programação envolve os temas Diagnóstico Precoce e Cuidado com a Prevenção, com as Oncologistas clínicas , Jurema Telles e com Candice Lima. Em seguida, entra em pauta a relação entre hereditariedade e câncer, com Vandré Carneiro, diretor do programa de Câncer Hereditário e coordenador do Departamento de Cirurgia Pélvica( oncoginecologia) do Hospital de Câncer de Pernambuco. O terceiro tema do dia vai falar sobre a importância das Atividades Físicas e da Qualidade de Vida, com o presidente do Instituto do Movimento, fundador do IMOVE e idealizador do Instituto do Autismo, Kadu Lins. A Preservação da Fertilidade e o Sonho de ser Mãe será abordada pelo Embriologista e Diretor Técnico-Científico do Criovidas Criopreservação, da Donare Banco de Óvulos e do laboratório de FIV da Rede Geare, Paulo Mateus e, por fim, Os desafios que a Gravidez pós Câncer de Mama pode trazer e quais os cuidados deste pré-natal, com a ginecologista e obstetra, Simone Carvalho. “O debate assume ainda mais significância neste momento em que o mundo converge para atenção redobrada com a saúde. Vamos poder não só trazer esses temas para discussão, mas principalmente chamar atenção para a conscientização, o diagnóstico precoce, além de temas que estão interligados ao Câncer de Mama, uma doença que, no Brasil, ainda é o tipo mais incidente em mulheres de todas as regiões”, ressalta a oncologista Candice Lima. No domingo(24), a partir das 7h, a corrida vai tomar as ruas do Recife Antigo, num grande gesto de união e reforço aos cuidados do câncer de mama. Com percursos de 5km e 10km, a atividade será exclusiva para participantes vacinados, na qual 90% dos inscritos deverão estar com a segunda dose ou dose única da vacina em dia e 10% com a primeira dose e teste negativo para a COVID-19. O protocolo ainda conta com largada em fases com distanciamento, uso obrigatório de máscaras e pontos de hidratação e higienização.O primeiro lote dos kits do evento, running bag contendo: Camisa Dryfit Mova-se 2021, máscaras, ZIM (pó rosa especial) para personalização, já está disponível. Custa R$84,00 e pode ser adquirido pelo endereço: bit.ly/movase2021. Parte das vendas será revertida para o HCP. Ação Social - A entrega dos kits acontecerá no dia do evento no Paço Alfândega Office & Mall e os participantes ainda poderão levar 1 kg de alimento não perecível que também será doado ao Hospital de Câncer de Pernambuco. “Esse evento já faz parte do calendário recifense como um alerta para os riscos do câncer de mama e, como instituição referência no tratamento desta doença em todo o Estado, o Hospital de Câncer de Pernambuco sente-se honrado em poder participar dessa iniciativa e conscientizar cada vez mais pessoas. Além da corrida, que deixará a nossa cidade rosa, as palestras também vão oferecer muito conhecimento e informação”, destaca o gerente de marketing e comunicação do HCP, Gustavo Penteado. Mova-se Running Recife tem realização e coordenação da Agência Prensa. O evento é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica - Regional NE e do Hospital de Câncer de Pernambuco, com apoio da Prefeitura do Recife. Tem patrocínio do Instituto do Movimento, Donare- Centro de Doação de Óvulos e da TDS Company e co-patrocínio Pier de Negócios e Isis Medicina Feminina. Serviço: Mova-se Running Recife Quando: dias 23 e 24/10 Inscrição e compra dos kits: bit.ly/movase2021

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"A sociedade precisa rever os seus valores em relação a descanso e sono."

Trabalhe, enquanto eles dormem”. O mantra preconizado por blogueiros e cards nas redes sociais pode levar muita gente a ter sérios problemas de saúde. Existem nada menos de 34 doenças catalogadas que têm relação com a poucas horas de sono, como hipertensão arterial, obesidade e a ocorrência de testículos menores que causam infertilidade. Nesta conversa com Cláudia Santos, o fisiologista clínico, hebiatra e especialista em saúde do sono, Cláudio Barnabé, derruba o mito de que dormir é perda de tempo. “Hoje, o sono não é mais considerado um estado de inércia total, mas é um estado de semiconsciência com funções fisiológicas específicas, inclusive a remoção de toxinas, como as células beta-amiloides, que são uma das indutoras da doença de Alzheimer”. Barnabé, que é professor da UPE (Universidade de Pernambuco) e chefe do departamento de qualidade de vida e saúde da Fundação CAS da PMPE (Polícia Militar de Pernambuco), também alerta que indivíduos submetidos à privação de sono têm menos captação de conhecimento cognitivo, menor retenção de informações aprendidas durante o dia e tomam más decisões. Ou seja, ao contrário do que recomenda a máxima dos influencers, para trabalhar bem é preciso dormir bem. Confira a entrevista. Como a pandemia afetou o sono das pessoas? A pandemia nos deixou no estado de alerta. Todas as pessoas foram afetadas de alguma forma. Os casos de depressão, de ansiedade aumentaram por causa das notícias sobre a letalidade desse vírus e de tudo que aconteceu. Os noticiários anunciavam cada vez mais mortes, mais restrição, mais lockdown, as pessoas foram afastadas dos seus entes queridos. O medo foi a principal causa que afetou o sono das pessoas. A situação provocou uma ação neurológica na amígdala neuronal, que é uma parte do cérebro que nos prepara para a luta ou a fuga, deixando nosso sistema nervoso autônomo simpático em alerta, secretando hormônios de estresse como catecolaminas, adrenalina, noradrenalina, cortisol, que são contrarreguladores do sono. Isso impediu as pessoas de trabalharem o sistema nervoso parassimpático que é aquele que nos “desliga” de toda essa ação de luta ou fuga, que nos deixa em estado de bem-estar, de torpor, de relaxamento suficiente para pegarmos no sono. As pessoas permaneceram menos tempo expostas ao sol. A luz solar durante o dia aumenta de forma natural a produção de melatonina no período noturno, que é o hormônio que induz o sono à noite. Também se praticou menos exercício físico. Um dos substratos energéticos da atividade física é uma substância chamada adenosina, um estimulador da melatonina. Por que dormir bem é tão importante? Antigamente se achava que dormir era só uma questão de perda de tempo. Hoje a ciência é pródiga em mostrar influências nas mais variadas esferas do sono na saúde do ser humano. Existem mais de 34 doenças catalogadas que têm relação com noites mal dormidas, como hipertensão pulmonar, hipertensão arterial, distúrbio temporomandibular, bruxismo, morte súbita, obesidade, diabetes. Hoje, o sono não é mais considerado um estado de inércia total, mas é um estado de semiconsciência com funções fisiológicas específicas, inclusive a remoção de toxinas, como as células beta-amiloides que são uma das indutoras da doença de Alzheimer, por exemplo. A National Sleep Foundation recomenda que pessoas de 18 a 60 anos tenham um sono de sete a nove horas. O ser humano foi feito para dormir no período noturno. Os hominídeos são indivíduos diurnos e o melhor sono é aquele da noite, principalmente na chamada temperatura nadir, que é a menor temperatura do corpo que vai acontecer por volta das 3 a 5 horas da manhã. O sono é dividido em quatro partes, N1, N2, N3 (que abrangem o sono não REM) e o sono REM, uma sigla em inglês para movimento rápido dos olhos. Esse ciclo é repetido de quatro a seis vezes por noite. Essas são as fases de sono mais profundo e o indivíduo vai ter os sonhos oníricos na fase de sono REM. São aqueles sonhos nos quais, por exemplo, sonhamos que voamos ou que uma sereia anda no meio da rua. É exatamente nessa fase quando temos maior retenção de conhecimento, maior captação cognitiva, maior remoção de toxinas e de recuperação do cansaço. Pessoas que dizem que dormem, mas não descansam, acordam muito cansadas, são pessoas que num eletroencefalograma noturno de sono, chamado polissonografia (exame específico para determinar distúrbios do sono), encontramos uma má arquitetura de sono. Às vezes a pessoa dorme, mas ela tem uma latência muito grande para entrar em sono REM, ou seja, o tempo que ela dormiu até entrar no sono mais profundo. Um estudo de Matt Walker, considerado um dos “pais do sono” no mundo, mostrou que homens que dormem apenas cinco horas por noite têm testículos significativamente menores do que quem dorme sete horas ou mais. E aqueles que têm, com frequência, apenas quatro a cinco horas de sono, apresentam um nível de testosterona de alguém 10 vezes mais velho, o que traz implicações na reprodução. Outra coisa importante: esses blogueiros, esses vendedores de sucesso, que recomendam “produza enquanto eles dormem”, isso é de uma idiotice sem precedentes. Alimentação pode ajudar a ter um bom sono? Sim, existem alimentos, principalmente bebidas que são excitatórias, como chá preto, refrigerantes à base de cola, guaraná, café. Alimentos proteicos, por exemplo, que secretam o aminoácido triptofano, presente no leite, tem uma maior ação sobre a melatonina na indução do sono. Alimentos ultraprocessados, cheios de nitrito, nitrato, glutamato, são mais excitatórios do sistema nervoso central, promovem disbiose, um desequilíbrio entre as bactérias do bem e do mal no intestino, provocando um extravasamento de toxinas que ultrapassa a barreira hematoencefálica, lá no cérebro, causando mais excitação, irritabilidade e consequentemente, insônia. O sono é muitas vezes malvisto na contemporaneidade que exige alta produtividade dos profissionais. O senhor acredita ser necessária uma mudança no modo de vida da sociedade contemporânea? Indubitavelmente. Existem vários estudos na literatura nessa direção. Um deles, cito recorrentemente, mostra que indivíduos submetidos à privação de sono têm menos captação de conhecimento cognitivo, menor retenção de informações aprendidas durante o dia

"A sociedade precisa rever os seus valores em relação a descanso e sono." Read More »

Cães e gatos podem ter vírus da covid-19, mas não transmitem a doença

Da Agência Brasil Apenas 11% dos cães e gatos que habitam casas de pessoas que tiveram covid-19 apresentam o vírus nas vias aéreas. Esses animais, entretanto, não desenvolvem a doença, segundo pesquisa realizada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Isso significa que eles apresentam exames moleculares positivos para SARS-CoV-2, mas não têm sinais clínicos da doença. Segundo o médico veterinário Marconi Rodrigues de Farias, professor da Escola de Ciências da Vida da PUC-PR e um dos responsáveis pelo estudo, até o momento, foram avaliados 55 animais, sendo 45 cães e dez gatos. Os animais foram divididos em dois grupos: aqueles que tiveram contato com pessoas com diagnóstico de covid-19 e os que não tiveram. A pesquisa visa analisar se os animais que coabitam com pessoas com covid-19 têm sintomas respiratórios semelhantes aos dos tutores, se sentem dificuldade para respirar ou apresentam secreção nasal ou ocular. Foram feitos testes PCR, isto é, testes moleculares, baseados na pesquisa do material genético do vírus (RNA) em amostras coletadas por swab (cotonete longo e estéril) da nasofaringe dos animais e também coletas de sangue, com o objetivo de ver se os cães e gatos domésticos tinham o vírus. “Eles pegam o vírus, mas este não replica nos cães e gatos. Eles não conseguem transmitir”, explicou Farias. Segundo o pesquisador, a possibilidade de cães e gatos transmitirem a doença é muito pequena. O estudo conclui ainda que em torno de 90% dos animais, mesmo tendo contato com pessoas positivadas, não têm o vírus nas vias aéreas. Mutação Segundo Farias, até o momento, pode-se afirmar que animais domésticos têm baixo potencial no ciclo epidemiológico da doença. No entanto, é importante ter em mente que o vírus pode sofrer mutação. Por enquanto, o cão e o gato doméstico não desenvolvem a doença. A continuidade do trabalho dos pesquisadores da PUC-PR vai revelar se esse vírus, em contato com os animais, pode sofrer mutação e, a partir daí, no futuro, passar a infectar também cães e gatos domésticos. “Isso pode acontecer. Aí, o cão e o gato passariam a replicar o vírus. Pode acontecer no futuro. A gente não sabe”. Por isso, segundo o especialista, é importante controlar a doença e vacinar em massa a população, para evitar que o cão e o gato tenham acesso a uma alta carga viral, porque isso pode favorecer a mutação. A nova etapa da pesquisa vai avaliar se o cão e o gato têm anticorpos contra o vírus. Os dados deverão ser concluídos entre novembro e dezembro deste ano. O trabalho conta com recursos da própria PUC-PR e do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

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