Arquivos Algomais Saúde - Página 77 de 158 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Governo vai apoiar 90 projetos de pesquisa sobre combate à covid-19

Da Agência Brasil Os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Saúde (MS) vão apoiar 90 pesquisas relacionadas à prevenção e combate à pandemia do novo coronavírus. Serão disponibilizados R$ 50 milhões para os projetos. A chamada do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) vai financiar estudos para auxiliar na compreensão do histórico da doença, nos métodos de diagnóstico, formas de prevenção, atenção à saúde e controle da pandemia. Dos recursos, R$ 30 milhões serão repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e R$ 20 milhões serão desembolsados pelo Ministério da Saúde. Ao todo, foram apresentadas 2.219 propostas. As 90 selecionadas contemplaram 50 instituições de ensino e pesquisa de 20 estados. Os principais temas das propostas de investigação foram prevenção e controle da covid-19 (38), atenção à saúde (17) e história da doença (10). No processo de seleção, foram considerados mérito, viabilidade técnica, experiência da equipe, adequação do cronograma financeiro, aplicabilidade ao Sistema Único de Saúde, potencial de impacto para atenção à saúde e vigilância no enfrentamento à covid-19. Entre os projetos selecionados estão: - Revacinação com BCG de profissionais da saúde atuando na pandemia de covid-19 - Desenvolvimento de testes moleculares rápidos e de baixo custo baseados em LAMP para diagnóstico da covid-19 - Uso da espectroscopia por infravermelho no diagnóstico da covid-19 - Desenvolvimento de teste rápido de detecção de partículas virais de SARS-Cov-2 enriquecidas por suporte funcionalizado com enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) - Avaliação de fatores clínicos, imunológicos e virológicos em pacientes infectados pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) em diferentes estados da Região Norte do Brasil - Avaliação dos riscos de profissionais de saúde que cuidam de pessoas com covid-19 - Patogenia e história natural da covid-19: uma abordagem baseada em autópsias - Impacto da pandemia de covid-19 na Saúde Mental de Crianças e Adolescentes: Fatores de Risco e Proteção - Saúde mental de profissionais de Enfermagem do Brasil no contexto da covid-19

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Campanha alerta sobre os riscos do adiamento de diagnósticos de tumores malignos

Nos últimos dias, diferentes cidades do Brasil adotaram a flexibilização das medidas restritivas para conter o avanço da pandemia pelo Covid-19 permitindo a abertura de diversos estabelecimentos. As novas regras de circulação incluem a obrigatoriedade do uso de máscaras por todos nas ruas e ambientes de trabalho, além da restrição de horários de funcionamento de lojas e centros de compras. Ainda assim, o país ainda está longe de ver o risco de contaminação pelo novo coronavírus desaparecer e, em muitas localidades, governos ainda não descartam por completo a adoção do chamado ‘lockdown’ (bloqueio total) caso os índices de contaminação pelo novo vírus atinjam patamares mais elevados. Nesse cenário, quem depende de tratamento médico continuado para doenças diversas tem vivido momentos de apreensão e dúvidas. É o caso de quem enfrenta o câncer, doença que, de acordo com o Centro Internacional para Pesquisa do Câncer (IARC) - agência especializada da Organização Mundial de Saúde (OMS) - afeta 1,3 milhão de brasileiros e corresponde à realidade de 43,8 milhões de pessoas pelo mundo. Uma estimativa das Sociedades Brasileiras de Patologia (SBP) e de Cirurgia Oncológica (SBCO) aponta que, apenas no mês de abril, 70% das cirurgias oncológicas foram adiadas. Além disso, ao menos 50 mil brasileiros deixaram de ser diagnosticados com câncer devido a não realização de exames essenciais para identificar a doença. Mesmo tendo o Ministério da Saúde incluído o câncer no rol de doenças cujo tratamento não pode ser considerado eletivo, desde o início da pandemia, há registros que mostram índices preocupantes de adiamento de cirurgias e de exames diagnósticos da condição, o que pode afetar diretamente as chances de cura. Para alertar os pacientes oncológicos e a população em geral sobre como a demora em buscar cuidados médicos adequados pode comprometer, até irreversivelmente, o sucesso na luta contra o câncer, o Instituto Oncoclínicas - iniciativa do corpo clínico do Grupo Oncoclínicas para promoção à saúde, educação médica continuada e pesquisa - em parceria com sociedades de especialidades médicas e entidades não governamentais de suporte a pacientes oncológicos, lança a campanha “O Câncer Não Espera. Cuide-se Já” (http://www.ocancernaoespera.com.br). Aberta à participação de empresas, entidades ligadas à área médica ou qualquer cidadão engajado na luta em favor da vida e da saúde dos brasileiros, o movimento tem por objetivo alertar a sociedade brasileira para os riscos do adiamento de diagnósticos, exames, cirurgias e tratamentos contra o câncer em função do temor relacionado ao COVID-19. “O tempo é decisivo em muitas condutas. Na pandemia que parou o mundo, a evolução da curva epidemiológica da Covid-19 impactará nossas vidas por um tempo indeterminado. O câncer é uma doença grave, e que antes da pandemia já ocupava o segundo lugar no ranking das principais causas de morte no Brasil. Assim como há serviços essenciais que precisam continuar, existem tratamentos essenciais que devem prosseguir, sob risco de perdermos vidas que podem ser salvas”, afirma um dos idealizadores da campanha, o oncologista Bruno Ferrari. Para ele, que é também fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas, é imperativo que o combate ao câncer não fique em segundo plano. “A OMS afirmou que, mesmo durante a pandemia, o câncer é considerado uma doença de emergência. O câncer não negocia prazos”, alerta. Assim como a continuidade do tratamento, o médico lembra que a atenção para que a doença seja detectada precocemente não pode ser descuidada. “É imprescindível garantir a segurança dos que precisam ir a laboratórios, clínicas e aos hospitais, com sistemas ainda mais rigorosos para evitar o contágio de Covid-19. Nossa intenção, a partir dessa campanha, é alertar o público sobre a necessidade de preservarmos os fluxos essenciais para a manutenção da linha de cuidado oncológico e propor uma reflexão para que a pandemia não gere outros reflexos negativos para a saúde dos brasileiros”, completa Bruno Ferrari. Ao lado do Instituto Oncoclínicas, assinam a campanha “O Câncer Não Espera. Cuide-se Já.”, Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT), Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer (Tucca), Instituto Oncoguia e Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC). Interessados em aderir podem encontrar mais informações no www.cancernaoespera.com.br. Na pandemia, pacientes com câncer enfrentam dificuldades Um levantamento recém-divulgado pelo Instituto Oncoguia, realizado por meio de questionário online enviado a pacientes e familiares entre 15 de março e 10 de maio, buscou dimensionar alguns impactos da pandemia da Covid-19 no câncer. Ao todo, 566 pessoas responderam, sendo 429 pacientes atualmente em tratamento. O resultado mostrou que 43% dessas pessoas teve o tratamento afetado no período, com procedimentos adiados, cancelados e dificuldade para marcar consultas. Dos pacientes afetados, 34% realizam quimioterapia, 31% hormonioterapia, 9% radioterapia e o restante imunoterapia e outros tratamentos. O percentual também foi maior entre pacientes do SUS (60%) em comparação aos do setor privado (33%). Questionados sobre os motivos para adiamento ou cancelamento, a maioria dos pacientes apontou que a decisão foi da instituição onde fazia o tratamento. Para quem tem o diagnóstico de câncer, Bruno Ferrari lembra que é importante manter o tratamento e a população deve estar ciente de seus direitos com relação ao acesso às terapias de controle da doença. No caso daqueles que optaram diretamente por adiar suas condutas de cuidado oncológico, ele frisa que manter o contato com o médico responsável é sempre a melhor alternativa antes de qualquer definição. “É essencial avaliar cada paciente oncológico de forma individualizada. Converse com o especialista responsável pelo cuidado para saber da real necessidade de ir ao hospital/clínica. Isso garantirá mais segurança na tomada de decisão sobre como proceder”, explica o médico. Telemedicina e novas alternativas de tratamento podem assegurar fluxos Diante das incertezas sobre o novo vírus, Bruno Ferrari acredita que a telemedicina pode ajudar muito em casos de pacientes que não necessitam de atendimento presencial, ou como pré-triagem até mesmo na avaliação de necessidade do deslocamento, sendo um suporte relevante. “Seguindo a legislação vigente, podemos proporcionar o acompanhamento de

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Hospitais de urgência têm novo protocolo pós Covid-19

A quarentena reduziu em mais de 80% o número de atendimentos de urgência e eletivos nas unidades de saúde. Além da diminuição do ritmo das atividades diárias, o medo de ser contaminado com o coronavírus afastou os pacientes. Com o retorno gradual das atividades, os hospitais estão implantando novos protocolos para garantir a segurança ao público e aos profissionais. Para a nova rotina, as equipes passaram por treinamento específico. Além disso, foi criado um fluxo específico desde a triagem, com respeito a hora marcada e, eventualmente, aguardo do atendimento na área externa ou dentro do próprio veículo. Acompanhantes não são permitidos nas dependências internas, salvo algumas exceções. Os cuidados de praxe, como o uso permanente de máscaras e disponibilização de álcool em gel se somaram a outros cuidados. Após cada atendimento a área (triagem, consultório e demais espaços) passa por um processo de desinfecção completa. Já os pacientes com suspeita de Covid-19 têm atendimento em consultórios e ala de enfermagem separados dos demais, inclusive quando do caso de internação, até mesmo na UTI. O diretor médico do Hospital Jayme da Fonte, João Lampropulos, explica que as equipes foram treinadas para orientar da melhor forma os pacientes, seguindo todos os protocolos desenvolvidos pelos órgãos reguladores. “Vamos realmente precisar conviver com esse vírus ainda durante algum tempo. Então, é importante assegurarmos todas as condições de biossegurança para os profissionais e os pacientes de modo a que possamos todos retornar à normalidade”, diz.

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Novo centro de testagem para Covid-19 começa a funcionar

A partir desta segunda-feira (06.07), um novo posto avançado de testagem para Covid-19 começa a funcionar no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa). Com capacidade para realizar, inicialmente, uma média de cem coletas por dia, a unidade é a primeira voltada para atender todos os grupos definidos pelo Estado como prioritários para testagem do novo coronavírus. Ou seja, além dos profissionais sintomáticos de saúde, segurança e sistema prisional, poderão fazer exames na unidade idosos e os trabalhadores sintomáticos, que moram e atuam em instituições de longa permanência para a população a partir dos 60 anos; usuários e profissionais de residências terapêuticas, unidades de acolhimento e Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) 24h; gestantes no pré-natal; e trabalhadores de serviços essenciais, como supermercados, padarias, farmácias, postos de gasolina, imprensa, bancos, clínicas e hospitais veterinários, serviços de assistência social e atendimento à população em estado de vulnerabilidade. “A ampliação da testagem é um dos pontos centrais do trabalho que temos desenvolvido em Pernambuco em relação ao nosso plano de convivência com a Covid-19, pois conhecer a situação da doença é fundamental para uma reabertura econômica mais segura. E esse é mais um passo nesse sentido, já que, em junho, havíamos ampliado o número de grupos prioritários para a testagem e precisávamos que nossa capacidade de coleta mantivesse essa tendência. Hoje, temos feito uma média de 10 mil exames por semana, um aumento considerável, já que em março, fazíamos uma média de 70 testes”, comenta o secretário de Saúde, André Longo. Funcionando diariamente, das 7h às 15h, o novo centro avançado realiza dois tipos de exames: o RT-PCR, indicado para quem está com sintomas gripais até o sétimo dia do início do quadro, podendo, porém, ser estendido até o décimo dia, caso persistam os sintomas; e o teste rápido, para os casos em que o paciente esteja há mais de sete dias do início dos sintomas e também com mais de 72h desde o desaparecimento dos sintomas. Atualmente, estão em funcionamento três centros de testagens para Covid-19, sendo um voltado exclusivamente para coleta de profissionais da Secretaria Estadual de Saúde, localizado na própria sede da unidade, no Bongi. Os outros dois postos avançados, que passam a receber casos suspeitos de todos os grupos prioritários, estão localizados no Centro de Formação dos Servidores e Empregados Públicos do Estado de Pernambuco (Cefospe) – instituição vinculada à Secretaria de Administração (SAD), no bairro da Boa Vista, área central do Recife –, e no Centro de Convenções de Pernambuco (Cecon-PE), no Complexo de Salgadinho, em Olinda. Juntas, as três unidades já realizaram 9.353 exames, sendo 2.802 swab nasal-orofaríngeo e 6.551 testes rápidos.

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Combinar diferentes vacinas poderia ampliar a proteção contra a Covid-19

Da Agência de Notícias da Fapesp Mesmo antes de a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciar a COVID-19 como uma emergência de saúde pública de importância internacional, em março deste ano, a busca por uma vacina já tinha começado em diversas partes do mundo. Alguns desses estudos têm avançado com uma velocidade sem precedentes na história e, apenas sete meses após o surgimento do SARS-CoV-2, 18 das mais de 140 formulações criadas a partir de diferentes conceitos já estão sendo testadas em seres humanos. Duas das candidatas que estão no estágio mais avançado de desenvolvimento – conhecido como ensaio clínico de fase 3, cujo objetivo é avaliar a eficácia da vacina em um grande grupo de voluntários – começam a ser aplicadas experimentalmente no Brasil. Uma delas, a ChAdOx1 nCoV-19, foi desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e licenciada para o laboratório AstraZeneca. A outra, nomeada Coronavac, é fruto do trabalho feito pela empresa chinesa Sinovac Biotech, que firmou um acordo com o Instituto Butantan. Por ser um dos locais onde o novo coronavírus mais circula atualmente e onde mais casos de COVID-19 são confirmados todos os dias, o Brasil se converteu no local ideal para estudos de eficácia de vacinas e, em breve, outras potenciais candidatas devem aportar por aqui. Mas não se trata de uma corrida para ver qual é a melhor ou qual conseguirá obter primeiro a aprovação das agências reguladoras, afirmam os pesquisadores envolvidos nos ensaios clínicos. Quanto mais vacinas se mostrarem capazes de proteger ao menos em parte os imunizados, mais chance a Humanidade terá de transformar a COVID-19 em uma doença possível de ser controlada, como a gripe. A avaliação foi feita pelos participantes do seminário on-line “As vacinas contra a COVID-19 em teste no Brasil”, realizado na última quinta-feira (02/07) pelo Canal Butantan em parceria com a Agência FAPESP. “Ter várias vacinas contra a COVID-19 aprovadas pode ser útil, pois é possível que a melhor estratégia para induzir uma resposta imune protetora seja combinar várias formulações. Além disso, todos esses estudos em andamento nos permitem aprender mais sobre a resposta imune contra o SARS-CoV-2. Entender como essas vacinas protegem pode nos dar uma ideia mais clara de qual é o marcador de proteção contra a COVID-19, o que pode acelerar estudos futuros”, disse o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) Esper Kallás, que coordena no Brasil o ensaio de fase 3 com a Coronavac. A pesquisa, que incluirá quase 9 mil voluntários brasileiros em diferentes estados, é patrocinada pelo Instituto Butantan. Feita com uma cepa viral isolada de uma paciente em janeiro, e depois inativada em laboratório por meio de processos químicos, a Coronavac avançou rapidamente graças ao conhecimento gerado quando se buscava uma vacina contra o SARS-CoV-1, o coronavírus que entre 2002 e 2003 causou a epidemia de síndrome respiratória aguda grave (SARS) na China e em alguns outros países, contou Ricardo Palacios, diretor médico de Pesquisa Clínica do Instituto Butantan. “A vacina contra a SARS avançou até a fase 1 dos testes clínicos. Depois o vírus foi contido e o projeto, interrompido. Mas o conhecimento de como desenvolver vacinas contra um coronavírus foi aproveitado. A empresa seguiu um caminho bem tradicional em um tempo muito curto. Normalmente, as diferentes etapas de testes pré-clínicos e clínicos são feitas uma após a outra, mas eles fizeram várias ao mesmo tempo”, contou Palacios. A segurança da Coronavac e sua capacidade de induzir no organismo uma resposta de defesa foram testadas em diferentes espécies de animais. Observou-se que a imunização reduziu significativamente a carga viral na mucosa nasal dos animais infectados e conferiu proteção significativa contra a infecção do pulmão. Já nas fases 1 e 2 dos ensaios clínicos foram testados a segurança e o potencial imunogênico de diferentes doses da vacina, com diferentes intervalos entre as duas doses administradas. Até o momento, observou-se que 90% dos voluntários que receberam as duas doses desenvolveram anticorpos neutralizantes contra com o SARS-CoV-2. O tempo de permanência desses anticorpos no organismo e seu potencial protetor contra a COVID-19 – ou ao menos contra o desenvolvimento de sintomas severos da doença – é algo que somente os ensaios clínicos de fase 3 poderão informar, comentaram os pesquisadores durante o webinar. “A produção de anticorpos protetores é o mecanismo principal de atuação da maioria das vacinas. Mas no caso de algumas doenças, para que o desempenho seja bom, a vacina também precisa ser capaz de ensinar as células de defesa a agir contra o patógeno, como é o caso das vacinas novas contra herpes zoster, usadas em pessoas com mais de 50 anos”, explicou Kallás. De acordo com os participantes do evento, tanto a Coronavac quanto a ChAdOx1 nCoV-19 parecem ser capazes de induzir tanto a produção de anticorpos neutralizantes quanto a chamada imunidade celular, que é o treinamento de determinados tipos de linfócito para que se tornem capazes de reconhecer e atacar as células infectadas pelo SARS-CoV-2. No caso da vacina britânica, a estratégia adotada foi usar um vírus causador de gripe em símios como vetor para induzir no organismo humano a produção de uma das proteínas do novo coronavírus, conhecida como spike. Presente na superfície do microrganismo, essa proteína de espícula se conecta a um receptor presente na membrana da célula humana para infectá-la. Em tese, se o corpo desenvolver defesas contra essa proteína, poderia impedir que o vírus entre nas células e consiga se replicar caso a pessoa seja contaminada. A estratégia vinha sendo desenvolvida em Oxford havia alguns anos para a criação de uma vacina contra a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS), causada pelo coronavírus MERS-CoV. Isso permitiu ao grupo avançar rapidamente para a fase clínica da ChAdOx1 nCoV-19, contou Pedro Folegatti, pesquisador do Jenner Institute, o centro de pesquisa em vacinas da universidade britânica. “A vantagem dessa tecnologia é que o vetor pode ser adaptado para outras doenças e ele é considerado um bom indutor de resposta humoral [anticorpos] e celular. Há outros grupos testando metodologia semelhante para influenza, tuberculose, febre do Vale do

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Conheça resultado do maior estudo sobre a covid-19 no Brasil

Da Agência Brasil Representantes do Ministério da Saúde e a da Universidade Federal de Pelotas, do Rio Grande do Sul divulgaram os resultados do maior estudo sobre a covid-19 no Brasil, além do balanço de distribuição de recursos financeiros e de medicamentos. Segundo o coordenador do estudo e reitor da Universidade Federal de Pelotas, Pedro Hallal, a maior novidade do estudo é que 91% dos entrevistados apresentaram sintomas, diferentemente de outras pesquisas. Das 2 mil pessoas testadas positivo, mais de 62,9% tiveram alteração de olfato e paladar, 62,2% tiveram dor de cabeça, 56,2% relataram febre, 53,1% tiveram tosse e 52,3% informaram dores no corpo. A taxa de letalidade (número de mortes pelo total de casos) encontrada foi de 1,15%. Esse índice varia por faixa etária. Ele defendeu que este número é “consistente” e indica uma proporção segura na amostra averiguada. Foram detectadas diferenças nas regiões do país. No Norte houve uma oscilação entre a 2ª e a 3ª fase, enquanto nas demais foi identificado crescimento neste período. No recorte de gênero, os índices são semelhantes. Na distribuição por idade, a investigação mostrou que crianças pegam o vírus como pessoas mais velhas, embora estas tenham mais risco de evolução para quadro grave do que aquelas. Em relação à transmissão dentro das famílias, o estudo trouxe resultados diferentes de outras pesquisas acadêmicas. Foram encontrados 39% de positivos, enquanto na literatura acadêmica sobre o tema a média é de 20%. Os autores verificaram também o distanciamento social. As pessoas que saíram diariamente aumentaram de 20,2% para 26,2% entre a primeira e terceira fases da análise. Da mesma forma, o contingente que relatou ficar sempre em casa diminuiu de 23,1% para 18,9% entre a primeira e a última fase. Foram entrevistadas pessoas em 133 cidades em todo o país, selecionadas por serem as mais populosas das regiões intermediárias. Foi maior estudo epidemiológico do mundo, verificando 90 mil pessoas com teste para o novo coronavírus, escolhidas por sorteio. Foi utilizado teste rápido (que verifica anticorpos). Os organizadores apresentaram um bom desempenho. O secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, afirmou que esses números têm de ser avaliados pois confrontam os de outros estudos. O estudo conduzido pela Universidade Federal de Pelotas encontrou uma média de 3,8% de infecção na última das três etapas. Na primeira fase, no meio de maio, o índice era de 1,9%. O percentual aumentou para 3,1% na segunda fase. A diferença entre pessoas que tiveram anticorpos detectados e os casos notificados foi de 6 vezes na última etapa. Na análise por nível socioeconômico, há diferenças. Os 20% mais pobres da população têm o dobro da infecção dos que os 20% mais ricos da população.

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Pernambuco inicia estudo de tratamento com plasma convalescente

O Hemocentro de Pernambuco (Hemope) iniciou o agendamento de pacientes recuperados da Covid-19 que queiram participar voluntariamente de estudo clínico com plasma convalescente para o tratamento de doentes graves internados em unidades hospitalares no Estado. Esta etapa dá início à pesquisa experimental que envolve o Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC) e o Procape, ambos da Universidade de Pernambuco (UPE); e o Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Para ser um doador de plasma convalescente - termo que se refere ao plasma de pessoas que se recuperaram recentemente de uma infecção, sendo rico em anticorpos contra aquele agente que causou a doença -, é necessário que o candidato tenha apresentado sintomas da Covid-19 (pacientes sintomáticos) e que esteja recuperado há mais de 30 dias, além de ser do sexo masculino e ter entre 18 e 69 anos. Também é exigida a confirmação do exame laboratorial (PCR, sorologia ou teste rápido), de forma impressa ou foto no celular. De acordo com o médico infectologista e também pesquisador e professor da UPE, Demócrito Miranda, por terem mais chances de causar uma reação conhecida como lesão pulmonar aguda relacionada à transfusão (TRALI), por conta da presença de anticorpos que são produzidos durante a gestação, o plasma das mulheres não será utilizado no estudo clínico. "É importante destacar que a pesquisa é experimental, supõe-se que funcione, mas precisamos de análises sobre a efetividade do tratamento, que será destinado a pacientes graves, hospitalizados e com pior prognóstico", afirma. O agendamento para um atendimento presencial no Hemope, nesta primeira semana, deve ser feito por telefone (3182-4630), de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 16h. A página do Hemope (http://www.hemope.pe.gov.br/) pode ser consultada para informações. O Hemope será responsável por realizar a coleta do material e os exames necessários para qualificar o plasma como convalescente. Uma amostra de sangue também será coletada para análise da presença de anticorpos da Covid-19. "Nesta primeira fase precisamos de um banco de plasma que atenda aos critérios, ou seja, que possuam os anticorpos da doença, para posterior encaminhamento às unidades hospitalares. Por isso, é importante respeitar os critérios para doação. Pode ocorrer do paciente doar o plasma mas não ter o anticorpo, por exemplo. Após a coleta, o Hemope irá realizar as análises que são imprescindíveis para classificar e avaliar o material como plasma convalescente ou não", pontua Demócrito. O estudo terá 110 pacientes no grupo que receberá o plasma e 110 no grupo controle. As unidades hospitalares farão a seleção dos pacientes graves que receberão o plasma. Hemope precisa de doadores de sangue - É preocupante o estoque de bolsas de sangue do Hemope. Desde o início da pandemia da Covid-19, o número de doações vem diminuindo de forma expressiva a cada mês. Atualmente, a situação está crítica para os tipos sanguíneos A-, A+, B+, O- e O+, e os demais, estão em estado de alerta. O retorno das cirurgias eletivas nos hospitais, que são cirurgias que não são de urgência, aumentam ainda mais a preocupação do Hemocentro. Por essa razão, significativa e solidária para com aqueles que estão precisando de sangue, a unidade solicita o apoio da população pernambucana para realizar a doação. De acordo com a diretora de Hemoterapia, Anna Fausta, a situação de estoques de bolsas de sangue está crítica. “Por isso a nossa preocupação de atender devidamente os hospitais, uma vez que precisamos de uma média diária de doações e, infelizmente, não estamos conseguindo alcançar”. Para ela a esperança é que os doadores ajudem a repor esse estoque para o Hemope continuar cumprindo a missão de salvar vidas. “Nada fazemos sozinhos sem que todos estejam unidos e prontos para oferecer o seu sangue e a sua solidariedade em prol de todos aqueles que estão precisando”, lembrou Anna Fausta. Para doar sangue, a pessoa deve ter entre 16 anos e 69 anos e 11 meses (59 anos e 11 meses para a primeira doação). Os menores de 18 anos precisam da presença do responsável legal (pai ou mãe), bem como levar xerox da identidade. É necessário ter mais de 50 kg, estar alimentado e em boas condições de saúde, além de apresentar um documento original, com foto (identidade, carteira de habilitação ou carteira de trabalho). Também é necessário respeitar os intervalos entre as doações de sangue, que são de três meses, para homens, e quatro meses, para mulheres. É importante o doador agendar para evitar aglomerações. No Recife, o agendamento é feito pelo número 0800-081-1535. Para ligações interestaduais: (81) 3182-4630. Já na sede de Caruaru, o agendamento é feito pelo (81) 3719-9569.

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Covid-19: Planos de Saúde são obrigados a oferecer o teste sorológico?

Diante da recém anunciada inclusão de obrigatoriedade aos planos de saúde da realização dos testes sorológicos da Covid-19, conversamos com Tatiana da Hora, coordenadora do Núcleo de Práticas Jurídicas da Unit-PE (Centro Universitário Tiradentes), advogada e mestre em Direito, para esclarecer essa nova determinação. Todos os planos são obrigados a oferecer os testes da Covid-19? Todos os planos de saúde com cobertura a exames laboratoriais e consultas eletivas (há planos exclusivamente hospitalares) devem oferecer a cobertura do teste da COVID-19.  Assim como qualquer outro exame é necessário que haja requisição médica. Desde o dia 13 de março, a ANS incluiu exame molecular para detecção do coronavírus no rol de procedimentos obrigatórios. Contudo, o exame incluído foi o exame RT-PCR, que identifica a presença do material genético do novo coronavírus, com coleta de amostras do nariz e garganta. Esse exame não consegue detectar a infecção no estágio inicial nem depois que a pessoa já está recuperada.O exame sorológico (mais conhecido como "teste rápido") não estava incluso no rol. Desta forma, os pacientes fora de ambiente hospitalar, mesmo com a requisição médica não conseguiam fazer o exame ou ele não era mais indicado. Sendo assim, muitos usuários desembolsaram o valor do teste rápido nos laboratórios, mesmo possuindo convênio e outros tantos deixaram de realizar o exame. Por isso, a ADUSEPS de Pernambuco (Associação de Defesa dos Usuários de Seguros, Planos e Sistemas de Saúde) promoveu uma ação civil pública (ACP) para garantir aos usuários o direito ao exame sem qualquer custo extra (mensalidade/coparticipação nos planos desta modalidade), desde que exista a requisição do exame prescrita por um médico. Nesta ACP (21ª Vara Federal), foi determinado pelo juiz que a ANS editasse a resolução para implementar o procedimento. No dia 25 de junho, a diretoria colegiada da ANS se reuniu e, hoje (29), foi publicada no Diário oficial. Agora, o teste rápido é obrigatório, independente da gravidade do paciente que tenha requisição médica. A medida objetiva diminuir a subnotificação. Quais os tipos de testes precisam ser oferecidos pelas redes dentro dos planos? Numa perspectiva de defesa do consumidor, todo e qualquer exame que vise manutenção da saúde ou investigação de doenças deve ser custeado pelo plano. Alguns exames, pelo seu custo e especialidade, são objetos de burocracia por parte dos planos. Neste sentido da burocracia, não há muito o que fazer. Sendo fora dos casos de urgência, esses protocolos de autorização e rede credenciada devem ser obedecidos. O que acontece com grande frequência é que o rol de exames e procedimentos da ANS nem sempre acompanha a velocidade da tecnologia médica. Embora o Rol da ANS não seja exaustivo, e a prescrição médica seja "soberana", muitos planos utilizam essa ausência no rol da ANS como justificativa para negativa de cobertura, como fizeram com o teste rápido da COVID-19. Mas essa negativa é comum para exames caros e/ou superespecializados (como alguns testes genéticos), que inexistem na rede credenciada.  Só ficou mais em evidência, por conta da pandemia e foi preciso que a justiça interferisse. Essa intensa judicializaçao da saúde é preocupante. Primeiro porque a ideia do seguro saúde e estar acobertado em caso de doenças e, não, com mais um problema extra para administrar se adoecer. Segundo, pela morosidade que impõe a saúde individual... Quantas vezes o segurado falece sem uma solução definitiva. Terceiro: se tem muita solução provisória (liminar) descumprida pelas operadoras numa vibe "ganha, mas não leva". . Quem poderia solicitar um teste sorológico, visto que este é um exame já com o paciente sem os sintomas, logo não é um exame de urgência? O médico que acompanha o paciente, independente de ser vinculado à operadora de saúde, tem liberdade para prescrever qualquer exame ao seu paciente. De fato, alguns exames mais elaborados como neurológicos, genéticos, cardiológicos, entre outros, demandam uma prévia especialização do médico prescritor. Não é o caso do teste rápido da COVID-19. Qualquer médico pode identificar sintomas da COVID-19 (mesmo sem ser na forma grave), prescrever o teste ao seu paciente. Se este é usuário de plano de saúde e se dirigiu ao estabelecimento da rede conveniada ou própria tem direito. Assim, o consumidor que tiver a recusa injustificada em realizar o exame poderá apresentar denúncia junto à própria ANS e, eventualmente, ajuizar ação judicial não só para garantir a efetivação de seu direito, como pleitear indenização em virtude do ato ilícito. Os planos hospitalares são obrigados a oferecer os exames exclusivamente nas internações.

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Pernambuco tem mais de 40 mil pacientes recuperados da Covid-19

Da Secretaria Estadual de Saúde O Boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) com o detalhamento epidemiológico da Covid-19, nesta segunda-feira (29.06), traz uma marca expressiva: Pernambuco já passou de mais de 40 mil recuperados da doença. Ao todo, são 40.088 pessoas curadas do novo coronavírus. Desse total, 9.191 são de casos graves - aqueles pacientes que passaram por internamento em unidade hospitalar e já receberam alta - e 30.897 casos leves. “São dados que superam a frieza dos números e nos motivam a continuar trabalhando incansavelmente para abrir novos leitos, salvando mais vidas. Até agora, neste que já é o maior esforço sanitário, logístico e de mobilização de recursos humanos da nossa história, já abrimos mais de 1.700 leitos, sendo 776 de UTI”, disse o secretário estadual de Saúde, André Longo. O boletim de hoje também aponta que, após 3 meses com taxa de ocupação acima de 80% e atingir pico de 300 pacientes suspeitos aguardando, temporariamente, vaga de terapia intensiva no mês de maio, os leitos de UTI voltados para casos suspeitos e confirmados da Covid-19 em Pernambuco atingiram a ocupação média de 77% – taxa que não era alcançada desde o dia 05 de abril. Desde o início de junho, as solicitações ativas para vagas de UTI de pacientes com a doença têm disponibilização imediata de leito, já que a oferta é maior que a demanda. Ao todo, neste momento, de acordo com dados da Central de Regulação de Leitos, que é responsável pelo encaminhamento de pacientes aos estabelecimentos de saúde vinculados ao SUS, há mais de 200 leitos de UTI vagos na rede e a lista de espera está zerada. “Esses números confirmam a tendência de estabilização da Covid-19 em Pernambuco, mas também deixam claro que ainda não é o momento de relaxarmos e comemorarmos, além de não podermos nos precipitar. Algumas regiões, como o Agreste, ainda apresentam dados discrepantes e, se houver descuidado, nada impede uma segunda onda de contaminação. Por isso, os pernambucanos têm um papel determinante e precisamos manter distanciamento social, assim como as medidas de higiene, uso de máscara e o maior isolamento social possível”, destacou André Longo.

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Casos de câncer em estágio avançado podem aumentar devido pandemia

Um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) vem preocupando os médicos oncologistas de todo país. É que recentemente uma pesquisa projetou que cerca de 70% das cirurgias para tratamento de cânceres não foram feitas no Brasil neste período de pandemia causada pela covid-19, e isso pode trazer sérios danos aos tratamentos. “Segundo a pesquisa, a estimativa é de que ao menos 70 mil pessoas não foram diagnosticadas com problemas oncológicos nesses meses da pandemia no Brasil. Esse índice é muito alto, e preocupa muito quando levamos em conta de que um diagnóstico precoce e um tratamento feito de forma rápida, é fundamental para um bom prognóstico da doença”, afirma a médica Cecilia Lima, cirurgiã oncológica do Real Instituto de Cirurgia Oncológica. Outro levantamento, agora da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), aponta que até os exames de rastreio, como biópsias e mamografias, por exemplo, apresentaram uma redução de até 80% em relação ao mesmo período do ano passado. “Os pacientes estão com medo de procurar atendimento. Até mesmo os que já têm um diagnóstico de câncer, estão com receio de procurar um hospital para realizar os exames de rotina”, afirma a médica. Segundo Cecília, a procura por exame de diagnóstico e tratamento de câncer houve uma redução importante no número de atendimentos no consultório, se comparado com o mesmo período no ano passado. “O câncer é uma das doenças que possui alto índice de morte no Brasil. Então, caso exista uma suspeita, ou até mesmo um diagnóstico mesmo, a indicação é continuar o tratamento. O câncer não vai estacionar, ele continuará evoluindo e quanto mais tardio o diagnóstico ou tratamento, menor a possibilidade de cura. A orientação é que o paciente tenha todos os cuidados necessários e continue a investigação e tratamento”, finaliza a médica.

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