Cultura e história - Página: 17 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Cultura e história

Exposição itinerante no agreste e sertão aborda relação com a natureza e o sagrado

A força e a beleza de árvores milenares, como o Baobá, o Iroco (gameleira branca), o Umbuzeiro, a Castanheira do Maranhão e a Munguba, expressam sentimentos de ancestralidade e sagrado, mantidos vivos até hoje. As experiências ao redor dessas árvores, como locais de conversas, encontros e celebrações, inspiraram o mais novo trabalho da fotógrafa e artista Roberta Guimarães. A exposição "Árvore da Palavra: Território Ancestral, Sagrado e da Criação" inicia sua etapa itinerante pelo Agreste e Sertão pernambucanos em julho, aberta ao público e com oficinas gratuitas. O projeto é apoiado pelo Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura – Funcultura. Onde – A primeira parada será no Quilombo Curiquinha dos Negros, em Brejão (Agreste), que receberá a mostra de 17 a 21 de julho, com um bate-papo com a fotógrafa e a curadora da exposição, Joana D’Arc Lima, no dia da abertura, às 18h30. Nos dias 18 e 19, a artista realizará uma oficina de técnicas de impressão e cópias a partir de pigmentos extraídos de flores e folhas (antotipia e fitotipia). A mostra seguirá para Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú, de 24 a 28 de julho, na Praça Monsenhor Alfredo de Arruda Câmara. Haverá um bate-papo com Roberta Guimarães, às 17h, no evento de abertura, com interpretação em LIBRAS. A oficina será realizada nos dias 25 e 26. Após esta etapa itinerante, a mostra chega a Recife em novembro, na Galeria Arte Plural. Fotografias – A exposição apresenta 57 fotografias em 35 painéis confeccionados em tecido tactel, narrando encontros nas Árvores da Palavra em Pernambuco – na Zona da Mata, Agreste e Sertão – e em Senegal, Nigéria e Benin, na África. As obras estão divididas em cinco núcleos temáticos: memória, ocupação, sagrado, tradição e da pele. Para a exposição, as próprias árvores são usadas como suportes, conectadas por varais de cabo de aço. As obras, confeccionadas em canvas, material resistente às intempéries (sol, chuva, vento), estão em chassis de 90x60, acompanhadas de textos narrativos sobre o projeto. Serviço: Exposição Árvore da Vida @arvoredapalavra Por Roberta Guimarães @roberta.guimaraes.fotografiaInformações: arvoredapalavraexpo@gmail.com Etapa itinerante  Brejão/AgresteLocal: Quilombo Curiquinha dos Negros | Terreiro de Marina17 a 21/07 – Exposição 18 e 19/07 - Oficina 

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"Cinderela, A História que Sua Mãe Não Contou..." Retorna ao Teatro Guararapes

Aclamado pelo público, o espetáculo "Cinderela, A História que Sua Mãe Não Contou…" volta ao palco do Teatro Guararapes para duas apresentações especiais no dia 21 de julho. Este grande sucesso teatral dos anos 90, que revelou a personagem Cinderela interpretada por Jeison Wallace, promete emocionar novamente os fãs que acompanharam sua trajetória no teatro, na TV e na internet ao longo de 33 anos. Jeison Wallace, ao lado de veteranos do elenco original como Roberto Costa e Paulo de Pontes, e novos talentos convidados, reviverá momentos marcantes e apresentará novas inserções ao texto para atualizar as piadas e trazer a história para os dias atuais. O espetáculo, que ficou em cartaz por 10 anos, bateu recordes de bilheteria e público no Recife e viajou por diversos estados do Brasil. Recentemente, recebeu um belo registro da Rede Globo NE, disponível no Globo Play, reacendendo o interesse do público. Jeison Wallace, ao falar sobre o retorno, expressou sua gratidão pelo carinho recebido ao longo dos anos e destacou a importância de fechar este ciclo com alegria. Ele promete muitas surpresas e uma celebração que reafirma o valor do teatro pernambucano. Roberto Costa, que interpreta a Fada Madrinha, também celebra este momento como uma reafirmação do sucesso alcançado e da contribuição do espetáculo para o teatro local. A peça não será uma despedida, mas uma celebração da irreverência e dos momentos inesquecíveis que fizeram história. As apresentações acontecerão às 16h e 19h, com ingressos à venda em diferentes pontos de venda. Serviço: Espetáculo: CINDERELA, A HISTÓRIA QUE SUA MÃE NÃO CONTOU… Data: 21 de julho (domingo) Horário: 16h e 19h Local: Teatro Guararapes (Centro de Convenções de Pernambuco) Ingressos: Pontos de venda:

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Garanhuns recebe festival de literatura negra neste mês

No mês do Julho das Pretas, em pleno período de férias escolares e inverno, a charmosa cidade de Garanhuns, se torna ainda mais atrativa para receber a 3ª edição do Festival Pernambucano de Literatura Negra. Com seu clima ameno e suas belezas naturais, o município conhecido por ser a “Suíça Pernambucana” oferece um cenário perfeito para a celebração literária, que será realizada no dia 27 de julho, na Casa UFAPE, rua Padre Agobar Valença, nº 145, bairro de Heliópolis. A programação, que acontece das 13h às 20h, reunirá escritores, leitores e amantes da literatura para discutir e celebrar a produção afro-brasileira da região.  Não é preciso se inscrever para participar das atividades. Para saber mais acesse: www.negrasou.com.br/festival  e www.instagram.com/festivaldeliteraturanegra_pe. O festival, que conta com patrocínio do Banco do Nordeste, via Lei de Incentivo à Cultura, terá uma programação rica e variada, dividida em painéis temáticos, lançamentos de livros, sorteios e um sarau temático. “Estou feliz de poder trazer para a cidade, pela primeira vez, esse evento tão significativo para que, juntos, possamos debater, refletir e comemorar o trabalho que vem sendo feito por nossas autoras e autores do interior do Estado”, afirmou a idealizadora e coordenadora do evento, a jornalista Jaqueline Fraga.  Na abertura oficial do evento, o público assiste ao painel que tem por tema “Esse lugar também é meu: mulher, negra e escritora”, com a participação das palestrantes Iaranda Barbosa e Debora Ramos, e mediação de Stephany Metódio. Na sequência, ocorrerá a mesa temática “Poesia na fala e nos versos: representatividade e ancestralidade”, a qual reúne as palestrantes Zezinha do Coco e Márcia Félix, que atuará como mediadora. O terceiro painel do dia “O poder da literatura e da intelectualidade na construção social e política” recebe os convidados César Monteiro e Nilson Carvalho como palestrantes, sob mediação de Celina Berto. O quarto encontro “Livros-reportagens: quando o jornalismo e a literatura se unem” traz para o palco a jornalista Jaqueline Fraga como palestrante e a escritora Fernanda Limão como mediadora. Na mesma ocasião, será lançado o livro “Movento Estruturas”, de Jaqueline Fraga. Além disso, haverá, ainda, sorteio de livros entre a platéia presente, seguido por uma sessão coletiva de autógrafos com os autores e autoras que compõem a programação. A consagração final é o microfone aberto para o Sarau poético, aberto aos moradores, escritores, artistas e toda à comunidade local. Todos os quatro painéis temáticos terão tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). 

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Orquestra Sinfônica Jovem Criança Cidadã realiza segundo concerto oficial da temporada

A Orquestra Sinfônica Jovem, principal conjunto musical do projeto Orquestra Criança Cidadã, realiza seu segundo concerto da temporada nesta quinta (18), no Teatro de Santa Isabel. A apresentação tem início às 20h, com entrada gratuita mediante distribuição de ingressos uma hora antes do espetáculo. O programa conta com três peças dos períodos clássico e romântico: a abertura da ópera “Os mestres cantores de Nuremberg”, do compositor alemão Richard Wagner (1813-1883); o “Concerto para fagote em si bemol maior”, de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), dividido em quatro movimentos; e as "Danças polovetsianas", da ópera "O príncipe Igor", composta pelo russo Alexander Borodin (1833-1877). O maestro José Renato Accioly, regente da Sinfônica Jovem, comenta que selecionou a abertura operística de Wagner pela densidade sonora exigida para todos os naipes orquestrais: cordas, madeiras, metais e percussão. Já as “Danças polovetsianas”, explica, “extraem ritmos e escalas musicais do folclore russo e contêm trechos, como por exemplo para a clarineta, que costumeiramente caem em concursos para ingressos em orquestras profissionais”. Por sua vez, o fagotista Dayvison Gabriel da Silva faz sua estreia como solista na peça escrita por Mozart, expoente máximo da música austríaca. Ex-aluno do Conservatório Pernambucano de Música e atual estudante da Escola Técnica Estadual de Criatividade Musical, Dayvison celebra: “Tem sido uma experiência muito gratificante, a de poder desempenhar essa peça tão desafiadora, que é uma das mais famosas e complexas do repertório de fagote, estilisticamente falando”. A Sinfônica Jovem encerra a apresentação com um pot-pourri de três sucessos das festas juninas assinado pelo maestro Melquiades Claudino (Kidbone): “Asa branca”, Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, “Eu só quero um xodó”, de Dominguinhos, e “Olha pro céu”, de Luiz Gonzaga. A partir da próxima semana, o grupo irá se preparar para o Concerto de Aniversário de 18 anos da Orquestra Criança Cidadã, no dia 10 de setembro, novamente no Teatro de Santa Isabel. O calendário completo de apresentações está disponível online, no site do projeto social.

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Semana Hermilo em cartaz até domingo

Oferecida pela Prefeitura do Recife, programação celebra o autor, encenador, professor, crítico e ensaísta pernambucano Hermilo Borba Filho. Até domingo (14), serão apresentados, no teatro que leva o nome do homenageado, no Recife Antigo, mais quatro espetáculos, entre eles o inédito “Noite”, com texto de Ronaldo Correia de Brito   Em homenagem a um dos pioneiros e grandes defensores da literatura e do teatro enraizados na cultura popular nordestina, está em cartaz na cidade, até o próximo domingo (14), a Semana Hermilo. Após três dias de sucesso de público, nos últimos sábado, domingo e segunda (6, 7 e 8), a celebração a Hermilo, à sua estética e temáticas que revolucionaram o teatro nacional com seu realismo fantástico de raízes fincadas no solo seco do Nordeste, continua hoje (10) e na sexta (12), também às 19h, com mais dois espetáculos: “Terreiro Trajetória”, um solo de dança dedicado à cultura popular, com coreografia, encenação e produção assinados por João Lira, e o aguardado “Noite”, de Claudio Lira, que divide a produção com a Luz Criativa e terá sessão única na sexta, às 20h. O texto de Ronaldo Correia de Brito, “Noite”, estreia na Semana Hermilo, explorando os escombros da memória de duas velhas irmãs, Mariana (Zuleika Ferreira) e Otília (Márcia Cruz), confinadas em um antigo casarão decadente, transformado pela própria família em museu. Enquanto se confundem com as antiguidades expostas, sua sobrinha (Karinë Ordonio) serve como único elo com o presente. Perto da casa, um casal de namorados se joga na represa. Enquanto caminhões e escavadeiras trabalham noite adentro à procura dos corpos, as irmãs mergulham nos escombros de suas lembranças, revivendo afetos e refletindo sobre valores, família e amores, buscando nas ruínas da memória imagens possíveis de um novo futuro. O espetáculo terá uma breve temporada ainda neste mês de julho, no mesmo Teatro Hermilo. Encerrando a programação dedicada ao dramaturgo, filho da cidade e do imaginário de Palmares, os espetáculos “Matilda”, da Subitus Company, da UFPE, e “Baba Yaga”, da Cia de Repertório, serão apresentados no sábado e no domingo, respectivamente, às 19h. Com direção de Neves da Senna, “Matilda” é um musical inspirado no clássico filme, tão popular nas tardes da televisão brasileira. Já “Baba Yaga”, estrelado por Sonia Carvalho, com direção de Toni Rodrigues, explora o arquétipo da bruxa mais temida do folclore russo, dissecando a humanidade da vilã célebre em todo o leste europeu. Exposição -  Inaugurada na abertura da Semana Hermilo, está em cartaz também, no Teatro Hermilo, a exposição de longa duração “Luiz Marinho, um resgate do autor que veio da mata”, em homenagem a outro importante dramaturgo pernambucano, autor das peças “Um Sábado em 30” e “Viva o Cordão Encarnado”, membro da Academia Pernambucana de Letras e vencedor do Prêmio Molière de Teatro.  SEMANA HERMILO De 6 a 14 de julho No Teatro Hermilo Borba Filho  PROGRAMAÇÃO GRATUITA Dia 10 (quarta-feira) 16h/19h - Apresentação do espetáculo “Terreiro Trajetória” Dia 12 (sexta-feira) 20h -  Apresentação do espetáculo “Noite” Dia 13 (sábado) 19h -  Apresentação do espetáculo “Matilda” Dia 14 (domingo) 19h - Apresentação do espetáculo “Baba Yaga”

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4 imagens do Edifício Celso Furtado (ex-Sudene) Antigamente

A reportagem de capa da semana da Algomais apresenta algumas novidades do histórico Edifício Celso Furtado. A coluna Pernambuco Antigamente faz um passeio nos primeiros anos desse prédio que marcou a arquitetura pernambucana e brasileira. Antigo prédio da Sudene - Cidade Universitária, Inaugurado em 1974Foto: Recife de Antigamente Prédio da Sudene em construção. Cidade Universitária. Janeiro de 1971Foto: Recife de Antigamente Outra imagem aérea do prédio, nos anos 1970 O imponente prédio, um marco da arquitetura local e nacional

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A Confederação do Equador e a formação de uma identidade para Pernambuco

*Por Carlos André Silva de Moura É consenso entre pesquisadores que Pernambuco foi uma das localidades com movimentos sociopolíticos marcantes para a formação da nacionalidade, a constituição de identidades libertárias e o orgulho de um povo por sua História. Dentre os eventos que podem ser destacados, presentes em ações cotidianas, debates no ambiente escolar, nas marcas de diferentes lugares do Recife ou em datas cívicas, estão a Revolução Pernambucana (1817) e a Confederação do Equador (1824). O evento de 1824 se caracterizou como um movimento revolucionário, com ideais republicanos e separatistas, iniciado no dia 2 de julho e com desdobramentos em diferentes províncias do Norte do Brasil. Parte das discussões travadas após a Independência, em 7 de setembro de 1822, impactaram questões sociopolíticas e econômicas remanescentes dos acontecimentos de 1817. Tais problemáticas foram fortalecidas por insatisfações com os princípios monarquistas e centralizador de Dom Pedro I (1798-1834), especialmente, após a outorga da Constituição de 1824. Mesmo com a Independência, o imperador ainda estava atrelado à Coroa Lusitana, com a manutenção dos seus direitos sucessórios ao trono. Além dos fatores externos, os cidadãos em Pernambuco enfrentavam dificuldades econômicas e eram obrigados a pagar elevadas taxas ao Império, com a justificativa de financiar as guerras pós-independência. Para tentar resolver as questões internas, representantes da província esperavam uma Constituição federalista, com a concessão de autonomia a cada região. No entanto, a Carta Constitucional centralizou o poder, com insatisfações em diferentes localidades. Com a difusão do trabalho da imprensa, as críticas ao governo eram divulgadas em diferentes periódicos, a exemplo do jornal Typhis Pernambucano, dirigido por Frei Caneca, tornando-se fundamental para a propagação dos ideais revolucionários. Com o clima de tensão, Dom Pedro I nomeou um novo presidente para província, Francisco Paes Barreto, com a destituição de Manuel Paes de Andrade, que tinha sido escolhido pelas Câmaras de Olinda, Recife, Igarassu, Pau d’Alho, Cabo, Limoeiro e Sirinhaém. Com o aumento das tensões com o governo, o movimento revolucionário ganhou força nas ruas do Recife e teve adesão de alguns estrangeiros. Em 2 de julho de 1824, Manoel de Carvalho Paes de Andrade proclamou a Confederação do Equador, constituindo-se em uma nova República, com o objetivo de congregar em um mesmo Estado províncias que se estendiam da Bahia até o Grão-Pará. Além dos princípios republicanos, também foi defendido o fim do tráfico negreiro no porto do Recife e a abolição da escravidão, fato que causou inquietações entre alguns integrantes do movimento pelos possíveis impactos em seus negócios. A divisão entre alguns líderes da Confederação do Equador enfraqueceu a revolta e colaborou para a reação do Império. Após empréstimos concedidos pela Inglaterra e a contratação de tropas no exterior, em 29 de novembro de 1824, Dom Pedro I conseguiu sufocar o movimento, com o comando de Thomas Cochrane, em uma das mais violentas ações do período. Centenas de revoltosos foram presos, outros morreram em combate e 31 líderes condenados à morte, entre eles, o carmelita Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo – Frei Caneca. A história em torno da Confederação do Equador, dos seus personagens, especialmente Frei Caneca, contribuiu para a formação de uma identidade que foi reforçada a partir de diferentes iniciativas durante o Século 20 e em tempos recentes. Atualmente, o movimento é debatido em escolas, suas ideias refletidas a partir da construção de uma nacionalidade e do orgulho de se impor contra as injustiças de um determinado período histórico. Do mesmo modo, o religioso carmelita ocupa um espaço importante no imaginário social da atualidade, como um indivíduo que se manteve relutante diante das desigualdades e arbitrariedades. O conhecimento das formas de atuação dos líderes da Confederação do Equador é fundamental para a História de Pernambuco, com o desenvolvimento de uma identidade coletiva. As suas discussões têm impactos para que indivíduos possam se reconhecer em atos de coragem de atores sociais que colaboraram com a formação da nossa História. Carlos André Silva de Moura é historiador e professor da graduação e pós-graduação da UPE (Universidade de Pernambuco)

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Letras com ternura

*Paulo Caldas Seria uma saga, caso fosse uma obra ficcional, bem à feição do autor. Contudo, “Todos os amores de Lourdes- volume I” é um romance nascido do talento de Sidney Nicéas com a verossimilhança de Lourdes Alencar, reunindo fatos que só "a literatura ajuda a criar os laços que transcendem à percepção comum da realidade”, conforme revela verve do autor. Não obstante a obediência ao universo real, há trechos abraçados ao imaginário quando, por exemplo, resgatados da memória infantil da biografada, conforme revela o autor. Das letras enfileiradas afloram frases concebidas com absoluta naturalidade e o texto possui ternura, um jeito manso de conquistar o leitor desde a gênese, quando a menina brinca de viver e já desperta olhares lascivos, até a certeza que trabalho e amor têm o mesmo significado. Afinal, só o amor faz mover o mundo. O livro traz as orelhas e revisão da escritora Geórgia Alves, edição de Sidney Nicéas, Carlos Sierra e Ricardo Mituti, concepção de capa de Sidney Nicéas, pesquisa de Júlio Sartori e impressão da FacForm Gráfica. Os exemplares podem ser adquiridos com o autor pelo contato, fone/whatsapp 98833-8730. * Escritor

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Paulo Roberto Cannizzaro lança “Ainda há tempo Contemplando o Sol”

O consultor de empresas, advogado, escritor e poeta Paulo Roberto Cannizzaro lança seu mais novo romance, "Ainda Há Tempo, Contemplando o Sol". A obra, editada pela portuguesa Ipê das Letras, é uma narrativa envolvente sobre os deslocamentos de pessoas pelo mundo, um tema universal presente em todos os ciclos da experiência humana. Neste novo livro, Cannizzaro explora a rica miscigenação do Brasil, um dos países mais diversificados do mundo desde a colonização pelos portugueses até meados do século XX. Através de uma prosa cativante, o autor retrata a essência dessa diversidade, destacando a contribuição de vários povos na formação da identidade brasileira. Desde os indígenas, os primeiros colonizadores portugueses, até os imigrantes subsequentes, como franceses, holandeses, italianos, japoneses, alemães, entre outros, e os africanos trazidos como escravos, cada grupo deixou sua marca indelével na cultura e na sociedade brasileira. "Ainda Há Tempo, Contemplando o Sol" já foi lançado em Portugal e agora chega ao Brasil, trazendo consigo uma reflexão profunda sobre a formação e a riqueza cultural do país. O livro promete tocar o coração dos leitores e oferecer uma nova perspectiva sobre a história e a identidade brasileira através dos olhos de Paulo Roberto Cannizzaro. Confira abaixo um batepapo com o autor. Qual é o principal tema abordado no romance "Ainda Há Tempo, Contemplando o Sol"? Paulo Roberto Cannizzaro - É um romance simples, uma história singela e que o contexto é de um emigrante que sai fugido do Estados Unidos por ser um negro que se casa com uma branca, de uma família empresária americana. O pai é de origem de migrantes italianos, que também migraram para os Estados Unidos Quais são alguns dos povos mencionados que contribuíram para a formação da identidade brasileira, segundo o seu novo romance? Paulo Roberto Cannizzaro - Portugal, Itália, embora a imigração histórica no Brasil seja diversa, também de alemães, japoneses, e árabe, em períodos distintos. Como a sua origem familiar se relaciona com a história do romance? Paulo Roberto Cannizzaro - Minha família é de origem italiana, especificamente da Sicília, da cidade de Agrigento, com influência grega, Aragas, o número histórico. Agrigento é a cidade do Vale dos Templos dos deuses, que migraram para Juiz de Fora, Minas Gerais, para o exercício da profissão de alfaiates, uma profissão na época muito nobre na Europa. A escolha de Minas deve-se a dois fatores. Juiz de Fora tem algumas características parecidas com Agrigento, e tinha uma indústria têxtil nascente no Brasil. Num determinado momento histórico Juiz de Fora foi um polo importante industrial no Brasil. Qual é a principal crítica de Darcy Ribeiro à ideia de "democracia racial" de Gilberto Freyre? Como esse ponto se conecta com o novo romance? Paulo Roberto Cannizzaro - Darcy defendia a importância da miscigenação racial do Brasil, com imigrantes. O Brasil tem historicamente um ciclo de embraquecimento da identidade do brasileiro, oriundo dos negros e escravos, e dos índios, e depois com a imigração de estrangeiros o país adquire uma série de novas características culturais. Darci chamava que essa miscigenação é responsável pela nova originalidade embora isso devesse promover uma miscigenação econômica capaz de eliminar as desigualdades raciais. Freire não abordou essa realidade com tanta ênfase da perspectiva econômica, relevando muito mais a dimensão racial mesclada. Em que período histórico seu romance foca para abordar a imigração italiana para o Brasil? Paulo Roberto Cannizzaro - No último século. A imigração no Brasil se deu em várias épocas, de 1860 a 1960 imigraram cerca de 20 milhões de italianos, principalmente para os Estados Unidos, Brasil e Argentina. Esses ciclos se deram em vários momentos históricos, seja na primeira guerra, no colapso da crise americana, depois fortemente na segunda guerra mundial, e na sequência. Qual foi a profissão exercida pela sua família que inspirou o seu novo romance ao emigrar para o Brasil? Conte-nos um pouco dessa história. Paulo Roberto Cannizzaro - Todos os homens da minha família foram alfaiates, e a profissão de Alfaiataria se concentrou inicialmente em Campinas e em Juiz Fora, com dois desbravadores no Brasil, atividades que alimentou o mercado de São paulo e Rio de Janeiro, com a fundação de várias confecções e principalmente de malharias, e produção de roupas de "costumes", como eram conhecidos os trajes dos homens. Isso foi feito no início com tecido importado e depois com tecidos nacionais. Meu pai trabalhou numa das grandes malharias, meu avô fundou uma Alfaiataria que ficou famosa, chamada ALFAIATARIA CANNIZZARO No seu livro, no contexto histórico o senhor informa que o fim do tráfico de escravos incentivou a imigração europeia para o Brasil. Está correto? Paulo Roberto Cannizzaro - Muito, foi determinante, e principalmente pela melhor mão de obra nas plantações de café, no açúcar, e depois no processo de industrialização, no início do século, no trabalhismo de Getúlio, na indústria nacional com Juscelino. O Brasil não tinha mão-de-obra especializada. Quem foi Bernardo Mascarenhas e qual foi sua contribuição para a cidade de Juiz de Fora? Paulo Roberto Cannizzaro - Um visionário empresário que monta uma indústria têxtil em Juiz de Fora, e uma usina de energia que alimenta o estado de Minas, a energia para as indústrias, é a primeira usina elétrica na América Latina. Como o romance conecta a história de amor entre um negro e uma mulher branca com a imigração e a industrialização no Brasil? Paulo Roberto Cannizzaro - Estão vinculados uma história de um negro que foge dos Estados Unidos pela chaga do preconceito de uma família americana branca, da grande elite social, a necessidade do homem trabalhar, em emprego escasso, a perspectiva do Brasil ser um país que está empregando, e que acolhe imigrantes com maior facilidade. É possível dizer que o Brasil ainda é uma das nações mais acolhedores do mundo para imigrantes, e que nosso preconceito seja muito mais econômico do que racial, mesmo que se reconheça haver preconceitos, no entanto, muito menos acentuado como a sociedade americana, por exemplo; O senhor cita que Juiz de Fora foi chamada de "a Manchester brasileira"? De alguma

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Festival Pernambuco Meu País terá 24 dias de shows

O Festival Pernambuco Meu País vai reunir artistas regionais e nacionais em apresentações gratuitas realizadas em cidades do Agreste e Sertão, de 12 de julho a 1º de setembro. Entre os artistas que irão se apresentar estão os pernambucanos Alceu Valença, Duda Beat e Lenine. Vanessa da Mata, Chico César, Carlinhos Brown, Ana Carolina e Maria Gadú são outros nomes na programação. O evento vai percorrer as cidades de Taquaritinga do Norte (12 a 14 de julho), Bezerros/ Serra Negra (19 a 21 de julho), Gravatá (26 a 28 de julho), Pesqueira (2 a 4 de agosto), Caruaru (9 a 11 de agosto), Triunfo (16 a 18 de agosto), Arcoverde (23 a 25 de agosto) e Buíque (30 de agosto a 1º de setembro). O festival vai homenagear dois pernambucanos: o artista plástico Abelardo da Hora e o percussionista Naná Vasconcelos. Além das apresentações musicais, o evento conta também com exposições e atividades de artes visuais; exibição de filmes, atividades de circo; apresentações de dança; atrações de design e moda; debates e palestras sobre o mercado de arte e cultura; além de mostras de fotografia; gastronomia; ações de literatura; de teatro e ópera; e feiras de artesanato. Confira a programação no site da Secretaria de Cultura do Estado (https://abrir.link/ToHlo)

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