Arquivos Cultura e história - Página 332 de 354 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Cultura e história

Sítio Trindade abre inscrições para Oficina de Circo

As artes circenses bem pertinho de você e, o melhor, gratuitamente. Estamos falando da Oficina de Circo que o Sítio Trindade, equipamento cultural da Prefeitura do Recife, oferece a partir do dia 6 de fevereiro, ao público em geral. As inscrições já estão abertas e os interessados podem se dirigir diretamente ao Sítio na Estrada do Arraial, 3.259, em Casa Amarela, Recife. A idade mínima para participar da oficina é de 16 anos. O instrutor da atividade será Ivo Amaral. As aulas serão realizadas nas terças e quintas, das 9h às 12h, na lona de circo montada no local. Os participantes terão a oportunidade de conhecer os fundamentos básicos do malabarismo com bolas, arcos e claves; do equilíbrio na corda bamba (com o slackline); e da acrobacia aérea. Quem tiver seu próprio material de malabarismo, pode levar para a oficina, que pretende unir desde pessoas que querem se iniciar nas artes circenses, até aqueles que já possuem alguma técnica e queira compartilhar. Serviço: Oficina de Circo no Sítio Trindade, com Ivo Amaral Quando: a partir de 6 de fevereiro Horário: 9h às 12h, terças e quintas-feiras. Local: Sítio Trindade, Estrada do Arraial, 3.259, Casa Amarela, Recife Faixa Etária: A partir dos 16 Anos Inscrições gratuitas Informações: 3355.3410

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Reserva do Paiva recebe gravação do filme Piedade

As belezas naturais e os grandes empreendimentos da Reserva do Paiva foram, mais uma vez, escolhidos para compor as locações de longas-metragens nacionais, desta vez como um dos cenários de Piedade, do premiado diretor pernambucano Cláudio Assis, conhecido por filmes como Amarelo Manga (2002) e A Febre do Rato (2011). Cauã Reymond, Matheus Nachtergaele, Gabriel Leone e Fernanda Montenegro estão entre os astros que compõem o time de peso do longa. A expectativa é de que as gravações ocorram nas próximas semanas. As cenas, que serão protagonizadas por Nachtergaele e Leone, ocorrerão em dois locais: no empreendimento “Novo Mundo Empresarial”, escolhido pela equipe do longa por ser uma construção com uma beleza arquitetônica diferenciada e moderna, além de oferecer uma estrutura completa e incomum ao que o mercado local oferece; e na ponte Arquiteto Wilson Campos Júnior. Além disso, o Espaço de Vendas, próximo aos cenários escolhidos, será um dos principais pontos de apoio para toda a equipe durante as filmagens. Para Camila Valença, produtora do longa, a escolha pela Reserva do Paiva também está relacionada à importância do bairro para Pernambuco. “É um ambiente seguro, bonito e no litoral do Estado, ambiente no qual se passa a trama. Além da Reserva do Paiva, também vamos filmar no Cabo de Santo Agostinho e em Suape”, comenta Valença. Ainda não há uma data prevista para o lançamento de Piedade nas grandes telas. Antes, em 2012, a Reserva do Paiva, com sua praia e beleza natural preservada, foi escolhida como um dos cenários do filme Paraísos Artificiais, vencedor de quatro prêmios no Cine-PE sendo, um deles, o de Melhor Fotografia. Na ocasião, a praia do Paiva recebeu mais de dois mil figurantes, além dos protagonistas Nathalia Dill e Luca Bianchi.

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Cineasta pernambucana lança novo longa na Mostra de Cinema de Tiradentes

O documentário longa-metragem Modo de Produção, da pernambucana Dea Ferraz, foi exibido nesta quinta-feira (26), na 20ª Mostra de Cinema Tiradentes, em Minas Gerais. A produção faz do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ipojuca (PE) seu personagem central. Depois do forte Câmara de Espelhos, lançado no último Festival de Brasília, Modo de Produção mantém a pegada urgente, se mostrando um filme atual e necessário por refletir possibilidades de um olhar sobre instâncias como Trabalho, Estado, Justiça, Sindicato e uma massa de trabalhadores à mercê de mecanismos burocráticos que transformam a vida em espera. Aposentadorias, demissões, relações de trabalho e um suposto desenvolvimento econômico-social que se avizinha como uma miragem distante ou, quem sabe, fantasma: o Porto de Suape e suas promessas. Modo de Produção nasce em 2013. Seu argumento recebeu o prêmio Rucker Vieira, para produção de um curta-metragem. O desejo era o de falar sobre a forte ideia de progresso e desenvolvimento imposta pela mídia, Governo e setores da sociedade civil diante do que era “vendido” como principal saída para o desenvolvimento social do Estado. Em 2015, após a diretora perceber que o curta não comportava a riqueza do material captado, o projeto recebeu apoio para a montagem do longa-metragem pelo Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura). Com os olhos mais livres, num contexto de país completamente transformado, as imagens foram revisitadas por Dea e o parceiro neste trabalho Ernesto de Carvalho, montador. Foi assim que o filme ganhou outra dimensão. “Nesse reencontro com o material, percebemos que Suape já não era a questão, tinha virado passado. Tinha algo mais forte ali: as relações de trabalho, o abismo entre Estado e cidadão, a distância entre direitos e realidade”, reflete a diretora. Para além do registro dessa suposta transição de modo de produção, que seria da cana-de-açúcar para a indústria, o filme ganha contornos extremamente atuais. “Suape não é o foco, mas está no extra campo desse Sindicato e portanto na vida desses homens e mulheres - mas, mais do que isso, o filme pra mim é um retrato brutal de um sistema que oprime e isola. O retrato da lógica de exploração do Capital, de mãos dadas com Estado e Justiça”, completa Ferraz. A capacidade de observar é desafio do documentário, onde tudo parece se desenrolar diante da equipe, como situações e histórias prontas. “Havia algo da experiência física que me soava muito potente e mesmo entendendo a interferência que uma equipe de filmagem causa num ambiente como esse, apostei nessa abordagem porque - nesse espaço - acreditei que a interferência se daria mais de uma forma a potencializar do que intimidar”, conta Dea sobre o processo de filmagem, que priorizou perceber a imagem numa ordem menos descritiva, menos narrativa, e mais como experiência. A força e o desejo de compartilhar a experiência da imagem, a espera, o tempo, a situação que se forma diante do espectador. Num mundo onde a informação, a agilidade, a virtualidade transformam a sensorialidade das pessoas, Modo de Produção caminha pro lado oposto, tentando mergulhar o espectador na fala e no silêncio do outro, para quem sabe reencontrar o silêncio em si. “Porque dentro daquelas paredes parecia caminhar toda a história do Brasil. As escolhas econômicas de um país que faz suas apostas em modelos de desenvolvimento que parecem estar sempre um passo atrás. Tangendo uma massa de trabalhadores - como gados - de uma lado a outro, sem nenhum investimento na formação básica desses homens e mulheres, que vão e vêem porque precisam sobreviver. O capital em seu mais alto grau de perversidade”, observa a diretora.

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Sítio Trindade oferece mini oficina de jardinagem gratuita

Você gosta de cultivar plantas em casa ou na varanda do seu apartamento e não tem muito jeito para a coisa? Que tal aprender técnicas fáceis e básicas gratuitamente para cuidar melhor do seu jardim? A partir da próxima segunda-feira (30), o Sítio Trindade, em Casa Amarela, estará oferecendo a Mini Oficina de Jardinagem, das 9h às 11h, com aula ministrada pelo facilitador Marcelo Muniz. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no próprio Sítio, localizado na Estrada do Arraial, em Casa Amarela, Zona Norte do Recife. A mini oficina será realizada nos dias 30 e 31 de janeiro, 2,3 e 6 de fevereiro. Os participantes terão dois dias de aulas teóricas, em que receberão informações sobre conceitos básicos da jardinagem, tipos de plantas, dicas de poda, entre outras. Nos demais dias, o trabalho é botar a mão na terra, com aulas práticas nos jardins do próprio Sítio Trindade. A idade mínima para participar é de 14 anos. Informações pelo telefone: 3355.3410.

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Iraq sedia show inédito da paulista Paula Cavalciuk

As portas do Wow Vegan Club (conhecido como Iraq) estarão abertas, no próximo sábado (28), para quem quiser conferir o som da cantora e compositora sorocabana Paula Cavalciuk. A artista apresenta show inédito de seu primeiro CD, Morte & Vida, responsável pela sua indicação na categoria artista revelação da música brasileira em 2016 pelo júri da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte). O evento começa às 21h e os ingressos são R$ 15,00 (antecipado) e R$ 20,00 (na hora). O WoW Vegan Club fica na Rua do Sossego, 170, Boa Vista. A noite conta ainda com discotecagem de Evandro Q! (anfitrião da casa) e Guilherme Gatis. Morte & Vida recebeu os cuidados de Gustavo Ruiz e Bruno Buarque na produção musical e tem, entre as participações especiais, Kiko Dinucci (Metá-Metá) e Fernanda Teka (Autoconceito). Paula e seus trabalhos ganharam destaque em diversas mídias pelo país e colecionam elogios, como um de Gilberto Gil, que indicou a faixa "Maria Invisível" (do EP Mapeia, 2015) nas redes sociais. Com Paula à frente das composições, letras e interpretação, o novo trabalho tem onze faixas ricas e atuais, indo do rock'n'roll visceral à singeleza da guarânia paraguaia. Por esse motivo, a artista define seu estilo como "pop planetário". O show integra a série de apresentações intituladas 'Crime!', eventos que acontecem pontualmente no local e que cumprem uma agenda de oportunidade a artistas autorais que não possuem ainda grande projeção ou precisa ao menos ter seu trabalho conhecido na cidade de Recife. Realizado no quintal de uma casa no bairro da Boa Vista há três anos, o evento é realizado quase sempre gratuitamente e para convidados amantes da música e formadores de opinião. O DJ Evandro Q? é o curador e produtor de todas as edições por onde passaram bandas como: Graxa, Novanguarda, Campo Minado, Rieg, Hrönir, Rabujos e Monstro Amor, entre outras.

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IRB reúne ampla seleção de obras de Debret

O Instituto Ricardo Brennand apresenta mais uma exposição anual, de 3 de fevereiro a 2 de abril: Debret e a Missão Artística Francesa no Brasil - 200 Anos, marcando os dois séculos chegada do artista europeu ao Brasil. Convidado por Dom João VI a retratar as cenas monárquicas e estruturar a Escola de Belas Artes, o artista se dedicou também a realizar um impressionante número de mais de 700 desenhos, em grande parte aquarelas, reproduzindo o dia a dia da população da cidade sede do então Reino unido de Portugal, Brasil e Algarves. No Recife, esta mostra, que já passou pelo Museu da Chácara do Céu, em Santa Tereza (RJ), e por Paris, na Maison de l'Amérique Latine, terá um recorte especial com 79 aquarelas e um exemplar do livro Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, pertencentes aos Museus Castro Maya; integrando ainda a pintura a óleo Mercado de Escravos de Valongo (Rio de Janeiro), do acervo permanente do colecionador pernambucano Ricardo Brennand. A exposição retrata as várias camadas da população brasileira da época, passando por índios, escravos africanos, caboclos, mestiços, e europeus, ricos e pobres. "Mercado de Escravos do Valongo é um quadro incomum na obra de Debret, a qual, pelo que sabemos, contém poucas obras pintadas a óleo que não foram feitas para os soberanos ou para a Corte. Durante muito tempo, considerou-se que havia sido pintada por Nicolas-Antoine Taunay, e apenas recentemente sua autoria foi, com razão, atribuída a Debret pelo comitê de especialistas reunidos na preparação da obra de referência Debret e o Brasil: obra completa, 1816-1831", explica Jacques Leenhardt, filósofo e sociólogo francês, curador da exposição. Seguindo a ordem da Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, as obras selecionadas para a mostra foram divididas por temas, que serão alocadas na Sala da Rainha, na Pinacoteca do IRB. Entre as seções estão: "Os dois ateliês: Ateliê da Corte, Ateliê da Rua", "A Casta selvagem" e "A vida dos negros no mundo da escravidão". "Debret sempre enfatiza a importância das culturas próprias dos índios e africanos, mesmo quando destroçadas. Ele mostra como a escravidão marca todas as instâncias da vida no Rio de Janeiro (a violência escravocrata) e registra a riqueza cultural daqueles que foram os vencidos da situação colonial", diz o curador. O principal objetivo da "Missão Artística Francesa" que chegou ao Brasil, no Rio de Janeiro, em março de 1816, era fundar a Escola de Belas Artes. Além disso, os pintores estrangeiros iriam divulgar através de suas obras a imagem modernizada da cidade que acabava de se tornar sede do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. No entanto, em 1831, voltando à França, Jean-Baptiste Debret levou o registro aquarelado de tudo o que viu nos anos vividos no Brasil e que nunca havia mostrado durante a sua estadia. Publicou então uma das mais importantes contribuições à história: o livro _Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil (1834-1839). _Na obra, o autor documentou, em comentários detalhados, aspectos das diferentes populações que constituíam a sociedade brasileira no início do século XIX, além de uma história da transformação da colônia portuguesa no império brasileiro. JEAN-BAPTISTE DEBRET - Nascido em Paris em 1768 e oriundo de uma família que já se interessava pela arte, Debret trabalhou junto ao grande pintor Jacques-Louis David ao serviço da glória de Napoleão Bonaparte. Já em 1816, Debret veio para o Brasil junto a um grupo de artistas franceses para fundar uma Academia de Belas Artes no Rio de Janeiro. Mas apenas em 1827 foi inaugurada a Imperial Academia de Belas Artes. Já em 1816, para o Regente, Debret começa a trabalhar para a Corte: "Coroação de D. Pedro I", "O Desembarque da Imperatriz Leopoldina", cenários do Teatro Imperial e "Alegoria do segundo casamento de D. Pedro I" são obras desse período. A obra que realizou no Brasil foi imensa: cenas brasileiras, pinturas para o pano de boca do Teatro São João, trabalhos de ornamentação para a cidade do Rio de Janeiro para festas públicas e oficiais, assim como solenidades da aclamação de D. João VI. Debret, certamente, é o artista da Missão Francesa mais conhecido pelos brasileiros, por seus trabalhos que documentam a vida no Brasil durante - reinado e primeiro império - e muito reproduzidos nos livros escolares.

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Reserva do Paiva recebe II Encontro de Automóveis Antigos

A Reserva do Paiva vai receber, no sábado (28), a segunda edição do Encontro de Automóveis Antigos, evento dedicado aos amantes dos carros de modelo clássico. Realizado pelo Empório Gourmet, o encontro reunirá colecionadores do Clube de Automóveis Antigos de Pernambuco (Caape), considerado o maior do Nordeste. A exposição tem início marcado para as 10h. A entrada é gratuita. A data escolhida para a realização da segunda edição do evento foi mais que especial. É que no último sábado do mês de janeiro, é comemorado o Dia Estadual do Antigomobilista. A data foi instituída em 2011 pelo Governo de Pernambuco para homenagear aqueles que cultivam a paixão por carros antigos, resgatando a história dos automóveis a partir de restaurações e recuperações de modelos já não produzidos, a fim de mantê-los em perfeito funcionamento. Durante o evento, o público poderá ver e conhecer verdadeiras raridades automobilísticas nacionais e importadas produzidas entre as décadas de 20 e 80, como o Chevrolet Bel Air, Ford 29, Opala e Dodge Dart. Além da exposição, o encontro também terá com um espaço para compra e venda de veículos, demonstrações de estauração, brinquedos infantis para as crianças brincarem durante todo o dia enquanto os pais apreciam os automóveis. Para outras informações: (81) 3102.1062.

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Manuel Bandeira: Reflexões ainda natalinas

Natal, em verdade, é uma data religiosa, embora para a maioria das pessoas seja apenas como um feriado que se comemora a cada 25 de dezembro. No Egito, onde se originou, celebrava o nascimento de Amon Ra, o Deus Sol, todavia no século III passou a ser utilizada pela Igreja na conversão dos povos pagãos subjugados pelos romanos. A partir daqueles dias, quase todos os povos, inclusive os não cristãos, comemoram o Natal, preservados costumes como a troca de presentes, a árvore, os cartões de boas-festas, a música e os enfeites, tudo coroado com a ceia natalina e o sorriso cativante do Papai Noel, essa figura que no imaginário das crianças lhes traz o tão desejado brinquedo. Talvez seja por todo o seu encanto, que o Natal também desperta poesia. Como despertou esta: Espelho, amigo verdadeiro, / Tu refletes as minhas rugas,/ Os meus cabelos brancos, /Os meus olhos míopes e cansados / Espelho, amigo verdadeiro, | Mestre do realismo exato e minucioso,/ Obrigado, obrigado! /Mas se fosses mágico, /Penetrarias até ao fundo deste homem triste, /Descobririas o menino que sustenta esse homem, /O menino que não quer morrer, / Que não morrerá senão comigo. /O menino que todos os anos na véspera de Natal / Pensa ainda em pôr os seus chinelinhos atrás da porta. Essa poesia, Versos do Natal, foi composta em 1940, pelo então já cinquentenário Manuel Bandeira, um dos mais importantes poetas brasileiros de todos os tempos (Vou-me Embora pra Pasárgada, magistralmente parodiada por Jessier Quirino, é um dos seus mais famosos poemas). Foi com a voz do coração que Manuel Bandeira cantou a vida, a morte, o amor, o erotismo, a solidão, o cotidiano, a infância. Nascido no Recife, em 19 de abril de 1886, cedo começou a escrever seus primeiros versos, sem cogitar ser poeta. Tanto que foi para São Paulo, estudar arquitetura, curso que veio a abandonar um ano depois, por haver contraído tuberculose, a mais devastadora doença daquela época. Nascido de família abastada, no entanto, não teve dificuldade para buscar tratamento em estâncias climáticas de Teresópolis e Petrópolis, no Rio de Janeiro, e como não obteve êxito, partiu para a Suíça. Ali ele passou a conviver com o poeta francês Paul Éluard, que o colocou a par das inovações artísticas que vinham ocorrendo na Europa. Àquela altura, a poesia começava a adquirir dimensão maior em sua vida. E ele passou a buscar saber mais, cada vez mais. Com Charles de Guérin conheceu as rimas toantes, e sob a influência de Apollinaire, Charles Cros e Mac-Fionna Leod, escreveu, em 1912, seus primeiros versos livres, sem sequer desconfiar que, anos depois, seria considerado o mestre do verso livre no Brasil. Para chegar a tanto, o caminho foi atapetado por poesia de excepcional inspiração. Em 1917, lançou A Cinza das Horas, seu primeiro livro. Dois anos depois, Carnaval, e assim trilhou a estrada da consagração. Em 1921, conheceu Mário de Andrade, o pai do modernismo, e passou a colaborar com a revista Klaxon, inicialmente com o poema Bonheur Lyrique, enquanto para a Semana de Arte Moderna de 1922, enviou o poema Os sapos. A obra de Manuel Bandeira adquiria a vastidão que a genialidade do artista merecia. A Cinza das Horas, Carnaval, Os Sapos, O Ritmo Dissoluto, Libertinagem, Estrela da Manhã, Crônicas da Província do Brasil, Guia de Ouro Preto, Noções de História das Literaturas, Lira dos Cinquent'Anos, Belo Belo, Mafuá do Malungo, Literatura Hispano-Americana, Gonçalves Dias, Opus 10, Itinerário de Pasárgada, De Poetas e de Poesias, Flauta de Papel, Estrela da Tarde, Vou-me Embora pra Pasárgada, Andorinha, Estrela da Vida Inteira, Evocação do Recife, Colóquio Unilateralmente Sentimental, falam por si. No livro Libertinagem ele ironizou a própria tuberculose, com este diálogo imaginário: - Diga trinta e três. - Trinta e três, trinta e três, trinta e três... - Respire - O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado. - Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax? - Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino. Já em Evocação do Recife, ele revive a infância, descrevendo o Recife do fim do século 19, incorporando temas ligados à cultura popular e ao folclore. Você acha que parou aí? Enganou-se. Como biógrafo, ele escreveu para a livraria espanhola El Ateneo, sobre a vida de Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Castro Alves. Para rádios e jornais de todo o Brasil, escreveu crônicas, especialmente sobre poesia. Foi professor de literatura do Colégio Pedro II e de literatura hispano-americana da Faculdade Nacional de Filosofia. Teve livros publicados na Europa e Estados Unidos. Foi membro de Academia Brasileira de Letras, e não ficou só nisso, o que já seria bastante. Também foi tradutor. Verteu para o português Macbeth, de Shakespeare; La Machine Infernale, de Jean Cocteau; Juno and the Paycock, de Sean O'Casey; The Matchmaker, de Thorton Wilder; Mireille, de Fréderic Mistral; Don Juan Tenorio, de Zorrilla; Colóquio-Sinfonieta, de Jean Tardieu; Prometeu e Epimeteu, de Carl Spitteler; The Rainmaker, de N. Richard Nash; Der Kaukasische Kreide Kreis, de Bertold Brecht; O Advogado do Diabo, de Morris West; Pena ela ser o que é, de John Ford; Os Verdes Campos do Eden, de Antonio Gala; A Fogueira Feliz, de J. N. Descalzo; e Edith Stein na Câmara de Gás, de Frei Gabriel Cacho. Mais do que traduzir obras literárias, no entanto, Manoel Bandeira soube traduzir as dores e os amores que fazem a eterna contradição de Eros e Thanatos. A propósito, fique com Estrela da Tarde, uma das suas obras imortais; A vida/ Não vale a pena e a dor de ser vivida/ Os corpos se entendem mas as almas não. /A única coisa a fazer é tocar um tango argentino. /Vou-me embora pra Pasárgada! /Aqui eu não sou feliz. / Quero esquecer tudo: / A dor de ser homem... / Este anseio infinito e vão / De possuir o que me possui. / Quero descansar / Humildemente pensando na vida e nas mulheres / que

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Literatura e psicanálise de mãos dadas (por Paulo Caldas)

De repente, no final do ano de 2016, é lançada outra coletânea no cenário das letras pernambucanas - Escrituras III - Manuscritos de Viagem, organizada pela escritora Lourdes Rodrigues com textos dos participantes da Oficina de Criação Literária Clarice Lispector. Segundo ela, a oficina criada em 2006 no âmbito da Associação Traço Freudiano Veredas Lacaniana, escola de psicanálise, “mantém estreito vínculo entre a Literatura e a Psicanálise”. Ela conta com maestria o nascer, o crescer e o findar, no conto William Wilson de Edgar Allan Poe, “referência de estudos literários sobre o ‘duplo’, há mais de um século”. Nos textos bem elaborados, é visível a criatividade, virtude que não pode ser ensinada conforme a organizadora, “mas consegue se desenvolver por meio de desafios que impulsionam sujeito criador”, argumenta. Dentre os participantes da coletânea aparecem nomes já publicados, caso da própria Lourdes, de João Gratuliano e César Garcia. No conteúdo, o livro cumpre o percurso dos viageiros (codinome dos participantes dessa obra) pelos mares das palavras, adota o rumo de um barco imaginário, que obedece a escalas inadiáveis pelos portos dos desafios. Durante cada uma dessas abordagens lítero psicanalistas, os autores fazem agradáveis visitas a Edgar Allan Poe, Raduan Nassar, Lígia Fagundes Teles ou mostram o perfil inocente dos bichinhos, tal o pato de Andersen.  Navegam ainda um périplo intimista, viagem em torno de si mesmo ou aportam pelos dramas do cotidiano. Trata-se de um livro que vale a pena conhecer e como vale, pois ainda reúne ilustrações de alguns dos autores, traços inspirados que adornam uma edição bem elaborada com a assinatura de Tarcisio Pereira Editor. Interessados em adquirir a obra, contatar via marilurde@gmail.com

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Como jogar vídeo game na infância pode ajudar no futuro profissional?

*Por Geronimo Theml Vilão em muitos famílias especialmente no período de férias em que as crianças ficam com muito tempo livre, o vídeo game pode ser, sim, uma forma de ajudar crianças a desenvolverem habilidades que serão úteis no futuro profissional. E este é um bom momento para começar a trabalhar essas competências por meio do brincar, de forma lúdica. Basicamente, há dois tipos de habilidades exigidas no mercado de trabalho. O primeiro grupo são de competências técnicas. Um jornalista precisa saber escrever e apurar uma notícia. Um piloto de avião precisa saber colocar o equipamento em vôo. Um advogado precisa ter OAB e saber fazer uma petição. Um profissional precisar ter habilidades técnicas para exercer a sua profissão. E existe um outro grupo de competências, as habilidades comportamentais. Elas dizem respeito a como aquele colaborador vai se comportar profissionalmente na empresa. E é fato que o mercado de trabalho cada vez mais contrata por habilidades comportamentais e menos por habilidades técnicas. Claro que se uma empresa vai contratar, por exemplo, uma pessoa de estatística, esse profissional tem de ter o mínimo da habilidade técnica, precisa saber alguma coisa de estatística, mas, de forma geral, o profissional que acaba contratado não é necessariamente aquele que sabe mais, mas aquele que tem as melhores habilidades comportamentais. É quem é pontual, focado, que tem resiliência e sabe analisar problemas... E isso pode ser treinando desde criança por meio do vídeo game. Normalmente, a criança adora que os pais participem das brincadeiras, mas nem sempre eles podem brincar por conta da rotina do trabalho. A sugestão é marcar hora para jogar vídeo game. Os pais podem dizer: "filho, amanhã, às sete horas da noite, eu vou jogar contigo. Mas eu vou estar aqui às sete. Se você não estiver aqui às sete, eu não vou jogar com você, heim?" A criança vai começar a aprender a monitorar a hora e a ter responsabilidade. Se ela estiver lá na hora marcada, dê os parabéns, aperte a mão, dê um abraço e, assim, você vai reforçando o mérito de ela ter chegado na hora. Esta é uma forma de seu filho começar a desenvolver a habilidade da pontualidade. Mas há um porém. Um dos maiores erros dos pais com os filhos é não cumprir combinados. Marcar de brincar e não comparecer. Ou marcar uma hora e não chegar pontualmente. Ou ver o filho se atrasar e jogar vídeo game assim mesmo. Em qualquer hipótese se está treinando uma característica comportamental na criança. Para o bem ou para o mal. Se o pai não é pontual, acaba ensinando ao filho que ele pode se atrasar e que está tudo bem. As habilidades de tomar decisões e de ter foco naquilo que se decidiu também podem ser desenvolvidas jogando vídeo game. É comum que as crianças queiram trocar de brincadeira muitas vezes. Bota um jogo e logo quer brincar de outra coisa. E isso é um pezinho na procrastinação e na ansiedade, que é quando o adulto fica pulando de tarefa em tarefa. Para ajudar a desenvolver essas competências é preciso estabelecer um prazo. Você pode dizer: "Olha, filho, eu vou jogar contigo, mas nessa uma hora a gente vai jogar pelo menos 30 minutos do jogo que você escolher. Então, escolhe bem o que você quer". A partir dai, jogue com foco total, desconecte-se do computador, do celular, do mundo. O seu mundo naquele momento é o seu filho. Outra coisa simples é fazer duas perguntas ao final do jogo. Elas fazem toda a diferença no desenvolvimento de habilidades comportamentais das crianças. A primeira delas é: "O que você aprendeu dessa vez com esse jogo?" O meu filho, por exemplo, adora jogos de futebol. Uma vez, ele me respondeu: "Ah, papai, não dá para jogar com a Itália". Está tudo bem, este é o nível de desenvolvimento dele, e você está ajudando-o a desenvolver a habilidade de fazer uma análise daquilo que saiu errado. A segunda pergunta é: "Por que valeu a pena? O que foi legal na nossa brincadeira?" É uma forma de ele começar a ver o lado positivo das coisas. Todas essas são habilidades comportamentais que podem ser muito úteis no futuro do filho. Mas elas não serão adquiridas logo no primeiro dia. As competências comportamentais, como o próprio nome diz, são comportamentos e, como tais, são adquiridos em geral pela repetição. Então, aproveite o final das férias escolares para, com o vídeo game, repetir a rotina de marcar a hora, escolher o jogo, manter o foco, analisar o que poderia melhorar, o que foi de bom e, assim, ir desenvolvendo habilidades que são necessárias no mercado de trabalho de hoje. * Geronimo Theml é coach de coaches, especialista em produtividade e empreendedor. Largou um emprego público de advogado da União para viver sua paixão. É o idealizador da Academia da Produtividade, onde ensina técnicas testadas para produzir mais resultado, com menos esforço e com mais felicidade. Criou também o Programa Profissão Coach, onde capacita coaches a terem sucesso profissional. É palestrante internacional, especializado em mudança de comportamento, empreendedorismo e aumento de produtividade.

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