Brasil precisará formar 3 mil técnicos por ano para expandir produção de hidrogênio verde
Pesquisa do Senai aponta demanda crescente por trabalhadores qualificados para garantir transição energética e expansão do hidrogênio verde. Imagem criada com IA pelo Bing Image Creator (Com informações da Agência Brasil) O Brasil precisará formar quase 3 mil técnicos e trabalhadores qualificados anualmente para garantir a expansão da produção de hidrogênio verde, um combustível limpo considerado essencial para a transição energética. A pesquisa foi realizada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e identificou a necessidade de profissionais em diferentes níveis de qualificação, destacando a importância de técnicos especializados para a instalação e manutenção das plantas de produção do combustível. No nível médio, que abrange técnicos e trabalhadores qualificados, o estudo aponta uma demanda de 2.863 novos profissionais por ano. Outros 2.248 trabalhadores semiqualificados serão necessários em áreas de menor complexidade. O Senai tem investido na formação de mão de obra, com a criação de um centro de excelência no Rio Grande do Norte e cinco laboratórios regionais dedicados à educação profissional e superior, além de um curso de pós-graduação. "O segundo movimento será direcionado à instalação e operação das plantas, que exigirá profissionais de nível técnico”, explica Felipe Morgado, superintendente de Educação Profissional e Superior do Senai. O hidrogênio verde é obtido por meio de processos que utilizam energia limpa, como a eletrólise da água, e pode ser usado em setores intensivos em energia, como transporte e siderurgia, contribuindo para reduzir as emissões de CO₂. A expansão desse mercado depende da formação de uma força de trabalho especializada e da implementação de políticas públicas favoráveis, como o marco legal do hidrogênio sancionado recentemente pelo presidente Lula, que estabelece incentivos para o setor. Além disso, o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC) segue em tramitação, prevendo R$ 18,3 bilhões em créditos fiscais até 2032 para estimular setores industriais como fertilizantes, siderurgia e petroquímica. "A formação técnica especializada é fundamental para o sucesso da transição energética no Brasil", ressalta o estudo do Senai.