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Startups desenvolvem sistema que detecta febre a distância

Os pacientes que chegam ao Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, têm a temperatura medida automaticamente a distância por um sistema de visão computacional instalado em um totem próximo à recepção. Composto por uma câmera termográfica e algoritmos de reconhecimento facial, o sistema escaneia o rosto e mede a temperatura de forma automatizada. Ao detectar que o paciente está com febre – um dos sintomas da COVID-19 –, a tecnologia de inteligência artificial envia um alerta por smartphone para a equipe de enfermagem de plantão dar início rapidamente ao protocolo de triagem e isolamento, de modo a evitar a possibilidade de contágio do vírus SARS-CoV-2 no ambiente hospitalar. Batizado de Fevver (em alusão à palavra febre, em inglês, grafada com duas letras v), o sistema foi desenvolvido conjuntamente por duas startups paulistas de inteligência artificial – a Hoobox e a Radsquare, alocadas na incubadora de startups do Hospital Albert Einstein, a Eretz.bio. A Hoobox é apoiada pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE). “Sabíamos que se juntássemos as tecnologias que desenvolvemos conseguiríamos detectar febre com alta precisão”, diz à Agência FAPESP Paulo Gurgel Pinheiro, CEO da Hoobox.  Atualmente em fase de escalonamento, o Fevver é baseado em uma tecnologia de detecção de faces desenvolvida pela Hoobox por meio de um projeto apoiado pelo PIPE-FAPESP (leia mais em agencia.fapesp.br/29630/). Para detectar febre, em uma primeira etapa a tecnologia identifica o rosto e extrai pontos dos cantos ao redor dos olhos com alta precisão, descartando ruídos fisiológicos, como o suor.  Por meio de uma tecnologia de análise de detecção térmica de radiação de energia infravermelha (termografia), desenvolvida pela Radsquare, é medida a temperatura dos cantos dos olhos, onde estão localizados os canais lacrimais. “Como são estruturas sem cobertura epidérmica [de pele], têm umidade relativamente estável e são vascularmente muito próximas do cérebro – onde é realizado o controle térmico corporal –, os dutos lacrimais são os locais ideais para avaliar a temperatura corporal por termografia”, explica Felipe Brunetto Tancredi, CSO da Radsquare, que teve apoio da FAPESP num projeto de pesquisa sobre imagens por ressonância magnética. Se detectado que o paciente está com febre, o sistema tira uma foto e gera uma notificação para a equipe de enfermagem ou da recepção do hospital identificá-lo facilmente.“O  sistema permite detectar febre de um grande número de pacientes de forma muito mais rápida do que os métodos convencionais e sem a necessidade de um operador”, compara Pinheiro. “Isso é especialmente importante em uma situação de pandemia de COVID-19, como a que estamos vivendo, em que muitos pacientes com sintomas da doença precisam ser atendidos ao mesmo tempo”, avalia. Em razão dos resultados alcançados, o sistema será instalado também em outros setores do Hospital Albert Einstein com o objetivo de medir a temperatura de visitantes e funcionários da instituição. “Essa tecnologia é extremamente útil para fazer triagem de forma muito rápida e direcionar pessoas que estão com febre e eventualmente com COVID-19 para um local adequado. Isso aumenta a segurança não só dos pacientes, mas dos funcionários do hospital”, diz José Cláudio Cyrineu Terra, diretor de inovação do Hospital Albert Einstein. A ideia dos pesquisadores é que o sistema também possa ser utilizado em hospitais de campanha que começaram a funcionar nos últimos dias em diferentes regiões do país e em hospitais da rede pública de saúde.A maior demanda pelo sistema, contudo, tem vindo de indústrias interessadas em monitorar a temperatura de funcionários com o objetivo de diminuir o risco de transmissão do vírus no ambiente de trabalho. “Nosso desafio, agora, é tornar a tecnologia altamente escalável de modo que possa ter aplicação em vários setores”, afirma Pinheiro.   Elton Alisson | Agência FAPESP –

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Pets podem ajudar a combater estresse da quarentena

Não é de agora que estudos comprovam o quanto a companhia de animais de estimação pode ser benéfica para o ser humano. Levantamento realizado ainda em 2009 pela Universidade de Azabu, no Japão, mostra que quando donos de animais olham nos olhos dos seus pets, eles recebem picos de ocitocina. Considerado o hormônio da felicidade, é responsável por sensações de prazer e bem-estar. Aliás, esse é um dos motivos pelos quais a companhia de cães e gatos têm sido recomendada em meio a um cenário de pandemia, uma vez que especialistas garantem que os pets podem ser verdadeiros aliados no combate à ansiedade, estresse e solidão. Esse impacto positivo na saúde decorrente do laço emocional com os animais domésticos pode ir muito além ainda. Pesquisa da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, mostra que se uma pessoa acariciar um gato ou cachorro por pelo menos 10 minutos terá redução do nível de cortisol – hormônio ligado ao estresse. “Eles oferecem suporte emocional e psicológico, e esse tipo de vínculo afetivo é terapêutico, tem peso ainda maior nos relacionamentos com pessoas idosas, solteiras, crianças e portadores de necessidades especiais, como autistas ou no caso de quem vive sozinho”, reforça Hugo Villalva Leça Fonseca, CEO da Mon Petit Chéri. No país, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 44% dos domicílios têm cães. Por sua vez, segundo o censo do Instituto Pet Brasil, o país contabiliza mais de 139 milhões de animais domésticos. Quando falamos especificamente no caso da Covid-19, os donos de cães e gatos podem ficar tranquilos porque o vírus não é transmissível de humanos para animais e vice-versa, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Associação Mundial dos Veterinários de Pequenos Animais (WSAVA). Mas diante da pandemia da COVID-19, é natural que as pessoas tenham dúvidas sobre a possibilidade dos pets serem infectados ou transmitirem esse vírus. “Os ‘coronavírus’ são de uma família que se divide em dois gêneros, o Alphacoronavirus e o BetaCoronavirus. O Alphacoronavirus possui duas espécies, que causam gastroenterite em cães e a peritonite em gatos, sendo que ambas as doenças não afetam humanos. Já os ‘BetaCoronavírus’ possuem três espécies que acometem os humanos, sendo a Mers-Cov, a Sars-Cov e a Sars-Cov 2, esse último justamente a espécie que está afligindo a humanidade atualmente”, afirma Hugo. Embora tenha sido relatado o caso de um cão que foi infectado e testou positivo para esse vírus na China, a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a Associação Mundial dos Veterinários de Pequenos Animais (WSAVA) afirmam que até o momento não há evidências de que os pets possam adoecer e transmitir a Covid-19. Portanto, conforme orientação das autoridades de saúde em quase todo o mundo, apesar da necessidade de isolamento, os passeios com os animais e o funcionamento dos pet shops estão autorizados. “As autoridades de saúde compreendem a necessidade de acesso a alimentos saudáveis e balanceados e medicamentos como algo importante para a saúde e bem estar dos pets. Como já dizia Mahatma Gandhi, ‘a grandeza de um país e seu progresso, pode ser medido pela forma como trata seus animais”, destaca o CEO da Mon Petit Chéri. CUIDADOS ESSENCIAIS PARA A SAÚDE DOS PETS Para as recomendações essenciais, Luciana D. Oliveira, veterinária com PhD em nutrição da Mon Petit Chéri, orienta a seguir quais são os principais cuidados com os animaizinhos. Vamos ao checklist? - Passeios: para garantir a saúde de todos, em casa, somente uma pessoa deve passear com o cão e evitar locais com aglomeração, mantendo sempre uma distância mínima de um metro de outras pessoas e dos pets. O passeio deve ser de no máximo 15 minutos e ninguém deve tocar no cão. Ao retornar para casa, lavar as patas do cão/gato com água, sabão e secar. Não use álcool em gel nos pets. Lavar muito bem as mãos antes de sair de casa e imediatamente quando voltar; - Banhos: é preciso dar banhos mais frequentes, lavar bem os bebedouros e comedouros diariamente e adiar consultas e cirurgias que não sejam de urgência e emergência, como exemplo as vacinas e a castração. Caso seja necessário levar o animal ao veterinário, ligar antes para que o horário seja agendado e não tenha fila de espera. Só um membro da família deve levar o animal ao veterinário, não sendo pessoa do grupo de risco para a COVID-19; - Internação: em caso de internação, apenas um membro da família deve visitar o animal, devendo agendar um horário para isso, de forma que não haja outras pessoas no mesmo horário. O tempo da visita aos animais internados deve ser reduzido a 15 minutos e pessoas com sinais de gripe, suspeitos ou diagnosticados com COVID-19 não devem acompanhar os pets ao veterinário ou passeios; - Atividade física: Os passeios devem ser feitos, se possível, sob a luz do sol, evitando os horários mais quentes, que são prejudiciais a saúde dos humanos e dos pets. O asfalto quente pode queimar as almofadas plantares das patas dos pets. O hábito do passeio é uma atividade física que deve ter intensidade moderada para fazer bem tanto a saúde do humano quanto a do seu animal, diminuindo o stress e, consequentemente, aumentando a resposta do seu sistema imunológico; - Alimentação: mesmo no universo humano, temos a concentração de alimentos de algumas poucas fontes. Ao consumirmos os mesmos alimentos sempre, corremos riscos de ficarmos carentes de determinados nutrientes, em particular determinadas vitaminas e minerais. No universo pet ocorre o mesmo, porém, alguns alimentos de melhor qualidade são elaborados tendo em vista estudos técnicos de veterinários nutrólogos, que buscam balancear os ingredientes e os complementam com premix vitamínico mineral. As rações pets de ótima qualidade são saudáveis para os animais de estimação, mas por não oferecem muitas opções de sabores, podem deixá-los enfadonhos, e dessa forma recusarem a se alimentar de modo completo, e apenas nessa situação, como um efeito colateral, prejudicar a saúde dos pets.  

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Startup cria máscara reutilizável com maior proteção contra coronavírus

A startup paulista Nanox desenvolveu em parceria com a indústria de plásticos Elka uma máscara reutilizável que promete conferir maior nível de proteção contra a contaminação pelo novo coronavírus, o SARS-CoV-2.  A máscara é feita com um polímero flexível – semelhante a uma borracha –, moldável aos contornos do rosto e com micropartículas à base de sílica e prata incorporadas à superfície do material. Desenvolvidas por meio de projetos apoiados pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), as partículas têm propriedades antimicrobianas. “As micropartículas de prata e sílica aumentam o nível de proteção ao impedir a presença na máscara de fungos e bactérias, que podem facilitar a adesão do novo coronavírus na superfície de materiais”, diz à Agência FAPESP Luiz Gustavo Pagotto Simões, diretor da Nanox. A fim de garantir a proteção contra o SARS-CoV-2, a máscara é totalmente esterilizável por meio da lavagem com água e sabão antes e após o uso. Para proteger as vias respiratórias, o equipamento de proteção individual possui dois filtros descartáveis do tipo PFF2, similares ao do tipo N95 presente nas máscaras usadas hoje pelos profissionais de saúde. Os filtros são inseridos em respiradores nas laterais da máscara e protegidos por tampas, que impedem o contato físico e a contaminação pelo toque direto com as mãos. A quantidade de material necessário para produzir os filtros também é muito inferior à utilizada para produção das máscaras convencionais, compara Simões. “O tempo para substituição dos filtros precisará ser estabelecido pelos serviços de saúde”, pondera. De acordo com Simões, os filtros da máscara atendem aos requisitos para fornecedores de matérias-primas presentes em produtos absorventes descartáveis de uso externo, estabelecidos na RDC 142 do Ministério da Saúde. O material também passou por testes de eficiência de filtragem bacteriológica (BFE, na sigla em inglês) – que determinam a eficiência da filtração bacteriana de um produto –, alcançando o valor mínimo de 95% requerido pela regulamentação técnica para máscaras respiratórias do tipo N95. “A meta é obter posteriormente a certificação do material como PFF2, equivalente a N95. Mas o produto já pode ser comercializado porque, em razão da pandemia do novo coronavírus, a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] flexibilizou as normas para fabricação de alguns produtos voltados ao combate da COVID-19. Isso possibilitou que a Elka fabricasse as máscaras”, explica Simões. Inicialmente serão produzidas 200 mil máscaras, cujo custo unitário é estimado entre R$ 20 e R$ 30. As primeiras unidades estão previstas para serem entregues no início de maio. A Elka pretende doar até 10% da produção para instituições de saúde. “Recebemos seis pedidos antes do lançamento oficial do produto. A ideia é atender inicialmente o mercado nacional e que a máscara possa ser utilizada não só por profissionais de saúde que estão na linha de frente de atendimento de pacientes com COVID-19, mas pela população em geral”, afirma Simões. O pesquisador ressalva que, apesar de já demonstrado que as micropartículas de prata e sílica que produzem têm ação contra alguns tipos de vírus, ainda não há comprovação de que elas são capazes de eliminar diretamente o novo coronavírus. “As micropartículas têm potencial para atuar contra o coronavírus. Mas pretendemos realizar testes para comprovar essa hipótese”, afirma. Conexão internacional A Nanox e a Elka se conheceram no International Entrepreneurship Center (IEC) – uma aceleradora de negócios situada em Boston, nos Estados Unidos, onde a Nanox tem uma filial. Fabricante de brinquedos, a Elka buscava uma forma de utilizar parte ociosa de seu parque de injetoras para desenvolver um produto voltado a auxiliar no combate à COVID-19 e soube pelo IEC sobre as soluções desenvolvidas pela Nanox. Spin-off do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF ), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID), da FAPESP, localizado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Nanox foi criada em 2004. No ano seguinte, a empresa submeteu o primeiro projeto ao PIPE-FAPESP para desenvolver tecnologia de deposição de nanopartículas de prata em filmes cerâmicos e em materiais metálicos, conferindo-lhes propriedades antiabrasivas e bactericidas. Em 2011, com o produto pronto para o mercado, a empresa obteve recursos do Programa PAPPE/PIPE – uma parceria entre a FAPESP e a Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep) – para escalonar a produção das partículas antimicrobianas nanoestruturadas. Em 2015, o PIPE-FAPESP apoiou um novo projeto da empresa, o de desenvolvimento de aplicação de materiais fungicidas nanoestruturados. Nessa trajetória, a Nanox recebeu aporte de recursos do Fundo Novarum (Jardim Botânico Partners), venceu o prêmio Finep de Inovação Tecnológica em 2007 e conquistou clientes como a Taiff – fabricante de secadores e chapas para cabelo –, Tapetes São Carlos, Dabi Atlante, entre outros. No final de 2019, a Nanox foi uma das 15 startups escolhidas entre 1.000 empresas de todo o mundo para participar do programa de aceleração de negócios da Plug and Play, plataforma global de inovação com sede no Vale do Silício, nos Estados Unidos. Já participaram dos programas de aceleração da Plug and Play empresas como a Dropbox, PayPal, Danger, Lending Club, entre outras. “O apoio do PIPE-FAPESP foi fundamental na nossa trajetória”, afirma Simões. Para mais informações sobre o produto acesse: https://www.otomask.com.br/ . Elton Alisson | Agência FAPESP

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A história de Pernambuco pelos livros da Cepe

"Nada é mais triste do que a cidade, sobretudo a península do Recife. Todos os armazéns estão fechados, as casas e as ruas desertas, só se encontram raros transeuntes que passam como sombras errantes." Essa frase até poderia definir a capital pernambucana nos dias de hoje, com a imposição da quarentena em março para conter o avanço do novo coronavírus. Mas na verdade foi escrita no século 19, por um viajante francês, para descrever a cidade no dia 6 de março de 1817, quando teve início a Revolução Pernambucana. O relato de Louis-François Tollenare e de outros três estrangeiros sobre o Recife de 203 anos atrás compõe o livro 1817 e Outros Ensaios, lançado pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) em 2017. A publicação faz parte de uma lista bem variada de livros que contam a história de Pernambuco e se apresentam como fontes de consulta para estudantes, pesquisadores e estudiosos do tema que estão em casa cumprindo o isolamento social. As versões impressa e e-book podem ser adquiridas pelo link da editora (www.editora.cepe.com.br) ou diretamente nas lojas virtuais do leitor digital da pessoa interessada na compra (Amazon, Kindle, Kobo, Google Play Sotre, Apple, Livraria Cultura, entre outras), informa o gerente de Marketing da Cepe, Rafael Chagas. Em 1817 e Outros Ensaios, Louis-François Tollenare e os ingleses Henry Koster, Maria Graham e James Henderson narraram hábitos e costumes da sociedade recifense, principalmente das famílias mais ricas, no ano da revolta que instalou um governo republicano em Pernambuco (mesmo que de pouca duração, apenas 75 dias), contra o absolutismo do governo português no Brasil. O relato dos viajantes está no capítulo elaborado pela historiadora Sylvia Costa Couceiro e intitulado Entre banquetes e batuques: a visão dos viajantes sobre um Recife em tempos de revolução. Maria Graham, por exemplo, anotou maneiras à mesa do pernambucano que ela considerava estranha, observa Sylvia Couceiro no ensaio. A viajante descreve um jantar festivo com poucos talheres e copos para os convidados e se espanta ao ver as pessoas compartilhando os mesmos utensílios. "Todas as espécies de pratos foram misturados e tocados por todas as mãos", comenta Maria Graham. Já Henry Koster registra o hábito de lavar as mãos antes e depois das refeições em todas as camadas da população. O livro é organizado por Antônio Jorge Siqueira, Flávio Teixeira Weinstein e Antônio Paulo Rezende. Disponível na versão e-book, custa R$ 18,50. Ainda sobre os movimentos libertários, a Cepe oferece a publicação ABCdário da Revolução Republicana de 1817, organizado por Betânia Corrêa de Araújo. "É um dicionário de palavras usadas à época e a estética do livro também reproduz a tipografia e as cores desse período", informa Betânia Araújo. "O livro traz o lado mais popular da revolução, um movimento inspirado nas ideias francesas iluministas, de direitos iguais às pessoas", afirma o historiador Marcus Carvalho. Professor da Universidade Federal de Pernambuco, ele participou das pesquisas para a elaboração do ABCdário com os historiadores Mateus Samico e Sandro Vasconcelos. Para o verbete Escravidão, os autores reproduzem a definição do dicionarista Morais Silva, de 1789, (estado de escravo, cativeiro, servidão) e trazem importantes informações sobre o tema. "É uma das instituições mais antigas do mundo. A propriedade privada de uma pessoa sobre a outra precede a propriedade privada da terra. Em todos os lugares, algum dia, houve escravidão. Eventualmente, as sociedades saem dela", diz o texto que acompanha a definição da palavra na publicação, lançada em 2017 pela Cepe. "É um livro diferente, lúdico, amplo e de leitura dinâmica", comenta Marcus Carvalho. O ABCdário, disponível na versão impressa, custa R$ 30,00. Leitores que gostam de história também podem explorar a publicação A Recriação do Paraíso: Judeus e Cristãos-Novos em Olinda e no Recife nos Séculos 16 e 17, do arquiteto José Luiz Mota Menezes. No livro, lançado em 2015, o autor revela como fez a reconstituição e a recuperação da memória judaica daquele período, incluindo o resgate do prédio onde funcionou a Primeira Sinagoga das Américas, a Kahal Zur Israel, na Rua do Bom Jesus, no Bairro do Recife, situado no Centro da capital pernambucana e que funciona como museu. Está disponível apenas na versão e-book e custa R$ 9,50. Outra opção é Barléu - História do Brasil sob o governo de Maurício de Nassau (1639-1644) lançado em 2018 e considerado um dos mais importantes documentos para se entender o Brasil do século 17 e o período holandês no Nordeste do País. É uma versão inédita para o português, a partir da tradução do original em latim para o inglês, elaborada pela pesquisadora holandesa radicada nos Estados Unidos Blanche T. van Berckel-Ebeling Koning (1928-2011). No livro há hábitos dos núcleos urbanos, relatos de batalhas entre holandeses e luso-brasileiros e registros de fauna e da flora locais, entre outros temas. Custa R$ 90,00 (impresso) e R$ 27,90 (e-book) . Veja outros títulos sobre a história de Pernambuco no catálogo da Cepe: http://editora.cepe.com.br/catalogo/historia/

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Recife retoma vacinação contra gripe nesta quarta

A Prefeitura do Recife interrompe a Campanha Nacional de Vacinação contra Gripe nesta terça-feira (21), por causa do feriado de Tiradentes, e retoma a segunda fase da campanha nesta quarta-feira (22), em cerca de 150 unidades de saúde do Recife, das 8h às 17h. Nessa segunda-feira (20), a Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife aplicou mais de sete mil doses da vacina contra o vírus Influenza e recebeu mais 42 mil doses enviadas pelo Ministério da Saúde (MS). Esta segunda etapa da campanha tem como público-alvo pessoas com doenças crônicas não-transmissíveis e outras condições clínicas especiais (diabéticos, obesos, transplantados, entre outros), detentos e funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens em cumprimento de medida socioeducativa, profissionais das forças de segurança e salvamento (policiais, militares, bombeiros, guardas municipais etc), além dos portuários, caminhoneiros, motoristas e cobradores de transporte coletivo. Os idosos e profissionais da saúde que não se vacinaram na primeira etapa continuam podendo se vacinar nesta nova fase. O Programa de Imunização (PNI) do Recife vacinou cerca de 250 mil pessoas, tendo praticamente concluído a vacinação dos mais de 183 mil idosos da cidade - 99,6% do público-alvo, ultrapassando a meta de 90%. Também foram vacinados mais de 42 mil profissionais de saúde (66,8% do total, abaixo da meta de 90%). Já nesta segunda etapa, o Ministério da Saúde não estipula meta de vacinação. DOCUMENTOS – Para agilizar a vacinação, o PNI Recife recomenda que os usuários levem um documento de identificação, a carteira de vacinação e o cartão SUS (se tiverem esses dois últimos). Parte do público-alvo precisa apresentar também documentos que provem a necessidade da imunização. Os profissionais das redes pública e privada de saúde, por exemplo, devem levar comprovantes laborais, como crachás ou carteira de trabalho. Já as pessoas com doenças crônicas não-transmissíveis e outras condições clínicas especiais devem apresentar prescrição médica especificando o motivo da indicação da vacina. Os portuários, caminhoneiros, motoristas e cobradores de transporte coletivo devem apresentar documento comprobatório, como carteira de trabalho, contracheque com documento de identidade, carteira de sócio dos sindicatos de transportes ou carteira de habilitação (categorias C ou E). TERCEIRA ETAPA – O Ministério da Saúde dividiu a Campanha Nacional de Vacinação contra Gripe deste ano em três etapas. Do dia 9 a 22 de maio, ocorrerá a terceira fase da vacinação, com foco em imunizar pessoas com deficiência, professores, crianças de 6 meses a menores de 6 anos, grávidas, puérperas (mulheres que tiveram filho há até 45 dias) e adultos de 55 a 59 anos. Confira no site da Prefeitura do Recife (www.recife.pe.gov.br) a lista das unidades de saúde com sala de vacinação

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Faça brinquedos com sucatas neste confinamento

Transformar objetos de casa em experiências divertidas é um atrativo para as crianças. A Secretaria de Meio Ambiente do Recife incentiva os pais a oferecerem materiais recicláveis e propor a criação de jogos, bonecos e outros brinquedos com os filhos para estimular a criatividade e despertar a consciência sobre conceitos importantes de reaproveitamento e reciclagem que devem ser praticados no lar. As práticas sustentáveis, ora dialogadas em salas de aula da rede municipal, ora em equipamentos de educação ambiental da Prefeitura do Recife, reforçam a importância de estarem presentes na rotina domiciliar. Garrafas PET, rolos de papel higiênico vazios, latas de alumínio, caixas de ovos, caixas de papelão, tudo isso pode ser reaproveitado. “Atividades estimuladas em sala de aula e nos econúcleos sobre reaproveitamento de resíduos podem ser replicados em casa com ajuda de pais e responsáveis. Uma caixa de fósforos vazia e forrada pode se transformar em um dominó, garrafas PETs viram jogo de boliche, um jogo de damas pode ser feito com tampinhas de garrafa PET e um quadrado de papelão, latas de alumínio unidas por barbante podem virar um telefone. Desse modo, estimulamos as crianças a fabricar seus próprios brinquedos e, de quebra, a consciência e respeito ao meio ambiente. Essa é também uma maneira de falar sobre consumo consciente com os pequenos”, explica a chefe de educação ambiental, Daniela Albuquerque.   Atividades que envolvam a autonomia da criança podem e devem ser adaptadas e reinventadas para ajudar os pais na tarefa de educar a fim de desenvolver aspectos sociais, cognitivos e o lado afetivo com o ambiente em que se vive. Com brincadeiras, os pequenos aprendem a importância de fazer a destinação correta de resíduos e reaproveitá-los de forma consciente em prol do meio ambiente.

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UFPE vai realizar o sequenciamento genômico do novo coronavírus

A Universidade Federal de Pernambuco está prestes a realizar o sequenciamento genômico do novo coronavírus (Sars-Cov-2), etapa importante para o enfrentamento à pandemia da Covid-19. A instituição já finalizou o processo de aquisição de um sequenciador de nova geração (tecnologia NGS) e de todos os insumos necessários para a “leitura” das sequências genômicas de várias dezenas das cepas virais circulantes no Estado de Pernambuco. Os produtos devem chegar em até 30 dias, quando a Universidade estará apta a produzir as sequências de, pelo menos, 80 cepas virais. Segundo o professor Valdir Balbino, do Departamento de Genética, coordenador do subprojeto “Diversidade genômica de cepas de Sars-Cov-2 isoladas de portadores da Covid-19 do Estado de Pernambuco, Brasil”, a partir das informações geradas, os pesquisadores pernambucanos poderão determinar, por exemplo, quais são as prováveis origens geográficas do vírus, assim como poderão avaliar a ocorrência de variantes genéticas que sirvam como referência para o estabelecimento de novos métodos diagnósticos (em um primeiro momento) e vacinais para a Covid-19. “Essas informações vão alimentar um banco de dados e, a partir de então, poderemos comparar as sequências genômicas das cepas do SARS-Cov-2 circulantes em Pernambuco àquelas de várias outras localidades”, explica. O estudo será realizado na Plataforma Multiusuários de Sequenciamento do Centro de Biociências da UFPE e contará com uma equipe formada de professores, pós-doutorandos e pós-graduandos da Universidade, em parceria com pesquisadores da UFRPE. O investimento realizado na área de genômica até o presente momento é superior a R$ 1 milhão, e contou com recursos repassados pelo Ministério Público do Trabalho e do Ministério da Educação. “A nossa instituição se colocará, a partir da consolidação desta facility de sequenciamento, nos mesmos patamares de qualidade técnica das principais instituições de ensino e pesquisa do país, no que diz respeito às análises genômicas do Sars-Cov-2”, atesta Balbino. Por conta dos longos prazos demandados para a aquisição do sequenciador e dos insumos (em função da enorme procura pela tecnologia NGS em todo o mundo), a UFPE estabelecerá parceria com o Instituto Aggeu Magalhães, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-PE), que dispõe de equipamento compatível com as necessidades de sequenciamento do novo coronavírus. “Através desta parceria, a Universidade poderá acelerar o processo de capacitação dos recursos humanos (técnicos, docentes e estudantes de graduação e pós-graduação da instituição) que atuarão diretamente na rotina do sequenciamento desta ação”, afirma Valdir Balbino.

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Festeje o Dia Internacional do Livro e o centenário de Clarice Lispector

Em celebração ao Dia Internacional do Livro e em homenagem a escritora Clarice Lispector, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) realizará, no dia 23 deste mês, a Festa Digital do Livro. O evento começará às 6h e seguirá até a meia-noite no endereço eletrônico flidfundaj.com.br. Serão 18h ininterruptas de lives de palestras, debates, entrevistas, recitais, filmes e programas de rádio e TV. O universo do escritor irlandês James Joyce, uma das inspirações de Clarice, está relacionado à duração do evento. Em seu clássico Ulisses (1922), Joyce leva seu personagem principal em uma viagem de 18 horas por Dublin. Durante o evento online participarão diversas personalidades, entre escritores, professores, artistas, jornalistas e articuladores culturais do Brasil e do Mundo. Será discutido desde o livro em si - obras, escrita, história etc. -, até os formatos físico e digital. A jornalista e escritora Clarice Lispector será homenageada pelo seu centenário, comemorado em dezembro deste ano. Ucraniana naturalizada brasileira, a escritora é uma das autoras mais importantes internacionalmente do século 20 e a maior escritora judia desde Franz Kafka. Por isso, também, a cultura judaica integra a tríade de temas centrais. “Nada melhor no Dia Internacional do Livro que uma homenagem a mais internacional das escritoras brasileiras”, aponta o presidente da Fundação e escritor, Antônio Campos. Sobre o formato proposto, ele destaca o papel da Instituição diante do cenário de combate à pandemia do novo coronavírus. “Com as medidas de prevenção adotadas, estamos experienciando novas dimensões do convívio digital. As lives ou videoconferências nunca estiveram tão presentes e foram usadas de tantas formas quanto agora. Nosso esforço é para continuarmos atuantes, com iniciativas e atividades de qualidade. É um momento também de estimular a leitura”, ressalta. A iniciativa é coordenada pela Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca). “A Dimeca entende que o projeto de um festival 100% digital, neste momento, justifica-se por si só. É a diretoria o espaço por excelência da riqueza documental, artística, cultural e educativa da Fundação. É nossa missão realizar ações digitais que continuem a atender aos interesses da população”, explica o gestor da Dimeca, o escritor e jornalista Mario Helio Gomes, curador da Festa Digital do Livro. Para a celebração da data, explica, adotou a origem ibérica, iniciada em 23 de abril de 1926. “É também a data de morte do escritor espanhol Miguel de Cervantes e do dramaturgo inglês William Shakespeare”, acrescenta. Com uma programação híbrida, as atividades contarão com transmissão simultânea no site flidfundaj.com.br e nas redes sociais da Fundaj - Instagram, Facebook, Twitter, YouTube. Na abertura, às 6h, contará com o poema “Tecendo a manhã”, do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, amigo de Lispector, além da fala do presidente da Fundação, Antônio Campos, ao vivo na TV Fundaj. A leitura do horóscopo e das principais manchetes de jornais do 10 de dezembro de 1920 (nascimento da homenageada), a programação musical trazendo canções do Recife nas décadas de 1920 e 1930, antecedem a primeira entrada do programa de rádio e TV “A Hora das Estrelas”. Na sequência, a Festa Digital do Livro discute “O livro didático no Brasil”. Integram o bate-papo representantes da Fundação Joaquim Nabuco, do Ministério da Educação e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Quem assume a primeira palestra é a agente literária Luciana Villas-Boas, que refletirá sobre a situação atual e o mercado editorial em “Melhor estar no negócio do livro do que no da aviação”. A programação matutina chega ao fim com a leitura de “O mistério do coelho pensante” (1967), texto infantil escrito por Clarice Lispector após a provocação do filho sobre o porquê de escrever textos para adultos apenas. À tarde, a jornalista e escritora Cláudia Nina, que editou o caderno especializado em literatura do Jornal do Brasil, Ideias & Livros, e contribuiu para o Prosa & Verso, do O Globo; assume a segunda palestra: “O pequeno mundo compartilhado - a subjetividade pulsante nas crônicas de Clarice”. Cláudia também é autora de A palavra usurpada: exílio e nomadismo na obra de Clarice Lispector, publicado no Brasil em 2003. A crônica, aliás, é o objeto de análise da atividade seguinte. O jornalista Marcelo Pereira, editor do caderno Cultura do Jornal do Commercio, é convidado a responder perguntas sobre o cronista pernambucano Antônio Maria e Lispector. Já o professor Lawrence Flores Pereira, doutor em Teoria da Literatura pela PUCRS, realiza leitura de trechos da obra de William Shakespeare, na data do aniversário de morte do poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare. O poeta e dramaturgo criou personagens imortais da literatura mundial, como Otelo, Hamlet, Romeu e Julieta. Lawrence é um dos tradutores da obra do dramaturgo no Brasil. Para refletir a cultura judaica no País, a Cinemateca Pernambucana exibe “O Rochedo e a Estrela”, de Katia Mesel. Ainda entre as palestras, o professor João Cezar de Castro Rocha abordará Shakespeare e Miguel de Cervantes dentro de uma perspectiva comparada. A leitura de trechos do romance Dom Quixote, de Cervantes, pelo professor espanhol Ángel Espina Barrio; e a entrevista ao escritor Lucilo Varejão Neto, presidente da Academia Pernambucana de Letras e membro da União Brasileira de Escritores, encerra a programação vespertina. A Hora das Estrelas volta ao ar e, dentre os destaques da noite, também está a palestra “Por uma questão de justiça: modos de ler Clarice Lispector”, com a professora da PUC-Rio Clarisse Fukelman. A palestrante reuniu publicações e adaptações da autora no Brasil e no exterior numa vasta pesquisa de mais de 30 anos. A exibição do curta-metragem Clandestina Felicidade, de Marcelo Gomes e Beto Normal, e a divulgação dos resultados dos concursos Claricem Imagens e Claricem Palavras integram o momento. Os ganhadores serão premiados com entradas grátis para os cinemas da Fundação ou fotobiografia da escritora (conferir detalhes abaixo). O encerramento fica por conta da leitura das histórias de fantasmas compiladas no livro Assombrações do Recife (1955), clássico de Gilberto Freyre. Dentre as estórias, pontos da capital pernambucana, como a Cruz do Patrão, no porto do Recife, e lendas como O Papa-Figo. Interpretações

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Butantan vai desenvolver em laboratório anticorpos para tratar COVID-19

  Um grupo de pesquisadores do Instituto Butantan trabalha no desenvolvimento de um produto composto por anticorpos para combater o novo coronavírus (SARS-CoV-2). Os anticorpos monoclonais neutralizantes, como são chamados, serão selecionados de células de defesa (células B) do sangue de pessoas que se curaram da COVID-19. A ideia é encontrar uma ou mais dessas proteínas com a capacidade de se ligar ao vírus com eficiência e neutralizá-lo. As moléculas mais promissoras poderão, então, ser produzidas em larga escala e usadas no tratamento da doença. Coordenado pela pesquisadora Ana Maria Moro e apoiado pela FAPESP, o projeto utiliza uma plataforma criada para o desenvolvimento de anticorpos monoclonais (mAbs) humanos para diferentes doenças, que está em fase avançada para obtenção de anticorpos monoclonais para o tratamento de zika e tétano. “Começamos a desenvolver essa plataforma em 2012 com os mAbs humanos antitetânicos, com apoio da FAPESP, e identificamos uma composição de três anticorpos que neutralizam a toxina do tétano. Depois, estabelecemos um acordo com a Universidade Rockefeller, nos Estados Unidos, sob coordenação de Michel Nussenzweig, para gerar linhagens celulares para mAbs antizika, que foram identificados no seu laboratório durante a epidemia da doença, em 2015. São dois mAbs neutralizantes que poderão ser usados na proteção de gestantes em caso de retorno da circulação desse vírus. É um processo longo, mas já estamos começando o trabalho com o novo coronavírus”, disse Moro à Agência FAPESP. O trabalho segue um princípio parecido com o da transferência passiva de imunidade – técnica que consiste na transfusão de plasma sanguíneo de pessoas curadas da COVID-19, que também está sendo desenvolvida no Brasil (leia mais em: agencia.fapesp.br/32940/). O plasma – parte líquida do sangue – de pessoas que se curaram da COVID-19 é naturalmente rico em anticorpos contra a doença. Ao entrar na corrente sanguínea de uma pessoa doente, essas proteínas começam imediatamente a combater o novo coronavírus. No entanto, ainda não se sabe exatamente quais anticorpos estão combatendo o microrganismo. Além disso, diferentes doadores podem ter quantidades maiores ou menores dos chamados anticorpos neutralizantes, que não só reconhecem como eliminam o vírus. A técnica de transferência passiva de imunidade depende ainda de constantes doações de plasma para manter os estoques. “No caso dos anticorpos monoclonais, um líquido composto por um ou mais anticorpos selecionados entre os mais eficientes é produzido em larga escala, de forma recombinante, por cultivos celulares no que chamamos de biorreatores”, explica a pesquisadora. Atualmente, existem mais de 70 biofármacos à base de anticorpos monoclonais aprovados para uso clínico no mundo. A maioria é voltada ao tratamento do câncer e doenças autoimunes e vários, mais novos, para outras condições, como o combate ao vírus ebola. Há ainda centenas de produtos em diferentes estágios de ensaio clínico. Recrutamento de convalescentes A primeira parte do trabalho é o recrutamento de voluntários convalescentes da COVID-19, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), onde Moro também atua como professora, e com a Rede Vírus (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações). Com o sangue coletado dos voluntários, os pesquisadores realizarão uma série de processos de biologia molecular a fim de identificar, nos linfócitos B, as sequências de genes que expressam os anticorpos neutralizantes. Cada anticorpo será então caracterizado quanto à sua ação perante o vírus, como capacidade de ligação, especificidade e afinidade, reatividade cruzada com outros anticorpos e capacidade de neutralização. Entre um e três anticorpos que tiverem maior eficiência nesses critérios serão então testados em animais. No caso do vírus zika, um anticorpo apenas havia sido selecionado devido à sua capacidade neutralizante. Quando testado em animais, porém, ele sozinho não deu conta de suprimir o vírus pelo mecanismo de escape viral. Foi então agregado um segundo anticorpo, que, em conjunto com o anterior, mostrou-se efetivo. No caso do tétano, foram três anticorpos selecionados para a terapia contra a toxina causadora da doença. Identificados os genes, a etapa seguinte consiste na transfecção dos que produzem os anticorpos mais promissores em células para gerar as linhagens recombinantes permanentes. No desenvolvimento da linhagem celular, são produzidos muitos clones, que são isolados, caracterizados quanto às propriedades celulares (crescimento, viabilidade, produtividade) e do anticorpo expresso pela ação esperada (ligação, afinidade, capacidade de neutralização) Os resultados são levados em consideração para selecionar os melhores clones, que podem ser produzidos em larga escala num biorreator para, então, serem levados aos ensaios pré-clínicos e clínicos. André Julião | Agência FAPESP

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Cordel do Pequeno Príncipe vira enredo da Tom Maior

O livro "O Pequeno Príncipe em Cordel" dos pernambucanos Josué Limeira (escritor) e Vladimir Barros ilustrador, uma adaptação do livro "O Pequeno Príncipe" de Saint Exupéry, inspirou Flávio Campello, carnavalesco da Escola de Samba Tom Maior do grupo especial de São Paulo a anunciar o enredo para o carnaval 2021: O Pequeno Príncipe no Sertão. “Em tempos tão difíceis como estamos passando, trazer a mensagem do Pequeno Príncipe para Sambódromo do Anhembi nos dá a sensação de esperança e reconstrução” afirma Flávio. Para o Diretor de Carnaval da Tom Maior, Judson Sales, o livro dos pernambucanos será fonte de inspiração na elaboração do projeto do desfile de 2021 da escola carnavalesca, pois traz o pequeno príncipe para o Nordeste com uma linguagem riquíssima do cordel e com ilustrações maravilhosas. Josué Limeira relata a importância que será esse momento ímpar, onde o desfile mostrará para mais de 180 países toda a beleza desse Pequeno Cabra da Peste que vai percorrer o sertão nordestino levando sua mensagem de amor, amizade e respeito ao próximo e ao nosso planeta, para a literatura de cordel, agora ritmada num samba enredo é de valor inestimável. “Será de grande importância para nossa cultura, porque levar a linguagem nordestina para se unir à cultura do samba por meio de um livro é algo valoroso”, declarou. Para o ilustrador Vladimir Barros representar o estado de Pernambuco num evento gigantesco é algo que traz muita felicidade, pois o livro foi um projeto feito com muito amor, buscando valores e identidade culturais na sua própria terra. “Estou muito feliz por saber que nosso livro, impactou pessoas e culturas de outros lugares. Sinto muito orgulho de representar meu estado e minha região em um evento gigantesco”. O livro O Pequeno Príncipe em Cordel foi lançado em 2015, um ano depois foi finalista do prêmio Jabuti na categoria adaptação, nesses quase 05 anos, foi escolhido como livro paradidático em mais de 40 escolas do Brasil, inspirou outros projetos da economia criativa como games, artesanato, peças teatrais entre outros. Agora ensaia os passos para na avenida desfilar em Tom Maior, onde os versos do cordel serão declamados nos passos de um samba enredo.

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