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Cinema da Fundação exibe terror brasileiro “As Boas Maneiras”

A francesa Cahiers du Cinéma, umas das mais respeitadas publicações sobre cinema do mundo o chamou de “bela surpresa brasileira”. Ganhou o prêmio especial do júri no 70º Festival de Locarno, na Suíça, e cinco no Festival do Rio, entre eles, os de melhor longa de ficção segundo júri e crítica. O filme em questão é o excelente As Boas Maneiras, da dupla Juliana Rojas e Marco Dutra, obra que chega esta semana ao Cinema da Fundação. Na história, Clara, uma enfermeira da periferia é contratada por Ana para ser babá de seu filho, ainda por nascer. A relação, antes apenas profissional, transforma-se em romance. Mas a vida de Clara não será mais a mesma quando se encontrar com o bebê de características bem peculiares.     Ao ver As Boas Maneiras é difícil não lembrar de alguns clássicos do gênero como Um Lobisomem Americano em Londres, de John Lands, principalmente nas cenas em que o protagonista Joel (Miguel Lobo) se transforma na fera. As empresas francesas Atelier 69 e Mikros Image foram as responsáveis pelos efeitos mecânicos do bebê lobisomem e os digitais. Outra técnica de efeitos visuais encontrada no longa é a que junta imagem filmada e pintada, conhecida como matte painting. Ela foi muito utilizada em clássicos do passado, como Os Pássaros, de Alfred Hitchcock e Mary Poppins, da Disney. Franquias mais recentes de grande sucesso também recorreram à técnica, como O Senhor dos Anéis e Star Wars. As Boas Maneiras também tem atuações marcantes. Marjorie Estiano convence ao encarnar Ana, trazendo um misto de sensualidade e mistério, necessários à trama. A paranaense ganhou o prêmio de melhor atriz coadjuvante no Festival do Rio por sua atuação. A atriz portuguesa Isabél Zuaa interpreta Clara. Sua personagem começa tímida, mas ganha força e destaque a partir da segunda parte do filme. O Cinema da Fundação exibe As Boas Maneiras nesta terça (03) e na quarta (04), às 17h40 e 19h40, respectivamente.   http://cinemadafundacao.com.br/filmes/as-boas-maneiras/

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"Jurassic World: Reino Ameaçado": franquia retorna com carga maior de terror

Em 2015, Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros marcou a retomada da franquia de sucesso idealizada por Spielberg lá no começo da década de 90. O longa, dirigido por Colin Trevorrow, trouxe de volta o clima e a empolgação do primeiro filme, Jurassic Park (1993), recebendo elogios de público e crítica. Após três anos de hiato, estreará no dia 21 de Junho, Jurassic World: Reino Ameaçado, mais um capítulo dessa história que vem lotando salas de exibição há mais de duas décadas. Trevorrow dá lugar na direção ao espanhol Juan Antonio Bayona. O diretor tem no currículo o terror O Orfanato e o sombrio e belo Sete Minutos Depois da Meia-Noite. Bayona traz para Jurassic World: Reino Ameaçado essa carga de terror, fazendo deste o filme mais tenso da franquia. A história mostra o retorno de Owen (Chris Pratt) e Claire (Bryce Dallas Howard) à Ilha Nublar. A dupla seguirá com uma equipe para resgatar os dinossauros do lugar, que está para ser engolido pela lava de um vulcão em erupção. Mas por trás da missão há uma trama sinistra que poderá mudar drasticamente o destino desses animais e da humanidade.     Jurassic World: Reino Ameaçado retoma sequências clássicas das produções anteriores: quem não lembra da corridinha básica ao lado dos répteis gigantes? Desta vez a fuga é instigada pelo calor da lava do vulcão. A perseguição resulta em um resgate dentro do mar envolvendo a famosa esfera motorizada - uma das cenas mais tensas do longa. Surgem novos personagens: a representante do núcleo infantil, a doce Maisie Lockwood (Isabella Sermon), Zia Rodriguez ( Daniella Pineda), ativista e paleo-veterinária e Franklin Webb (Justice Smith), analista de sistemas do Grupo de Proteção aos Dinossauros, pivô dos momentos mais engraçados do filme. Sem soltar spoilers, adianto que a sequência final aponta para uma nova fase, abrindo um leque de novas possibilidades para a franquia. Não poderia ser diferente. Se conseguirá sustentar-se por mais tempo, só o tempo e o interesse do público poderão responder.  

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"Deadpool 2" chega aos cinemas com o desafio de superar números do primeiro

Com jeito desbocado e senso de humor ácido, Deadpool conquistou plateias em 2016, ano em que estreou na tela grande. Seu primeiro longa chamou a atenção da crítica especializada e do grande público ao apresentar uma proposta ousada, carregada de violência e referências a outros filmes, bem diferente das produções do gênero realizadas até então. Deadpool custou US$ 58 milhões a Fox e arrecadou mais de US$ 783 milhões em todo o mundo. Todo esse sucesso empurra agora para Deadpool 2 a (ingrata) responsabilidade de tentar superar em criatividade e bilheterias o primeiro filme. A sinopse hilária divulgada pela Fox em novembro de 2017 já revelava qual seria o tom do novo longa: Depois de sobreviver a um ataque bovino quase fatal, um chefe de cafeteria desfigurado (Wade Wilson) luta para alcançar seu sonho de se tornar o barman mais quente de Mayberry, enquanto também aprende a lidar com sua perda de paladar. Procurando reencontrar seu gosto pela vida, junto com um capacitor de fluxo, Wade precisa lutar contra ninjas, Yakuza, e uma alcateia de caninos sexualmente agressivos, enquanto faz uma jornada pelo mundo para descobrir a importância da família, amizade e sabor – encontrando um novo gosto para a aventura e ganhando o cobiçado título de Melhor Amante do Mundo em sua caneca de café. Na história, Deadpool (Ryan Reynolds) terá que proteger um jovem mutante chamado Russel (Julian Dennison). Ele está sendo procurado por Cable (Josh Brolin), um soldado que veio do futuro com a missão de eliminar o garoto. O mais louco é notar que a trama se desenvolve em função das piadas, não o contrário. Em uma das cenas, toda uma equipe de heróis é formada, a X-Force, para logo em seguida ser descartada pelo roteiro, apenas com o intuito de concluir uma sequência cômica. Nem tudo é ruim em Deadpool 2. Alguns personagens conseguem se destacar, como o vilão, Cable, em mais uma boa interpretação de Josh Brolin e a novata Dominó (Zazie Beetz), que tem como superpoder (acreditem!) a sorte. A personagem está nas melhores cenas de ação do filme, ora saltando de paraquedas, ora dirigindo um enorme caminhão desgovernado.   Ironicamente, o senso de humor que fez do primeiro filme um grande sucesso torna Deadpool 2, em alguns momentos, repetitivo. O que antes era inovador, aqui tem cara de formulaico. Algumas piadas relacionadas aos universos Marvel e DC agradarão aos já familiarizados com o assunto. Por outro lado, podem não conseguir arrancar risadas daqueles que não sabem muito do tema. Há rumores de que ao menos mais dois longas com o herói serão lançados: Deadpool 3 e X-Force. Mais que fazer piadas de cunho sexual ou ridicularizar a concorrência, chegou a hora dos roteiristas focarem numa boa história. Resta saber se a franquia terá fôlego para tantos projetos.  

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Netflix: filme de super-herói coreano é a nova aposta do serviço de streaming

Em 2016, o diretor sul-coreano, Yeon Sang-ho, chamou a atenção da crítica especializada ao ter seu filme, o terror "Invasão Zumbi", exibido no Festival de Cannes. O longa de Sang-ho agradou não apenas a crítica que compareceu ao festival francês, mas também ao grande público dos países por onde passou. Na Coreia do Sul, levou mais de 5 milhões de espectadores aos cinemas só na primeira semana de exibição. De olho em todo esse sucesso, a Netflix não perdeu tempo e produziu o novo trabalho do diretor Sul-coreano, o (quase que impronunciável) filme Psychokinesis. Bem diferente de Invazão Zumbi, a nova empreitada de Sang-ho é um misto de clichês, comédia pastelão e efeitos especiais bem ruins. Já no início da história somos a presentados Roo-mi (Shim Eun-kyung), uma jovem que, ao lado da mãe, administra um pequeno restaurante em um centro comercial. O lugar se torna objeto de desejo de uma construtora, que tenta a todo custo despejar os comerciantes através da ação violenta de capangas. Numa dessas ações, a mãe de Roo-mi é gravemente ferida e morre no hospital. É quando entra na trama Seok-heon (Ryu Seung-ryong), pai de Roo-mi. Ele ajudará a filha e os outros comerciantes a resistirem às intimidações da construtora. Seok-heon tem o poder de levitar objetos, desde um pequeno cinzeiro a um grande veículo. Ele adquiriu esta habilidade ao beber uma água contaminada por um líquido proveniente de um meteoro que caiu na Terra. (Existe algo mais clichê que isso?). Seok-heon exibindo sua habilidade de telecinese.   Todo filme de super-herói merece bons efeitos especiais, vide as últimas produções da Marvel. Psychokinesis peca sem constrangimento algum nesse quesito. Alguns efeitos são tão ruins, que perdem para muitas séries do próprio serviço de streaming, como Stranger Things e Perdidos no Espaço. Eu poderia listar aqui diversos pontos negativos do filme, mas quero destacar só mais um: os personagens. Caricatos e unidimensionais ao extremo, não conseguem provocar no espectador o mínimo de empatia e identificação. Essa observação diz respeito, inclusive, ao protagonista. Psychokinesis não agradará aos mais exigentes, nem aos que não curtem ver mais do mesmo nas novas produções. Pena que o novo trabalho de Yeon Sang-ho é justamente isso.  

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Muita destruição em novo filme arrasa-quarteirão com Dwayne Johnson

Quando se fala em filme de ação dos anos 80, é difícil não lembrar dele: Arnold Schwarzenegger. O gigante austríaco dominava as produções do gênero, fazendo muito sucesso como Conan, O Bárbaro ou protagonizando a franquia Exterminador do Futuro. Mas seu "reinado" foi perdendo força, dando lugar a outros nomes, entre eles, o do ex-jogador de futebol americano, Dwayne "The Rock" Johnson. O grandalhão, de características bem parecidas com as de Arnold (pouca expressão e muita testosterona) conquistou de vez seu espaço. Seu mais novo filme, Rampage: Destruição Total, é uma prova disso. Na história, Dwayne Johnson interpreta Davis Okoye, um primatologista que cuida e tem como grande amigo um gorila albino chamado George. A rotina de Okoye é violentamente sacudida quando um experimento genético que havia sido realizado no espaço cai na Terra, contaminando alguns animais, entre eles, George. O contato com a substância desconhecida acelera o crescimento do animal e altera seu comportamento, tornando-o violento. Dá-se início, então, à principal proposta do longa, como o próprio título já revela: trazer à tela grande muito barulho e destruição.   Rampage: Destruição Total mais parece uma reciclagem de filmes clássicos de monstros como King Kong e Godzilla. A diferença, claro, está na qualidade dos efeitos especiais que, aliada a boa edição de som, proporciona ao espectador uma impressionante imersão na história, com direito a momentos de tensão e muitos sustos. O roteiro é bem confuso. Alguns personagens surgem e logo somem da história sem muita explicação, como os dois jovens auxiliares de Okoye no zoológico. O elenco também é ruim, tanto que (acredite!) apenas Dwayne Johnson se salva, talvez porque não arrisca muito nas expressões (rsrs). A dupla de vilões é, sem dúvida, a pior coisa do filme. A atriz sueca Malin Maria Åkerman e o americano Jake Lacy, que interpretam os irmãos Claire e Brett, proprietários do laboratório responsável pela pesquisa que resultou em toda a confusão, são fortes candidatos a figurar na próxima edição do Framboesa de Ouro. Completam o elenco Naomi Harris e Jeffrey Dean Morgan. Apesar dos pontos negativos, Rampage: Destruição Total deve agradar aos fãs do gênero. E Dwayne Johnson seguirá honrando o legado deixado pelos clássicos arrasa-quarteirões do passado.  

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“Um Lugar Silencioso” prova que ainda é possível inovar no terror

Com tantos filmes de terror ruins e genéricos chegando aos cinemas todo ano, não tinha como não desconfiar de mais um, ainda mais se tiver o nome de Michael Bay na produção, figura responsável pela barulhenta e sem noção franquia Transformers. "Um Lugar Silencioso" provou quão desnecessária fora minha desconfiança. Na história, uma família é perseguida por criaturas extraterrestres cegas, mas de audição bem aguçada. Para se protegerem, essas pessoas terão que viver em silêncio total. Além disso, serão assombradas por um trauma fruto de uma tragédia do passado, que marcou profundamente suas vidas. A luta pela sobrevivência frente a ameaça alienígena norteia o desenrolar da trama, mas o filme vai além dos sustos e cenas de perseguição característicos ao gênero.   Um Lugar Silencioso segue fielmente a cartilha de filmes como Tubarão, explorando a ideia de trabalhar o suspense sem mostrar muito, apenas sugerindo o perigo. O longa consegue prender a atenção do espectador com sua narrativa engenhosa, ainda que fugindo do convencional, com silêncio quase que absoluto durante boa parte da exibição. A ausência de som serve de prenúncio para grandes sustos. Parte do sucesso da produção está relacionada ao bom elenco. John Krasinski e Emily Blunt (casados na vida real) esbanjam boa química e carisma no papel do casal de protagonistas, Lee e Evelyn. John também é responsável pela direção, mostrando ter segurança e grande talento na função. Outra que se destaca é Millicent Simmonds, que interpreta Regan, filha do casal. Este é o segundo filme da atriz de apenas 15 anos, que já atuou também ao lado de Juliane Moore no filme Sem Fôlego. Krasinski, responsável também pelo roteiro, mostra ser possível inovar, trazer novas propostas até para gêneros que já se mostram bem saturados. Um Lugar Silencioso está, sem dúvida, entre as boas surpresas do cinema em 2018.

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Arte contemporânea italiana no Murilo La Greca

Amanhã (5), o Museu Murillo La Greca recebe a exposição Percursos Introspectivos da Alma, de curadoria da artista plástica ítalo-brasileiro Eugenia Harten. A mostra é a quinta iniciativa de um projeto de intercâmbio cultural entre o Brasil e Itália, que já promoveu, desde 2015, exposições no Recife, em Milão, em Búzios e em Caravaggio. Na abertura, a partir das 19h desta quinta-feira, o artista contemporâneo Daniel Santiago fará uma performance. Inédita no Brasil, a mostra Percursos Introspectivos da Alma já foi apresentada na Itália, na histórica cidade de Caravaggio, por ocasião das festividades preparadas pela administração municipal daquela cidade para celebrar o aniversário de um de seus mais ilustres cidadãos: o pintor Michelangelo Merisi Caravaggio. O acervo conta com obras de artistas de diversas regiões da Itália, entre profissionais consagrados com vasto currículo e jovens artistas de grande talento, promessas da arte contemporânea internacional. A mostra, que celebra as várias línguas e linguagens faladas pela arte contemporânea, convida os visitantes por um percurso que começa pela obra neo pop de Vittoria Salati, segue a caminhada pelas ruas urbanas do impressionismo de Patrizio Oca, passa pelo realismo mágico e poético de Carmine Bellucci e Nacha Piattini Maria Ignacia, depois cria formas e cores espontâneas na abstração vitrificada de Mario Del Viero, e se dedica ainda a percorrer os valores expressivos dos materiais e do gesto informal de Mirko Roncelli, até atravessar as fronteiras entre o abstrato e o figurativo de Lorella Castelli, Marisa Ierardi e Eugênia Harten. Outras paradas se fazem obrigatórias nesse percurso, segundo a curadora Eugenia Harten, que destaca ainda “a fotografia de Fabio Fidone, o cenário quase teatral montado por Natalia Gonzalez Prados em homenagem ao Bacchino malato de Caravaggio, transformando os castelos do século XX de Vito Legramandi em palco cênico para dançarina sensual criar novos passos pela coreografia de Ivana Vio até chegar às fantasias do carnaval de Veneza, através da pintura digital do mestre Bruno Tosi”. Intercâmbio - A primeira edição do Intercâmbio Cultural foi realizada em junho de 2015, no Museu da Cidade do Recife, apresentando ao público do Recife 30 obras de artistas italianos e outros 30 artistas brasileiros. Em contrapartida, a  segunda edição aconteceu na cidade de Milão, Itália, na Galleria Art Studio38, em dezembro 2015. Na ocasião, participaram cinco artistas brasileiros e quatro artistas italianos, com o apoio e patrocínio do Consulado Geral do Brasil em Milão. A terceira edição do Intercâmbio Cultural foi realizada em junho de 2016, no balneário de Búzios, no Rio de Janeiro, trazendo seis dos maiores expoentes da arte italiana para uma exposição na galeria N1 de Arte. Em 2016, a quarta edição foi na cidade de Caravaggio, na Itália.   Serviço Exposição Percursos Introspectivos da Alma Abertura: 5 de abril, a partir das 19h Visitação: Até 28 de abril Horário: De terça a sexta, das 9h às 12h e 14h às 17h, e, no sábado, das 15h às 18h Local: Museu Murillo La Greca (Rua Leonardo Bezerra Cavalcante, 366, Parnamirim) Entrada gratuita Informações: 3355-3129   --

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Reinaldo de Oliveira ganha biografia

Medicina e dramaturgia sempre atuaram juntas na trajetória de Reinaldo de Oliveira, 87 anos, o mais novo biografado da coleção Memórias, da Cepe Editora. Reinaldo de Oliveira - do bisturi ao palco, não poderia ter tido melhor autor: Antonio Edson Cadengue, pesquisador de teatro e psicólogo. Para eles e para o pai de Reinaldo, Valdemar de Oliveira, não existia vida sem arte, sobretudo a arte teatral.   O livro de 260 páginas, que será lançado no dia 23 de março, às 19h, na Academia Pernambucana de Letras, é movido pela admiração de Cadengue por Reinaldo, “esse homem que foi tão bom no palco e tão comprometido como médico”, diz o autor. A obra traz um recheio rico de fotografias históricas de personalidades e fatos públicos e privados de meados do século 20 que permeiam o caminho de uma das mais importantes figuras do teatro pernambucano e grande defensor do Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP). O legado aprendido desde a infância de Reinaldo com seu pai, Valdemar. Como diz Cadengue, “há alguma poesia nessa prosa”.   Sem pretensões de analisar a obra de Reinaldo, Cadengue busca reter, através de longas entrevistas, pesquisas em livros, artigos de jornal e blogs, e fotografias reunidas pela enteada do teatrólogo, a fotógrafa Yêda Bezerra de Mello, o máximo possível dos ‘causos’, da personalidade, do sentimento de Reinaldo, gerando uma narrativa que parece escrita em primeira pessoa. “Usei muito do olhar e da experiência dele para escrever o livro; Reinaldo tem uma memória prodigiosa””, revela Cadengue, que pesquisou o TAP de 1941 a 1991, e assim conheceu o teatrólogo.   A dedicação de Reinaldo ao TAP em uma época em que muitos enxergavam como “uma pálida cópia do teatro profissional” é, portanto, um dos destaques da publicação. “O TAP foi um dos fundadores da cena moderna no País”, defende Cadengue, que admira Reinaldo principalmente como ator e lamenta que essa faceta tenha sido escanteada em nome da função de braço direito do pai. Muitas vezes, Reinaldo precisou ocupar funções como a de iluminador, por exemplo. Mas tal como Valdemar, trazia a arte como rumo de vida, e também transitou pela música e literatura. Diz ele: “Bisturi que se reveza com a pena, não sabendo eu, hoje, se o bisturi escreve ou se a pena corta”.   SERVIÇO Reinaldo de Oliveira - do bisturi ao palco (Cepe Editora) Autor: Antônio Edson Cadengue Lançamento: 23 de março (sexta-feira) Horário: 19h Local: Academia Pernambucana de Letras (Av. Rui Barbosa, 1596 - Graças)

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Cinema chileno na Netflix

No domingo (04), o cinema chileno fez história ao vencer pela primeira vez o Oscar de melhor filme estrangeiro com o longa Uma Mulher Fantástica. Na história, uma garçonete transexual tenta recomeçar a vida após a morte do companheiro. Esta foi a segunda indicação do Chile ao prêmio. A primeira foi em 2012 com o filme No, protagonizado por Gael Garcia Bernal. O prêmio despertou em muitos o desejo de conhecer melhor o cinema produzido por nossos vizinhos de continente. Com o mercado dominado pelas produções americanas, pouco do que é feito no Chile chega por aqui, restringindo-se a exibições em festivais e mostras de cinema. Resta, então, recorrer aos serviços de streaming. Fiz recentemente uma busca no catálogo da Netflix e encontrei boas opções de filmes, ainda que não representem, claro, o que o cinema chileno tem de melhor. Compartilho aqui detalhes de três desses longas. Lhttp://portal.idireto.com/wp-content/uploads/2016/11/img_85201463.jpgs (2015)   A comédia Lhttp://portal.idireto.com/wp-content/uploads/2016/11/img_85201463.jpgs junta em uma mesma história três protagonistas de nacionalidades diferentes: um chileno, um argentino e um peruano. O chileno, Aníbal (Felipe Izquierdo), passa por um momento de crise no casamento, situação que fica ainda pior quando descobre que ganhou dois ingressos para a final da Copa do Mundo no Brasil. Pior porque ganhou os ingressos em um concurso constrangedora organizado por uma marca de camisinhas. Com os ingressos nas mãos e o pedido de separação da esposa martelando a cabeça, segue para o Brasil acompanhado de seu mais novo amigo, o taxista argentino Rolo (Pablo Granados). No caminho, atropelam Edgar (Carlos Alcántara), um peruano que está sendo perseguido por um integrante da máfia. É quando as situações mais improváveis começam a acontecer, envolvendo uma relíquia roubada, índios canibais e até uma partida de futebol no meio da floresta amazônica. Comédia despretensiosa para quem não quer gastar muitos neurônios. Uma produção Chile/ Argentina/ Peru.   A Noite do Javali (2016)   Neste thriller acompanhamos os passos de Claudia Moratti (Catalina Zahri) uma famosa escritora a procura de respostas sobre a morte do namorado, que também era escritor. Ela retorna ao vilarejo onde ocorreu o crime e encontra figuras bem suspeitas, como o policial Benno (Fernando Kliche) e o caseiro Sebástian (Gastón Salgado). Dirigido e escrito por Ramiro Tenorio, A Noite do Javali tem como ponto forte a bela fotografia, apesar de um roteiro, por vezes, confuso. É o filme de estreia do diretor chileno Ramiro Tenorio.   No Filter (2016)   À primeira vista poderia dizer que esta é uma versão espanhola do filme Um Dia de Fúria, aquele com Michael Douglas. Após trabalhar 14 anos numa agência de publicidade, Pía (Paz Bascuñán) descobre que será substituída por uma famosa youtuber, ainda por cima bem mais jovem. Soma-se a isso a crise que passa em casa com o esposo, um artista plástico desleixado e o enteado problemático. O acúmulo de problemas a leva a procurar um tipo de curandeiro chinês que, após uma consulta, faz com que passe a expressar de forma descontrolada seus sentimentos. Expressar não apenas com palavras, para ser mais exato (rsrs). No Filter trata de assuntos bem atuais como a febre dos youtubers e a questão dos relacionamentos (se é que em alguns casos podem ser chamados assim) na era das redes sociais. Boa pedida para uma tarde agradável de domingo com a família.

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As letras caminham (Por Paulo Caldas)

Neste "Cantos da Casa", Fatima Militão mantém um diálogo confortável com a memória, espécie de abraço afetuoso em fantasmas parceiros, sem o ranço nostálgico de um tempo póstumo. Não obstante o título sugerir cenas confinadas ao cenário restrito de um casarão ancestral, as letras caminham sem pressa pelas alamedas daquele Recife provinciano, desde as margens do Cão sem plumas até um bucólico Jaboatão dos Guararapes, certificando com precisão aos leitores maduros que o passado não passou. Quem imagina que por mostrar relatos de memória a autora deu os braços à pieguice, comum em algumas composições desse viés, incorre no equívoco. Além de tais virtudes o livro, ainda mostra outras, quando sublima os versos de Nelson Ferreira e Aldemar Paiva, dois ícones do frevo: “Quem tem saudade não está sozinho tem o carinho da recordação”, e tantas vivências da época apoiadas nas sutilezas de um texto leve, sem artifícios sofisticados, todavia com elementos estéticos colocados com exatidão a esquadro e compasso. Fatima Militão é médica, pesquisadora e docente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Fiocruz-PE. Ao lado de seu entusiasmo e amor pela ciência, começou a transformar o hábito da leitura que a acompanhou durante a vida, em primeiras tentativas de redação ficcional, ao frequentar Oficinas Literárias e publicar alguns contos em coletâneas. "Escrever me harmoniza com o universo e hoje sinto que a 'arte existe porque a vida não basta'”. É mãe de Camila e Francisco, casada com João Carlos, adotou de coração Luíza e Joana. Diz que formam uma só família com os genros – Mario, Bruno e Tony - e a nora Marcela. Fatima tem cinco netos: Henrique, Pedro, Clara, Tomás e Helena. Paulo Caldas é escritor.

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