Olhar Cristão – Página: 3 – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Olhar Cristão

Leonardo Gonçalves em novembro no Recife

Devido à grande quantidade de reclamações de pessoas q não conseguiram participar do evento abril e devido à imensa consideração que Leonardo Gonçalves tem com sua terra natal de Pernambuco, a turnê PRINCIPIΩ retorna ao Recife na reta final de sua despedida. O evento será no dia 20 de novembro, no Centro de Convenções, às 21h. Mais informações na página do cantor: https://www.facebook.com/events/489311661267398/

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SPN anuncia seminário de aconselhamento

O SPN mais uma vez realiza o Congresso SPN em Aconselhamento Bíblico, com o tema geral deste ano: Família, sexo e sociedade.  Os palestrantes deste ano serão George Scipione (USA); Douglas Leaman (USA); Valdeci Santos (SP); Paulo Brasil (PA); Victor Ximenes (SP); Aláuli Oliveira (AL) e Gaspar de Souza (PE). O evento acontece entre os dias 24 e 27 de agosto. O investimento para participação é de R$80,00 (pagamento por depósito bancário ou no cartão). Aos interessados solicitem por e-mail o link do formulário eletrônico para garantir sua vaga. Mais informações: (81)3227-0986, spnipb@gmail.com ou eventosspn@gmail.com. SPN: “Fidelidade às Escrituras, excelência no ensino e compromisso com a Missão: esse é o nosso lema”.

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Augusto Cury lança Ansiedade 2

O tão aguardado livro Ansiedade 2 – Autocontrole chega às prateleiras de todo o País a partir de julho e reserva grandes surpresas. Nele, o psiquiatra e psicoterapeuta Augusto Cury abre sua vida e conta como aplicou técnicas para o autocontrole em sua rotina. O livro é continuação do best-seller Ansiedade – Como enfrentar o mal do século, que está na lista dos mais vendidos da editora Saraiva desde sua publicação. Para que os leitores tenham uma vida emocional saudável e plena, Augusto Cury ressalta temas como o gerenciamento do estresse e desenvolvimento do autocontrole e explica a diferença entre ansiedade e estresse, salientando que ambos são essenciais para a vida, mas, como tudo, precisam ser dosados. O autor ainda resgata temas importantes do primeiro livro como a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA), que faz com que as pessoas se tornem prisioneiras da própria mente com o passar do tempo. A grande novidade desse lançamento é que Cury utiliza acontecimentos de sua própria história para mostrar como é possível empregar técnicas para vencer o medo de fracassar e alcançar o êxito pessoal e profissional – uma destas envolve a própria SPA em sua adolescência. Sobre o autor AUGUSTO CURY é psiquiatra, psicoterapeuta, cientista e escritor. Sua obra, composta de livros de ficção e não ficção, está publicada em mais de 70 países e vendeu mais de 25 milhões de exemplares somente no Brasil. Autor da Teoria da Inteligência Multifocal, que estuda a formação do Eu, os papéis da memória e a construção dos pensamentos, Cury é um dos poucos pensadores vivos cuja teoria é objeto de estudo em cursos de pós-graduação. Criou o programa Escola da Inteligência para ser introduzido na grade curricular, com enfoque na educação da emoção e no desenvolvimento da inteligência. Seu instituto Menthes promove cursos para adultos e crianças para o desenvolvimento da qualidade de vida e da excelência emocional.

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JMJ Live é o maior festival católico gratuito

Um festival católico de grandes proporções e, com entrada gratuita, tomará conta do Campo de Marte, em São Paulo. Manifestações de fé se unirão à arte durante os dias 28, 29, 30 e 31 de julho, período em que ocorre, na Cracóvia (Polônia), a Jornada Mundial da Juventude. O JMJ Live transmitirá, ao vivo, as principais atividades do evento europeu, inclusive as celebrações presididas pelo Papa Francisco. Além das missas, a programação inclui shows do padre Marcelo Rossi, além de outras atrações musicais – divididas em três palcos. A iniciativa é do Portal Católico e, segundo Edu Amato, organizador, o JMJ Live foi concebido com o conceito de ser a alternativa aos jovens que não podem viajar o mundo atrás do Papa Francisco. “Os que não podem participar presencialmente da Jornada vão poder se sentir inseridos e em total sintonia com o Papa e os jovens do mundo inteiro”, diz. Atrações musicais como Rosa de Saron, Dunga, Ziza Fernandes, Tony Alysson e Adoração e Vida se apresentarão em grandes shows. O palco Coreto, que tem a intenção de aproximar o público ao artista, contará com vários outros artistas que têm se destacado nos últimos anos. O evento será transmitido também pela internet e terá um canal via satélite disponível para TVs Católicas. SERVIÇO – JMJ LIVE DATA: 28, 29, 30 e 31 de Julho HORÁRIO: De quinta a sábado das 10h às 22h e Domingo das 8h30 às 18. LOCAL: Campo de Marte ENDEREÇO:Avenida Olavo Fontoura, 1078 – Santana – São Paulo INGRESSOS: Gratuito CAPACIDADE: 36 mil pessoas SITE OFICIAL: WWW.JMJLIVE.COM

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Últimos dias para matrículas no mestrado do SEC

Na próxima semana (11/07) iniciam as aulas do Módulo de julho do Mestrado do Seminário de Educação Cristã. Os Estudos Avançados do SEC oferecem a formação em nível de mestrado em três áreas de concentração: Educação Cristã, Ministério Social Cristão e Missiologia. Os alunos interessados deverão providenciar a documentação até o primeiro dia de aula. Mais informações sobre os cursos com a coordenadora dos Estudos Avançados do SEC, a professora Milzede Albuquerque (milzede@gmail.com) ou diretamente com a secretaria da instituição (seminariodeeducacaocrista@gmail.com e pelo telefone 81-3423-3396). No nosso site (www.sec.org.br), você poderá consultar a matriz curricular e a documentação necessária para matrícula. Os módulos acontecem por duas semanas, com disciplinas ofertadas nos dois turnos. Na primeira semana, de 11 a 15 de julho, serão oferecidas as disciplinas de Supervisão e Consultoria (Prof. Me André Xavier – Ministério Social Cristão (MSC); Fundamentos Filosóficos da Educação Religiosa (Prof. Me João Ferreira Santos); Análise e Crítica em História de Missões (Prof. Me Luiz A.Bueno). Fundamentos Sociológicos da Educação Religiosa e do MSC (Prof. Dr. Edijéce Martins); Antropologia Aplicada a Missões (Prof. Me Flávio Ulisses). Na segunda semana, de 18 a 22 de julho, serão oferecidas as disciplinas de: Metodologia da Pesquisa Científica (Prof. Me Ivanildo Lopes) e Fundamentos Bíblicos da Missão Integral (Prof. Me Luiz A. Bueno). SOBRE OS CURSOS Os cursos em nível de mestrado do SEC têm uma duração de 2 a 3 anos, com três linhas de pesquisa: Missiologia, Educação Cristã e Ministério Social Cristão. Poderão candidatar-se aos Estudos Avançados do SEC portadores de diplomas de seminários maiores ou universidades. Para a formação no curso em nível de mestrado, o aluno deverá cursar as disciplinas obrigatórias do tronco comum (Fundamentos Bíblicos da Missão Integral, Metodologia da Pesquisa Científica e Didática do Ensino Superior) e um mínimo de mais seis disciplinas entre as ofertadas dentro da sua área de concentração. No final, cumprida essa etapa, os discentes devem elaborar o seu projeto de pesquisa para a dissertação. O investimento para cada disciplina ofertada nos cursos de nível de mestrado é de R$ 405. O aluno poderá cursar por período até quatro disciplinas. Como o curso é modular (acontece presencialmente apenas nos meses de fevereiro e julho) e são raras as instituições evangélicas no País que dispõem de um setor de Estudos Avançados, o SEC tem recebido alunos de vários estados em busca de um aperfeiçoamento para docência e prática ministerial. No módulo que aconteceu em fevereiro, estiveram estudando alunos de quatro estados: Pernambuco, Paraíba, Minas Gerais e Sergipe.

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Batistas promovem o IDE, em Abreu e Lima

Com o intuito de promover a Campanha de Missões Estaduais 2016, a Convenção Batista de Pernambuco, através da sua Área de Missões Estaduais (AME), promoveu o IDE – Congresso de Despertamento Missionário. O IDE tem como finalidades específicas preparar e mobilizar as igrejas batistas para um despertar de novos vocacionados como também capacitar as áreas missionárias da igreja local para uma atuação mais efetiva. “Com o IDE, nós trabalhamos os temas da Campanha de Missões e também outros projetos que a igreja local pode desenvolver na sua atuação missionária”, explica o Pr. Neilton Ramos, coordenador da AME. Neste ano de 2016, duas cidades foram comtempladas com o evento. O primeiro aconteceu no dia 04 de junho, na Igreja Batista Emanuel em Serra Talhada, Sertão do Alto Pajeú pernambucano, contemplando assim as Associações do Alto Pajeú e Sertaneja. Já o segundo, foi realizado no dia 02 de julho, na Primeira Igreja Batista em Abreu e Lima, Região Metropolitana, abrangendo prioritariamente as associações Paulista, Olindense, Litoral Norte e Extremo Litoral Norte. O evento teve como alvo todos os membros e congregados, em especial, promotores de missões e lideranças de ministérios das igrejas locais. Na programação, houve momentos de oração por Missões Estaduais e mensagens buscando despertar e desafiar pessoas para contribuir com a obra da evangelização. “É importante que cada igreja, além de contribuir com o Plano Cooperativo, no qual nós enviamos 50% para o sustento do campo missionário, nós também possamos contribuir com a oferta de Missões, porque vem complementar esse sustento e fazer com que outras obras possam avançar”, reforça o Pr. João Marcos Florentino, Secretário Geral da CBPE. Os participantes também puderam ouvir testemunhos de vocacionados que hoje atuam diretamente no campo missionário da Região Agreste, foco da campanha 2016. “Não há nada mais importante na vida de um servo de Deus, a não ser pregar a Palavra de Deus”, enfatiza o Pr. Denilson Araújo, da Primeira Igreja Batista em Tacaimbó. Na ocasião, foram ministradas capacitações para diversas áreas ministeriais: Ministério com Surdos, Missões Urbanas; Pepe (Programa de Educação Pré-escolar); Dinamize sua Campanha de Missões Estaduais; Campanha de Missões Infantil; Igreja Multiplicadora e Juventude que se importa. “Numa palestra que a gente faz aqui, nós conseguimos alcançar várias igrejas e tratar de temas que estão borbulhando na sociedade e fazer com que as pessoas saiam daqui pensando que elas podem fazer algo, a partir da realidade local de sua igreja”, diz Pr. Daniel Oliveira, da Arca (Ação de Rua e Cultura Alternativa). Para quem participou, uma oportunidade de ter o coração desafiado a fazer missões. “A gente não pode ficar na nossa caixinha. E este congresso mostra isso. Quem tem muito mais, mais além do que nossa igreja” finaliza Letícia Farias, congressista. A Campanha Anual de Missões Estaduais 2016, em Pernambuco, tem como tema: “EU ME IMPORTO, anuncio Cristo ao Agreste”. A divisa está em Lucas 8.39b: “Então, foi ele anunciando por toda a cidade todas as coisas que Jesus lhe tinha feito”. O Alvo é R$520 mil.

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Igreja como praça de cultura popular

*Por Wanderley Andrade Exposição de artes plásticas, palestras, leituras dramáticas, maracatu, coco de roda e banda de jazz. Prato cheio para quem não perde uma boa programação cultural. Essa é a proposta da Praça, evento organizado pela igreja protestante “A Ponte”, localizada no Bairro do Recife, no Cais do Apolo. A ideia é criar um ambiente agradável, permeado pela arte, e discutir a relação da sociedade atual com sua cultura. A igreja “A Ponte” surgiu em 02 novembro de 2014, liderada pelo pastor Guilherme Franco, da Igreja Presbiteriana de Candeias. No início, era um pequeno grupo com pouco mais de 30 pessoas, que se reunia nos domingos em um estúdio fotográfico no centro do Recife. Mas logo o espaço ficou pequeno e, em 31 de maio de 2015, transferiu-se para um galpão próximo à comunidade do Pilar, no Recife Antigo. A igreja tem como característica o constante diálogo com a cultura. O evento “Praça” é uma das iniciativas que se encaixam nessa visão. “A Praça é uma espécie de virada cultural dentro da ‘Ponte’. É o nosso movimento em direção a uma conversa mais próxima com a sociedade. Queremos criar um ambiente de convivência onde arte, beleza e produção intelectual possam ser bem-vindos”, explica Samuca Dantas, líder de criação e comunicação da igreja. O grupo de percussão, Amart, da Primeira Igreja Batista do Recife será uma das atrações. Criado em 1997, traz no repertório elementos da cultura popular brasileira, como o maracatu, o coco de roda, a ciranda e a literatura de cordel. “Nossa proposta será levar um batuque bastante lúdico e interativo. Faremos uma mistura de ‘pife’ com maracatu, um pouco de poesia, um jogo de percussão corporal, coco de roda para o povo dançar, e a velha e boa ciranda”, conta Jocemar Mariz, líder do grupo. Ele aponta o evento como uma importante ferramenta de diálogo entre a igreja e a cultura popular. “Avalio como uma oportunidade de dialogarmos com nossas manifestações culturais e assim tentarmos aproximar nossas igrejas da nossa cultura. A partir disto, bons frutos poderão ser colhidos.” Além do grupo de percussão, a “Praça” terá a apresentação do Quarteto Minuet, exposições artísticas com nomes como Edull e o grafiteiro Zeroff e um painel com o músico Silvério Pessoa. O evento acontecerá neste sábado (2), às 16h. Entrevista – Silvério Pessoa Ele nasceu em Carpina, cidade da Zona da Mata Norte de Pernambuco. A música o acompanha desde a infância – sua mãe, dona Ivete, era professora de acordeom. O tempo passou e trouxe para o músico mais uma paixão: ensinar. Mas o ofício de educador não amainou a força da música sobre sua vida. Hoje, Silvério Pessoa está entre os grandes nomes do cenário musical pernambucano. Doutorando em Ciências da Religião, Silvério é um dos nomes que estará no evento “Praça”, da igreja “A Ponte”. Ele contou a Revista Olhar Cristão como será sua participação. Como será sua participação no evento? Fui convidado pela “Ponte” para apresentar num momento interativo, minha tese de doutorado, que é sobre música cristã contemporânea. Será uma apresentação simples: mostrarei como anda o desenvolvimento e a evolução da minha pesquisa, e depois abriremos uma roda de bate-papo. Eles acreditam que o tema é bem oportuno, inclusive para a galera jovem, e mexe com arte, movimentos artísticos modernos contemporâneos. Como aconteceu o primeiro contato com a “Ponte”? A Ponte promove algo que nós cientistas da religião acreditamos ser imensamente necessário, que é o diálogo inter-religioso. As religiões dando as mãos, encontrando diferenças, encontrando pontos em comum, mas com um objetivo do bem de seus crentes, de seus fiéis, da humanidade. Costumo fazer uma garimpagem em todos os meios de comunicação, principalmente dos novos movimentos religiosos contemporâneos, e vejo a igreja “A Ponte” como inserida nesse novo campo religioso moderno. Costumo seguir os cultos via Instagram, Periscope e também sigo o pessoal pelo Facebook. Mas, na realidade, o momento mais “humano” mesmo, considerando que tudo hoje é virtual, deu-se numa apresentação do Marcos Almeida no Teatro Santa Isabel. Ele trouxe o espetáculo Culto é Cultura, um projeto solo dele, que é uma figura muito legal. Nesse dia, conheci o pessoal que faz a coordenação da “Ponte”. Como você avalia a proposta da “Ponte” de trabalhar a cultura popular na igreja? Não há outro caminho no campo religioso contemporâneo, não só no Brasil, como no mundo, que não seja aproximar a crença, a fé, o sagrado, à cultura. A teologia é toda reinterpretada de acordo com as religiões. Os ritos, rituais, celebrações, todos são diferentes uns dos outros, isso é o que torna as religiões enriquecidas, e tudo isso está inserido dentro do campo cultural. A cultura sem as religiões, irá ficar manca, não existe. Toda cultura tem em seu contexto social, político, econômico, educativo, pedagógico, artístico, as religiões. As religiões são instituições que deixaram marcas profundas no campo artístico. O que existe de mais moderno hoje é aproximar a cultura, os templos da cultura de cada povo. E essa cultura é toda diluída. Posso citar a própria cultura pernambucana: a Zona da Mata tem uma cultura, o Agreste tem outra, e o Sertão também. E a “Ponte” está instalada num espaço estratégico, que é a cultura urbana, de periferia, do menos favorecido. Isso é riquíssimo. O catolicismo está aí com os padres artistas, o movimento gospel em franca expansão, o budismo saiu dos mosteiros e está peregrinando aqui pelo ocidente e pelas várias sociais, enfim, não tem outra saída. Confira a programação completa: http://somosaponte.com/praca/ https://www.facebook.com/somosaponte/?ref=ts&fref=ts *Por Wanderley Andrade é jornalista

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Entrevista: Odete Liber

“A violência contra a mulher é também uma violência política”. Mestre em Teologia pelas Faculdades EST (2003), graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Londrina (2006), bacharel em Direito pela Faculdade Pitágoras (2010) e bacharel em Teologia pela Faculdade Metodista (1998). A diretora conselheira da Diaconia, Odete Liber, acumula formações acadêmicas e experiências profissionais em áreas distintas. Em todas, no entanto, teve sua trajetória inspirada e marcada por uma temática específica: a Justiça de Gênero. Nesta entrevista, a 2ª Tesoureira conta um pouco da sua ligação enquanto profissional, mulher e pastora com as questões de Gênero e faz uma breve avaliação do cenário brasileiro, incluindo a abertura das igrejas evangélicas para o diálogo sobre a temática. Como a temática Gênero chegou até você? A inquietação começou na época faculdade de Teologia, nos idos de 1996/97, quando comecei a ver e ouvir coisas sobre o tema, com disciplinas que trabalhavam o que é violência, o que é ser mulher… Até então, não tinha muita noção sobre o assunto. Anos depois, passei a dar aulas no curso de Teologia da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (IPIB), em Londrina, e, em 2003, veio a proposta de abordar a temática de forma específica. A IPI tinha acabado iniciar a ordenação de mulheres, era algo muito novo. Como eu era a única mulher a dar aula, veio a sugestão: por que você não começa uma disciplina para tratar da questão de mulher? Então, vamos falar religião e gênero, gênero e religião. Foi aí que comecei a me preparar mais para poder trabalhar esta temática. Fui pioneira em uma disciplina específica para tratar do assunto, tanto que os alunos, no início, ficaram relutantes para discutir tema. A turma era formada em sua maioria por homens e eles achavam que não precisavam estudar aquilo. Que mudanças foram mais perceptíveis ao final desse curso? Ele ainda existe? A maior mudança foi de comportamento. Não só dos homens, mas também das mulheres, na forma de se perceberem no ministério pastoral, além do fato de serem mulheres e de construir um jeito seu de realizar seu ministério, não como uma cópia do que sempre existiu, do ministério pastoral do homem. A mulher tem um olhar diferente que deve ser valorizado. E isso não prejudica ninguém, muito menos o ministério. Os homens têm hoje, apesar dos pesares, uma visão bem diferente, ainda com as fragilidades que a gente tem de olhar para o outro, em especial a mulher, mas melhorou. Foram dois anos de ensino, duas turmas. Depois, o tema passou a ser trabalhado de forma transversal em outras disciplinas. E você levou a abordagem de gênero para outros espaços? Depois da IPI, trabalhei mais na área de Educação, sou teóloga, pedagoga, e juntei com o Direito, na parte legal. Fui trabalhar em um instituto socioeducativo e no CRAS (Centro de Referência em Assistência Social), onde a questão de gênero está muito presente. Ali, é uma porta onde você deve trabalhar a prevenção da violência contra a mulher, contra a criança e o adolescente, contra o idoso… é um espaço em que, na vivência do dia a dia, é possível e se deve trabalhar o empoderamento da mulher. Atualmente, trabalho como professora/tutora EAD/IFES e como assessora de projetos do Serviço Anglicano de Diaconia (SAD), da Igreja Episcopal Anglicana do BrasilI (IEAB), no qual a temática violência contra a mulher e qualquer outra violência é o tema principal. A violência de gênero ainda é um dos principais problemas enfrentados pelas brasileiras. Qual a sua avaliação diante dos altos índices de feminicídios registrados no País? Às vezes, quando olho para esses dados, parece que vivemos um retrocesso, pois os números só aumentam. O Espírito Santo, estado onde moro, sempre aparece em primeiro ou segundo lugar no ranking de violência contra a mulher. Este ano, está em segundo. Acredito que é preciso trabalhar mais na base, trabalhar com os homens a visão de masculinidade, acompanhar aqueles que praticam a violência e na prevenção contra a violência. Instituições públicas e privadas também precisam discutir o assunto, ter momentos para abordá-lo. Vamos falar sobre família? Então, vamos tocar no assunto da violência… porque posso não estar sofrendo violência, mas um amigo, vizinho ou alguém da igreja pode. Então, ali você cria espaços de diálogo e de laços afetivos… e nesses laços afetivos acaba reconhecendo os problemas e encontrando formas de solução. As igrejas, hoje, estão mais abertas ao diálogo sobre gênero? Sou de origem Metodista, mas desde 2009 estou na IEAB. Posso dizer que a Igreja Anglicana tem trabalhado muito esse tema nas igrejas/paróquias, nas dioceses. Nessa caminhada de luta, mesmo que morosamente temos contribuído com alguma coisa. Não só na realização de encontros e colóquios, mas também na capacitação e produção de materiais para que as igrejas locais possam trabalhar o tema nas comunidades. A nossa primeira cartilha, que já teve várias edições, trata sobre violência contra mulher e tem sido usada em outros espaços fora da Igreja. Isso me faz acreditar que estamos no caminho certo nessa luta. De certa forma, é algo pioneiro ter essa visão, a preocupação por parte das igrejas locais de formar lideranças para trabalhar o tema, inclusive levando o diálogo para outros espaços, como os locais de trabalho, instituições publicas e privadas. A Igreja olha para si, mas deve olhar também para fora, para o que está à sua volta. Como ter acesso às publicações da Igreja Anglicana? A cartilha Violência Contra a Mulher pode ser adquirida na Livraria Anglicana, em São Paulo. Outra forma é falar com os reverendos nas catedrais e paróquias mais próximas. Também temos o CD, que contém o mesmo conteúdo na revista, mas é uma forma mais fácil de multiplicação do material. Temos uma nova publicação, que é uma revista com artigos acadêmicos escritos por psicólogos, reverendos e outros autores anglicanos, mas em linguagem bem acessível. Ela abre espaço para outros recortes, tratando, por exemplo, da violência contra as meninas transexuais, da violência que os homossexuais sofrem. A Igreja Anglicana começa, a partir desses

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Comissão Dom Helder e PCR prestam homenagem ao Pe. Antônio Henrique

A Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara, em parceria com Prefeitura do Recife, realiza, às 15h, nesta terça-feira (28.06.16), solenidade em homenagem ao Pe. Antônio Henrique Pereira da Silva Neto. O ato marca a inauguração do busto em memória do religioso, na Praça do Parnamirim, Recife. Torturado e assassinado durante a ditadura, o sacerdote foi sequestrado, no dia 26 de maio de 1969, por homens armados que ocupavam uma rural verde e branca. A praça teria sido o último lugar em que o padre foi visto com vida. O evento consiste na contribuição da PCR para a consolidar a iniciativa da CEMVDHC em preservar a memória de fatos históricos, ocorridos durante o período ditatorial, iniciado em 1964, dentro do modelo da Justiça de Transição. Participam da cerimônia, o prefeito do Recife, Geraldo Julio; o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido; o secretário de Direitos Humanos da PCR, Paulo Moraes; Izaíras Pereira (irmã de Padre Henrique), membros e assessores da Comissão da Verdade de PE e demais autoridades. MANHàDO DIA 27 DE MAIO DE 1969. O corpo do Padre Antônio Henrique Pereira Neto foi encontrado, com marcas de tortura e execução, em um terreno baldio, na Cidade Universitária, no Recife.  Versão oficial: crime comum, supostamente cometido por toxicômanos, sem motivação política. MANHàDO DIA 27 DE MAIO DE 2014: 45 ANOS DEPOIS.  A Comissão Estadual da Memória e Verdade de Pernambuco apresentou relatório oficial sobre o caso e concluiu: “o assassinato do Padre Antônio Henrique foi, eminentemente, um crime político”. Os detalhes deste trabalho foram revelados durante coletiva à imprensa, na Capela São José dos Manguinhos, no bairro das Graças, com a presença do arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido. PADRE HENRIQUE – natural da cidade do Recife (PE), o primogênito dos doze filhos do casal José Henrique Pereira da Silva Neto e Isaíras Pereira da Silva (falecidos em 1972 e 2003, respectivamente) nasceu na manhã do dia 28 de outubro de 1940, recebendo o nome de Antônio Henrique Pereira da Silva Neto, em homenagem ao avô paterno. Foi matriculado pela primeira vez no Grupo Escolar Martins Júnior, no bairro da Torre. Posteriormente, foi para o Ginásio da Madalena onde cursou todo o primeiro grau. Aos 16 anos ingressou no Seminário Menor – Seminário da Imaculada Conceição –, no bairro da Várzea, no Recife. Em 1961 estudou nos Estados Unidos, no _Mount Saint Bernard Seminary_, em Dubuque, Iowa. Retornou para o Brasil em janeiro de 1962. Após nove anos como seminarista, foi ordenado sacerdote, no dia 25 de dezembro de 1965, aos 25 anos de idade, pelo então arcebispo de Olinda e Recife, Dom Helder Câmara, na Igreja da Torre, no Recife. Logo após a ordenação foi convidado para assessorar Dom Helder Câmara e trabalhar na Pastoral da Juventude, sendo orientador espiritual de jovens universitários e secundaristas. Aberto aos tempos modernos, não usava batina, salvo em cerimônias de ritual católico. CÂNDIDO PINTO –  Em 2015, o trabalho conjunto da CEMVDHC e PCR homenageou o militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário – PCBR. Na ocasião, alusiva ao 68º aniversário do engenheiro elétrico, Cândido Pinto, perseguido pela ditadura militar (1964-1985), foi recolocada placa comemorativa na Ponte da Torre, no Recife, local onde Cândido sofreu atentado, no dia 28/04/69. Instaurada em junho de 2012, pelo então governador de Pernambuco, Eduardo Campos, a CEMVDHC trabalha em uma lista preliminar com os nomes de 51 pernambucanos mortos, desaparecidos ou vítimas de graves violações dos direitos humanos ocorridas no estado ou no Brasil, durante a repressão. O caso de Cândido Pinto integra uma das relatorias temáticas, analisadas pela Comissão da Verdade de PE: “Ocorrências no meio acadêmico e cultural”. SERVIÇO: Solenidade inauguração busto Padre Henrique DATA: 28.06.2016 (terça-feira) HORÁRIO: 15 h LOCAL: PRAÇA DO PARNAMIRIM, RECIFE (EM FRENTE AO BAR DO NENO)

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