Arquivos Saúde - Página 10 de 36 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Saúde

PCR entrega maior hospital de campanha para enfrentamento da covid-19 no Recife

Para dar continuidade a ampliação da capacidade de atendimento a pacientes com covid-19 diante do número crescente de casos, o prefeito Geraldo Julio entregou, nesta segunda-feira (20), o maior hospital de campanha para enfrentamento da pandemia no Recife, com 420 leitos, sendo 100 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Erguido em 27 dias, no bairro dos Coelhos, o Hospital Provisório Recife 2 ultrapassa a capacidade do Hospital da Mulher do Recife (HMR), no Curado, e do Hospital Provisório Recife 1, na Rua da Aurora, em Santo Amaro juntos. Em menos de um mês, este é o quinto hospital de campanha entregue pela Prefeitura do Recife para enfrentamento à pandemia. O Plano Municipal de Contingência Covid-19 prevê um total de sete hospitais de campanha municipais, com mais de mil leitos para pacientes infectados pelo novo coronavírus, sendo mais de 300 leitos de UTI com respirador.   “Hoje entregamos o Hospital Provisório Recife 2, uma unidade de 420 leitos, sendo 100 de UTI e 320 de enfermaria, que ficou pronto em 27 dias. É o hospital é o resultado do esforço, do trabalho, da dedicação de muita gente. o quinto já entregue. Aqui vão poder ser realizadas mais de oito mil internações nos próximos meses e muitas vidas serão salvas. É resultado deste trabalho que a gente vem fazendo, com todo mundo querendo ver isso pronto, preparado para receber os pacientes que precisam de atendimento hospitalar. Por isso é tão importante manter o isolamento social, para permitir que ações como essa sejam concluídas”, disse o prefeito Geraldo Julio. Os 320 leitos de enfermaria e 100 de UTIs do Hospital Provisório Recife 2 serão administrados pelo Fundação Martiniano Fernandes, ligada ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). A abertura dos leitos para os pacientes está prevista para a próxima segunda-feira (27) e será de forma gradual, até atingir o pleno funcionamento. No local, serão atendidos apenas os pacientes encaminhados pela Central de Regulação, contribuindo para desafogar a rede de leitos de todo o Estado durante esta pandemia. A unidade estruturada pela Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife em antigos galpões na Rua Largo dos Coelhos tem uma área construída de mais de 8.000 m². Entre os equipamentos instalados na unidade estão respiradores pulmonares, raio-x, camas hospitalares, monitores de sinais vitais, desfibriladores cardíacos e outros que integram a aquisição de mais de dez mil equipamentos médico-hospitalares anunciada pelo prefeito Geraldo Julio, neste mês. O hospital ainda conta com área segura para que os profissionais coloquem e tirem os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), além de dormitório e refeitório para a equipe. As paredes internas do hospital de campanha dos Coelhos receberam adesivação com fotos de paisagens e intervenções gráficas, para levar um pouco de vida e de colorido às tradicionais paredes brancas dos hospitais. OUTROS LEITOS - Dos sete hospitais de campanha, quatro já estão em funcionamento nas Policlínicas Amaury Coutinho, na Campina do Barreto, Barros Lima, em Casa Amarela, e Arnaldo Marques, no Ibura, além do Hospital Provisório Recife 1, na Rua da Aurora, em Santo Amaro. Além desses, estão funcionando 67 leitos no Hospital da Mulher, sendo 33 de UTI. O HMR também abrigará um hospital de campanha, na área externa da unidade. RECURSOS E CONTRATAÇÕES - Para viabilizar a implantação dos hospitais de campanha, a Prefeitura do Recife tem feito cortes de despesas que já chegam a R$ 230 milhões, incluindo revisão de contratos de prestação de serviço, consultorias, locação de veículos, combustível, energia elétrica, materiais de consumo, além de novos aluguéis, passagens aéreas e diárias. Com essa economia, também foi possível comprar mais de dez mil equipamentos médico-hospitalares para os hospitais de campanha, como os respiradores; adquirir mais de um milhão de itens de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e reforçar a rede municipal com a contratação de cerca de 700 profissionais para enfrentamento à pandemia. Além disso, mais de dois mil profissionais estão sendo contratados diretamente pelas Organizações Sociais (OS) que administram três desses hospitais. Também para agilizar a contratação efetiva de mais profissionais de saúde, a Prefeitura do Recife antecipou em mais de um mês a homologação do concurso público para cargos de níveis médio, técnico e superior da Secretaria de Saúde do Recife. Desde a última terça, a Sesau está com inscrições abertas para seleção temporária de 40 médicos. O edital de credenciamento para contratação temporária de médicos clínicos, intensivistas e intensivistas pediátricos, em regimes diarista e plantonista, está disponível no site da Prefeitura do Recife (www.recife.pe.gov.br) e no www.credenciamentosesau.recife.pe.gov.br, onde é possível fazer a inscrição gratuita. (Da Prefeitura do Recife)

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UFPE vai realizar o sequenciamento genômico do novo coronavírus

A Universidade Federal de Pernambuco está prestes a realizar o sequenciamento genômico do novo coronavírus (Sars-Cov-2), etapa importante para o enfrentamento à pandemia da Covid-19. A instituição já finalizou o processo de aquisição de um sequenciador de nova geração (tecnologia NGS) e de todos os insumos necessários para a “leitura” das sequências genômicas de várias dezenas das cepas virais circulantes no Estado de Pernambuco. Os produtos devem chegar em até 30 dias, quando a Universidade estará apta a produzir as sequências de, pelo menos, 80 cepas virais. Segundo o professor Valdir Balbino, do Departamento de Genética, coordenador do subprojeto “Diversidade genômica de cepas de Sars-Cov-2 isoladas de portadores da Covid-19 do Estado de Pernambuco, Brasil”, a partir das informações geradas, os pesquisadores pernambucanos poderão determinar, por exemplo, quais são as prováveis origens geográficas do vírus, assim como poderão avaliar a ocorrência de variantes genéticas que sirvam como referência para o estabelecimento de novos métodos diagnósticos (em um primeiro momento) e vacinais para a Covid-19. “Essas informações vão alimentar um banco de dados e, a partir de então, poderemos comparar as sequências genômicas das cepas do SARS-Cov-2 circulantes em Pernambuco àquelas de várias outras localidades”, explica. O estudo será realizado na Plataforma Multiusuários de Sequenciamento do Centro de Biociências da UFPE e contará com uma equipe formada de professores, pós-doutorandos e pós-graduandos da Universidade, em parceria com pesquisadores da UFRPE. O investimento realizado na área de genômica até o presente momento é superior a R$ 1 milhão, e contou com recursos repassados pelo Ministério Público do Trabalho e do Ministério da Educação. “A nossa instituição se colocará, a partir da consolidação desta facility de sequenciamento, nos mesmos patamares de qualidade técnica das principais instituições de ensino e pesquisa do país, no que diz respeito às análises genômicas do Sars-Cov-2”, atesta Balbino. Por conta dos longos prazos demandados para a aquisição do sequenciador e dos insumos (em função da enorme procura pela tecnologia NGS em todo o mundo), a UFPE estabelecerá parceria com o Instituto Aggeu Magalhães, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-PE), que dispõe de equipamento compatível com as necessidades de sequenciamento do novo coronavírus. “Através desta parceria, a Universidade poderá acelerar o processo de capacitação dos recursos humanos (técnicos, docentes e estudantes de graduação e pós-graduação da instituição) que atuarão diretamente na rotina do sequenciamento desta ação”, afirma Valdir Balbino.

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Butantan vai desenvolver em laboratório anticorpos para tratar COVID-19

  Um grupo de pesquisadores do Instituto Butantan trabalha no desenvolvimento de um produto composto por anticorpos para combater o novo coronavírus (SARS-CoV-2). Os anticorpos monoclonais neutralizantes, como são chamados, serão selecionados de células de defesa (células B) do sangue de pessoas que se curaram da COVID-19. A ideia é encontrar uma ou mais dessas proteínas com a capacidade de se ligar ao vírus com eficiência e neutralizá-lo. As moléculas mais promissoras poderão, então, ser produzidas em larga escala e usadas no tratamento da doença. Coordenado pela pesquisadora Ana Maria Moro e apoiado pela FAPESP, o projeto utiliza uma plataforma criada para o desenvolvimento de anticorpos monoclonais (mAbs) humanos para diferentes doenças, que está em fase avançada para obtenção de anticorpos monoclonais para o tratamento de zika e tétano. “Começamos a desenvolver essa plataforma em 2012 com os mAbs humanos antitetânicos, com apoio da FAPESP, e identificamos uma composição de três anticorpos que neutralizam a toxina do tétano. Depois, estabelecemos um acordo com a Universidade Rockefeller, nos Estados Unidos, sob coordenação de Michel Nussenzweig, para gerar linhagens celulares para mAbs antizika, que foram identificados no seu laboratório durante a epidemia da doença, em 2015. São dois mAbs neutralizantes que poderão ser usados na proteção de gestantes em caso de retorno da circulação desse vírus. É um processo longo, mas já estamos começando o trabalho com o novo coronavírus”, disse Moro à Agência FAPESP. O trabalho segue um princípio parecido com o da transferência passiva de imunidade – técnica que consiste na transfusão de plasma sanguíneo de pessoas curadas da COVID-19, que também está sendo desenvolvida no Brasil (leia mais em: agencia.fapesp.br/32940/). O plasma – parte líquida do sangue – de pessoas que se curaram da COVID-19 é naturalmente rico em anticorpos contra a doença. Ao entrar na corrente sanguínea de uma pessoa doente, essas proteínas começam imediatamente a combater o novo coronavírus. No entanto, ainda não se sabe exatamente quais anticorpos estão combatendo o microrganismo. Além disso, diferentes doadores podem ter quantidades maiores ou menores dos chamados anticorpos neutralizantes, que não só reconhecem como eliminam o vírus. A técnica de transferência passiva de imunidade depende ainda de constantes doações de plasma para manter os estoques. “No caso dos anticorpos monoclonais, um líquido composto por um ou mais anticorpos selecionados entre os mais eficientes é produzido em larga escala, de forma recombinante, por cultivos celulares no que chamamos de biorreatores”, explica a pesquisadora. Atualmente, existem mais de 70 biofármacos à base de anticorpos monoclonais aprovados para uso clínico no mundo. A maioria é voltada ao tratamento do câncer e doenças autoimunes e vários, mais novos, para outras condições, como o combate ao vírus ebola. Há ainda centenas de produtos em diferentes estágios de ensaio clínico. Recrutamento de convalescentes A primeira parte do trabalho é o recrutamento de voluntários convalescentes da COVID-19, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), onde Moro também atua como professora, e com a Rede Vírus (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações). Com o sangue coletado dos voluntários, os pesquisadores realizarão uma série de processos de biologia molecular a fim de identificar, nos linfócitos B, as sequências de genes que expressam os anticorpos neutralizantes. Cada anticorpo será então caracterizado quanto à sua ação perante o vírus, como capacidade de ligação, especificidade e afinidade, reatividade cruzada com outros anticorpos e capacidade de neutralização. Entre um e três anticorpos que tiverem maior eficiência nesses critérios serão então testados em animais. No caso do vírus zika, um anticorpo apenas havia sido selecionado devido à sua capacidade neutralizante. Quando testado em animais, porém, ele sozinho não deu conta de suprimir o vírus pelo mecanismo de escape viral. Foi então agregado um segundo anticorpo, que, em conjunto com o anterior, mostrou-se efetivo. No caso do tétano, foram três anticorpos selecionados para a terapia contra a toxina causadora da doença. Identificados os genes, a etapa seguinte consiste na transfecção dos que produzem os anticorpos mais promissores em células para gerar as linhagens recombinantes permanentes. No desenvolvimento da linhagem celular, são produzidos muitos clones, que são isolados, caracterizados quanto às propriedades celulares (crescimento, viabilidade, produtividade) e do anticorpo expresso pela ação esperada (ligação, afinidade, capacidade de neutralização) Os resultados são levados em consideração para selecionar os melhores clones, que podem ser produzidos em larga escala num biorreator para, então, serem levados aos ensaios pré-clínicos e clínicos. André Julião | Agência FAPESP

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Hospital com 230 leitos começa a funcionar em Pernambuco

Dentro do plano de expansão de leitos para o enfrentamento do novo coronavírus, o Governo de Pernambuco colocou em funcionamento hoje (16), mais 40 leitos, sendo 20 de Terapia Intensiva (UTI). As novas vagas estão sendo abertas, ao longo do dia, no Hospital de Referência Covid-19, no antigo Alfa, localizado em Boa Viagem, na zona sul da capital pernambucana. A unidade, que estava fechada desde 2018, foi requerida administrativamente pelo Governo do Estado com o objetivo de ampliar a assistência oferecida aos doentes infectados pelo novo coronavírus no Estado. “Estamos entregando à sociedade pernambucana uma unidade de saúde exclusiva para o tratamento dos doentes do novo coronavírus que terá 230 novos leitos, sendo 100 leitos de UTI e 130 leitos de enfermaria. Nessa primeira etapa entregue hoje serão 40 novos leitos, sendo 20 de UTI e 20 de enfermaria, que já estão em pleno funcionamento”, afirmou o governador Paulo Câmara. A estrutura, que estava sem energia elétrica e água encanada, além de elevadores e geradores sem funcionar, passou por ampla reestruturação com reforma de toda parte elétrica e hidráulica e também com recuperação de equipamentos. Com um investimento total de R$ 20 milhões, foi instalado um novo sistema de climatização além da compra de gases medicinais, aquisição de aparelho de raio-X e tomógrafo computadorizado. A previsão é que o total de 230 leitos, sendo 130 de enfermaria e 100 de UTI, sejam inaugurados durante as próximas semanas para tratar pacientes na pandemia da Covid-19. “Em tempo recorde e com o apoio determinante de voluntários e funcionários da Secretaria Estadual de Saúde, conseguimos colocar uma nova estrutura hospitalar para funcionar dedicada à Covid-19. Em pouco mais de 30 dias, por determinação do governador Paulo Câmara, hoje vamos atingir a marca de mais de 500 leitos, sendo 244 de UTI. Isso é um recorde na rede pública do Estado. Mas o enfrentamento da Covid-19 depende também do engajamento da população em aderir às medidas de restrição social”, destaca o secretário estadual de Saúde, André Longo. Quando estiver em pleno funcionamento, ao todo mais de 900 pessoas entre médicos (155), enfermeiros (170), fisioterapeutas (82), técnicos de enfermagem (360) e outros profissionais de saúde, além de apoio e administrativo irão atuar no novo serviço, que passa a compor a rede estadual de saúde. OLINDA Outra unidade que estava desativada e foi colocada a funcionar para atender exclusivamente casos da Covid-19 foi a Maternidade Brites de Albuquerque. Na última sexta-feira (10.04), a unidade, localizada na PE-15, no bairro da Cidade Tabajara, em Olinda, ativou seus primeiros 10 leitos, todos de UTI. Nesta quinta-feira (16.04), outros 10 leitos de terapia intensiva serão colocados em operação no serviço. LEITOS Em pouco mais de um mês, o Governo de Pernambuco atinge, nesta quinta-feira, a marca de 527 leitos abertos para o tratamento da doença, sendo 254 de UTI. O cronograma da prevê aberturas diárias de novas vagas dedicadas para a atenção aos pacientes com a Covid-19. E, por meio do Gabinete de Enfrentamento da Epidemia, comandado pessoalmente pelo governador Paulo Câmara, a gestão estadual acompanha, permanentemente, a evolução da doença no Estado e no Brasil, e a partir da necessidade, essa rede será incrementada, seja com a contratação de leitos junto à rede privada, seja com novos leitos na rede própria.

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Diabetes e Covid-19: tire suas dúvidas

Pacientes com comorbidades, como diabetes, podem ter seu quadro de saúde agravado no caso de contrair o coronavírus. A endocrinologista Lorena Lima Amato responde algumas dúvidas e faz orientações para pessoas que têm diabetes. Pacientes com diabetes estão no grupo de risco para Covid-19. Por que essas pessoas podem ter agravamento da doença? O paciente diabético já tem a imunidade alterada para outras doenças também, inclusive para outros vírus respiratórios e, por isso, o calendário vacinal dessas pessoas é diferenciado. No caso do coronavírus, está sendo investigado como esse vírus reage na célula da pessoa infectada com alguns receptores que, em teoria, estariam mais presentes no diabético. O que a pessoa com diabetes pode fazer neste momento de pandemia pelo coronavírus para melhorar a imunidade? Além do orientado para a população em geral, manter a alimentação saudável, fazer a higiene das mãos de forma correta, beber muita água e ficar em casa, alerto aqui para dois focos principais para o paciente com diabetes: estar com as vacinas em dia e manter o controle glicêmico, agora ainda mais do que nunca isso é muito importante. Qual é a indicação para quem tem dificuldade em manter o nível glicêmico? Importante continuar usando as medicações e tratamentos orientados pelo médico endocrinologista. Se faz mais de três meses que não vai a uma consulta com o médico, agende o mais rápido possível por meio da telemedicina, para evitar sair de casa. A telemedicina é o melhor canal neste momento para os médicos apoiarem e orientarem seus pacientes. Outro item é o controle alimentar. Estando em casa, a ansiedade e preocupação podem fazer a pessoa comer mais do que o habitual e isso caracteriza um perigo não só aos pacientes diabéticos, mas a todos.  

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Estudo identifica alvo potencial para o tratamento de COVID-19

No Brasil, assim como nos demais países do mundo, os casos mais graves de COVID-19 têm sido registrados principalmente entre os homens com mais de 60 anos. Em um estudo apoiado pela FAPESP, pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu descobriram que justamente nesse grupo de pacientes a expressão de um gene chamado TRIB3 está diminuída nas células epiteliais do pulmão – alvos preferenciais do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Em artigo publicado na plataforma bioRixv, em versão pré-print (ainda sem revisão por pares), o grupo coordenado pelo professor do Instituto de Biociências (IBB-Unesp) Robson Carvalho apresenta dados de estudos anteriores que indicam o potencial da proteína TRIB3, codificada pelo gene de mesmo nome, de inibir a infecção e a replicação de vírus semelhantes ao SARS-CoV-2. Portanto, diz o texto, “medicamentos que estimulam a expressão de TRIB3 devem ser avaliados como potencial tratamento para COVID-19”. “Há uma droga com esse mecanismo de ação sendo testada contra câncer de endométrio por uma farmacêutica espanhola. Estamos estabelecendo parcerias para novos estudos com o objetivo de testar in vitro o efeito de compostos que estimulem a expressão de TRIB3 em células infectadas pelo novo coronavírus”, conta Carvalho à Agência FAPESP. Interação proteica Inicialmente interessados em descobrir por que a prevalência de câncer de pulmão é maior em idosos, os pesquisadores da Unesp investigavam como a expressão gênica no órgão se altera à medida que as pessoas envelhecem. Para isso, analisavam por métodos de bioinformática dados de transcriptoma (conjunto de moléculas de RNA expressas em um determinado tecido) disponíveis no repositório do projeto Genotype-Tissue Expression (GTEx), financiado pelo National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos. Esse banco de dados público reúne dados moleculares de mais de 17 mil amostras de 54 tecidos diferentes, entre eles o pulmão. “Começamos com dados de 427 indivíduos. As amostras foram estratificadas de acordo com a faixa etária: comparamos o grupo de 20 a 29 anos com o de 30 a 39, depois com o de 40 a 49 e assim por diante, até 79 anos”, explica Carvalho. Nessa primeira análise, entre outras alterações, os pesquisadores notaram que a expressão do gene TRIB3 diminui progressivamente durante o envelhecimento. Segundo Carvalho, dados da literatura científica sugerem que a menor produção dessa proteína pode favorecer a infecção e a replicação de alguns tipos de vírus, entre eles o causador da hepatite C (HCV). Sabe-se ainda que a molécula integra duas vias de sinalização celular – uma chamada UPR (sigla em inglês para resposta a proteínas não enoveladas) e outra conhecida como via de autofagia – que são importantes para o ciclo biológico de vários coronavírus. O grupo teve então a ideia de cruzar esse achado relacionado ao envelhecimento pulmonar com o conteúdo de outro banco de dados denominado P-HIPSTer (sigla em inglês para predição de interações moleculares patógeno-hospedeiro por similaridade de estrutura), cujo algoritmo explora informações baseadas em sequências e estruturas moleculares para inferir a probabilidade de interações entre vírus e proteínas humanas. Esse Human–virus interactome atlas mapeia possíveis redes de interação entre proteínas humanas e proteínas de diversos vírus, possibilitando a identificação de potenciais alvos terapêuticos. “Embora esse atlas não tenha a rede de interação entre as proteínas humanas e as do novo coronavírus, há dados referentes ao SARS-CoV, patógeno da mesma família que causou o surto de síndrome respiratória aguda grave em 2002. É o vírus mais intimamente relacionado ao SARS-CoV-2”, diz Carvalho. “Observamos que a TRIB3 apresenta alta probabilidade de interagir com a proteína do nucleocapsídeo do SARS-CoV. E, quando se compara o SARS-CoV e o SARS-CoV-2, observa-se 94% de similaridade entre as sequências dessas proteínas”, conta. O passo seguinte foi voltar ao banco de dados do projeto GTEx e repetir a análise de expressão de TRIB3 em um número maior de amostras de pulmão – agora avaliando separadamente homens e mulheres. “Curiosamente, não observamos nas mulheres uma mudança na expressão de TRIB3 ao longo dos anos, o que talvez ajude a explicar por que os homens idosos são os mais propensos a desenvolver pneumonia e insuficiência respiratória quando infectados pelo novo coronavírus”, afirma Carvalho. Célula-alvo Com o objetivo de descobrir quais células do tecido pulmonar expressam o gene TRIB3, o grupo recorreu a dois conjuntos de dados públicos disponíveis nos bancos Single Cell Portal e UCSC Cell Browser. Esses repositórios possuem dados de sequenciamento de RNA de célula única (do inglês, single-cell RNA-Seq). Com esse tipo de análise, é possível obter o transcriptoma de cada uma das células que compõem um tecido, em vez de olhar o tecido como um todo. “Observamos que a TRIB3 está expressa principalmente nas células epiteliais dos alvéolos pulmonares, as mesmas que expressam ACE-2 [sigla em inglês para enzima conversora de angiotensina 2], proteína à qual os coronavírus se conectam para invadir as células humanas. Isso reforça a hipótese de que a TRIB3 regula negativamente a infecção pelo SARS-CoV-2, ou seja, protege a célula da infecção”, diz o pesquisador. Como explica o biólogo Diogo de Moraes, primeiro autor do artigo, essas mesmas células epiteliais são responsáveis pela produção de surfactante, um composto que evita o colabamento dos pulmões. “Também identificamos uma diminuição na expressão de genes que envolvem o metabolismo de surfactante no pulmão de idosos. Outros estudos mostraram que a deficiência de surfactantes aumenta a vulnerabilidade para outras infecções virais e, nas últimas semanas, alguns pesquisadores discutiram sobre a reposição desses compostos no tratamento da COVID-19”, afirma. A esquipe da Unesp também contou com a participação de Brunno Paiva, Sarah Santiloni Cury e João Pessoa Araújo Jr. Colaborou ainda o pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Marcelo Mori, que recentemente teve um auxílio aprovado na chamada “Suplementos de Rápida Implementação contra COVID-19” para investigar como o envelhecimento contribui para a infecção pelo SARS-CoV-2. O artigo Prediction of SARS-CoV interaction with host proteins during lung aging reveals a potential role for TRIB3 in COVID-19. pode ser lido em https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2020.04.07.030767v1.   Karina Toledo | Agência FAPESP

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COVID-19: por que alongar traz benefícios para o corpo?

Com a pandemia do COVID-19 em que todos os estados do Brasil estão em quarentena há mais de 15 dias e milhares de brasileiros estão em isolamento social, o alongamento se torna essencial para evitar o sedentarismo e manter a rotina de exercícios, seja por meio de atividade física ou até mesmo como forma de canalizar as energias que eram gastas em saídas diárias para trabalhar, ir ao mercado, se divertir e ir ao parque, entre outras práticas, cuja interrupção foi necessária para evitar a proliferação da COVID-19. De acordo com o fisioterapeuta e professor do Centro Universitário São Camilo, Paulo Quemelo, o alongamento realizado de maneira regular apresenta benefícios para as pessoas que estão em período de isolamento e muito tempo paradas: “Existem evidências de que o alongamento aumenta a flexibilidade muscular e amplitude dos movimentos. Além disso, a prática de exercícios ajuda a reduzir o risco de lesões e a aliviar dores provocadas por algumas doenças”. Quemelo ainda ressalta que o alongamento ajuda a promover a redução da tensão muscular. “Nesse momento de isolamento social, trabalhando em casa e com todas as preocupações que temos, acabamos provocando uma tensão que não é nada boa para a nossa saúde. A realização de um bom alongamento provoca o relaxamento do músculo, o que aumenta a circulação da musculatura, evitando fadiga e favorecendo o bem-estar necessário ao corpo”. Você sabe a maneira correta de se alongar? O professor traz seis dicas de exercícios de alongamento. 1 – Puxe o pé para trás para alongar a região anterior da coxa;   2 – Apoie na parede dobrando a perna da frente e alongando a perna de trás para alongar a região posterior da perna;   3 – Flexione a coluna para frente, tentando alcançar o chão para alongar a região posterior da coxa; 4 – Com a mão, puxe a cabeça para o lado e para frente, alongando os músculos da região do pescoço;   5 – Levante o braço e, com a mão contrária, puxe pelo cotovelo para alongar a região posterior do braço;   6 – Levante o braço e incline para o lado contrário e depois junte as mãos e puxe para cima para alongar os músculos da região do tronco. Atenção também às dicas para executá-los da forma correta: • Realize o alongamento de forma lenta e suave; • Mantenha o alongamento por 30 segundos; • Respire durante o alongamento; • Alongue sempre os dois lados do corpo; • Alongue diariamente ou pelo menos 3 vezes por semana; • Procure um ambiente tranquilo e espaço adequado (o mais confortável possível).

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Pesquisadores testam tratamento com anticorpos de pacientes curados de COVID-19

A transfusão de anticorpos produzidos por pacientes curados da COVID-19 pode se tornar um tratamento para casos moderados e graves da doença. Para testar a eficácia da estratégia, 45 pacientes do Hemocentro de Ribeirão Preto estão recebendo plasma sanguíneo com os anticorpos que combatem o novo coronavírus (SARS-CoV-2). A técnica, chamada de transferência passiva de imunidade, também está sendo testada em países como China, França, Itália e Estados Unidos. “Ainda não temos vacinas ou medicamentos aprovados para a COVID-19 e, por isso, é importante testar essa estratégia. Vamos verificar se a transferência de anticorpos é segura e se auxilia na neutralização do vírus e, portanto, na recuperação da doença”, diz Rodrigo Calado, coordenador do estudo e um dos pesquisadores principais do Centro de Terapia Celular (CTC) da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP. Infecções virais como a causada pelo SARS-CoV-2 tendem a ativar o sistema imunológico do paciente infectado. Ao reconhecer a presença do vírus, as células de defesa começam a produzir anticorpos (proteínas secretadas por linfócitos) que têm a função de neutralizar o patógeno. “Dependendo da pessoa, essa resposta pode levar entre sete e 20 dias até que seja produzida uma quantidade suficiente de anticorpos para eliminar o vírus”, diz. Por isso, o estudo realizado no Hemocentro de Ribeirão Preto vai levar em conta o tempo da doença. Dessa forma, nos testes, a transfusão de plasma deve ocorrer no máximo até o sétimo dia da infecção, caso haja sinais de que o quadro irá se agravar. “A doença tem duas fases: uma de propagação do vírus e outra de muita inflamação. A transfusão do plasma tem de ser antes do agravamento da inflamação, para que os anticorpos doados possam atuar diretamente no vírus”, diz. O grupo do Hemocentro de Ribeirão Preto obteve aprovação do projeto esta semana pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e já está coletando o plasma dos doadores curados de COVID-19. O experimento vai se juntar a outras iniciativas de pesquisa semelhantes realizadas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em Campinas, na Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, e nos hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês. “É interessante unirmos forças nesse momento. Estamos conversando com outros centros de pesquisa, temos experiência em rodar ensaios clínicos e podemos auxiliar com esse conhecimento. Também é interessante aumentar o número de pacientes testados para termos uma resposta mais robusta sobre a segurança e eficácia dessa estratégia para casos de COVID-19”, diz. Técnica longeva A técnica de transferência passiva de imunidade não é uma novidade na ciência. Foi desenvolvida em 1891 para o tratamento de difteria – doença que na época matava muitas pessoas e para a qual não havia vacina – e rendeu a seu criador, Emil von Behring, o Prêmio Nobel de Medicina em 1901. Mais recentemente, a estratégia também foi usada na epidemia de SARS, em 2002, e em casos de varicela zoster. A aplicação mais comum do método no Brasil é o soro antiofídico. Nesse caso, anticorpos produzidos por cavalos expostos ao veneno são transferidos para pacientes picados por cobras. Diferentemente do experimento realizado com COVID-19, no caso do soro antiofídico os anticorpos neutralizam o veneno da cobra e não um vírus. “A vantagem é ser uma técnica que pode ser testada, sobretudo em momentos emergenciais. O ideal seria termos uma vacina, que é a injeção do vírus atenuado para que o indivíduo que nunca teve a doença produza de forma ativa seus próprios anticorpos. Mas isso requer muito tempo de pesquisa e de testes. Agora, em plena pandemia, testar o plasma se torna uma medida mais rápida. Também não requer o tempo necessário para produzir uma droga em laboratório. Se confirmada a eficácia, basta colher o plasma do doador e pronto”, diz. Calado ressalta que, a despeito de a técnica já ter sido usada para outras doenças, é preciso verificar se para os casos de COVID-19 a transfusão de plasma diminui a mortalidade e também se é segura. “A transfusão envolve 600 mililitros de plasma e essa quantidade pode sobrecarregar os pulmões e o coração. Outro risco é desencadear uma reação inflamatória exacerbada, em vez de diminuí-la. Pode provocar alergia ou outras reações. Precisamos antes testar para saber se é segura e se pode ser benéfica”, disse. Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP

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MP alerta municípios a darem assistência a quilombolas, indígenas e ciganos

Para informar e garantir a proteção à pandemia de coronavírus e a segurança alimentar das comunidades quilombolas, indígenas e ciganas, o Ministério Público de Pernambuco recomendou às autoridades públicas dos municípios de Sertânia, Passira, Garanhuns, Ipojuca e Águas Belas que implementem medidas sanitárias, de comunicação e alimentar para assegurar que essas comunidades de povos tradicionais sofram o menor impacto possível na época da pandemia. Assim, os gestores municipais devem distribuir entre as comunidades informações sobre como se prevenir de contaminação e quais as providências a serem adotadas em caso de alguém contrair o vírus. Devem ainda implementar ações de acesso à saúde, à assistência social, a itens de higienização, dentre outras necessidades identificadas. É ainda fundamental garantir o abastecimento de água nas localidades onde o abastecimento é inexistente ou irregular e recursos tais como a distribuição de cestas básicas e de kits que alimentação para os estudantes que têm, no momento, as aulas suspensas; e para que os responsáveis pelo Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar no município, caso exista, viabilizem as compras institucionais das famílias inscritas no Programa. Também é preciso viabilizar o acesso seguro dos membros das comunidades quilombolas, indígenas e ciganas, às agências bancárias, por vezes localizadas a quilômetros de distância dos seus territórios, para o saque do Bolsa Família, além da vacinação contra a gripe, conforme o calendário nacional, de forma eficiente e sem que estes sejam expostos à aglomerações em filas e transporte público. Muitas famílias das comunidades quilombolas, indígenas e ciganas vivem da renda gerada pela produção e venda de produtos agrícolas e, neste momento, encontram dificuldades para vender os alimentos produzidos devido à ausência de compradores nos mercados, bem como devido às dificuldades dos gestores municipais em viabilizar as habituais compras institucionais do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar neste momento de restrições à aglomeração de pessoas. Assim, devem ser convocados para propor e articular soluções os Conselhos de Direitos existentes no município, tais como o Conselho de Saúde, o Conselho da Assistência Social, o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional, o Conselho de Alimentação Escolar e o Conselho de Desenvolvimento Rural, entre outros. As recomendações frisam que essas comunidades desenvolvem uma diversidade de modos e condições de vida, de acesso a serviços essenciais, como saúde, assistência social e saneamento básico, abastecimento de água, etc., e que, muitas vezes, para terem acesso a serviços de saúde e a bens essenciais faz-se necessário o deslocamento para municípios ou comunidades vizinhas.

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Simulador estima efeitos de medidas para enfrentar a Covid-19 em favelas

A partir de uma demanda do movimento Favelas contra o Coronavírus, iniciativa de coletivos de comunicação comunitária, pesquisadores brasileiros da área de Dinâmica de Sistemas desenvolveram um simulador para analisar o impacto de diferentes medidas na disponibilidade hospitalar e no número de vidas salvas em populações de baixa renda das favelas brasileiras, no contexto da pandemia do novo Coronavírus. O objetivo é contribuir com o debate público acerca do combate à pandemia. A ação, atrelada ao empreendedorismo social, é voluntária, orgânica e orientada por uma equipe multidisciplinar, que realizou desde o levantamento de dados até a modelagem e a construção do simulador, intitulado de "Favelas contra o Coronavírus". O time, coordenado por Igor Oliveira, pesquisador do grupo Dinâmica de Sistemas Brasil, conta com a participação de Ellen Aquino, mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade (PPGCTS) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e Vinícius Picanço Rodrigues, mestre e graduado em Engenharia de Produção, também pela Universidade, e atualmente professor de operações do Insper. De acordo com Aquino, o intuito da ferramenta é disseminar informações para dialogar com o poder público e contribuir com o debate sobre a disseminação e possíveis formas de enfrentamento da Covid-19 no País. "Em tempos desafiadores como o que vivemos, sabemos que pessoas de baixa renda que estão organizadas em comunidades ou favelas enfrentam uma maior volatilidade na renda, o que diminui a adoção de medidas preventivas à Covid-19 justamente por falta de recursos. Além disso, o acesso dessas pessoas aos serviços de saúde tende a ser menor do que a média", pontua Aquino. Segundo a pesquisadora, esses fatos levaram a equipe a enxergar a importância e a necessidade de levar em conta, nos modelos matemáticos e de simulação, elementos específicos da população de baixa renda. "Entendemos que a Ciência está a favor da sociedade, e assim, unimos esforços de pesquisadores para conseguir dimensionar esse cenário e traduzir as simulações gráficas em estratégias às favelas", relata. O simulador foi modelado com foco específico em sete dimensões: remoção temporária de moradores de favela para espaços públicos; remoção temporária de moradores de favela para hotelaria; subsídio a insumos de higiene; renda básica para compra de produtos de higiene; estruturas emergenciais de saneamento; expansão da disponibilidade de Unidade Terapia Intensiva (UTI); e uso de máscaras de proteção facial. "Por meio dessas dimensões, o usuário pode simular a quantidade de vidas que poderiam ser salvas e de leitos de UTI disponíveis - em cenários otimista e pessimista -, de acordo com os conjuntos de estratégias que podem ser adotadas, em maior ou menor grau", sintetiza Aquino. Para criar a ferramenta, os pesquisadores adaptaram o modelo epidemiológico Covid-19 da empresa americana Isee Systems. Também se apoiaram na modelagem da capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS) do Rio de Janeiro, com dados disponibilizados pelo próprio SUS, e realizaram o estudo dos mecanismos causais envolvendo adensamento urbano excessivo e condições de higiene. A perspectiva é que o projeto se expanda com dados também de outras cidades, já que a ferramenta permite que qualquer usuário insira números de seu Estado ou município, para que assim tenha as informações sobre a sua realidade. Fazem parte da equipe Cláudia Viviane Viegas e Gisele Chaves, integrantes do grupo Dinâmica de Sistemas Brasil, e Rodrigo Bertamé Ribeiro, do movimento Favelas contra o Coronavírus. O simulador pode ser acessado em www.favelascontracorona.com.br.

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