Arquivos Saúde - Página 28 de 36 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Saúde

“Cães obesos vivem menos”, diz especialista

A obesidade não atinge apenas as pessoas, mas também os animais. Dados recentes indicam que mais da metade dos pets estão em algum grau de sobrepeso. Dentre as causas mais comuns, podemos identificar a má alimentação e o sedentarismo. “Cães considerados gordos, geralmente, não comem apenas ração. Além disso, são bichinhos que não fazem exercício físico. Esses dois fatores por si só já causam problemas à saúde canina, juntos prejudicam ainda mais os animais”, revela o veterinário da Nutrire, Dr. Thiago Marçal. Outro fator que pode levar à obesidade é a rotina alimentar, ou seja, a maioria dos cães possuem alimento à disposição o dia todo, ingerindo mais do que necessitam para uma vida saudável. “A alimentação deve ser como o de uma criança pequena, com horários certos e porções definidas - essa medida em específico deve ser de acordo com o peso do cão e precisa constar nas embalagens das rações secas”, explica. A queima de energia também é uma necessidade do pet, visto que o mesmo precisa exercitar os músculos para se manter ativo e bem disposto, além de crescer saudável. “O ideal é que o cãozinho pratique caminhadas ao menos duas vezes ao dia. Isso, claro, de acordo com seu estado de saúde, raça e outras peculiaridades definidas pelo médico veterinário”, conta Marçal. A obesidade é um problema com consequências sérias para os pets, como doenças articulares e de coluna, diabetes canina, aparecimento de distúrbios respiratórios e disfunções cardíacas. Fora a questão física, pois o sedentarismo também pode deixar o cão deprimido. “A artrite é uma doença causada geralmente pelo excesso de peso, muito embora algumas raças tenham predisposição para isso. Porém, animais gordos forçam suas articulações além do recomendável”, diz. Os pulmões de um cão obeso, por exemplo, têm menos espaço para a entrada do ar, ou seja, o esforço para absorver oxigênio é muito maior do que para um pet que está no peso ideal. “Os problemas respiratórios oriundos desse processo são muito comuns”, completa. Sem falar em diabetes, problemas cardiovasculares, pressão sanguínea alta, entre outras doenças decorrentes da obesidade. “É fundamental que o tutor compreenda que o animal precisa ingerir os alimentos feitos especificamente para ele, pois têm a quantidade exata de nutrientes, vitaminas, minerais e tudo mais que sua saúde pede. “Preparar comida caseira para o pet não é proibido, mas deve haver um acompanhamento por um veterinário especialista em nutrição, para que a dieta seja balanceada e atenda todas as necessidades do cão”, acrescenta o veterinário. Como prevenir a obesidade? Os pets precisam de acompanhamento médico, inclusive para controle da alimentação. O veterinário é a pessoa certa para indicar o melhor alimento para cada tipo de animal, levando em consideração idade, tipo físico, problemas de saúde e outras informações. Não alimente seu bichinho de estimação com restos que sobraram das suas refeições, priorize a ração seca indicada pelo especialista. Os petiscos são uma forma de agradar o pet e não estão proibidos, mas não pode ser toda hora. Ofereça apenas agrados feitos especificamente para animais. E não esqueça dos exercícios físicos. “O passeio pode ser pelo bairro mesmo, sem muito esforço. Porém, é interessante que o cachorro movimente-se todos os dias. Quando não for possível levá-lo para caminhar ou correr, exercite-o dentro de casa com os brinquedos que ele gosta”, indica. Por fim, Marçal alerta que a obesidade também pode ser consequência de algum outro transtorno. Se o seu cão ou gato aumenta de peso mesmo comendo apenas a ração, pode ser o caso de distúrbios hormonais como o hipotireoidismo, por exemplo. “É preciso estar sempre atento ao peso do pet”, conclui.

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Pesquisa revela dados sobre o consumo de drogas no Brasil

Coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), inquérito sobre o uso de drogas entre os brasileiros é o primeiro a alcançar abrangência nacional, sendo representativo inclusive de municípios de pequeno porte e de zonas de fronteira Entre maio e outubro de 2015, pesquisadores entrevistaram cerca de 17 mil pessoas com idades entre 12 e 65 anos, em todo o Brasil, com o objetivo de estimar e avaliar os parâmetros epidemiológicos do uso de drogas. O 3° Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira foi coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e contou com a parceria de várias outras instituições, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e a Universidade de Princeton, nos EUA. A divulgação da pesquisa científica destinada à realização do 3° Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira é o primeiro resultado de entendimentos iniciais entre a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) do Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Fiocruz, no âmbito da Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Pública Federal, órgão da Advocacia-Geral da União. O acordo preliminar para a divulgação do estudo prevê que os conteúdos do relatório final da pesquisa, do sumário executivo e dos suplementos produzidos pela Fiocruz sejam disponibilizados à sociedade por meio da plataforma Arca, mantida pela Fiocruz na internet. Para mais informações, clique aqui. Este é o mais completo levantamento sobre drogas já realizados em território nacional. É a primeira vez que um inquérito sobre o uso de drogas no país consegue alcançar abrangência nacional, sendo representativo inclusive de municípios de pequeno porte e de zonas de fronteira, por exemplo. Os entrevistados responderam a questões quanto ao uso, o abuso e a dependência de numerosas substâncias: tabaco, álcool, cocaína, maconha, crack, solventes, heroína, ecstasy, tranquilizantes benzodiazepínicos, esteroides anabolizantes, sedativos barbitúricos, estimulantes anfetamínicos, analgésicos opiáceos, anticolinérgicos, LSD, quetamina, chá de ayahuasca e drogas injetáveis. Outros questionamentos tinham relação com violência (perpetrada ou sofrida), a percepção sobre o risco do uso de drogas e a opinião dos entrevistados sobre políticas públicas para a área. Além disso, eles responderam a perguntas gerais sobre saúde e a informações sóciodemográficas. Para ser representativo da população brasileira de 12 a 65 anos, o 3º Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas definiu seu plano amostral a partir de critérios metodológicos semelhantes aos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE. “Há um enorme desafio em realizar uma pesquisa como esta, que busque ser representativa da população brasileira. O Brasil não é apenas muito heterogêneo, como também conta com regiões muito pobres, territórios de população esparsa e dificuldade de acesso”, explica o coordenador do levantamento e pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz), Francisco Inácio Bastos. Maconha é a droga ilícita mais consumida Os dados obtidos pelo 3° Levantamento estão disponíveis no Repositório Institucional da Fiocruz (Arca), em acesso aberto. Os resultados revelam, por exemplo, que 3,2% dos brasileiros usaram substâncias ilícitas nos 12 meses anteriores à pesquisa, o que equivale a 4,9 milhões de pessoas. Esse percentual é muito maior entre os homens: 5% (entre as mulheres fica em 1,5%). E também entre os jovens: 7,4% das pessoas entre 18 e 24 anos haviam consumido drogas ilegais no ano anterior à entrevista. A substância ilícita mais consumida no Brasil é a maconha: 7,7% dos brasileiros de 12 a 65 anos já a usaram ao menos uma vez na vida. Em segundo lugar, fica a cocaína em pó: 3,1% já consumiram a substância. Nos 30 dias anteriores à pesquisa, 0,3% dos entrevistados afirmaram ter feito uso da droga. Aproximadamente 1,4 milhão de pessoas entre 12 e 65 anos relataram ter feito uso de crack e similares alguma vez na vida, o que corresponde a 0,9% da população de pesquisa, com um diferencial pronunciado entre homens (1,4%) e mulheres (0,4%). Nos 12 meses anteriores ao levantamento, o uso dessa droga foi reportado por 0,3% da população. O relatório da pesquisa destaca, porém, que esses resultados devem ser observados com cautela, uma vez que o inquérito domiciliar não é capaz de captar as pessoas que são usuárias e não se encontram regularmente domiciliadas ou estão em situações especiais, como por exemplo vivendo em abrigos ou em presídios. “Com relação ao crack, os números do levantamento são importantes justamente por revelar uma discrepância”, explica Inácio Bastos. “O percentual que encontramos no 3° Levantamento é inferior ao que aparece na Pesquisa Nacional do Uso do Crack [Fiocruz, 2013]. Isso porque nosso levantamento foi domiciliar. Mas os usuários de crack compõem uma população majoritariamente marginalizada, que vive em situação de rua. Desse modo, importante reforçar que o levantamento corrobora o grave problema de saúde pública que é o uso de crack no Brasil. Mas faz isso justamente por mostrar, a partir da visibilidade diminuta dentro dos lares, que o consumo dessa substância no país é um fenômeno do espaço público”. Medicamentos sem prescrição Outro dado destacado pelos pesquisadores diz respeito ao uso dos analgésicos opiáceos e dos tranquilizantes benzodiazepínicos. Nos 30 dias anteriores à pesquisa eles foram consumidos de forma não prescrita, ou de modo diferente àquele recomendado pela prescrição médica, por nada menos que 0,6% e 0,4% da população brasileira, respectivamente. “É um número que revela um padrão muito preocupante, e que faz lembrar o problema norte-americano de uma década atrás, em termos de classe de substâncias”, alerta o coordenador do levantamento. Com relação às drogas lícitas, uma boa notícia: o consumo do tabaco parece estar diminuindo. “Outras pesquisas têm mostrado que há um declínio com relação ao uso do cigarro convencional. Por outro lado, têm chamado atenção para formas emergentes de fumo, com a ascensão de aparatos como cigarros eletrônicos e narguilés”, argumenta Bastos. Ainda assim, cerca de um terço (33,5%) dos brasileiros declarou ter fumado cigarro industrializado pelo menos uma vez na vida. E, nos 30 dias anteriores à pesquisa, foram 13,6%, o que corresponde a 20,8 milhões de pessoas. Álcool Grande parte dos dados considerados

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Alimentação de qualidade é essencial no combate à insegurança alimentar

Erradicar a fome, consumir os nutrientes corretos e, até mesmo, praticar exercícios físicos são características que garantem a segurança alimentar à sociedade. Por causa da deficiência desses e outros fatores que englobam a questão, no Brasil, são 7,2 milhões são atingidos pela insegurança alimentar grave, segundo levantamento de 2018 da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura). Para se ter ideia, 60% dos brasileiros estão com sobrepeso, enquanto 20% estão obesos e 3% ainda passam fome. A OMS (Organização Mundial da Saúde) indica que alguns nutrientes e alimentos são essenciais para uma alimentação saudável, afastando a sociedade da insegurança alimentar. São exemplos grãos integrais, frutas e legumes, leguminosas – como feijão e lentilha – e alimentos de origem animal. Em sinergia, o Ministério da Saúde recomenda o aumento do consumo de comida caseira como aliado ao combate à obesidade. “O Brasil produz alimentos ricos em nutrientes, como diversos vegetais e grãos, a exemplo da variedade de tipos de feijão, e devemos aproveitar esta característica para melhorar a qualidade da nossa alimentação”, afirma Lucas Oliveira, nutricionista formado pela USP (Universidade de São Paulo). Sempre priorizando a segurança alimentar da população brasileira, a Broto Legal Alimentos é a única marca brasileira a ter o Selo de Análise Contra Agrotóxico. “Nós buscamos os melhores grãos, fazemos a análise do produto e enviamos para o Instituto Biológico de São Paulo, para ter certeza que o produto é seguro para as pessoas”, destaca Lívia Pereira, engenheira de alimentos da marca. Pesquisa da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) com o apoio da FGV (Fundação Getúlio Vargas) aponta que o país desperdiça mais de 130 quilos de comida por ano. Por isso, a segurança alimentar é um assunto que precisa ser debatido. “Precisamos eliminar o desperdício na nossa alimentação para erradicar a fome e garantir uma alimentação equilibrada a todos”, finaliza Oliveira.

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Infecção aguda pelo chikungunya é estudada em pacientes brasileiros

Karina Toledo -  Ferramentas computacionais aplicadas à biologia estão revolucionando o modo de estudar o que acontece no interior das células durante uma infecção, ajudando a desvendar o mecanismo de doenças e a encontrar potenciais alvos terapêuticos. Este é o caso de um trabalho publicado recentemente na revista PLOS Pathogens, no qual pesquisadores brasileiros analisaram células sanguíneas de pacientes infectados pelo vírus chikungunya. Com auxílio de técnicas de análise de redes complexas, inteligência artificial e aprendizado de máquina, o grupo identificou a assinatura gênica da doença, ou seja, um conjunto de genes cuja expressão é alterada pela interação com o patógeno. Em seguida, o papel que os genes envolvidos desempenham nas células foi mapeado, bem como sua importância no combate ao vírus. A pesquisa teve apoio da FAPESP e foi coordenada por Helder Nakaya, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Universidade de São Paulo (USP). Participaram colaboradores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), do Instituto Butantan e do Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe, entre outros parceiros. “Identificamos também um conjunto de genes capaz de indicar, ainda na fase aguda, se o paciente tende a evoluir para um quadro de artralgia crônica [inflamação nas articulações], relativamente comum em infectados por chikungunya. No entanto, esse achado ainda precisa ser confirmado por estudos futuros, feitos com uma quantidade maior de amostras”, disse Nakaya à Agência FAPESP. O artigo traz resultados de análises feitas com amostras sanguíneas de 39 sergipanos infectados durante a epidemia de 2016. Os dados foram comparados com os de 20 controles – pessoas não infectadas e oriundas da mesma região dos pacientes estudados. O primeiro passo foi analisar o transcritoma das amostras, ou seja, todas as moléculas de RNA mensageiro (que codificam proteínas) e também os RNAs não codificadores (que não dão origem a proteínas, mas têm ação reguladora no genoma) expressos nas células que compõem o sangue, como hemácias, leucócitos e plaquetas. Ao quantificar os transcritos nas amostras, os pesquisadores puderam medir o nível de atividade de 20 mil genes e avaliar, em comparação com os controles, quais ficavam com a expressão aumentada ou diminuída durante a infecção. “Focamos nos genes codificadores de proteínas [aqueles que expressam os RNAs mensageiros], pois estes têm um papel mais fácil de ser interpretado. É relativamente simples saber se codificam um receptor celular ou um fator de transcrição, por exemplo. Conseguimos, assim, entender melhor a patogênese do chikungunya, isto é, como o vírus afeta as células e quais sistemas de defesa são ativados em resposta”, contou Nakaya. Essa análise revelou, por exemplo, o mecanismo pelo qual as células imunes desencadeiam o processo inflamatório para eliminar o vírus. De modo geral, o conjunto de proteínas responsável por montar essa resposta de defesa é conhecido como inflamassoma. Trata-se de uma maquinaria celular que pode ser comandada por diferentes proteínas e resultar na produção de diferentes moléculas pró-inflamatórias. No caso da infecção pelo chikungunya, observou-se que a mediação é feita pela enzima caspase-1. O achado foi validado por meio de experimentos com camundongos realizados em parceria com o pesquisador Dario Zamboni, da FMRP-USP. Os pesquisadores – ambos ligados ao Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID), um CEPID da FAPESP sediado na USP de Ribeirão Preto – observaram que em animais geneticamente modificados para não expressar caspase-1 a infecção pelo chikungunya não induz a liberação da molécula pró-inflamatória chamada interleucina-1-beta (IL-1β) – ao contrário do que ocorre nos animais sem a alteração genética. Similares, porém distintas Após identificar a assinatura gênica da infecção por chikungunya – que envolve milhares de genes com expressão alterada na doença –, o grupo comparou os resultados com os obtidos em amostras de pacientes infectados pelo vírus da dengue. “Notamos que ambas as assinaturas guardam certa similaridade, mas alguns genes são específicos para chikungunya. E são esses que poderão ser explorados em pesquisas voltadas ao desenvolvimento de fármacos”, disse Nakaya. Em outra análise, os pesquisadores compararam o perfil de expressão gênica dos infectados pelo chikungunya com o de pessoas que sofrem de artrite reumatoide, doença autoimune caracterizada por inflamação crônica nas articulações. “Nesse caso, o objetivo era descobrir a diferença entre a artrite causada pelo vírus, e a autoimune e identificar os genes específicos da infecção viral”, contou Nakaya. A análise combinada das três assinaturas gênicas revelou 949 genes envolvidos apenas na artrite reumatoide, 632 apenas em dengue e 302 exclusivos de chikungunya. Sete genes apareceram nas três condições simultaneamente: OAS1, C1QB, ANKRD22, IRF7, CXCL10, IFI6 e IFIT3. Com auxílio de uma ferramenta chamada CEMiTool, desenvolvida por Nakaya com apoio da FAPESP, foi feita uma análise de coexpressão para entender como os genes interagem entre si dentro da rede complexa que existe em cada célula, formando vias de sinalização e vias metabólicas. “Isso nos permitiu identificar oito principais módulos [genes com perfil similar de resposta] e identificar nessas redes quais são os hubs, ou seja, aqueles genes com maior número de conexões e que, por esse motivo, são os mais promissores alvos a serem explorados na busca por fármacos”, explicou. O pesquisador ressaltou que todos os dados da pesquisa, tanto os brutos como os obtidos por meio das análises, estão disponíveis em um repositório público e podem ser consultados por qualquer interessado. Também foram disponibilizados os códigos de programação usados no artigo, para que outros possam reproduzir os resultados. “Nosso trabalho permitiu gerar uma lista de potenciais alvos terapêuticos e, agora, estamos cruzando esses achados com um banco de dados de compostos ativos. Esse cruzamento é feito por meio computacional, mas com base em dados experimentais. Nos orientamos por estudos já publicados, que revelaram drogas capazes de interferir nesses genes de interesse”, disse. O grupo também continua a análise dos transcritos encontrados nas amostras dos 39 pacientes infectados com chikungunya, agora com foco nos RNAs não codificadores. Nakaya contou com apoio da FAPESP por meio de um Auxílio à Pesquisa - Regular e um Apoio a Jovens Pesquisadores. A pesquisa também foi apoiada por meio dos

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Harmonização facial deve ser feita com critério

Na música, harmonia é um conjunto de notas que servem como base para a melodia. Está diretamente relacionada à arte de combinar os sons, fazendo com que notas diferentes soem equilibradas entre si, causando a sensação de unidade e proporcionalidade. Em geral, a definição de harmonia está atrelada à união de elementos por uma relação de pertinência. O conceito aportou também no ramo da estética. Estudos chegaram à definição do que seriam as proporções de um rosto perfeito e isso ajudou a popularizar o procedimento de harmonização facial. Recentemente, talvez impulsionado pela grande adesão entre os famosos e as celebridades, está se tornando cada vez mais comum nas clínicas dermatológicas as buscas pela realização dessa técnica. O método consiste em estabelecer uma relação de sincronia entre as partes que formam o rosto. A dermatologista Beatriz Almeida esclarece que a técnica já é feita há muito tempo, mas que nos últimos tempos vem ganhando maior popularidade. “Harmonização facial é um conjunto de técnicas usadas pelo dermatologista para se conseguir um embelezamento e rejuvenescimento da face de maneira natural e harmoniosa”. De acordo com a dermatologista, o método consiste em aplicações de substâncias à base de ácido hialurônico, que irão preencher o volume perdido, corrigir as rugas, defeitos e assimetrias, ressaltando os pontos de beleza. Além do preenchimento facial, são aplicadas toxinas botulínicas, bioestimuladores e tecnologias que irão melhorar o tônus e a qualidade da pele, além de diminuir a flacidez da região tratada. Beatriz detalha que na harmonização, cada um dos procedimentos cumpre uma função específica dentro do processo de tornar o rosto mais bonito e harmônico. “Por exemplo, a toxina botulínica é usada para diminuir a força muscular e assim, consequentemente abrandar as rugas de expressão”, elucidou. Para o método da harmonização obter pleno sucesso na aplicação, a médica realiza um estudo do rosto do paciente para adequar o processo à estrutura facial da pessoa. “É preciso ter um olhar técnico baseado em conhecimentos de anatomia, pleno domínio do procedimento, conhecimento profundo do material utilizado e uma grande noção de estética e de proporções do rosto” pontuou a médica. Segundo Beatriz Almeida, a maior procura pela técnica de harmonização parte do público feminino, mas os homens também já aderiram ao procedimento. A dermatologista alerta para os perigos de se realizar uma harmonização com profissionais não médicos, que não possuem conhecimento técnico e a expertise necessária para realizar tal procedimento. Com o advento e a popularidade das redes sociais, cresceu a busca por melhorias na estética, dentro um padrão predeterminado de medidas no rosto, com por exemplo um certo tamanho de boca ou proporção do queixo, medidas que tragam ou se aproximem do conceito de belo. Mas Beatriz deixa claro que essa busca não pode servir de parâmetro ou argumento para a realização da harmonização. “A beleza não pode seguir, estritamente, um único padrão de beleza. Há pessoas que fogem desse modelo e são bonitas. Então, podemos nos basear, mas não podemos atuar sem levar em consideração toda a estrutura da pessoa e o que ficará bom e bonito para ela”, alertou a especialista. Beatriz Almeida explica que seu processo de trabalho na aplicação de uma harmonização facial é estabelecido a partir de um estudo prévio, aprofundado, sobre as características do rosto do paciente e as necessidades de cada pessoa. “Faço uma avaliação fotográfica em três dimensões, é uma análise minuciosa, onde examino a perda de volume, o contorno facial e a simetria do rosto”, explicou a médica. A dermatologista esclarece que o primeiro passo para a harmonização facial, é ouvir o paciente, saber o que o incomoda para, a partir disso, analisar e só então reiterar ou ratificar aquela demanda. “ Minha técnica é baseada no método MD CODES, que divide a face em regiões como a região malar, lateral da face, fronte, pálpebras, lábios, queixo e mandíbula, tendo pontos específicos para representar cada região e a partir daí, fazemos um planejamento do local e da quantidade necessária que deverá ser aplicada,” detalha. Apesar de assegurar a eficiência e a segurança do procedimento, a médica também faz questão de chamar a atenção para os problemas que a aplicação desregrada da técnica pode ocasionar. “É preciso ter cuidado com os exageros, pois vemos muita gente desfigurada, até de uma forma caricatural, por excessos cometidos pelo profissional e pelo desejo insensato e desmedido do paciente. O que está acontecendo é que a harmonização facial virou moda, um termo que significa uma total modificação do rosto, fazendo com que o paciente perca a sua identidade visual e se transforme numa pessoa completamente diferente, muitas vezes deformada pelo excesso de produto utilizado e a falta de bom senso do profissional. A beleza é plural e personalizada, não podemos nos engessar por um padrão único. A harmonia, a naturalidade e a alegria são o que nos fazem ser belas!”, ponderou. Na estética, assim como na música, é preciso ter sensibilidade para ajustar os elementos e construir uma agradável melodia. *Por Yuri Euzébio, da Revista Algomais (redacao@algomais.com)

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Dia Nacional de Combate ao Colesterol, doença atinge 12% da população adulta

O dia 8 de agosto, é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, foi estabelecido pela a Sociedade Brasileira de Cardiologia como forma de conscientização e prevenção de doenças cardiovasculares. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Ministério da Saúde com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente, um em cada quatro brasileiros acima de 60 anos está com o colesterol alto. Na população adulta, as estatísticas também são expressivas: mais de 18 milhões de pessoas apresentam nível acima do recomendado,  número que representa 12,5% da população acima dos 18 anos. A prevalência de níveis elevados de colesterol é maior em mulheres, atingindo 15% da população feminina ante 9% dos homens. A pesquisa ainda aponta que 15% dos adultos nunca realizaram a medição das taxas de colesterol. Para o cardiologista e membro da SBC-PE o doutor Vanildo Guimarães explica que as pessoas com níveis elevados de colesterol têm um risco maior de apresentar infarto do miocárdio (ataque cardíaco), acidente vascular cerebral (derrame) e aterosclerose (obstrução arterial) em outro territórios como, por exemplo, nas artérias dos membros inferiores que podem causar amputações. Vale ressaltar que o colesterol tem funções importantes no organismo. Ele é transportado no sangue em partículas denominadas lipoproteínas. As com baixa densidade (chamadas de LDL) são responsáveis pelo transporte do colesterol para os vasos onde são depositados. As lipoproteínas de alta densidade (chamadas de HDL) fazem o transporte reverso retirando o excesso de olesterol da circulação levando de volta para o fígado. Se existir excesso de LDL na circulação aumenta o risco de aterosclerose (entupimento das artérias pela gordura), por isso o LDL é popularmente conhecido como "mau" colesterol, devendo ser reduzido quando em nível elevado. O HDL colesterol elevado revela eficiência da remoção do excesso de colesterol, sendo conhecido como "bom" colesterol. Após o diagnóstico do colesterol elevado, o médico reforça a importância da mudança no estilo de vida como um dos principais pontos do tratamento. Isso inclui ingestão reduzida de gorduras, açúcares e carboidratos, maior consumo de frutas, leguminosas e hortaliças e a prática regular de atividade física. “O tratamento é baseado em 3 pilares fundamentais, dieta, atividade física e medicamentos redutores de colesterol. Sendo a dieta e atividade física para todos, e medicamentos para os que não conseguem atingir a meta, informa o cardiologista Vanildo Guimarães.

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Parque de Dois Irmãos inova na aplicação de remédios para primatas

Para garantir o bem-estar dos animais que estão sob seus cuidados, o Governo de Pernambuco decidiu inovar na maneira de fornecer medicações a primatas do Parque Estadual de Dois Irmãos. Agora, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade utiliza remédios de verme em forma de jujubas, criadas por meio de parceria com uma farmácia de manipulação local. A novidade vai melhorar a absolvição dos remédios e proteger os macacos-pregos (Sapajus libidinosus) e os macacos-prego-galegos (Sapajus flavius) de verminoses e outros parasitas. Eles também tomam nesse período suplementos de Vitamina C em forma de pastilhas, que ajuda a aumentar a imunidade nesse período mais chuvoso. O veterinário do Parque de Dois Irmãos Márcio Silva explica que os primatas são animais com senso de paladar, inteligência e grande capacidade de manipulação. Por isso, quando notam a presença de remédio na alimentação, muitas vezes retiram a parte com a medicação ou até mesmo lavam os alimentos removendo o produto. Isso gerava desperdício e pouca efetividade no controle. “Ao oferecermos pastilhas de vitamina C, percebemos que eles se adaptaram bem ao produto. Então, sugerimos à equipe da farmácia Roval Pet a criação de outro produto que pudesse conter o remédio de verme e parasitas de forma semelhante às pastilhas e também fosse bem aceito pelos macacos”, contou. A Roval Pet, que já trabalhava há cinco anos desenvolvendo produtos e remédios para animais domésticos e silvestres, levou 15 dias para chegar ao formato das jujubas especiais. Com experiência na criação de produtos terapêuticos, a médica veterinária Charissa Albuquerque e a farmacêutica Renata Calado foram as responsáveis por formular o novo remédio. “A manipulação é uma das melhores forma de tratamento, pois facilita a administração de medicamentos com produtos personalizados. Vamos continuar aprimorando os produtos para melhor adaptação dos animais”, pontuou Charissa, acrescentado que a fórmula aprovada das jujubas tem sabor de laranja. Segundo o veterinário do Parque, os primatas não apresentavam sinais clínicos de doença. Contudo, os macacos-pregos-galegos estão na lista de ameaçados de extinção e, por isso, é fundamental se ter cuidados redobrados no controle de parasitas. “Por segurança, programamos três doses, cada uma aplicada com intervalos de quinze dias. Nesta sexta (09/08), eles receberão a última dosagem. Para mim, foi muito gratificante ter participado desse projeto e saber que agora os animais – de uma das espécies mais difíceis de administrar remédio por conta de sua capacidade cognitiva e senso de paladar – vão tomar a medicação de uma forma prazerosa”, frisou Márcio Silva. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente, responsável pela administração do Parque de Dois Irmãos, diz que o corpo técnico está avaliando o uso das jujubas terapêuticas com outros animais, a exemplo dos quatis e dos guaxinins. Ao todo, o zoológico possui cerca de 450 animais, entre mamíferos, aves e répteis. Serviço: O que: Parque de Dois Irmãos usa jujubas terapêuticas para tratar macacos-prego e galegos Quando: Nesta sexta-feira (09/08), às 9 horas. Onde: Parque Dois Irmãos, Praça Farias Neves, s/n, Dois Irmãos, Recife - PE.

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41% dos brasileiros não se preocupa com o colesterol

O brasileiro não está tão preocupado quanto deveria com a sua saúde. De acordo com uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 41% da população não está atento ao colesterol. Desse total, 11% nunca nem chegou a realizar um exame para medir a taxa na vida. Na véspera do Dia Nacional de Controle do Colesterol, lembrado nesta quinta-feira (08), não é demais reforçar a importância de manter a taxa controlada para evitar outros problemas no futuro. "O colesterol elevado é uma das principais causas de infarto e acidente vascular cerebral. Em excesso no organismo, há o acúmulo gradativo de placas de gorduras nas artérias. O que chamamos de aterosclerose. Essa complicação impede o sangue de circular naturalmente", explica a médica do Hospital Jayme da Fonte, Beslie Arruda. "O ideal é que o colesterol total sempre esteja abaixo dos 200mg/dl, o LDL (colesterol ruim) abaixo dos 100 mg/dl e o HDL (colesterol bom) acima dos 50 mg/dl", completa. O principal risco do colesterol elevado está na ausência de sintomas aparentes. Uma pessoa com colesterol em excesso não consegue perceber. E apesar de ser mais comum em pessoas acima do peso, esse problema também pode afetar pessoas magras. Histórico familiar e algumas doenças crônicas também podem aumentar o colesterol. Por isso, monitorá-lo é fundamental para evitar surpresas desagradáveis. Atualmente, segundo a pesquisa da SBC, o colesterol elevado atinge 40% da população brasileira adulta. É possível controlar o colesterol alto, no entanto, o tratamento não se resume a tomar medicamento. Ele passa por uma mudança de estilo de vida. "O quadro de colesterol elevado, normalmente, está associado a obesidade, alimentação inadequada e falta de prática de exercícios. O medicamento pode ajudar a estabilizar a taxa. O mais importante, no entanto, é manter uma dieta equilibrada e a prática de exercícios físicos para manter o colesterol normal", orienta Beslie Arruda.

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Pesquisadora modifica proteína do leite para aumentar sua digestão em idosos

Em 2030, o número de idosos do Brasil ultrapassará pela primeira vez o de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento da expectativa de vida desafia a sociedade a desenvolver soluções que promovam um envelhecimento cada vez mais saudável, principalmente com relação aos aspectos fisiológicos do público da terceira idade. Uma iniciativa interessante nesse sentido é o estudo de Juliana Fracola, aluna do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP. Em seu trabalho de mestrado, a pesquisadora modificou uma das principais proteínas do leite, a betalactoglobulina, a fim de aumentar sua digestão em idosos. Para transformar a proteína, Juliana utilizou luz ultravioleta (UV) para irradiá-la, gerando uma reação que foi capaz de alterar sua estrutura. Depois do procedimento, a “nova” proteína foi adicionada a uma solução que simula as condições gástricas de idosos da saliva até o estômago, visando verificar a eficiência do processo digestivo. “Obtivemos um aumento de 50% na digestão da proteína irradiada em comparação a que não recebeu ação da luz”, afirma a estudante. O método utilizado na pesquisa também foi aplicado para avaliar como seria o processo digestivo em adultos e crianças. Em ambos os casos, o aumento na digestão foi de 25%. Além de ser facilmente absorvida pelo organismo, a proteína irradiada com a luz passou a ter mais qualidade, pois gerou peptídeos (pequenos fragmentos de proteínas) com funções antioxidantes, anti-hipertensivas e ansiolíticas. “Podemos imaginar, por exemplo, que, se uma pessoa consumir certa quantidade dessa proteína diariamente, poderá ter um maior controle da hipertensão”, explica Daniel Cardoso, professor do IQSC e orientador do estudo. No trabalho, os pesquisadores utilizaram um tipo de luz ultravioleta conhecida por sua função bactericida e esterilizante, a qual já era empregada no tratamento de alimentos para destruir microrganismos. No entanto, os cientistas não imaginavam que a luz UV poderia facilitar a digestão de proteínas. “A pesquisa mostrou uma alternativa capaz de aliar a produção de alimentos nutritivos, com maior qualidade e altamente digestíveis. Isso será muito benéfico ao processo de envelhecimento da população”, diz Juliana, que foi bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A betalactoglobulina é a principal proteína do soro do leite e, devido a sua formação estrutural, associada a menor capacidade de mastigar e a reduzida atividade gástrica de idosos, tem sua digestão dificultada no estômago. Essa resistência, inclusive, pode causar alergias, como se fosse uma resposta do organismo que deseja metabolizá-la, mas não consegue. Bebida indispensável para quem precisa aumentar a força física e a massa muscular, o leite é composto de água, lipídeos, lactose e proteínas, além de ser fonte de cálcio e vitaminas. Diversas alterações fisiológicas estão associadas ao envelhecimento, como a osteoporose, mudanças nas funções cerebrais, cardiovascular, metabólica e a aparição de sarcopenia – perda natural e progressiva de força e massa muscular. Todos esses problemas podem diminuir a qualidade de vida e a capacidade dos idosos de realizarem atividades básicas do dia a dia. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de pessoas com idade superior a 60 anos chegará a 2 bilhões até 2050, ano em que, no Brasil, os idosos representarão quase 30% da população nacional, segundo o IBGE. Atualmente, a expectativa de vida no país é de 76 anos. Alternativa promissora – A pesquisa desenvolvida no IQSC poderá trazer benefícios não só para os consumidores de produtos lácteos, mas também para a indústria de lacticínios, que busca processos energeticamente mais baratos, com menor tempo de execução e que atendam a demanda nutricional diária da população. Enquanto as técnicas que envolvem o aumento de temperatura para tratar o leite, como a pasteurização, possuem alto custo energético e podem comprometer a qualidade da mercadoria, alterando sua cor, sabor ou até destruindo suas proteínas, a utilização da luz ultravioleta nesse processo traz diversas vantagens: “Além de apresentar um custo 250 vezes menor que a pasteurização, o tratamento do leite com a luz UV aumenta o tempo de prateleira do produto, modifica menos suas características originais, reduzindo a perda de nutrientes, e tem a mesma segurança alimentar do procedimento tradicional”, explica Daniel. Do ponto de vista industrial e econômico, a exploração das proteínas do soro do leite é de grande relevância. Além de ser importante para a produção de diversos produtos, como biscoitos, iogurtes e suplementos alimentares, o soro do leite atua no estímulo de ganho de massa muscular, manutenção da saúde óssea e ainda contribui para a perda de peso, já que reduz a sensação de fome e a produção de gordura corporal. Há cerca de 10 anos, todo esse potencial não era aproveitado, tanto que o soro do leite era considerado resíduo e servia de ração para animais. Com o interesse da academia em pesquisar sobre o produto e a abertura do mercado para sua utilização, esse cenário tem mudado. Segundo Daniel, há uma força-tarefa mundial que visa o desenvolvimento de proteínas mais nutritivas, e o desafio tem instigado centenas de cientistas. Agora, a partir dos resultados apresentados no estudo de Juliana, os pesquisadores buscarão aprimorar a proteína irradiada com a luz com o objetivo de aumentar ainda mais sua qualidade. O docente afirma que o procedimento adotado no trabalho já está pronto para a utilização na indústria, podendo ser aplicado diretamente no soro do leite para modificar a estrutura da betalactoglobulina. A pesquisa desenvolvida faz parte do projeto temático “Novel aging: tecnologias e soluções para fabricar novos produtos lácteos para um envelhecimento saudável“, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), em parceria com a Innovation Fund Denmark. Além do IQSC, estão envolvidas no Projeto as duas unidades da Embrapa em São Carlos, a Instrumentação e a Pecuária Sudeste, a Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Araraquara e a Universidade de Copenhagen, da Dinamarca

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Os benefícios da dança para os idosos

Desde 2012 a população brasileira acima de 60 anos vem crescendo. Hoje, o número de idosos no país supera a marca de 30 milhões, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgada pelo IBGE. Com o aumento da expectativa de vida, também ocorre a preocupação em envelhecer de forma saudável e, para isso, muito se deve a prática de atividade física. “É importante que o idoso faça exercícios ao menos duas vezes por semana, pois nessa fase da vida o corpo funciona de maneira diferente: o sistema cardiovascular tem sua capacidade diminuída, os movimentos vão perdendo a agilidade e precisão, as articulações perdem a elasticidade, os ossos ficam mais fracos e, com a diminuição de massa muscular, aumenta o risco de lesões”, explica Ludmilla Marzano, especialista de Zumba®, que completa: “as aulas de Zumba Gold® são uma adaptação da aula tradicional com foco nesse público e tem o objetivo de trabalhar o equilíbrio, amplitude de movimento e coordenação". Além de questões fisiológicas, a prática contribui para uma boa saúde emocional, prevenindo ou auxiliando no tratamento de depressão, que é comum nessa idade. Por isso, a dança é uma modalidade muito indicada para esta faixa etária, porque é prazerosa. A especialista conta “em uma aula de Zumba® Gold os movimentos originais são adaptados, tendo menor intensidade. São liberados endorfina, dopamina e serotonina - hormônios que dão a sensação de bem-estar”. Outro benefício que deve ser destacado é a socialização. Segundo Ludmilla, nas aulas coletivas é natural um aluno motivar o outro, criar laços de amizade e companheirismo. “É uma família que se encontra algumas vezes por semana para rir, descontrair, conversar e dançar. Além disso, é uma atividade de baixo impacto e risco de lesão, se comparado a outras atividades físicas. A Zumba® adapta os movimentos às necessidades desse público alvo, focando no equilíbrio, amplitude do movimento e coordenação motora. Não há contraindicações, mas é preciso ter liberação médica para a prática de qualquer exercício físico”, completa Ludmilla. A dança substituiu a prótese Verinha Maluf, 64 anos, foi diagnosticada há 4 anos com artrose no quadril. Ela, que trabalhava como instrutora de Zumba®, ouviu do médico que precisava se afastar da atividade e colocar uma prótese no local. “Fiz exatamente o contrário, não abandonei as aulas. Eu amo dançar e é isso que me mantem viva e feliz. Passei a dançar com ainda mais vontade e incluí na minha rotina alguns exercícios de musculação para fortalecer a região. Continuo sendo acompanhada por um médico e frequentemente faço uma bateria de exames. Hoje, não preciso colocar a prótese, não sinto mais dor, e reduzi o número de medicamentos que tomo", conclui. A dança no combate à depressão Loli Lobos, 72 anos, sofria com depressão profunda e se tratava com medicamentos. “Mesmo com muitos remédios, não me sentia feliz. Já tentei o suicídio algumas vezes, inclusive. Comecei a praticar a Zumba® e me apaixonei, pois a sensação a cada aula era maravilhosa e nenhum remédio era capaz de me dar o mesmo”. Há três anos ela se tornou instrutora da modalidade e suas alunas também estão na terceira idade. “De dez remédios que eu tomava, agora só faço o uso de um. Quero ajudar minhas alunas a terem alegria de vida como eu”, comemora.  

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