Saúde – Página: 29 – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Saúde

Fuja do over: 7 exageros nos cuidados com a pele e cabelos que podem arruinar sua beleza

São Paulo —  Você já deve ter ouvido que “tudo em excesso faz mal” e realmente existem muitos momentos na vida em que “um é bom e dois é too much”. Nos cuidados com a pele, isso não é diferente. Muitas vezes, podemos pensar que: lavar o rosto mais do que duas vezes ao dia pode ajudar a diminuir a oleosidade, usar muitos produtos aleatoriamente pode acelerar o rejuvenescimento da nossa pele, e até ingerir os “superfoods” (os alimentos saudáveis da moda) em uma dose acima da recomendada vai potencializar o efeito na pele, mas não! Não é assim que funciona! Para não sobrecarregar a pele e os cabelos, fique atento aos 7 exageros que – definitivamente – fazem mais mal do que bem à beleza: Aplicar máscara capilar nos fios demasiadamente: embora esse produto faça parte da rotina de cuidados com o cabelo para mantê-lo saudável, é preciso tomar cuidado na hora de usar, pois, em exagero, o resultado pode não ser o esperado. “O uso frequente e em excesso de máscaras capilares, por exemplo pode tornar o seu cabelo pesado e sem brilho. Isso por que as máscaras capilares são soluções concentradas para que possam atuar profunda e rapidamente. Logo, se forem utilizadas com muita frequência, o produto pode acabar se acumulando nos fios, tornando-os rígidos, opacos e quebradiços”, explica o dermatologista Dr. Jardis Volpe. “Cabelos mais grossos, por exemplo, devem receber o tratamento com máscara capilar apenas uma vez por semana. Já os cabelos mais finos devem utilizar o produto a cada duas semanas”, explica. As máscaras capilares devem ser aplicadas apenas da metade dos fios até as pontas, pois é a região mais seca do cabelo, sempre evitando as raízes, já que o excesso do produto nesta área pode provocar o aumento da oleosidade no couro cabeludo, levando a problemas como a dermatite seborreica. Lavar em excesso (overwashing): Muitas pessoas, principalmente com pele oleosa, abusam da limpeza facial com o objetivo de reduzir o brilho no rosto. O ideal é lavar o rosto de manhã e à noite, não mais do que isso, segundo a dermatologista Dra. Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “O excesso de lavagem, mais do que duas por dia, pode alterar a barreira de proteção da pele, gerar tanto ressecamento quanto o aumento da produção de oleosidade, além de poder causar uma dermatite de contato”, explica. Aumentar a oleosidade? Sim: “O excesso de lavagem altera a produção natural de oleosidade da pele, tornando a barreira de proteção alterada e deixando a pele mais suscetível ao ressecamento. Uma pele suscetível ao ressecamento vai, em contrapartida, ter uma produção maior de oleosidade, como uma reação do organismo para compensar – que é entendido como uma agressão. Se essa oleosidade passar do ponto, a pele sai de ressecada para extremamente oleosa”, completa a médica. Esfoliar demais: A frequência com que se deve esfoliar o rosto é um fator que depende de cada tipo de pele, da estação do ano e dos procedimentos e tratamentos que estão sendo utilizados naquele momento. “E os intervalos precisam ser respeitados para que não irrite a pele, nem cause o efeito rebote, ou seja, o efeito contrário do esperado, estimulando a oleosidade, levando a abertura de poros. Em peles secas, o tecido pode ficar avermelhado ou sensível, se houver o uso excessivo do esfoliante, pois ocorre a retirada do manto lipídico natural de proteção e defesa do tecido, que mantém a microbiota natural”, afirma a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. A médica explica ainda que os esfoliantes faciais devem ser aplicados com massagens suaves na pele preferencialmente à noite, após a limpeza; e, de modo geral, não devem conter substâncias abrasivas em excesso, que arranhem a pele e que estejam em alta concentração, para não provocar microfissuras, ou feridas que desequilibrem a integridade da barreira cutânea e facilitem a proliferação de micro-organismos que causam a perda da homeostase, levando a processos de dermatites e eczemas. Para não ter mais erro: peles mais secas, sempre com orientação do dermatologista, devem ser esfoliadas de uma a duas vezes por semana (em formulações com grânulos finos, de origem natural, associados a substâncias calmantes e hidratantes) e peles levemente acneicas e oleosa podem ser esfoliadas até três vezes por semana e, logo após a esfoliação, utilizar uma loção tônica adstringente com efeito anti-inflamatório e complementar com hidratantes aquosos e serosos. Usar muitos produtos em sequência: Usar um creme em cima do outro não vai fazer milagres na sua pele. “Com relação aos cremes de tratamento, o anti-idade, o hidratante e o fotoprotetor estão entre os produtos realmente necessários para sua pele facial. Rotinas de beleza que incluem muitos produtos podem causar grandes problemas, como a dificuldade de penetração de um ingrediente e o fechamento dos poros”, explica Dr. Jardis. Além disso, ao usar muitos produtos de maneira aleatória, há uma grande chance de cair em um erro de incompatibilidade química, no qual – além de problemas de pele como dermatite e ressecamento – o cosmético poderá ter efeito reduzido e anulado. “Por exemplo, existe uma preocupação de misturar o peróxido de benzoíla (medicamento antiacne) com o retinol, porque o peróxido de benzoíla é um potente oxidante e o ácido retinoico sofre ação de oxidação, tornando-se inativo”, afirma farmacêutico Lucas Portilho, pesquisador em Cosmetologia e diretor da Consulfarma. “Quando você faz um tratamento orientado por dermatologista, a ação anti-idade pode ser adicionada ao hidratante no mesmo produto, e o médico ficará atento aos ativos”, afirma Lucas. Usar qualquer produto: Se você é daquele que adora um brinde, amostra grátis e presentes e não deixa de usar um cosmético na sua pele sem saber se realmente ele é indicado, saiba que pode estar cometendo um erro muito grande. “Incluir na rotina um produto skincare que serviu na pele da amiga sem consultar o seu dermatologista é um exagero que pode alterar o equilíbrio do Ph e da microbiota da pele”, afirma o

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Partículas de amido de milho e óleo de tomilho combate aedes aegypti

Karina Toledo  – O amido de milho, uma matéria-prima abundante, barata e biodegradável, foi a base usada por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para o desenvolvimento de partículas capazes de armazenar e liberar controladamente compostos ativos letais para as larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika, febre amarela e chikungunya. A metodologia teve a patente requerida por meio da Agência de Inovação da Unicamp (Inova) e foi descrita em artigo na revista Industrial Crops and Products. No trabalho, apoiado pela FAPESP e coordenado por Ana Silvia Prata, professora da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA-Unicamp), foi testado o óleo essencial de tomilho como agente larvicida. Esse óleo também é biodegradável e, na concentração usada na pesquisa, não oferece riscos à saúde humana. “Conseguimos obter uma partícula que se comporta exatamente como os ovos do Aedes. Enquanto o ambiente está seco, ela se mantém inerte e conserva o agente ativo protegido. A partir do momento em que entra em contato com a água, começa a inchar para permitir a liberação do larvicida. Após três dias, período em que os ovos eclodem e tem início a fase larval, a partícula passa a liberar quantidades letais do princípio ativo na água”, disse Prata. A ideia do projeto foi desenvolver um sistema de liberação controlada de larvicida para pequenos volumes hídricos, como vasos de planta, pneus, garrafas e entulhos diversos que podem virar criadouro do mosquito no ambiente urbano. Segundo Prata, as autoridades sanitárias têm se preocupado em tratar com larvicidas caixas d’água e outros grandes reservatórios, mas estudos epidemiológicos indicam que 50% dos focos do Aedes estão em pequenas poças. “Como o custo é baixo, o governo poderia produzir essas partículas e distribuí-las para a população, para que fossem espalhadas em locais da residência com potencial para acumular água da chuva, como medida complementar à conscientização da população e da luta contra a dengue”, disse. Resultados dos testes feitos na Unicamp indicam que as partículas poderiam se manter funcionais durante aproximadamente cinco ciclos de chuvas. Após o primeiro contato com a água elas liberam apenas 20% do óleo de tomilho. “Fizemos o teste de deixar o material secar para depois reidratá-lo e observamos que as partículas voltam a liberar o agente larvicida normalmente”, contou Prata. Ainda segundo a pesquisadora, o principal composto ativo encontrado no óleo de tomilho – o timol – impediu a proliferação de microrganismos no recipiente contendo a água, evitando que as partículas estragassem rapidamente depois de molhadas. Método de produção O ciclo de vida do Aedes aegypti é formado por quatro etapas: ovo, larva, pupa e mosquito adulto. O período total de desenvolvimento pode variar de cinco a 10 dias, tornando-se mais curto à medida que a temperatura aumenta. A fase larval, na qual o inseto está confinado no ambiente aquático, é considerada a mais estratégica para as ações de combate. “Com base nessas informações, começamos a pensar em como deveria ser a partícula. Um de nossos colaboradores – Johan Ubbink [California Polytechnic State University, Estados Unidos] – sugeriu produzi-la por uma técnica conhecida como extrusão, a mesma usada na fabricação de salgadinhos de milho”, disse Prata. O método consiste em forçar a passagem da massa de amido úmida e aquecida por um pequeno buraco. Normalmente, a ação da temperatura e da pressão exercida por uma rosca faz com que o material se expanda após a passagem pelo orifício. “Adaptamos o processo, adotando uma temperatura mais branda e uma rotação de rosca mais suave, para que não ocorresse a expansão do material. Caso contrário, a partícula amoleceria rapidamente ao entrar em contato com a água, liberando o princípio ativo todo de uma vez”, disse Prata. Outro desafio do grupo foi encontrar a composição adequada da matéria-prima. Como explicou a pesquisadora, o amido – seja ele de trigo, milho ou qualquer outra fonte – é composto fundamentalmente por frações variáveis de amilose e amilopectina. A quantidade de cada um desses componentes determina características como viscosidade e estrutura (capacidade de não se desfazer em contato com a água). “Testamos formulações que tinham de 1,8% até 76% de amilose. E avaliamos, em cada caso, qual era o comportamento de lixiviação [o quão rápido a partícula se desfaz] e de inchamento no meio aquático”, disse Prata. Ao mesmo tempo em que avaliavam esses dois aspectos da partícula, dosando a quantidade de óleo de tomilho liberada em função do tempo de contato com a água, os pesquisadores também observavam a atividade larvicida do composto ativo. O teste consistiu em medir a concentração necessária para matar 99% das larvas – parâmetro conhecido com CL99. “O CL99 do óleo de tomilho não encapsulado é de aproximadamente 70 microgramas por mililitro [µg/ml]. Quando colocamos esse composto dentro da partícula, o valor diminui para 31 µg/ml, ou seja, nosso sistema de liberação controlada aumentou a ação larvicida”, disse a pesquisadora. Ainda assim, o CL99 do composto natural permaneceu bem mais baixo que o de agentes sintéticos, como o temefós. A vantagem, segundo Prata, é que por ter uma composição química complexa, com outras moléculas ativas além do timol, é mais difícil para o inseto desenvolver resistência. O grupo também testou como larvicida o extrato de jambu. O resultado foi similar ao observado com o tomilho, porém, o custo foi cerca de 15 vezes maior. “O óleo essencial de tomilho é um material altamente disponível, vendido comercialmente e representa apenas 5% da composição da partícula – os outros 95% são amido de milho, que é muito barato. Por isso consideramos a técnica facilmente escalonável”, disse a professora da FEA-Unicamp. O grupo da FEA-Unicamp avalia, no momento, a possibilidade de usar as mesmas partículas para encapsular bactérias fixadoras de nitrogênio, que auxiliam no crescimento de plantas. O material poderia, em tese, reduzir a quantidade de fertilizantes usados na agricultura. “Essa é uma teoria que pretendemos testar em um futuro projeto”, disse Prata. O artigo Improved activity of thyme essential oil (Thymus vulgaris) against Aedes aegypti larvae using a biodegradable controlled release system, de

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Jovens de 20 a 30 anos, Millenials fazem aplicação de botox para prevenir rugas que nem apareceram

Há uma ambivalência no mundo da beleza. Enquanto revistas referência no assunto, como Allure, decretam o fim do anti-aging – reafirmando a real necessidade de se sentir bem com o envelhecimento (que acima de tudo é cronológico), de outro lado, jovens de 20 a 30 anos, os Millenials, estão cada vez mais “escravos da aparência” e buscam, mais cedo do que deveriam, técnicas de preenchimento e aplicação de toxina botulínica para prevenir sinais de envelhecimento como rugas – que ainda estão longe de aparecer. “Para estes jovens de 20 a 30 anos, que têm um alto senso de perfeccionismo, há uma necessidade premente de ter uma carreira bem-sucedida, bem como um relacionamento maravilhoso, além de parecer sempre jovem”, explica o dermatologista Dr. Jardis Volpe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. Criou-se até um termo para procedimentos requeridos pelos ‘adiantados’: o prejuvenescimento. “Um dos aspectos mais influentes para esta opção preventiva é o crescente interesse no Instagram. Os Millenials, como conectados que são por natureza, tiram fotos de si mesmos quase que automaticamente. A impressão que se tem é que a aparência é sempre mais importante para este grupo de pessoas, pois o julgamento perfeccionista chega bem antes que os efeitos da idade”, afirma. O médico Dr. Jardis cita pesquisa do professor da Universidade de Columbia Britânica, Dr. Paul Hewitt, que se aprofundou no assunto e, depois de estudar o perfeccionismo nos últimos 30 anos, revelou que a autocrítica nos Millenials é absolutamente implacável, o que pode levar à depressão ou anorexia, por exemplo. “Com foco no perfeccionismo, o limite passa a ser o fio da navalha. Quando há exagero, como ocorre em qualquer idade, e isto não é privilégio dos Millenials, a prevenção pode ser traiçoeira. Algumas mulheres jovens não buscam somente a harmonia facial, o mais provável procedimento nesta faixa etária, mas sim resultados mais evidentes, como uma boca carnuda ou maçãs do rosto salientes, o que se traduz entre muitos Millenials, na tão aspirada ‘cara de rica’, uma questão de status e não de estética”, comenta o dermatologista. Nos Estados Unidos, pesquisas recentes detectaram a intenção de utilização de toxina botulínica de duas a três vezes por ano pelos jovens desta faixa. Aqui no Brasil, estima-se que o crescimento em número de procedimentos dermatológicos realizados entre os pacientes de 20 a 29 anos chegou a 30%. Esse novo paciente ‘adiantado’ explica também o aumento acentuado dos procedimentos não invasivos, como reforça o Censo 2016 da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP): nos últimos dois anos, a procura por procedimentos estéticos não cirúrgicos aumentou 390%, enquanto as cirurgias para fins estéticos cresceram apenas 8%. À medida em que há excesso, a preocupação passa a ser com os efeitos a longo prazo. Estes procedimentos mais praticados, como o uso de toxina botulínica e preenchimentos, podem trazer efeitos adversos ao longo do tempo. Um estudo alemão publicado no Journal of Neural Transmission destaca que um em cada 200 usuários regulares da toxina botulínica desenvolveu anticorpos contra a substância. E isso também tem a ver com a reaplicação constante e sem necessidade, conforme explica a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery. Além disso, é necessário procurar um profissional experiente: “Uma subdose da toxina botulínica pode deixar o efeito menos duradouro e, nesse caso, o paciente pode precisar de outra aplicação mais rápido. Isso pode sensibilizar o organismo, que pode produzir anticorpos contra a toxina de forma que ela não terá mais efeito”, acrescenta. A aplicação em músculos errados e em doses não compatíveis também estão entre os principais motivos do surgimento de anticorpos contra a toxina botulínica. Esse movimento prejuvenescedor revela o medo do envelhecer. Mas envelhecer também é bom. Algumas comunidades na Ásia, por exemplo encaram seus idosos com respeito, são símbolos de sabedoria, consultores, e suas rugas são motivo de orgulho. “No mundo ocidental, a beleza é sinônimo de juventude, as capas de revista estampam jovens, rostos sem qualquer sombra de rugas, mulheres magras, maquiadas e sem falar no Photoshop. Culote, barriga chapada, rugas, tudo é doença, tem que ser tratado a qualquer custo. E antes do verão. E depois do verão? E depois da gravidez, o corpo mudou, e agora? E depois do 50 anos?”, questiona. Há sempre uma frustração, inexoravelmente o corpo muda, as rugas aparecem, o rosto não é o mesmo dos 15 anos. “Mas a vida também não é a mesma. Trabalho, filhos, contas para pagar, nada disso existia aos 18 anos. Tudo mudou. A responsabilidade aumentou e a sabedoria também. A ação dos músculos que se contraíram em cada sorriso, ao longo de todos estes anos, obviamente vai marcar a pele e produzir rugas. Ainda bem, pois a melhor e mais eficaz maneira de não ter rugas é não sorrir, não chorar, não se surpreender. Não viver”, completa. A Dra. Beatriz argumenta que até mesmo as cirurgias plásticas evoluem no sentido de dar uma aparência mais natural às pessoas. Mas essa é uma preocupação que devemos ter apenas quando os sinais do envelhecimento aparecerem. Técnicas novas de aplicação de preenchimentos como ácido hialurônico restauram a estrutura da face, compensando as perdas ósseas e de volume que a face sofre com o envelhecimento e obtendo um efeito lifting. “A melhor prevenção é uma rotina de cuidados com a pele, não adiantar um tratamento sem necessidade e que pode ser preciso somente na terceira idade”, finaliza o dermatologista Dr. Jardis Volpe.

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Por que jovens podem ter cabelos brancos?

Apesar de ser mais comum após os 40 anos, não é raro encontrar jovens que contam com alguns fios brancos no cabelo. Por que isso ocorre exatamente? “Normalmente eles surgem após os 30 anos e em decorrência de fatores genéticos, formação de radicais livres, períodos de maior stress físico e emocional, mas às vezes estão presentes até mesmo ao nascimento por doenças genéticas. O bulbo apresenta um número limitado de melanócitos, células capazes de produzir a cor (melanina), quando este estoque termina, aquele bulbo irá produzir apenas fios brancos”, afirma a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia. “Esse processo, conhecido como canície capilar, pode ocorrer de forma precoce antes dos 20 anos de idade. Quando isso acontece, é importante procurar um dermatologista para exame e diagnóstico. Pode ser apenas uma forma familiar (genética) de canície familiar ou estar relacionada a déficits nutricionais (como de vitamina B12) ou patologias (vitiligo, alopecia areata, alterações da tireóide). A forma familiar precoce não tem nenhuma gravidade ou significado clínico”, acrescenta a Dra. Paola Pomerantzeff, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Segundo a Dra. Paola, a canície é pré-determinada geneticamente, tanto seu início (com quantos anos se iniciará) quanto seu tempo de progressão (em quanto tempo a pessoa estará com todos os fios de cabelos brancos). Mas o estresse oxidativo também está envolvido no processo, segundo a Dra. Claudia: “As células produtoras da melanina são danificadas pelo estresse oxidativo acumulado ao longo dos anos e, também, o empacotamento e migração do pigmento para dentro do fio não ocorre com eficácia. O resultado é o surgimento dos primeiros fios brancos.” De acordo com a médica, como o estresse oxidativo acelera a canície, o tabagismo e a exposição à poluição devem ser evitados, já que produzem muitos radicais livres. “O estresse é reconhecido como um liberador de mensageiros pró-inflamatórios, o que pode piorar o processo de estresse oxidativo e acelerar o embranquecimento dos fios. Isso acontece em situações de estresse contínuo, por exemplo pessoas que passam por um período de estresse e ansiedade por dois ou três anos, por conta do trabalho e do estilo de vida. Com isso, os cabelos grisalhos aparecem antes do previsto”, diz a Dra. Claudia Marçal. Como o cabelo branco tende a sofrer mais com os efeitos nocivos da radiação UV, além de ser mais ressecado, mais poroso, com mais tendência a ficar amarelado e mais suscetível à ação dos radicais livres, ele exige mais cuidados principalmente com a hidratação e proteção desse fio. Segundo Mika Yamaguchi, farmacêutica e diretora científica da Biotec Dermocosméticos, dois novos ativos são importantes para tratar o fio ressecado: Nano Care Fiber e ProCare AOX. “O primeiro é uma nanoemulsão formada por ativos altamente hidroscópios como o xilitol, que melhora a flexibilidade e maleabilidade do fio, restabelece a hidratação natural, restaura o brilho e reequilibra o balanço hídrico, com a vantagem de trazer resultados imediatos, pois tem alto poder de permeação e difusão na fibra. Já o segundo, tem composição rica em fitoquímicos antioxidantes com permeação intra e intercelular que previnem os danos estruturais causados pelo estresse oxidativo”, afirma Mika. A especialista ainda cita os ativos Hydra.Sil, que protege a hidratação interna do fio, e Liponutrium Hair, que proporciona reparação profunda dos fios. “Por fim, é sempre importante consultar um dermatologista, que poderá indicar fórmulas orais com vitaminas e ativos como Exsynutriment, In.Cell e Bio-Arct para tornar esse cabelo mais forte e resistente”, finaliza a dermatologista Dra. Claudia Marçal.

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Dia dos Pais: Dicas de cuidados com a pele do homem

Os homens estão cada vez mais preocupados com a beleza! A busca por procedimentos estéticos, o cuidado diário com a aparência e, consequentemente, o aumento da venda de cosméticos ligados à pele estão aumentando. Sabendo disso e com a proximidade do dia dos pais, data comemorada no segundo domingo de agosto (11/08), a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) separou algumas dicas de cuidado com a pele, cabelos, unhas e barba para todos os tipos de homens, sejam eles esportivos, tradicionais, modernos, barbudos ou geeks. A SBD também aproveita para apontar os procedimentos dermatológicos mais procurados por homens, além das queixas mais comuns desses pacientes. Para diminuir linhas de expressão na testa e perto dos olhos, a aplicação de toxina botulínica é o procedimento estético mais procurado pelo público masculino. O preenchimento com ácido hialurônico é um outro tratamento que os homens realizam para definir o ângulo mandibular e o queixo. Apesar da busca por um rosto desejado, a SBD sugere cuidado e bom senso nas alterações estéticas para evitar exageros. Algumas queixas dermatológicas são frequentes nos consultórios médicos. A calvície masculina (alopecia androgenética), por exemplo, ocorre por predisposição genética associada a componente hormonal e é a cauda mais comum de queda de cabelos nos homens A alopecia areata (em áreas) é uma doença inflamatória que gera queda de cabelo e provoca falhas circulares na barba. A pele oleosa é genética, porém fatores hormonais, o excesso de sol, o estresse e uma dieta rica em alimentos com alto teor de açúcares pioram a situação. Já a ceratoses actínicas, que aparecem nas áreas expostas ao sol, são tumores benignos da pele com potencial de transformação para um tipo de câncer (carcinoma espinocelular). “Os cuidados diários e os procedimentos estéticos mantêm uma boa aparência da pele, cabelos, unhas e barbas, porém também previnem as doenças dermatológicas”, afirma a Dra. Alessandra Remiti, Coordenadora do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Confira abaixo as dicas da SBD de cuidados rotineiros para ter uma pele com aspecto bonito e, acima de tudo, saudável: Pele Lavar o rosto com água fria e sabonete apropriado para o rosto duas vezes ao dia. Aplicar hidratante na pele do corpo após o banho. E na face, especialmente para os que possuem pele seca. Visitar o dermatologista pelo menos uma vez por ano, para cuidados rotineiros, diagnóstico de lesões pré-malignas e malignas ou melhorar a aparência com tratamentos estéticos. Barba Remover a barba após o banho, pois os pelos ficam mais flexíveis. Usar cremes pré e pós-barba com ativos calmantes, hidratantes e sem álcool. Preferir barbeadores elétricos para agredir menos a pele. Usar lâminas novas e pessoais para evitar contaminação e ferimentos. Movimentar a lâmina no sentido que o pelo cresce para evitar que encravem. Para quem usa barba, ficar atento se não há ressecamento, descamação ou feridas na pele embaixo da barba. Também é importante lavá-las sempre com xampus apropriado para barba. Cabelo Ficar atento a caspa e a oleosidade dos fios, além de sinais de calvície. Procurar controlar o estresse para evitar possíveis queda de cabelo. Unha Corta-las e deixá-las limpas para evitar unhas encravadas ou micoses. Ter um cortador de unha ou uma tesoura de uso pessoal e higienizá-los com sabonete antisséptico.

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Agosto dourado alerta sobre a importância da amamentação

O aleitamento materno é extremamente importante para o bom desenvolvimento biológico e imunológico da criança. E foi pensando na conscientização das pessoas para este ato de amor e cuidado, que a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou a campanha “agosto dourado”, com um mês inteiro dedicado à amamentação. O mês foi escolhido com base na semana do aleitamento materno, que acontece do dia um a sete deste mês. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam o aleitamento materno exclusivo nos seis primeiros meses de vida do bebê, pois o leite da mulher é essencial para o bebê ter uma boa saúde. Além disso, aumenta os laços afetivos entre mãe e filho, contribuindo positivamente no desenvolvimento emocional e social do filho. O ato de amamentar faz bem também para a mãe. “Para o bebê, o leite diminui o risco de doenças diarreicas, respiratórias e alergias. Há menor chance do indivíduo desenvolver obesidade, hipertensão e diabetes, promovendo um melhor desenvolvimento cognitivo e proteção imunológica, além de aumentar o vínculo mãe-bebê. Já para a mãe, há menor risco de câncer de mama, evita nova gravidez, favorece ao retorno ao peso precocemente e involução uterina, dentre inúmeros outros benefícios para os dois”, explica a coordenadora e professora da pós-graduação em aleitamento materno e banco de leite humano Faculdade IDE, Mariana Gonçalves. “Os impactos deste ato são inúmeros, desde o vínculo familiar, o contato pele a pele, troca de olhares, colo, afeto e segurança. A amamentação não é somente nutrição, vai muito além disso. Crianças amamentadas têm muito mais chances de serem adultos saudáveis”, explica a professora da Faculdade IDE. Com o passar dos meses, algumas mães começam a se preocupar com a hidratação das crianças e ficam em dúvida se podem passar a dar água aos seus filhos entre uma mamada e outra. Segundo a docente, isso não é necessário, pois o leite humano é produzido de acordo com a necessidade do bebê. “Mesmo em locais muito quentes, com temperaturas altas e elevada sudorese (suor) não se faz necessário hidratar com água ou outro líquido, pois o leite materno tem a quantidade ideal para o bebê. Porém, a mãe precisa consumir bastante líquido, manter-se bem hidratada”, orienta Mariana. Há uma compreensão de que algumas mulheres têm pouco leite, mas esses casos são raros e geralmente por algo associado. “De modo geral, as mães possuem leite, sim. O leite materno nunca é fraco, ele é completo para o bebê. A quantidade de leite é muito variável pois envolve inúmeros fatores: hidratação da mãe, descanso e repouso, tranquilidade, anatomia da mãe e do bebê, sucção, estresse, intervalos da mamada, dentre outros”, esclarece Mariana. Muitas mulheres optam por complementar a alimentação de seus filhos com fórmulas, pois vezes acham que o filho não está alimentado o suficiente. Mas a recomendação é que isto só seja feito se não tiver mais jeito. “A fórmula é a última opção de suplementação. Existem várias estratégias e intervenções a serem implementadas antes de introduzir a fórmula. E geralmente elas funcionam, por isso buscar ajuda com equipe especializada faz toda a diferença”, alerta a professora da pós-graduação em aleitamento materno e banco de leite humano Mariana Gonçalves, da Faculdade IDE. Complementar com outros alimentos, mesmo que sejam naturais, também não é recomendado. “A introdução alimentar só deve ser iniciada por volta dos seis meses de vida da criança, no momento que ela esteja preparada para sentar e receber o alimento. Essa alimentação é iniciada lentamente, no início a criança vai conhecer os alimentos, as diferentes texturas, sabores, por isso durante muito tempo o leite materno continua sendo o principal alimento”, instrui. PREPARAÇÃO NA GRAVIDEZ Ainda na gravidez, surgem muitas dúvidas com relação a preparação dos seios para quando chegar a hora de amamentar. Então, algumas mães buscam auxílio de produtos ou terapias que prometem preparar melhor as mamas para isso. “Não recomendamos nenhum tipo de intervenção na gravidez. A única preparação ainda na gravidez é adquirir informações de qualidade: leia, estude, pesquise sobre amamentação e puerpério. Não existe seio adequado, o corpo humano é muito bem feito, o Criador o fez da melhor maneira”, orienta a profissional de enfermagem da Faculdade IDE, Mariana Gonçalves. Para as mamães de primeira viagem, a professora da pós-graduação de enfermagem em neonatologia e pediatria intensiva da Faculdade IDE Nayale Lucinda orienta buscar sempre informações em locais confiáveis e que partilhem informações baseadas em evidências científicas. “Procure relatos de mães, rodas de apoio, onde são compartilhadas histórias de outras mães que podem estar ajudando. Porque não existe um manual ou nada pronto, cada mulher vai desenvolvendo o seu jeito de cuidar e amamentar o seu filho. Além disso, orientações de profissionais capacitados e equipe profissional de bancos de leite humano podem ajudar muito”, comenta. COMO DAR DE MAMAR? Não existem técnicas para a criança mamar melhor, mas orientação profissional pode ajudar. “O desconhecido causa medo e insegurança, logo, quanto mais orientada a mulher estiver, mais segurança e tranquilidade ela vai ter. Lembrar que o bebê não nasce sabendo mamar, e nem a mãe a amamentar, eles vão aprender juntos. Mesmo não sendo o primeiro filho, cada gestação é diferente da outra, cada bebê tem suas individualidades. Lógico, se alguém qualificado puder ensinar essa mãe, as chances de o bebê mamar melhor aumentam”, elucida Mariana sobre a importância de buscar apoio profissional. A professora Nayale Lucinda conta ainda que não é preciso se preocupar com o tempo em que o bebê passa entre uma mamada e outra. A orientação que a enfermeira traz é do Ministério da Saúde e da OMS, que é a livre demanda, então não existe isso de horário de aleitamento não. “Bebê acordou e está com vontade de mamar, vai mamar. Depende muito de criança para criança e com o tempo a mãe vai percebendo que nem todo choro é fome, muitas vezes é necessidade de colo”, ressalta. MULHERES QUE NÃO AMAMENTAM Existem casos em que mulheres deixam de amamentar por uma decisão delas, sendo muito importante compreender,

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Brasil e países da América Latina sediarão estudo para tratamento em pacientes com doença de Chagas

Pela primeira vez, o Brasil e outros países da América Latina serão palco de um estudo que avaliará um tratamento para insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida em pacientes com doença de Chagas, o PARACHUTE-HF (Prevention And Reduction of Adverse outcomes in Chagasic Heart failUre Trial Evaluation). Com previsão de início ainda em 2019, a investigação será realizada pela Novartis em parceria com o Instituto Brasileiro de Pesquisa Clínica (BCRI). Serão recrutados cerca de 900 pacientes em vários centros de pesquisa no continente latino-americano. A doença de Chagas, também conhecida como tripanossomíase americana, é uma doença tropical negligenciada potencialmente fatal que, segundo estimativas, afeta aproximadamente seis milhões de pessoas em todo o mundo e é responsável por aproximadamente 12 mil mortes por ano¹-²-³. Liderado pelo brasileiro Renato Delascio Lopes, presidente do comitê executivo e diretivo do estudo, professor de Medicina na Duke University Medical Center e membro do Duke Clinical Research Institute, o estudo internacional, prospectivo e randomizado testará o medicamento indicado para insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER), sacubitril/valsartana, em comparação ao enalapril em pessoas com ICFER causada por cardiomiopatia chagásica crônica. “Este ano completa 110 anos em que o médico brasileiro Carlos Chagas identificou o protozoário Trypanosoma cruzi no sangue humano. Após mais de um século, a doença de Chagas ainda continua sendo um grande problema de saúde pública e o Brasil tem ao menos um milhão de infectados. Este será o primeiro estudo randomizado de grande porte para avaliar uma potencial terapia para insuficiência cardíaca especificamente nesta população negligenciada, podendo representar um marco importante para o tratamento da doença”, avalia Lopes. O estudo tem um comitê executivo composto por experientes pesquisadores internacionais: Prof. Edimar Alcides Bocchi, chefe da Unidade de Insuficiência Cardíaca do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo (InCor-HCFMUSP); Dr. Luis Echeverria Correa, diretor do programa de insuficiência cardíaca e transplante da Fundação Cardiovascular da Colômbia; Prof. Ruben Kevorkian, diretor médico em cardiologia na Universidade de Buenos Aires e chefe da Divisão de Cardiologia no Hospital Santojanni; Prof. John McMurray, professor de cardiologia médica e diretor adjunto do Instituto de Ciências Cardiovasculares e Médicas da Universidade de Glasgow; Prof. Carlos Morillo, professor do Departamento de Ciências Cardíacas da Faculdade de Medicina Cumming, Instituto Cardiovascular Libin e Universidade de Calgary. Cada país latino-americano terá um coordenador nacional como parte do comitê diretivo do estudo, sendo no Brasil o Prof. Felix Ramires, médico assistente da Unidade Clínica de Miocardiopatias do InCor-HCFMUSP. Sobre a doença de Chagas³ A doença é endêmica em 21 países da América Latina, sendo a segunda causa de desenvolvimento de insuficiência cardíaca crônica⁷. No entanto, devido à mobilidade populacional, nas últimas décadas tem sido cada vez mais detectada nos Estados Unidos, no Canadá e em muitos países europeus e em alguns países do Pacífico Ocidental³. A doença de Chagas apresenta-se em uma fase aguda inicial, em que um alto número de parasitas circula no sangue. Na maioria dos casos, os sintomas estão ausentes ou são leves e inespecíficos. Durante a fase crônica, a doença afeta principalmente o coração e os músculos digestivos, levando a distúrbios cardíacos em até 30% dos pacientes e alterações digestivas, neurológicas ou mistas em até 10% dos pacientes. A infecção pode eventualmente levar à morte súbita devido a arritmias cardíacas ou insuficiência cardíaca progressiva. A cardiomiopatia chagásica é a manifestação clínica mais impactante da doença de Chagas, resultando na maioria da morbimortalidade⁴. Os pacientes, mesmo mais jovens, tendem a ter pior qualidade de vida e maiores taxas de hospitalização e mortalidade em comparação com outras etiologias⁷.

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Composto de planta brasileira combate leishmaniose e Doença de Chagas

Elton Alisson  – Um composto natural isolado de uma planta originária da Mata Atlântica, popularmente conhecida como canela-seca ou canela-branca (Nectranda leucantha), pode resultar em novos medicamentos para o tratamento da leishmaniose visceral e da doença de Chagas. Pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz constataram em um estudo apoiado pela FAPESP que substâncias derivadas de uma molécula da planta, pertencente ao grupo das neolignanas, são capazes de combater os parasitas transmissores dessas doenças que afetam milhões de pessoas no Brasil e em outros países em desenvolvimento. Os resultados do trabalho foram publicados na revista Scientific Reports e no European Journal of Medicinal Chemistry. “Observamos que os compostos foram altamente potentes contra a Leishmania infantum, causadora da leishmaniose visceral, e o Trypanosoma cruzi, transmissor da doença de Chagas”, disse André Gustavo Tempone, pesquisador do Centro de Parasitologia e Micologia do Instituto Adolfo Lutz e coordenador do estudo, à Agência FAPESP. Os pesquisadores da instituição têm se dedicado nos últimos anos a identificar compostos provenientes da biodiversidade da Mata Atlântica que possam resultar no desenvolvimento de novos fármacos para combater doenças negligenciadas – causadas por agentes infecciosos ou parasitas e que afetam principalmente as populações mais pobres. Durante um projeto em colaboração com João Henrique Ghilardi Lago, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), foi possível isolar a neolignana. Já por meio de um projeto em colaboração com colegas da Ohio State University, também apoiado pela FAPESP, foi possível avaliar e comprovar o efeito do composto sobre células do sistema imunológico. Agora, em um projeto em colaboração com Edward Alexander Anderson, professor da Universidade de Oxford, da Inglaterra, também apoiado pela FAPESP na modalidade São Paulo Researchers in International Collaboration (SPRINT), foram sintetizados 23 novos compostos derivados da molécula. “Uma das limitações no desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento de doenças negligenciadas é encontrar parceiros para fazer a síntese dos compostos promissores. A colaboração com o grupo da Universidade de Oxford possibilitou darmos esse passo”, disse Tempone. Os pesquisadores avaliaram os efeitos dos compostos derivados da molécula em células de Leishmania infantum. Os resultados das análises indicaram que quatro deles se mostraram capazes de atingir a mitocôndria do parasita, que é um potencial alvo molecular de um fármaco para combatê-lo. Diferentemente de humanos, que podem ter até 2 mil mitocôndrias, a Leishmania infantum possui apenas uma, explicou Tempone. “Constatamos que os compostos tiveram uma forte atuação na mitocôndria desse parasita”, afirmou. Os compostos provocam um aumento abrupto do nível de cálcio no interior das células da Leishmania infantum. Essa alteração causa uma perturbação na mitocôndria do parasita, provocando sua morte. “Nossa hipótese é que os compostos interferem drasticamente na liberação do cálcio no interior das células e, dessa forma, prejudicam a principal fonte de armazenamento de energia do parasita, que é a ATP [adenosina trifosfato], produzida pela mitocôndria”, disse Tempone. Os compostos também interferiram no ciclo celular da leishmania, induzindo um mecanismo semelhante à morte celular programada e afetando a replicação do DNA. Efeitos similares também foram observados em ensaios com Trypanosoma cruzi. “Também verificamos que a mitocôndria do Trypanosoma cruzi sofre uma alteração logo no início da incubação dos compostos pelo parasita”, disse Tempone. Os pesquisadores pretendem, agora, otimizar os compostos, de modo a assegurar sua biodisponibilidade adequada no organismo. Essa etapa de avaliação da eficácia e segurança das moléculas é crucial para avançar para os estudos com animais, uma vez que mais de 90% dos compostos candidatos a fármacos testados in vitro (em células) falham nessa fase, explicou Tempone. “Estamos otimizando os compostos por meio da química medicinal para que possamos aumentar a taxa de sucesso nos estudos em modelo animal. Mas os compostos que obtivemos já são protótipos bastante promissores para combater a leishmaniose e atendem às recomendações da DNDi [organização sem fins lucrativos de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos para doenças negligenciadas]”, disse Tempone. Uma das recomendações da iniciativa internacional é que os compostos promissores para o tratamento de doenças negligenciadas sejam fáceis de serem sintetizados. “A síntese dos compostos que estamos estudando é simples, feita em cinco etapas, e são baratos”, disse Tempone. O artigo A semi-synthetic neolignan derivative from dihydrodieugenol B selectively affects the bioenergetic system of Leishmania infantum and inhibits cell division (doi: 10.1038/s41598-019-42273-z), de Maiara Amaral, Fernanda S. de Sousa, Thais A. Costa Silva, Andrés Jimenez G. Junior, Noemi N. Taniwaki, Deidre M. Johns, João Henrique G. Lago, Edward A. Anderson e Andre G. Tempone, pode ser lido na Scientific Reports em www.nature.com/articles/s41598-019-42273-z. O artigo Dehydrodieugenol B derivatives as antiparasitic agents: Synthesis and biological activity against Trypanosoma cruzi (doi: 10.1016/j.ejmech.2019.05.001), de Daiane D. Ferreira, Fernanda S. Sousa, Thais A. Costa-Silva, Juliana Q. Reimão, Ana C. Torrecilhas, Deidre M. Johns, Claire E. Sear, Kathia M. Honorio, João Henrique G. Lago, Edward A. Anderson e Andre G. Tempone, pode ser lido por assinantes do European Journal of Medicinal Chemistry em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0223523419304040. Agência FAPESP

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Workshop de Aromaterapia no Recife recebe inscrições

Nos dias 03 e 04 de agosto, o Centro Espírita Beneficente União do Vegetal, de Abreu e Lima, em parceria com a Oshadhi (multinacional que atua no mercado de óleos essenciais puros e naturais), promove o workshop “Aromaterapia – Saúde e Bem Estar Através dos Óleos Essenciais”, ministrado por Guilherme Oberlaender e Yuri Oberlaender. O evento será realizado na Faculdade Estácio de Sá, no bairro da Madalena, das 9h às 17h, com intervalo para almoço. As inscrições estão abertas através do link bit.ly/aromaterapiarecife. Guilherme Oberlaender é psiquiatra e médico ortomolecular, com vasta experiência internacional na utilização de óleos essenciais para tratamento de diversas doenças. Yuri Oberlaender é mestre em filosofia antiga, com estudo aprofundado na perspectiva histórica e alquímica da utilização dos óleos essenciais ao longo da história e como filosofia de vida. Segundo a coordenadora do workshop, Márcia Machado, o evento tem o objetivo de promover a difusão da aromaterapia, técnica natural que utiliza o aroma e as partículas liberadas por diferentes óleos essenciais para estimular partes do cérebro. “São muitos os benefícios que a aromaterapia pode trazer às pessoas, como o alívio de sintomas de ansiedade, insônia, depressão, asma ou resfriado, promoção do bem-estar e fortalecimento das defesas do corpo”, informa ela. O workshop é recomendado para qualquer pessoa que tenha interesse na promoção da saúde de forma natural e segura, além de aromaterapeutas, terapeutas, terapeutas holísticos, profissionais da saúde, mães e o público em geral. “Quem já tem conhecimento na área poderá se beneficiar do workshop para conhecer a perspectiva de atuação do Dr. Guilherme Oberlaender e do Ms. Yuri Oberlaender, suas experiências e expertise na área. Para quem ainda não conhece, poderá ter acesso a um conhecimento valioso que poderá ser útil em diversas circunstâncias do cotidiano. Por ter uma perspectiva médica e alquímica, o encontro se propõe a ser uma experiência ímpar de ampliação de conhecimento”, destaca Márcia Machado. Serviço: Workshop Aromaterapia – Saúde e Bem Estar Através dos Óleos Essenciais 03 e 04 de agosto (das 9h às 17h) Faculdade Estácio de Sá (Av. Eng. Abdias de Carvalho, 1678, Madalena, Recife) Inscrições: bit.ly/aromaterapiarecife Conteúdo Programático: O que é aromaterapia O que são óleos essenciais Qual a função dos óleos essenciais Métodos de extração Porque os óleos agem terapeuticamente em nosso organismo Principais óleos essenciais para o dia a dia Formas de Uso

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Adolescentes que dispensam o café da manhã podem desenvolver obesidade

Peter Moon – Em um trabalho publicado na Scientific Reports, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e de seis países europeus avaliam comportamentos determinantes para o ganho de peso entre crianças e adolescentes. A obesidade infantil pode favorecer o surgimento prematuro de problemas como o diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. O estudo destaca que o hábito de muitos adolescentes de pular o café da manhã em suas casas antes de seguir para as escolas guarda relação direta com o aumento da circunferência abdominal e com o aumento no índice de massa corporal (IMC) nesse grupo etário. Dispensar a primeira refeição do dia pode levar a uma dieta desequilibrada, além de hábitos nada saudáveis, o que pode tornar os adolescentes vulneráveis ao ganho de peso. “O principal achado de nosso estudo indica que pular o desjejum está associado a marcadores de adiposidade em adolescentes, independentemente de onde vivem, do tempo de sono ou do sexo”, disse Elsie Costa de Oliveira Forkert, epidemiologista e pesquisadora do Grupo de Pesquisa YCare do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP. “Ao dispensar o café da manhã, milhões de crianças e adolescentes em todo o mundo podem substituir uma alimentação mais saudável dentro de casa (lácteos, cereais integrais e frutas) pelo consumo, em cafeterias e lanchonetes escolares, de alimentos industrializados muitas vezes hipercalóricos e de baixo valor nutricional, como salgadinhos, doces e refrigerantes, o que está diretamente ligado ao desenvolvimento da obesidade”, disse. O artigo complementa o trabalho de pós-doutorado de Forkert, apoiado pela FAPESP, e contou com a colaboração de cientistas da Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Grécia e da Itália. A partir dos dados de dois grandes estudos, um europeu e outro brasileiro, os cientistas avaliaram se os comportamentos relacionados ao equilíbrio energético adotados por esses adolescentes estariam associados a marcadores de adiposidade total e abdominal. O estudo europeu é o Healthy Lifestyle in Europe by Nutrition in Adolescence Cross-Sectional Study (Helena-CSS), conduzido entre 2006 e 2007 e que avaliou 3.528 adolescentes de 10 grandes cidades europeias (composto por 52,3% de meninas e 47,7% de meninos, todos entre 12,5 e 17,5 anos), estratificados por idade, sexo, região e status socioeconômico. A coordenação do estudo europeu foi feita pelo professor Luis Alberto Moreno, da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Zaragoza, na Espanha. Já o estudo brasileiro intitulado Saúde Cardiovascular do Adolescente Brasileiro (BRACAH Study), utilizando metodologia semelhante, avaliou 991 adolescentes (54,5% de meninas e 45,5% de meninos, com idade entre 14 e 18 anos) e foi conduzido em 2007 na cidade de Maringá (PR). Os adolescentes foram avaliados quanto a fatores de risco cardiovascular e comportamentos relacionados à saúde. O estudo BRACAH foi coordenado pelo professor Augusto Cesar Ferreira de Moraes, do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP. O novo estudo, do qual participou Forkert, avaliou peso e altura, índice de massa corporal (indicador de obesidade geral), circunferência abdominal e relação cintura-altura (indicadores de obesidade abdominal). “Os comportamentos relacionados ao equilíbrio energético foram medidos por meio de questionário que avaliou, entre outros fatores, o nível de atividade física dos adolescentes (na escola, em casa, nas horas de lazer, no transporte), sendo que um mínimo de 60 minutos por dia de atividade física de moderada a vigorosa foi considerado adequado, enquanto atividade física inferior a 60 minutos ao dia foi considerada insuficiente”, disse Forkert. Para averiguar o comportamento sedentário dos adolescentes, em dias de semana e fins de semana, foi considerado o tempo diário despendido na frente da televisão, do computador ou jogando videogames. O tempo de sono dos adolescentes pesquisados também foi examinado, considerando o tempo de sono habitual, em dias da semana e aos finais de semana. O questionário de Escolhas e Preferências Alimentares, que explora atitudes e preocupações quanto a alimentação, estilo de vida e alimentação saudável entre os adolescentes, também foi usado para avaliar o consumo de café da manhã, com base no grau de concordância (em uma escala de 1 a 7) com a afirmação “Eu muitas vezes pulo o café da manhã”. A partir dessas informações os cientistas analisaram se os adolescentes que dispensavem o café da manhã apresentavam, em média, valores maiores nos marcadores de adiposidade em relação aos adolescentes que tomavam o café da manhã. “Dos comportamentos analisados, relacionados ao equilíbrio energético, o que mais apresentou associação com os marcadores de obesidade foi o comportamento de pular o café da manhã”, disse Forkert. Sedentarismo e mais calorias Tanto no estudo europeu como no brasileiro, os meninos se mostraram em média mais pesados e mais altos do que as meninas e apresentaram circunferência abdominal igualmente maior. “Verificamos um aumento médio na circunferência abdominal de 2,61 centímetros e 2,13 centímetros, respectivamente, nos meninos europeus e brasileiros, quando esses têm o hábito de pular o café da manhã”, disse Forkert. “Por outro lado, quando usamos o tempo de sono influenciando a associação entre os outros comportamentos e os marcadores de obesidade, observou-se que os meninos europeus e brasileiros que pularam o café da manhã, mesmo dormindo adequadamente [oito horas por dia ou mais], aumentaram em média 1,29 kg/m² e 1,69 kg/m² o índice de massa corporal, respectivamente”, disse. Entre os meninos europeus e brasileiros, pular o café da manhã foi o comportamento predominante, mostrando associação positiva com os indicadores de obesidade (índice de massa corpórea, circunferência abdominal e relação cintura-altura). “O mesmo ocorreu entre meninas europeias. Diante do comportamento de pular o café da manhã, mesmo dormindo adequadamente houve uma associação positiva com os marcadores de obesidade geral e abdominal. Por exemplo, a circunferência abdominal aumentou em média 1,97 centímetro e a relação cintura-altura 0.02”, disse Forkert. Em relação às meninas estudadas, as brasileiras se mostraram mais sedentárias do que os meninos. Já as europeias, apesar de apresentarem menor prevalência de comportamentos sedentários, eram, em contrapartida, menos ativas fisicamente quando comparadas aos meninos europeus, embora mais ativas do que os adolescentes brasileiros. O comportamento sedentário (mais de duas horas por dia) nessas adolescentes europeias mostrou um aumentou na circunferência

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