Saúde – Página: 3 – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Saúde

Covid-19: Crianças podem ser mais contagiosas que adultos, diz estudo da Harvard

Um estudo feito pela universidade americana de Harvard acrescenta mais informações para o debate sobre a reabertura das escolas. A pesquisa apontou que as crianças podem ter maior carga viral do novo coronavírus e serem mais contagiosas que os adultos. Segundo o UOL, principalmente nos primeiros dois dias de infecção, as crianças infectadas mostraram um nível significativamente mais alto do vírus em suas vias aéreas do que adultos hospitalizados em UTIs para tratamento com covid-19. As informações são do Massachusetts General Hospital (MGH), instituição afiliada à Harvard, e o hospital infantil Mass General (MGHfC). O estudo foi publicado hoje no “Journal of Pediatrics”. Foram analisadas 192 pessoas com idades entre 0 e 22 anos. Dessas, 26% tiveram o diagnóstico de covid-19 e apenas 51% das infectadas apresentou algum sintoma do vírus, como a febre. Do total, 18 apresentaram sintomas da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P).

Covid-19: Crianças podem ser mais contagiosas que adultos, diz estudo da Harvard Read More »

Pernambuco registra1.429 novos casos da Covid-19 e 28 óbitos

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) registrou, nesta quarta-feira (19), 1.429 novos casos da Covid-19. Entre os confirmados hoje, apenas 77 (5%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e os outros 1.352 (95%) são leves, ou seja, pacientes que não demandaram internamento hospitalar e que já estavam curados, ou na fase final da doença. Agora, Pernambuco totaliza 115.217 casos já confirmados, sendo 24.953 graves e 90.264 leves. Também foram confirmados 28 óbitos, ocorridos desde o dia 15 de maio. Do total de mortes do informe de hoje, 14 ocorreram nos últimos três dias, sendo 3 mortes registradas no dia de ontem (terça, 18/08), 9 mortes em 17/08 e 2 em 16/08. Os outros 14 óbitos ocorrem entre os dias 15/05 e 12/08. Com isso, o Estado totaliza 7.280 mortes pela Covid-19.

Pernambuco registra1.429 novos casos da Covid-19 e 28 óbitos Read More »

Vidas absolutas e alento- Por Maurício Costa Romão*

 As mídias em geral têm repercutido ad nauseam o nefasto atingimento de 100 mil mortes por coronavírus no Brasil, registrado no dia 8 de agosto próximo passado. E aí não adianta acalentar ressalvas de que o País é continental, onde vivem 213 milhões de pessoas e que, portanto, em se tratando de uma pandemia, o número de óbitos tem que ser visto não em termos absolutos, mas proporcionalmente ao tamanho de sua população. Se assim fosse feito, o Brasil teria no cotejo internacional uma taxa até razoável de 504 óbitos por milhão de habitantes, atrás, por exemplo, de países como a Bélgica (857), Peru (789), Espanha (612), Reino Unido (609), Itália (585), Suécia (572), Chile (543), Estado Unidos (521), e um pouco acima da França (466). (Dados de 16/8/2020, Worldmeter) Embora tal procedimento seja o correto, do ponto de vista avaliativo, argumentar a seu favor nesta hora triste é minimizar a tragédia das mortes, circunscrevendo-as a meros números relativos, quando, o que importa mesmo são as vidas absolutas perdidas. Não obstante o infortúnio vivenciado, é oportuno observar o quadro numérico da crise sanitária no Brasil a partir de algumas tendências recentes que se estão delineando. Veja-se, por exemplo, o número de mortes desde o dia 12 de julho até o dia 15 de agosto (28 dias, para coincidir com as últimas quatro semanas epidemiológicas computadas pelo Ministério da Saúde, da 30ª a 33ª, quer dizer, de 19-25/07 até 9-15/08). Calcule-se para esse período a média móvel de 7 dias desde o dia 19 de julho. O resultado está espelhado no Gráfico 1, abaixo. A média móvel consiste em incorporar continuamente novos dados da série, descartando os mais antigos, o que a torna sempre atualizada. Tem a vantagem adicional de diluir o peso dos valores extremos, e arrefecer oscilações bruscas, por exemplo, como as que ocorrem nos registros de casos do vírus nos fins de semana. Nota-se que a linha de óbitos, construída a partir das 21 médias do período, apresenta um perfil evolutivo descendente, indicando que as últimas quatro semanas registraram promissora tendência de regressão diária de vidas perdidas.   O mesmo pode ser visto de outro ângulo, olhando-se o histograma no Gráfico 2, que retrata o número de mortes no Brasil por semana epidemiológica.   Vê-se que quando o país ultrapassou pela primeira vez a lamentável marca de mais de 7 mil mortes na 23ª semana epidemiológica (31 de maio a 6 de junho), de lá para cá houve uma notável estabilidade nesses números, conforme está ilustrada pela linha vermelha de tendência. Isso significa que nos últimos 75 dias, inobstante o total de óbitos por semana continuar alto, gravitando no entorno de 7 mil por semana, ou mil por dia, esse total não está aumentando, tendo, inclusive, uma leve perspectiva de baixa a partir da 30ª semana (colunas azul-claras). O corolário dessa constatação se reflete na taxa de letalidade do coronavírus (total de mortes sobre o total de casos), ajudando a explicar a significativa queda na sua trajetória (Gráfico 3).     Desde o primeiro caso de morte registrado no país em 17 de março, a taxa de letalidade cresce continuamente até atingir 7% no fim de abril. Permanece ao redor desse patamar até meados de maio e, a partir de então, inicia trajetória sistemática de queda, estando hoje estabilizada no entorno de 3,2%. Isso é importante porque mostra que embora o total de casos registrados da Covid-19 esteja aumentando no País, como acontecer em muitas partes do mundo, a quantidade de vidas perdidas pela doença está diminuindo proporcionalmente. Em outras palavras, dos novos casos de contração da doença, uma quantidade relativa cada vez menor de pessoas está falecendo e mais pessoas se estão recuperando. Por último, se se considerar o número de novos casos de coronavírus no Brasil do ponto de vista das médias móveis de 7 dias (girando atualmente perto de 45 mil casos por dia), das mesmas quatro semanas epidemiológicas tratadas neste texto, pode-se notar que há estabilidade e até ligeira tendência de declínio de ocorrências na população. Essa constatação está retratada no Gráfico 4 abaixo.   Não há nada que compense as vidas que se foram. Resta pelo menos o alento de que o quadro devastador da doença no Brasil emite sinais de que pode estar em regressão. * Maurício Costa Romão, é Ph.D. em economia pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos. mauricio-romao@uol.com.br    

Vidas absolutas e alento- Por Maurício Costa Romão* Read More »

Covid-19: Anvisa autoriza testes para nova vacina da Johnson & Johnson

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a Jansen-Cilag, unidade farmacêutica da Johnson & Johnson, a realizar testes clínicos no Brasil para o desenvolvimento de vacina contra a covid-19. O estudo global prevê a inclusão de até 60 mil voluntários, sendo 7 mil no Brasil, distribuídos nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte. Segundo a Anvisa, os dados que embasaram a autorização incluíram estudos não clínicos com a vacina e dados não clínicos e clínicos acumulados de outras vacinas que utilizam a mesma modelagem. Os estudos da Jansen-Cilag foram iniciados em julho nos EUA e na Bélgica. De acordo com a agência, o ensaio clínico será conduzido em etapas e cada etapa só será iniciada se os resultados que estiverem disponíveis no momento forem satisfatórios. Este é o quarto estudo de vacina contra o novo coronavírus autorizado pela Anvisa no Brasil. No dia 2 de junho, a agência autorizou o ensaio clínico da vacina desenvolvida pela empresa AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, do Reino Unido; no dia 3 de julho, o da vacina desenvolvida pela Sinovac Biotech, da China, em parceria com o Instituto Butantan; e no dia 21 de julho, o das vacinas desenvolvidas pela BioNTech, da Alemanha, e Wyeth/Pfizer, dos Estados Unidos. A potencial vacina da Jansen-Cilag, denominada Ad26.COV2.S, é composta de um vetor recombinante, não replicante, de adenovírus tipo 26 (Ad26), construído para codificar a proteína S (Spike) do vírus Sars-CoV-2 (o novo coronavírus). O ensaio clínico aprovado é um estudo de fase 3, randomizado, duplo cego, controlado por placebo, para avaliar a eficácia e a segurança de Ad26.COV2.S na prevenção de covid-19 em adultos com 18 anos ou mais. Cada participante receberá uma dose única da vacina ou placebo. O recrutamento dos voluntários é de responsabilidade dos centros que conduzem a pesquisa. Da Agência Brasil

Covid-19: Anvisa autoriza testes para nova vacina da Johnson & Johnson Read More »

Pernambuco registrou 605 novos casos de Covid-19 e 42 óbitos

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) registrou, nesta terça-feira (18.08), 605 novos casos da Covid-19. Entre os confirmados hoje, 92 (15%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 513 (85%) são leves, ou seja, pacientes que não demandaram internamento hospitalar e que já estavam curados, ou na fase final da doença. Agora, Pernambuco totaliza 113.788 casos já confirmados, sendo 24.876 graves e 88.912 leves. Também foram confirmados 42 óbitos, ocorridos desde o dia 12 de maio. Do total de mortes do informe de hoje, 11 (26%) ocorreram nos últimos três dias, sendo uma morte registrada no dia de ontem (segunda, 17/08), 7 mortes em 16/08 e 3 em 15/08. Os outros 31 óbitos (74%) ocorrem entre os dias 12/05 e 14/08. Com isso, o Estado totaliza 7.252 mortes pela Covid-19. Os detalhes epidemiológicos serão repassados ao longo do dia pela Secretaria Estadual de Saúde.

Pernambuco registrou 605 novos casos de Covid-19 e 42 óbitos Read More »

Pessoas de 20 a 40 anos estão impulsionando pandemia, diz OMS

A disseminação do novo coronavírus está sendo cada vez mais fomentada por pessoas com idades entre 20, 30 e 40 anos e muitas não sabem que foram infectadas, disse o diretor da região do Pacífico Ocidental da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (18). “Isso aumenta o risco de transbordamento para os mais vulneráveis: os idosos, os doentes em cuidados de longa duração, as pessoas que vivem em áreas densamente povoadas e áreas carentes”, disse Takeshi Kasai em entrevista coletiva virtual, referindo-se à capacidade de o vírus se adaptar e migrar de hospedeiros. Vacina O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, afirmou que os países que colocam seus próprios interesses à frente dos outros na tentativa de garantir o fornecimento de uma possível vacina contra o novo coronavírus estão piorando a pandemia. “Agir estrategicamente e globalmente é, na verdade, do interesse nacional de cada país – ninguém está seguro até que todos estejam seguros”, disse ele, também em entrevista virtual, pedindo o fim do “nacionalismo da vacina”. Tedros Adhanom informou que enviou carta a todos os membros da OMS, pedindo que se unam ao esforço multilateral da Covax para a vacina. Até agora, mais de 21,9 milhões de pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus em todo o mundo e 772.647 morreram. Da Agência Brasil

Pessoas de 20 a 40 anos estão impulsionando pandemia, diz OMS Read More »

Procon recebe pelo Whastapp denúncia de festas durante a pademia

A partir de agora, o consumidor pernambucano terá mais uma ferramenta para denunciar irregularidades. Vídeos de festas, aglomerações e de bares abertos após o horário permitido pelo Governo de Pernambuco poderão ser enviados para o WhatsApp do órgão, no (81) 3181.7000. Com a liberação do funcionamento do setor até às 22h e a permissão das apresentações musicais, diversas denúncias chegaram ao órgão de descumprimento do decreto. “Realizamos fiscalizações no fim de semana e notificamos dois estabelecimentos. Um com alimentos sem informação e o outro por estar aberto após às 22h. Com esse canal, o consumidor também será nosso fiscal”, diz o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico. Os vídeos devem ser enviados com as seguintes informações: nome é endereço do estabelecimento, além de dia e hora do ocorrido. Será garantido o anonimato do denunciante. A partir desse material, a gerência de fiscalização do Procon-PE irá notificar o local para prestar esclarecimentos. Desde a última semana, os bares e restaurantes estão liberados a funcionar até às 22h, pode ter música, mas a determinação é de uso de máscara para quem estiver tocando instrumentos. A máscara só é dispensada para quem for cantar ou quem estiver fazendo backing vocal. A indicação é que os músicos também mantenham distanciamento de 1,5 metro. As apresentações musicais só podem acontecer na área interna dos estabelecimentos. Os clientes não vão poder ficar de pé, têm que estar sentados para assistir à apresentação, ao show. Os consumidores ao levantarem das mesas para ir ao banheiro, ou em outro local, também deve estar utilizando a máscara facial.

Procon recebe pelo Whastapp denúncia de festas durante a pademia Read More »

Agentes comunitários de saúde poderiam ter papel central contra Covid-19

O Brasil conta com mais de 286 mil agentes comunitários de saúde integrados ao programa nacional de atenção básica à saúde. Esses profissionais formam uma estrutura altamente capilarizada, capaz de atender 75% da população – ou a parcela mais carente, que não possui plano de saúde privado e vem sendo mais impactada pela pandemia. “Já em março, pesquisadores do Imperial College London apontaram o Brasil como forte candidato a dar uma boa resposta à pandemia. De acordo com eles, o enfrentamento com base nas ações, estrutura e na capilaridade dos agentes comunitários poderia servir de exemplo para outros países. Mas não foi o que aconteceu. Não houve um plano nacional e os agentes comunitários só passaram a ser considerados trabalhadores essenciais para o controle da doença agora em julho. Como nem sequer eram considerados profissionais de saúde, não receberam equipamento de proteção individual, para citar um exemplo”, diz Gabriela Lotta, pesquisadora do Centro de Estudos da Metrópole (CEM) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP. Lotta é professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e escreveu com pesquisadores da Fiocruz, Universidade de York e London School of Economics um texto na seção Comment, da The Lancet, alertando para a negligência com que os agentes comunitários de saúde estão sendo tratados durante a pandemia da COVID-19. “Esse profissional existe em vários países do mundo, mas a aposta dos pesquisadores ingleses no Brasil se dava pelo fato de termos sido um dos primeiros a adotar os agentes comunitários de saúde como parte integrante de uma equipe dentro de uma unidade básica de saúde, que faz parte da política pública nacional do Sistema Único de Saúde. Na maioria dos países eles são profissionais desconectados do sistema de saúde, ligados a organizações da sociedade civil, por exemplo”, diz Lotta à Agência FAPESP. De acordo com a pesquisadora, essa diferença estrutural também facilitaria o exercício de funções importantes dos agentes comunitários de saúde durante a pandemia. “Desde que eles tivessem equipamento de proteção disponível, treinamento, decisão governamental, suporte e reconhecimento da sua importância”, diz. Três níveis de governo A pesquisadora ressalta que a questão dos agentes comunitários pode ser considerada um exemplo importante do efeito, nos municípios, da falta de um plano nacional de combate à pandemia. Isso porque, embora eles atuem junto ao poder municipal, toda a determinação sobre recursos e funcionalidades ligadas aos agentes comunitários de saúde pertencem à esfera federal. “Existe uma desigualdade enorme entre os municípios brasileiros e aqueles que não têm recursos para decidir sozinhos que estratégias devem executar ficam de mãos atadas. Pois o plano é nacional e parte relevante do repasse de recursos para os agentes comunitários é federal também. Cabe ao município executar. Claro que, se uma cidade tiver recursos, ela pode usá-los, mas as normativas principais são do governo federal. É ele que define se os agentes comunitários são profissionais de saúde ou não, e se é preciso pagar adicional de insalubridade. Isso tudo é decisão nacional”, diz. Lotta destaca que, durante os quatro primeiros meses de pandemia, os agentes comunitários de saúde não receberam treinamento nem equipamentos de proteção individual. Somente com a lei 14.023/2020, sancionada pelo presidente em 21 de julho de 2020, os agentes comunitários de saúde foram chancelados como trabalhadores essenciais durante a pandemia. “Como não houve um plano nacional e eles nem sequer eram considerados profissionais de saúde, apenas 9% receberam treinamento para controle de infecções e equipamentos de proteção individual (EPIs). Os sindicatos estimam cerca de 100 agentes mortos por COVID-19. Mas é possível que esse número seja, pelo menos, três vezes maior”, diz Lotta. Vale destacar que o Brasil está em primeiro lugar no ranking mundial de mortes de profissionais da enfermagem por COVID-19, com mais de 294 perdas entre enfermeiros, técnicos e auxiliares, de acordo com o Conselho Federal de Enfermagem. Segundo os dados divulgados, em maio havia 18 médicos mortos em decorrência do novo coronavírus. “Embora tardia, a lei é bem-vinda e a expectativa é boa caso ela venha a ser implementada. Pelo menos agora os agentes comunitários têm um instrumento legal definindo que eles só podem trabalhar caso haja equipamento de proteção. Antes disso, eles não tinham sequer como exigir proteção. Estavam muito vulneráveis”, afirma. A pesquisadora ressalta, no entanto, que a lei não resolve automaticamente a questão dos agentes comunitários, nem a sua inserção no combate à pandemia. “Embora contribua muito, não necessariamente vai virar uma politica melhor. O município sozinho, mesmo com a lei aprovada, não tem como priorizar os agentes comunitários no combate à pandemia sem a definição de um plano estratégico e a destinação de recursos.” Funções essenciais, trabalhadores essenciais Entre as atribuições que poderiam ser exercidas pelos agentes durante a pandemia, Lotta destaca funções essenciais como o rastreamento de contato de pessoas infectadas, a disseminação da informação, atuação no combate às fake news e controle do isolamento de casos confirmados. “Eles já têm um trabalho de educação em saúde, são moradores das comunidades onde atuam e têm certa legitimidade com a população. Portanto, levar informação sobre medidas de higiene, uso de máscara e como fazer o isolamento teria, inclusive, efeito no combate às fake news. Alguns poucos municípios usaram carros de som com agentes comunitários informando a população sobre a necessidade desses cuidados”, diz. Lotta explica que outra possibilidade de atuação seria no rastreamento de contato de pessoas infectadas. “Parte do trabalho deles já era entrar em contato com a população para monitorar a necessidade de atendimento de saúde. Alguns pouquíssimos municípios brasileiros e os vários países que tiveram rastreamento o fizeram por meio de agentes comunitários de saúde”, diz. De acordo com a pesquisadora, esses trabalhadores poderiam ainda monitorar, por teleatendimento, doentes em isolamento residencial, desde que a prefeitura oferecesse termômetros e oxímetros, auxiliando assim na avaliação sobre a necessidade e o momento ideal para hospitalizá-los. Outra atribuição importante para os agentes teria sido atuar nas barreiras sanitárias estabelecidas na entrada das cidades. “Principalmente em municípios turísticos, a epidemia foi levada por visitantes que estavam

Agentes comunitários de saúde poderiam ter papel central contra Covid-19 Read More »

Estudo de fase 2 comprova eficácia da vacina do Butantan

A vacina Coronavac, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan, se mostrou eficaz e segura. A constatação é de estudo publicado ontem pela farmacêutica chinesa Sinovac Life Science. O estudo analisou o comportamento de 600 voluntários vacinados na China durante a fase 2 dos testes clínicos. Cada voluntário recebeu 2 doses, sendo metade a vacina propriamente dita e a outra metade placebo. De acordo com o que foi identificado nos estudos, não existe nenhuma preocupação com relação a segurança da vacina utilizada nos voluntários. Dentre as principais reações está leve dor no local da aplicação. A vacina desenvolvida pela Sinovac Life Science é uma das mais promissoras do mundo porque utiliza tecnologia já conhecida e amplamente aplicada em outras vacinas. O Instituto Butantan avalia que sua incorporação ao sistema de saúde deva ocorrer mais facilmente. O laboratório asiático já realizou testes em cerca de mil voluntários na China, nas fases 1 e 2. Antes, o modelo experimental aplicado em macacos apresentou resultados expressivos em termos de resposta imune contra o coronavírus. A farmacêutica forneceu ao Butantan as doses da vacina para a realização de testes clínicos de fase 3 em voluntários no Brasil, com o objetivo de demonstrar sua eficácia e segurança. Caso a vacina seja aprovada será realizada a transferência de tecnologia para produção em escala e fornecimento gratuito pelo SUS. Os passos seguintes serão o registro do imunizante pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e distribuição em todo o Brasil.

Estudo de fase 2 comprova eficácia da vacina do Butantan Read More »

Inteligência artificial para diagnosticar a COVID-19 e prever risco de complicações

Um método que permite diagnosticar a COVID-19 em cerca de 20 minutos – com baixo custo e sem a necessidade de reagentes importados – foi descrito por pesquisadores brasileiros em artigo divulgado na plataforma medRxiv, ainda sem revisão por pares. O sistema usa algoritmos de inteligência artificial capazes de reconhecer em amostras de plasma sanguíneo de pacientes um padrão de moléculas característico da doença. Segundo os autores, também é possível identificar, entre os casos confirmados, os indivíduos com maior risco de desenvolver manifestações graves, como insuficiência respiratória. O projeto é apoiado pela FAPESP e envolve pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade de São Paulo (USP), além de colaboradores no Amazonas. “Nos testes feitos para validar a metodologia, conseguimos diferenciar as amostras positivas e negativas com um acerto de mais de 90%. Também fizemos a diferenciação entre casos graves e leves com acerto em torno de 82%. Agora, estamos iniciando o processo de certificação junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, conta à Agência FAPESP o professor da Unicamp Rodrigo Ramos Catharino, coordenador da pesquisa. Segundo ele, o exame, quando em operação, poderia custar em torno de R$ 40 por amostra, cerca de metade do preço de custo do RT-PCR, método considerado padrão-ouro para diagnóstico da COVID-19. O trabalho vem sendo desenvolvido no Laboratório Innovare de Biomarcadores, durante o doutorado de Jeany Delafiori, e integra uma linha de pesquisa que combina técnicas de metabolômica e aprendizado de máquina para buscar marcadores capazes de auxiliar o diagnóstico de doenças como zika, dengue hemorrágica, fibrose cística, diabetes e outros distúrbios metabólicos. O grupo trabalha em parceria com o Laboratório de Inferência em Dados Complexos (Recod) do Instituto de Computação (IC) da Unicamp, coordenado pelo professor Anderson Rocha e conta com a participação de seu colaborador Luiz Claudio Navarro. “O projeto contou com a participação de 728 pacientes – sendo 369 com diagnóstico de COVID-19 confirmado clinicamente e por RT-PCR. As amostras de indivíduos não infectados foram usadas para comparação, como uma espécie de grupo controle. No caso de alguns pacientes que desenvolveram complicações e precisaram ser internados, foi coletada uma segunda amostra de sangue. De modo geral, entre os casos confirmados, havia indivíduos com sintomas leves e graves”, conta Delafiori. Todas as amostras foram analisadas em um equipamento conhecido como espectrômetro de massas, capaz de discriminar as substâncias presentes em fluidos corporais. Como explicam os pesquisadores, esse conjunto de moléculas encontrado no plasma sanguíneo retrata os diversos processos metabólicos ativos no organismo. “Nos concentramos nas moléculas de baixo peso molecular, como os aminoácidos, os pequenos peptídeos e os lipídeos. Elas surgem na parte final dos processos metabólicos e, portanto, estão mais diretamente ligadas aos sintomas que os pacientes estavam manifestando no momento da coleta”, explica Delafiori. Parte das amostras foi então usada pela equipe do IC-Unicamp para ensinar um método de inteligência artificial a reconhecer padrões de metabólitos encontrados nos casos positivos e nos negativos, bem como diferenciar os padrões dos casos leves e graves. A outra parte foi usada em um teste cego, cujo objetivo foi avaliar o acerto final da análise feita pelo sistema. Segundo os dados do artigo, o método alcançou 97,6% de especificidade e 83,8% de sensibilidade para o diagnóstico da doença no teste cego. Já em relação à análise de risco para manifestação grave a especificidade foi de 76,2% e a sensibilidade foi de 87,2%. “Sensibilidade [também conhecido como sensitividade] é o parâmetro que indica o quão sensível o método é para detectar a presença ou ausência da COVID-19. Já especificidade tem a ver com a capacidade de diferenciar a COVID-19 de outras condições de saúde. Esses dois parâmetros, quando analisados em conjunto, determinam a taxa de acerto”, explica Delafiori. “Ainda estamos trabalhando para melhorar a taxa de acerto do exame, à medida que novas amostras de pacientes são coletadas por nossos colaboradores.” De acordo com Rocha, o algoritmo desenvolvido é capaz de incorporar conhecimento na medida em que analisa novas amostras, o que tende a se refletir em uma melhora na performance com o passar do tempo. “Se hoje ele tem uma taxa de acerto em torno de 90%, é provável que acerte ainda mais quando chegar a milhares de pacientes analisados”, afirma o pesquisador. A equipe do IC-Unicamp também criou um software para automatizar todo o processo de análise e gerar, no final, um relatório que informa para o médico se o paciente tem a COVID-19 e se apresenta risco de complicações. “Esses biomarcadores preditores de evolução da doença podem, por exemplo, ajudar o médico da assistência básica a decidir se o paciente que testar positivo pode ser mantido em isolamento domiciliar ou se deve ser transferido para um centro de maior complexidade”, comenta Rinaldo Focaccia Siciliano, médico assistente da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas (HC-FM-USP) e da Unidade de Controle de Infecção Hospitalar do Instituto do Coração (InCor), um dos coautores do artigo. Na avaliação de Siciliano, o método tem mostrado um bom desempenho para detectar tanto os casos leves, nos primeiros dias de sintomas, como também os mais avançados, de pacientes que já apresentam falta de ar na admissão ao hospital. “A vantagem de ter vários centros participando do projeto, com diferentes perfis, é a variabilidade das amostras. Isso permite que seja possível aplicar a metodologia em diferentes cenários, tanto ambulatorial quanto hospitalar”, diz. Outro avanço apontado pelo pesquisador é a possibilidade de diagnosticar precocemente a doença por meio de uma amostra de sangue, mais fácil de ser coletada do que a secreção nasal usada no teste de RT-PCR. “A coleta com swab [cotonete comprido inserido no fundo do nariz] requer equipe bem treinada e sala apropriada, pois há risco de dispersão de aerossóis contaminados com o vírus. E o teste sanguíneo atualmente disponível só é capaz de detectar anticorpos alguns dias depois do surgimento dos sintomas.” Modelo otimizado Enquanto a maioria dos testes laboratoriais analisa no sangue os níveis de algumas poucas substâncias, o sistema computacional desenvolvido pela equipe da Unicamp é capaz

Inteligência artificial para diagnosticar a COVID-19 e prever risco de complicações Read More »