Arquivos Saúde - Página 3 de 36 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Saúde

Pernambuco registrou 807 novos casos de Covid-19 e 12 óbitos

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) registrou, nesta quarta-feira (28/10), 807 novos casos da Covid-19. Entre os confirmados hoje, 26 (3%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 781 (97%) são leves. Agora, Pernambuco totaliza 161.161 casos confirmados da doença, sendo 26.964 graves e 134.197 leves. Também foram confirmados 12 novos óbitos, ocorridos desde o dia 28 de maio. Do total de mortes do informe de hoje, três ocorreram nos últimos três dias, sendo uma em 27/10 e duas em 26/10. Os outros nove registros ocorreram entre os dias 28/05 e 24/10. Com isso, o Estado totaliza 8.587 mortes pela Covid-19. Os detalhes epidemiológicos serão repassados ao longo do dia pela Secretaria Estadual de Saúde.

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Sistema monitora presença do novo coronavírus no ar

Tecnologia desenvolvida por meio de uma colaboração entre a startup Omni-electronica e o Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) permite capturar amostras do novo coronavírus no ar e, assim, monitorar a segurança de ambientes com grande concentração de pessoas. Os pesquisadores acreditam que o sistema poderá ser útil na retomada das atividades econômicas. A empresa é apoiada pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequena Empresa (PIPE) da FAPESP. Com o auxílio, a Omni-electronica – fundada por egressos da Escola Politécnica (Poli-USP) – já havia desenvolvido o sistema SPIRI, que integra diferentes sensores para monitorar a qualidade do ar em ambientes fechados. Agora, consegue detectar também o SARS-COV-2 (leia mais em: pesquisaparainovacao.fapesp.br/857). “Temos uma base de dados bastante robusta sobre a qualidade do ar em ambientes internos, sabemos como são transmitidos os vírus respiratórios e como as infecções se intensificam nos meses de inverno. Quando começou a pandemia do novo coronavírus, ficou bem claro para nós que a disseminação em ambientes internos era o cenário mais provável, embora isso ainda não fosse muito falado, nem mesmo pela Organização Mundial de Saúde [OMS]”, diz Arthur Aikawa, CEO da Omni-electronica e coordenador do estudo. A empresa oferece o SPIRI, serviço de monitoramento da qualidade do ar, por meio de uma assinatura. Um aparelho instalado no local com vários sensores integrados envia as informações para a central, que gera laudos on-line em tempo real. Os técnicos, então, podem instruir o cliente sobre a melhor forma de aumentar a circulação do ar quando ela não está adequada. Durante dois meses, o grupo de pesquisadores fez diferentes amostragens do ar no Hospital das Clínicas, com duas, seis e oito horas. A equipe utilizou, acoplado ao sistema SPIRI, um coletor que tinha, entre outros componentes, uma membrana filtrante de politetrafluoretileno (PTFE), capaz de reter unidades do vírus. A membrana era então enviada a um laboratório parceiro, que realizava os testes de PCR (que identifica o RNA viral) em tempo real, o mesmo feito em amostras coletadas da cavidade nasofaríngea de pacientes suspeitos de terem sido infectados. Mesmo em ambientes com alta incidência de bioaerossóis, como aqueles em que são realizadas traqueostomia e intubação, os pesquisadores só conseguiram capturar o vírus em amostragens acima de oito horas. A equipe contou ainda com os pesquisadores do Instituto Central do HC-FM-USP Alessandro Wasum Mariani, Renato Astorino Filho e Paulo Henrique Peitl Gregório. “O complexo do HC é antigo, com janelas em todos os ambientes. Mesmo sendo um local com alta incidência do vírus, a ventilação adequada faz com que ele não fique tanto tempo no ar”, diz Aikawa, que tem como sócios na empresa Matheus Manini e John Esquiagola, que também colaboraram na pesquisa. A empresa é residente na Incubadora USP/Ipen-Cietec. Indicadores de risco Os resultados do estudo estão sendo preparados para publicação em periódico científico. Além disso, a empresa desenvolveu um protocolo ainda mais completo de monitoramento da qualidade do ar. Apenas com o SPIRI, já era possível medir em tempo real a concentração de CO2, material particulado, temperatura e umidade. Esse protocolo inicial, por si só, já pode garantir a circulação adequada do ar e evitar a concentração de vírus respiratórios no ambiente. Agora, também é possível fazer testes regulares para detectar se houve circulação do novo coronavírus. “Os testes do SARS-COV-2 nesse protocolo são possíveis, mas difíceis de fazer em larga escala por questões de tempo e custo. São cinco dias apenas para o laboratório dar o resultado. O SPIRI sozinho, porém, é um indicador em tempo real para saber se estão sendo tomadas as precauções necessárias para que o ambiente fique menos propício para transmissão de vírus”, diz o empreendedor. Aikawa acredita que a integração do SPIRI ao monitoramento do vírus no ar de locais estratégicos, como estações de trem e metrô, pode contribuir para um retorno mais seguro às atividades econômicas. Baseados nos testes no HC, os pesquisadores criaram indicadores capazes de apontar diferentes graus de risco de contaminação de acordo com o que for detectado. Para mais informações sobre a empresa, acesse: https://en.omni-electronica.com.br/. André Julião | Agência FAPESP

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Covid-19: Crianças podem ser mais contagiosas que adultos, diz estudo da Harvard

Um estudo feito pela universidade americana de Harvard acrescenta mais informações para o debate sobre a reabertura das escolas. A pesquisa apontou que as crianças podem ter maior carga viral do novo coronavírus e serem mais contagiosas que os adultos. Segundo o UOL, principalmente nos primeiros dois dias de infecção, as crianças infectadas mostraram um nível significativamente mais alto do vírus em suas vias aéreas do que adultos hospitalizados em UTIs para tratamento com covid-19. As informações são do Massachusetts General Hospital (MGH), instituição afiliada à Harvard, e o hospital infantil Mass General (MGHfC). O estudo foi publicado hoje no "Journal of Pediatrics". Foram analisadas 192 pessoas com idades entre 0 e 22 anos. Dessas, 26% tiveram o diagnóstico de covid-19 e apenas 51% das infectadas apresentou algum sintoma do vírus, como a febre. Do total, 18 apresentaram sintomas da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P).

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Pernambuco registra1.429 novos casos da Covid-19 e 28 óbitos

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) registrou, nesta quarta-feira (19), 1.429 novos casos da Covid-19. Entre os confirmados hoje, apenas 77 (5%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e os outros 1.352 (95%) são leves, ou seja, pacientes que não demandaram internamento hospitalar e que já estavam curados, ou na fase final da doença. Agora, Pernambuco totaliza 115.217 casos já confirmados, sendo 24.953 graves e 90.264 leves. Também foram confirmados 28 óbitos, ocorridos desde o dia 15 de maio. Do total de mortes do informe de hoje, 14 ocorreram nos últimos três dias, sendo 3 mortes registradas no dia de ontem (terça, 18/08), 9 mortes em 17/08 e 2 em 16/08. Os outros 14 óbitos ocorrem entre os dias 15/05 e 12/08. Com isso, o Estado totaliza 7.280 mortes pela Covid-19.

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Vidas absolutas e alento- Por Maurício Costa Romão*

 As mídias em geral têm repercutido ad nauseam o nefasto atingimento de 100 mil mortes por coronavírus no Brasil, registrado no dia 8 de agosto próximo passado. E aí não adianta acalentar ressalvas de que o País é continental, onde vivem 213 milhões de pessoas e que, portanto, em se tratando de uma pandemia, o número de óbitos tem que ser visto não em termos absolutos, mas proporcionalmente ao tamanho de sua população. Se assim fosse feito, o Brasil teria no cotejo internacional uma taxa até razoável de 504 óbitos por milhão de habitantes, atrás, por exemplo, de países como a Bélgica (857), Peru (789), Espanha (612), Reino Unido (609), Itália (585), Suécia (572), Chile (543), Estado Unidos (521), e um pouco acima da França (466). (Dados de 16/8/2020, Worldmeter) Embora tal procedimento seja o correto, do ponto de vista avaliativo, argumentar a seu favor nesta hora triste é minimizar a tragédia das mortes, circunscrevendo-as a meros números relativos, quando, o que importa mesmo são as vidas absolutas perdidas. Não obstante o infortúnio vivenciado, é oportuno observar o quadro numérico da crise sanitária no Brasil a partir de algumas tendências recentes que se estão delineando. Veja-se, por exemplo, o número de mortes desde o dia 12 de julho até o dia 15 de agosto (28 dias, para coincidir com as últimas quatro semanas epidemiológicas computadas pelo Ministério da Saúde, da 30ª a 33ª, quer dizer, de 19-25/07 até 9-15/08). Calcule-se para esse período a média móvel de 7 dias desde o dia 19 de julho. O resultado está espelhado no Gráfico 1, abaixo. A média móvel consiste em incorporar continuamente novos dados da série, descartando os mais antigos, o que a torna sempre atualizada. Tem a vantagem adicional de diluir o peso dos valores extremos, e arrefecer oscilações bruscas, por exemplo, como as que ocorrem nos registros de casos do vírus nos fins de semana. Nota-se que a linha de óbitos, construída a partir das 21 médias do período, apresenta um perfil evolutivo descendente, indicando que as últimas quatro semanas registraram promissora tendência de regressão diária de vidas perdidas.   O mesmo pode ser visto de outro ângulo, olhando-se o histograma no Gráfico 2, que retrata o número de mortes no Brasil por semana epidemiológica.   Vê-se que quando o país ultrapassou pela primeira vez a lamentável marca de mais de 7 mil mortes na 23ª semana epidemiológica (31 de maio a 6 de junho), de lá para cá houve uma notável estabilidade nesses números, conforme está ilustrada pela linha vermelha de tendência. Isso significa que nos últimos 75 dias, inobstante o total de óbitos por semana continuar alto, gravitando no entorno de 7 mil por semana, ou mil por dia, esse total não está aumentando, tendo, inclusive, uma leve perspectiva de baixa a partir da 30ª semana (colunas azul-claras). O corolário dessa constatação se reflete na taxa de letalidade do coronavírus (total de mortes sobre o total de casos), ajudando a explicar a significativa queda na sua trajetória (Gráfico 3).     Desde o primeiro caso de morte registrado no país em 17 de março, a taxa de letalidade cresce continuamente até atingir 7% no fim de abril. Permanece ao redor desse patamar até meados de maio e, a partir de então, inicia trajetória sistemática de queda, estando hoje estabilizada no entorno de 3,2%. Isso é importante porque mostra que embora o total de casos registrados da Covid-19 esteja aumentando no País, como acontecer em muitas partes do mundo, a quantidade de vidas perdidas pela doença está diminuindo proporcionalmente. Em outras palavras, dos novos casos de contração da doença, uma quantidade relativa cada vez menor de pessoas está falecendo e mais pessoas se estão recuperando. Por último, se se considerar o número de novos casos de coronavírus no Brasil do ponto de vista das médias móveis de 7 dias (girando atualmente perto de 45 mil casos por dia), das mesmas quatro semanas epidemiológicas tratadas neste texto, pode-se notar que há estabilidade e até ligeira tendência de declínio de ocorrências na população. Essa constatação está retratada no Gráfico 4 abaixo.   Não há nada que compense as vidas que se foram. Resta pelo menos o alento de que o quadro devastador da doença no Brasil emite sinais de que pode estar em regressão. * Maurício Costa Romão, é Ph.D. em economia pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos. mauricio-romao@uol.com.br    

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Covid-19: Anvisa autoriza testes para nova vacina da Johnson & Johnson

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a Jansen-Cilag, unidade farmacêutica da Johnson & Johnson, a realizar testes clínicos no Brasil para o desenvolvimento de vacina contra a covid-19. O estudo global prevê a inclusão de até 60 mil voluntários, sendo 7 mil no Brasil, distribuídos nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte. Segundo a Anvisa, os dados que embasaram a autorização incluíram estudos não clínicos com a vacina e dados não clínicos e clínicos acumulados de outras vacinas que utilizam a mesma modelagem. Os estudos da Jansen-Cilag foram iniciados em julho nos EUA e na Bélgica. De acordo com a agência, o ensaio clínico será conduzido em etapas e cada etapa só será iniciada se os resultados que estiverem disponíveis no momento forem satisfatórios. Este é o quarto estudo de vacina contra o novo coronavírus autorizado pela Anvisa no Brasil. No dia 2 de junho, a agência autorizou o ensaio clínico da vacina desenvolvida pela empresa AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, do Reino Unido; no dia 3 de julho, o da vacina desenvolvida pela Sinovac Biotech, da China, em parceria com o Instituto Butantan; e no dia 21 de julho, o das vacinas desenvolvidas pela BioNTech, da Alemanha, e Wyeth/Pfizer, dos Estados Unidos. A potencial vacina da Jansen-Cilag, denominada Ad26.COV2.S, é composta de um vetor recombinante, não replicante, de adenovírus tipo 26 (Ad26), construído para codificar a proteína S (Spike) do vírus Sars-CoV-2 (o novo coronavírus). O ensaio clínico aprovado é um estudo de fase 3, randomizado, duplo cego, controlado por placebo, para avaliar a eficácia e a segurança de Ad26.COV2.S na prevenção de covid-19 em adultos com 18 anos ou mais. Cada participante receberá uma dose única da vacina ou placebo. O recrutamento dos voluntários é de responsabilidade dos centros que conduzem a pesquisa. Da Agência Brasil

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Pernambuco registrou 605 novos casos de Covid-19 e 42 óbitos

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) registrou, nesta terça-feira (18.08), 605 novos casos da Covid-19. Entre os confirmados hoje, 92 (15%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 513 (85%) são leves, ou seja, pacientes que não demandaram internamento hospitalar e que já estavam curados, ou na fase final da doença. Agora, Pernambuco totaliza 113.788 casos já confirmados, sendo 24.876 graves e 88.912 leves. Também foram confirmados 42 óbitos, ocorridos desde o dia 12 de maio. Do total de mortes do informe de hoje, 11 (26%) ocorreram nos últimos três dias, sendo uma morte registrada no dia de ontem (segunda, 17/08), 7 mortes em 16/08 e 3 em 15/08. Os outros 31 óbitos (74%) ocorrem entre os dias 12/05 e 14/08. Com isso, o Estado totaliza 7.252 mortes pela Covid-19. Os detalhes epidemiológicos serão repassados ao longo do dia pela Secretaria Estadual de Saúde.

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Pessoas de 20 a 40 anos estão impulsionando pandemia, diz OMS

A disseminação do novo coronavírus está sendo cada vez mais fomentada por pessoas com idades entre 20, 30 e 40 anos e muitas não sabem que foram infectadas, disse o diretor da região do Pacífico Ocidental da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (18). "Isso aumenta o risco de transbordamento para os mais vulneráveis: os idosos, os doentes em cuidados de longa duração, as pessoas que vivem em áreas densamente povoadas e áreas carentes", disse Takeshi Kasai em entrevista coletiva virtual, referindo-se à capacidade de o vírus se adaptar e migrar de hospedeiros. Vacina O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, afirmou que os países que colocam seus próprios interesses à frente dos outros na tentativa de garantir o fornecimento de uma possível vacina contra o novo coronavírus estão piorando a pandemia. "Agir estrategicamente e globalmente é, na verdade, do interesse nacional de cada país - ninguém está seguro até que todos estejam seguros", disse ele, também em entrevista virtual, pedindo o fim do "nacionalismo da vacina". Tedros Adhanom informou que enviou carta a todos os membros da OMS, pedindo que se unam ao esforço multilateral da Covax para a vacina. Até agora, mais de 21,9 milhões de pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus em todo o mundo e 772.647 morreram. Da Agência Brasil

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Procon recebe pelo Whastapp denúncia de festas durante a pademia

A partir de agora, o consumidor pernambucano terá mais uma ferramenta para denunciar irregularidades. Vídeos de festas, aglomerações e de bares abertos após o horário permitido pelo Governo de Pernambuco poderão ser enviados para o WhatsApp do órgão, no (81) 3181.7000. Com a liberação do funcionamento do setor até às 22h e a permissão das apresentações musicais, diversas denúncias chegaram ao órgão de descumprimento do decreto. "Realizamos fiscalizações no fim de semana e notificamos dois estabelecimentos. Um com alimentos sem informação e o outro por estar aberto após às 22h. Com esse canal, o consumidor também será nosso fiscal”, diz o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico. Os vídeos devem ser enviados com as seguintes informações: nome é endereço do estabelecimento, além de dia e hora do ocorrido. Será garantido o anonimato do denunciante. A partir desse material, a gerência de fiscalização do Procon-PE irá notificar o local para prestar esclarecimentos. Desde a última semana, os bares e restaurantes estão liberados a funcionar até às 22h, pode ter música, mas a determinação é de uso de máscara para quem estiver tocando instrumentos. A máscara só é dispensada para quem for cantar ou quem estiver fazendo backing vocal. A indicação é que os músicos também mantenham distanciamento de 1,5 metro. As apresentações musicais só podem acontecer na área interna dos estabelecimentos. Os clientes não vão poder ficar de pé, têm que estar sentados para assistir à apresentação, ao show. Os consumidores ao levantarem das mesas para ir ao banheiro, ou em outro local, também deve estar utilizando a máscara facial.

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Agentes comunitários de saúde poderiam ter papel central contra Covid-19

O Brasil conta com mais de 286 mil agentes comunitários de saúde integrados ao programa nacional de atenção básica à saúde. Esses profissionais formam uma estrutura altamente capilarizada, capaz de atender 75% da população – ou a parcela mais carente, que não possui plano de saúde privado e vem sendo mais impactada pela pandemia. “Já em março, pesquisadores do Imperial College London apontaram o Brasil como forte candidato a dar uma boa resposta à pandemia. De acordo com eles, o enfrentamento com base nas ações, estrutura e na capilaridade dos agentes comunitários poderia servir de exemplo para outros países. Mas não foi o que aconteceu. Não houve um plano nacional e os agentes comunitários só passaram a ser considerados trabalhadores essenciais para o controle da doença agora em julho. Como nem sequer eram considerados profissionais de saúde, não receberam equipamento de proteção individual, para citar um exemplo”, diz Gabriela Lotta, pesquisadora do Centro de Estudos da Metrópole (CEM) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP. Lotta é professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e escreveu com pesquisadores da Fiocruz, Universidade de York e London School of Economics um texto na seção Comment, da The Lancet, alertando para a negligência com que os agentes comunitários de saúde estão sendo tratados durante a pandemia da COVID-19. “Esse profissional existe em vários países do mundo, mas a aposta dos pesquisadores ingleses no Brasil se dava pelo fato de termos sido um dos primeiros a adotar os agentes comunitários de saúde como parte integrante de uma equipe dentro de uma unidade básica de saúde, que faz parte da política pública nacional do Sistema Único de Saúde. Na maioria dos países eles são profissionais desconectados do sistema de saúde, ligados a organizações da sociedade civil, por exemplo”, diz Lotta à Agência FAPESP. De acordo com a pesquisadora, essa diferença estrutural também facilitaria o exercício de funções importantes dos agentes comunitários de saúde durante a pandemia. “Desde que eles tivessem equipamento de proteção disponível, treinamento, decisão governamental, suporte e reconhecimento da sua importância”, diz. Três níveis de governo A pesquisadora ressalta que a questão dos agentes comunitários pode ser considerada um exemplo importante do efeito, nos municípios, da falta de um plano nacional de combate à pandemia. Isso porque, embora eles atuem junto ao poder municipal, toda a determinação sobre recursos e funcionalidades ligadas aos agentes comunitários de saúde pertencem à esfera federal. “Existe uma desigualdade enorme entre os municípios brasileiros e aqueles que não têm recursos para decidir sozinhos que estratégias devem executar ficam de mãos atadas. Pois o plano é nacional e parte relevante do repasse de recursos para os agentes comunitários é federal também. Cabe ao município executar. Claro que, se uma cidade tiver recursos, ela pode usá-los, mas as normativas principais são do governo federal. É ele que define se os agentes comunitários são profissionais de saúde ou não, e se é preciso pagar adicional de insalubridade. Isso tudo é decisão nacional”, diz. Lotta destaca que, durante os quatro primeiros meses de pandemia, os agentes comunitários de saúde não receberam treinamento nem equipamentos de proteção individual. Somente com a lei 14.023/2020, sancionada pelo presidente em 21 de julho de 2020, os agentes comunitários de saúde foram chancelados como trabalhadores essenciais durante a pandemia. “Como não houve um plano nacional e eles nem sequer eram considerados profissionais de saúde, apenas 9% receberam treinamento para controle de infecções e equipamentos de proteção individual (EPIs). Os sindicatos estimam cerca de 100 agentes mortos por COVID-19. Mas é possível que esse número seja, pelo menos, três vezes maior”, diz Lotta. Vale destacar que o Brasil está em primeiro lugar no ranking mundial de mortes de profissionais da enfermagem por COVID-19, com mais de 294 perdas entre enfermeiros, técnicos e auxiliares, de acordo com o Conselho Federal de Enfermagem. Segundo os dados divulgados, em maio havia 18 médicos mortos em decorrência do novo coronavírus. “Embora tardia, a lei é bem-vinda e a expectativa é boa caso ela venha a ser implementada. Pelo menos agora os agentes comunitários têm um instrumento legal definindo que eles só podem trabalhar caso haja equipamento de proteção. Antes disso, eles não tinham sequer como exigir proteção. Estavam muito vulneráveis”, afirma. A pesquisadora ressalta, no entanto, que a lei não resolve automaticamente a questão dos agentes comunitários, nem a sua inserção no combate à pandemia. “Embora contribua muito, não necessariamente vai virar uma politica melhor. O município sozinho, mesmo com a lei aprovada, não tem como priorizar os agentes comunitários no combate à pandemia sem a definição de um plano estratégico e a destinação de recursos.” Funções essenciais, trabalhadores essenciais Entre as atribuições que poderiam ser exercidas pelos agentes durante a pandemia, Lotta destaca funções essenciais como o rastreamento de contato de pessoas infectadas, a disseminação da informação, atuação no combate às fake news e controle do isolamento de casos confirmados. "Eles já têm um trabalho de educação em saúde, são moradores das comunidades onde atuam e têm certa legitimidade com a população. Portanto, levar informação sobre medidas de higiene, uso de máscara e como fazer o isolamento teria, inclusive, efeito no combate às fake news. Alguns poucos municípios usaram carros de som com agentes comunitários informando a população sobre a necessidade desses cuidados”, diz. Lotta explica que outra possibilidade de atuação seria no rastreamento de contato de pessoas infectadas. “Parte do trabalho deles já era entrar em contato com a população para monitorar a necessidade de atendimento de saúde. Alguns pouquíssimos municípios brasileiros e os vários países que tiveram rastreamento o fizeram por meio de agentes comunitários de saúde", diz. De acordo com a pesquisadora, esses trabalhadores poderiam ainda monitorar, por teleatendimento, doentes em isolamento residencial, desde que a prefeitura oferecesse termômetros e oxímetros, auxiliando assim na avaliação sobre a necessidade e o momento ideal para hospitalizá-los. Outra atribuição importante para os agentes teria sido atuar nas barreiras sanitárias estabelecidas na entrada das cidades. “Principalmente em municípios turísticos, a epidemia foi levada por visitantes que estavam

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