Arquivos Saúde - Página 36 de 36 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Saúde

Estudo aponta que Pilates diminui sintomas depressivos e ansiosos

Nos últimos anos, diversos estudos comprovaram os benefícios do Pilates para a saúde física. Mas, será que o Pilates também pode melhorar a saúde mental? A resposta é sim! Uma meta-análise, que acaba de ser publicada no jornal Complementary Therapies in Medicine, mostrou que os benefícios de praticar o Pilates se estendem para a saúde mental. Os pesquisadores revisaram oito estudos clínicos, realizados com pessoas que faziam Pilates e com grupos controles (que praticavam outras modalidades esportivas ou eram sedentárias). A conclusão, baseada nas evidências, foi que o Pilates melhora, de forma significativa, a depressão, com redução de até 81% dos sintomas depressivos. A ansiedade também entrou na conta, com redução de até 46% das manifestações ansiosas. O método ainda reduz a fadiga (cansaço), aumenta a energia e alivia o estresse. E tem mais: os benefícios funcionam em diferentes populações, como idosos, universitários e pessoas com doenças crônicas. Opinião da especialista Para a fisioterapeuta e especialista em Pilates, Walkíria Brunetti, não há dúvidas de que o Pilates trabalha o paciente de uma forma global, ou seja, atua tanto na saúde física como na mental. E isso hoje é fundamental. “O aumento da longevidade já é uma realidade, temos pessoas que vivem até 100 anos de idade, graças aos cuidados com a saúde física, sejam eles preventivos ou curativos, por meio de novas tecnologias, como medicamentos, exames, entre outros”, reflete Walkíria. “Por outro lado, quem padece para que vivamos mais tempo é a nossa saúde mental. Vivemos hiperconectados, trabalhamos mais do que deveríamos, usamos o celular o tempo todo e temos hoje altos índices de estresse por conta desta rotina. Portanto, não adianta apenas cuidar do físico, é imprescindível promover práticas que atuem na nossa saúde mental”, E isto já é uma forte tendência dentro das empresas, por exemplo. Recente pesquisa feita por uma rede de academias mostrou que a atividade física é o foco dos programas de qualidade de vida oferecidos pelas corporações, sendo o Pilates uma das atividades mais procuradas. A pesquisa apontou uma tendência de troca de práticas como a musculação, por exemplo, pelo Pilates. Por que o Pilates é um aliado do cérebro? Para Walkíria, há vários fatores que explicam os benefícios do Pilates para a saúde mental. “Um deles é a interação social, principalmente quando olhamos para a população idosa. O momento do Pilates é especial, pois obriga o idoso a ir até a clínica e lá ele acaba encontrando pessoas, conversa e se exercita. Estes fatores, aliados à liberação dos neurotransmissores, como a serotonina, acabam melhorando o bem-estar de uma forma geral”, reforça. Walkíria diz ainda que esta hipótese é válida também para pessoas com depressão, de uma forma geral, uma vez que o isolamento social pode agravar os sintomas depressivos. “Já para os estressados e ansiosos, a respiração profunda e diafragmática acaba causando um efeito muito relaxante, além do fato da necessidade de focar no momento presente durante os exercícios. Este aspecto do Pilates ajuda a desacelerar os pensamentos, se desligar do mundo, dos problemas e, como consequência, diminui o estresse e os sintomas ansiosos, explica a fisioterapeuta. Pilates para todos O estudo também apontou que por ser um método de baixo impacto, pode ser feito por pessoas com doenças que possuem contraindicações ou ainda com limitações para outras práticas, como musculação ou exercícios aeróbicos. “Neste grupo, além dos idosos, podemos citar gestantes, mulheres no pós-parto e pessoas com problemas mais graves na coluna. Lembrando que para estas populações é indicado o Pilates Studio, aplicado por um fisioterapeuta especialista no método”, encerra Walkíria.

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Saiba o que é o bruxismo

Às vezes uma dor de cabeça pode não ser uma corriqueira cefaleia tensional ou enxaqueca, mas um sintoma do bruxismo, que pode ocorrer em crianças, jovens e adultos. Manifesta-se de duas formas diferentes: o bruxismo de vigília, que ocorre durante o dia, e o bruxismo do sono, que acontece durante o período noturno. Trata-se de uma alteração funcional caracterizada pelo hábito involuntário de ranger ou apertar os dentes. O problema está associado a vários fatores, entre eles o estresse, ansiedade e doenças neurológicas. Não por acaso, de acordo com o levantamento realizado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), pouco mais de 30% da população de todo o mundo tem essa condição. No Brasil os números são ainda piores, chegando à casa dos 40%.  Os casos mais preocupantes podem, inclusive, causar a disfunção da articulação temporomandibular (ATM), responsável pela ligação entre o maxilar inferior (mandíbula) e o osso temporal do crânio, localizado à frente das orelhas em cada lado da cabeça. Provoca dores, dificuldade em abrir ou fechar a boca e zumbidos. Dentista especializada em ortopedia funcional dos maxilares, Maria Regina Ferreira, aponta de que maneira a doença afeta a saúde das pessoas. “O bruxismo pode fazer com que os dentes fiquem soltos ou bastante doloridos e na grande maioria dos casos, desgastados. Uns dos principais sintomas são as dores de cabeça, na mandíbula e no pescoço”.  O bruxismo nada mais é do que uma descarga de tensão. “É uma espécie de válvula de escape do corpo humano. Todo o problema está diretamente ligado à sobrecarga emocional”, revelou a dentista. Há 15 anos trabalhando na área, Maria Regina revelou que o diagnóstico é bastante complicado, porque, muitas vezes as pessoas não sabem que devem ser examinadas por um dentista ou um cirurgião bucomaxilofacial. Acometido pela dor, o paciente costuma passar por vários especialistas antes de identificar a doença. “Às vezes o enfermo sofre com os sintomas da cefaleia. Logo ele pensa em marcar uma consulta com um neurologista. Geralmente, ele peregrina bastante antes de ter o diagnóstico”, afirmou Josimário Silva, chefe do Serviço de Cirurgia Maxilofacial do Hospital Jayme da Fonte. A dificuldade e a demora decorrente do diagnóstico resultam no avanço dos sintomas. “Alguns pacientes chegam até mesmo com fraturas na raiz do dente e disfunção acentuada na articulação”, disse a dentista. Na grande maioria dos casos em estágio avançado, é necessária a intervenção com medicamentos e relaxantes musculares. “O ideal mesmo é você tratar de imediato com a ortopedia funcional dos maxilares com aparelhos específicos que vão aliviar a tensão dos dentes e da articulação”, destaca. O aparelho mais usado pela especialista é o pistas planas modificado. O objeto é duplo, ficando um no maxilar e outro na mandíbula e o seu grande diferencial é que ele absorve toda a força que a articulação temporomandibular está sofrendo. “O músculo continua trabalhando, mas com o tempo ele vai relaxando e alivia os sintomas. O uso regular pode alcançar resultados significativos e até mesmo reduzir os danos”, disse a especialista. No caso das disfunções de ATMs, por se tratar de um problema que envolve várias estruturas da face e de origem diversa, é indispensável que a intervenção seja multiprofissional. “O tratamento é coletivo e exige a participação direta de outros especialistas, como dentista, psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e cirurgião bucomaxilofacial”, advertiu Josimário Silva, alertando que se a pessoa não for tratada corretamente pode afetar a sua qualidade de vida. “É uma das patologias que mais afeta o bem-estar. A dor incessante é o principal sintoma”. Existem casos em que ocorrem lesões ao disco articular da ATM, localizada à frente do ouvido. Em casos mais severos, pode ser necessária a cirurgia, sendo muito comum as cirurgias realizadas por vídeo, chamada de artroscopia de ATMs (artroscopia é uma modalidade cirúrgica que usa técnica endoscópica, a inserção de uma câmera através de uma incisão cirúrgica, aplicada dentro da articulação temporomandibular). "A grande vantagem dessa técnica em relação à cirurgia aberta é a breve recuperação do paciente que tem suas funções mastigatórias e de fonação reestabelecida em pouco tempo", explicou Josimário Silva. No procedimento aberto a recuperação pode chegar a um mês. A fisioterapia é outro recurso utilizado para tratar tanto o bruxismo, como a disfunção da ATM. Segundo Monialy Barros, tutora de do curso de fisioterapia na Faculdade Pernambucana de Saúde, o procedimento tem apresentado ótimos resultados após a reeducação do paciente. “Para reduzir os sintomas é necessário diminuir a intensidade dos músculos mastigatórios, reposicionar a mandíbula ao crânio, para melhorar a função e a amplitude de movimento, e minimizar a dor muscular”. Para o tratamento são usadas técnicas como manobras de relaxamento, luz infravermelha, ultrassom, calor com compressas quentes na região e corrente elétrica de baixa voltagem com finalidade analgésica. A psicóloga Rita de Cássia Barros, 56 anos, foi diagnosticada com o problema há cerca de dois anos. “Percebia algumas alterações no meu corpo, mas não conseguia identificar. Quando abria a boca, faziam tantos estalos que eu até evitava. No processo de evolução os sintomas ficaram mais fortes”, revelou. Ela se consultou com um neurocirurgião e um clínico-geral, mas de nada adiantou. “Apenas me atentei para o bruxismo ao conversar com uma amiga que sofria o mesmo problema. É preciso que os profissionais de saúde tenham uma maior sensibilidade para diagnosticar a patologia”, ressaltou a psicóloga. “O tratamento foi fundamental. Depois que eu comecei a usar o aparelho a minha vida mudou completamente”. Todo o problema foi resultado do alto nível de estresse de Rita e para obter bons resultados, ela resolveu tratar a questão pela raiz. “Tive que aprender a lidar com certas situações”, disse a psicóloga. Para auxiliar no tratamento, ela recorreu à a medicina alternativa. "A meditação da atenção plena me ajudou a entender melhor o meu corpo e a controlar as minhas emoções". Ela também recorreu aos florais do sistema da Califórnia que oferece duas essências específicas para o bruxismo. Essas substâncias começam a ser alvo de estudos científicos.

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Aulas de ginástica e dança gratuitas em parque de Garanhuns

O Governo Municipal de Garanhuns abrirá a temporada 2019 do projeto Corpo, Saúde e Movimento no próximo sábado, (2), a partir das 15h30min, no Parque Euclides Dourado. A ação é coordenada pela Secretaria de Juventude, Esportes e Lazer, com o apoio das secretarias de Turismo e Cultura, e de Educação, além de contar com a parceria da Duo Academia e da Vip Academia. A retomada da dança no Parque será marcada por um aulão de Pabinho. O projeto volta a acontecer no dia 16, com a animação por conta de Elves Lira e Heloíse Manso. No sábado (23),, tem Tiago Barros e Renata Rafaelle. Ao longo do ano, o projeto ainda poderá contar com aulas de Jaedson Rodrigues; Kelly Freitas e a Rit Dance; Djalma; Guilherme Farias; Clebson Beckham; Nany Rocha; Rafael Barbosa; Noel Queiroz; Edna Nogueira; Viviane Félix e Fabrício Cavalcante, entre outros. GINÁSTICA E DANÇA A NOITE – Além dos aulões aos sábados, o Corpo, Saúde e Movimento também será marcado por atividades durante os dias de semana, nos turnos manhã e noite. “A partir da próxima sexta-feira (1º), teremos aulas de dança com a estagiária Renata Rafaelle no Parque Euclides Dourado às segundas,  quartas e sextas, das 6 às 7h. A profissional de Educação Física, Vanessa Ferro, coordenará a atividade. Também teremos atividades nas terças e quintas-feiras à noite”, pontua o secretário de Juventude, Esportes e Lazer, Carlos Eugênio, que coordena o projeto. “Nas terças-feiras, contaremos com aulas de ginástica ministradas pela profissional de Educação Física, Diana Lima, em três horários: das 17 às 17h40min; das 18h20min às 19h e das 19h40min às 20h20min. Já nas quintas-feiras, sob a coordenação da profissional de Educação Física, Camila Lopes, teremos atividade de dança com Renata Rafaelle, das 19h30min às 20h30min”, apresenta Carlos Eugênio.

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Melatonina pode ajudar a aumentar o sucesso de transplante de medula

Já utilizada no tratamento de distúrbios do sono e alvo de estudos clínicos para combater o câncer e outras doenças, a melatonina também pode ajudar a aumentar o sucesso de transplantes de medula. O hormônio produzido à noite pela glândula pineal, no cérebro, e que tem a função de informar o organismo que está escuro e prepará-lo para o repouso noturno, também regula a disponibilidade de células-tronco na medula óssea. A descoberta foi feita por pesquisadores do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), em colaboração com colegas do Instituto Weizmann de Ciências, de Israel, e de outras instituições do exterior. Resultado de um projeto de pesquisa apoiado pela FAPESP, o estudo foi publicado na revista Cell Stem Cell. “Descobrimos que a proliferação e a liberação de células-tronco são menores durante o dia do que à noite, quando essas células são estocadas na medula, e que a melatonina produzida pelo organismo à noite é responsável por essa diferença”, disse Regina Pekelmann Markus, professora do IB-USP e coordenadora da pesquisa, à Agência FAPESP. “Essa descoberta sugere que o horário da coleta de células-tronco pode influenciar o sucesso de um transplante de medula óssea no tratamento de câncer”, avaliou. O grupo da pesquisadora no IB-USP tem focado seus estudos na relação entre a melatonina e o controle do sistema imunológico – o eixo imune-pineal. Já os pesquisadores do Instituto Weizmann, liderados pelo professor Tsvee Lapidot, têm se destacado no estudo da imunologia da medula óssea e mobilização de células-tronco. Em estudos anteriores, o grupo do IB-USP já tinha constatado que a melatonina controla a mobilidade de células do sangue para os tecidos, saudáveis e infectados. No caso de infecção, a produção noturna de melatonina é bloqueada, e as células de defesa invadem o tecido infectado. Por sua vez, os pesquisadores israelenses observaram que, na medula, as células progenitoras que dão origem às de defesa ficam protegidas em nichos próximos ao osso, aninhadas por células de defesa do organismo (macrófagos). Continuamente elas se soltam dos nichos, se proliferam e dão origem a células precursoras de linhagens sanguíneas e ossos. Por essa razão têm sido usadas no tratamento de câncer e de outras doenças. “Fizemos uma série de experimentos que demostraram que os processos de liberação e proliferação dessas células, assim como a estocagem delas nos nichos dos ossos da medula, são mediados pela melatonina, que atua sobre os macrófagos”, explicou Markus. Por meio do novo estudo, os pesquisadores determinaram a quantidade de células-tronco na medula de camundongos ao longo de 24 horas. Os resultados das análises indicaram que ocorrem dois picos diários de produção dessas células – às 11h e às 23h –, regulados pela transição entre as fases de mudança na entrada do dia ou da noite Os picos de produção das células-tronco eram impulsionados pelo aumento ou diminuição dos níveis de duas substâncias na medula óssea dos camundongos: a norepinefrina (NE) e o fator de necrose tumoral (TNF). “Vimos que o TNF, que é conhecido por causar morte celular e inflamação, atua como um sinal fisiológico de produção da melatonina na medula. Essa molécula aparece na transição do dia para noite, ou o contrário, e gera picos de produção das células-tronco progenitoras”, afirmou Markus. “A secreção de TNF e NE na medula óssea induz a proliferação celular e, portanto, há dois picos de intensa produção, um de dia e outro de noite. Mas aí entra a melatonina. Durante o dia, apenas a melatonina local está presente e as células saem da medula e vão para o sangue”, explicou. Ao bloquear o TNF e a NE em camundongos, os pesquisadores observaram que cessaram os picos diários de produção de células-tronco na medula óssea dos animais – o que sugere que essas moléculas são essenciais para a produção, alternativamente, de células indiferenciadas e maduras. “Quando são 11 horas, as células-tronco da medula se proliferam e se diferenciam para formar células do sangue, e às 23h se proliferam, mas ficam estocadas nos nichos dos ossos. Isso permite a existência de um ciclo diário de produção e reabastecimento dessas células na medula óssea”, explicou Markus. Estratégias de transplante Os pesquisadores também fizeram outro experimento em que injetaram melatonina em camundongos durante o dia para avaliar se era possível inverter os picos diários de produção de células-tronco. Os resultados confirmaram essa possibilidade. O típico pico noturno, com grandes quantidades de células-tronco indiferenciadas, passou a acontecer pela manhã. Ao transplantar células-tronco produzidas à noite, também em camundongos, foi constatado que elas foram duas vezes mais eficientes do que as células colhidas durante o pico matinal. “Esses achados podem dar origem a estratégias para aumentar a eficiência da coleta de células-tronco em transplantes de medula em humanos”, avaliou Markus. Uma das estratégias seria coletar as células-tronco da medula de um doador durante o dia, porque as células colhidas à noite vão para a medula mais rapidamente, onde ficam ancoradas e guardadas nos nichos dos ossos. Outra possibilidade seria realizar nos doadores de medula, antes do transplante, um pré-tratamento com melatonina ou outras moléculas reguladoras dos ciclos de luz e escuridão. “Uma vez que, em transplantes de medula, o objetivo é coletar as células-tronco do doador e fazer com que possam ser mobilizadas o mais rapidamente para o receptor, vimos que a injeção de melatonina durante o dia permite atingir esse objetivo”, disse Markus. “A utilização de células-tronco da medula para transplante poderia ser controlada farmacologicamente por meio da aplicação da melatonina”, avaliou Markus. De acordo com a pesquisadora, uma das perguntas para a qual pretendem encontrar resposta, agora, é como a medula consegue perceber a diferença entre claro e escuro, por meio do TNF. “Sabemos que há influência da melatonina, mas queremos identificar a origem desse hormônio, se também vem do cérebro, na glândula pineal, trazida pela circulação, ou se é produzida pela medula”, disse Markus. O artigo “Daily onset of light and darkness differentially controls hematopoietic stem cell differentiation and maintenance” (DOI: 10.1016/j.stem.2018.08.002), de Karin Golan, Tsvee Lapidot, Regina P. Markus e outros, pode

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Criada nova molécula para tratar insuficiência cardíaca

Um grupo de pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos desenvolveu uma molécula que freia o avanço da insuficiência cardíaca e ainda melhora a capacidade do coração em bombear sangue. Ratos com quadro de insuficiência cardíaca tratados por seis semanas com a molécula, denominada SAMbA, apresentaram não só uma estabilização da doença – como ocorre com os medicamentos atuais – como ainda tiveram uma regressão do quadro. Os animais tiveram melhora na capacidade de contração do músculo cardíaco. A insuficiência cardíaca pode ocorrer em consequência de um infarto do miocárdio, quando uma artéria coronária entupida impede a oferta de sangue para parte do coração, sobrecarregando o restante do tecido. Como resultado, o órgão reduz ao longo do tempo sua capacidade de bombear sangue para o corpo. Os pesquisadores já fizeram o pedido de patente da molécula e da sua aplicação nos Estados Unidos. Ela pode eventualmente complementar ou mesmo substituir os medicamentos atuais usados para a insuficiência cardíaca, a maioria deles criada ainda nos anos 1980. O estudo com a descrição da molécula foi publicado na Nature Communications. O nome SAMbA é um acrônimo em inglês para Antagonista Seletivo da Associação de Mitofusina 1 e Beta2PKC. A SAMbA tem a capacidade de impedir a interação entre uma proteína comum na célula cardíaca, a proteína Kinase Beta 2 (Beta2PKC), e a Mitofusina 1 (Mfn1), que fica dentro da mitocôndria, compartimento da célula responsável por produzir energia. Quando interagem, a Beta2PKC desliga a Mfn1, impedindo a mitocôndria de produzir energia e, consequentemente, diminuindo a capacidade das células do músculo cardíaco de bombear sangue. “Um dos achados importantes desse trabalho foi justamente essa interação, que até então não se sabia ser crítica na progressão da insuficiência cardíaca”, disse Julio Cesar Batista Ferreira, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e líder do estudo. Ferreira começou a pesquisa com o tema em 2009, ainda durante o pós-doutorado na Escola de Educação Física e Esporte da USP com bolsa da FAPESP. Depois de depositada a patente, o pesquisador espera que a molécula possa ser testada em outras doenças cardiovasculares além da insuficiência cardíaca, já que pode ter ação em patologias como hipertensão. “Suspeitamos que a interação entre essas proteínas seja, de modo geral, um processo conservado em outras doenças degenerativas que apresentam disfunção mitocondrial”, disse Ferreira à Agência FAPESP. Office boy e gerente Em trabalhos anteriores, a equipe liderada por Ferreira no ICB demonstrou que a inibição da Beta2PKC, que é produzida em excesso na célula com insuficiência cardíaca, melhorava o funcionamento do coração com insuficiência. No entanto, a intervenção impedia outras funções da proteína, benéficas para o funcionamento do órgão cardíaco. A novidade da molécula SAMbA é que ela faz uma inibição seletiva, apenas da interação da Beta2PKC com a Mfn1 presente na mitocôndria. As outras interações permanecem acontecendo. Para explicar a diferença, Ferreira faz uma analogia. A célula cardíaca seria como uma empresa, com várias salas. A Beta2PKC circula pelo corredor dessa empresa e entra em diferentes salas, interagindo com os gerentes do setor correspondente para realizar seu trabalho. No entanto, toda vez que entra em uma sala específica (a mitocôndria) o office boy (Beta2PKC) impede um gerente específico (Mfn1) de trabalhar. Na primeira molécula desenvolvida pelo grupo, era como se as portas de todas as salas se fechassem. O office boy não atrapalhava mais o gerente da mitocôndria, mas também não entrava em nenhuma outra sala e a empresa (a célula cardíaca) não funcionava harmonicamente. O que a SAMbA faz é impedir apenas a interação da Beta2PKC com a Mfn1 presente na mitocôndria. “É como fechar apenas a porta da sala em que o office boy não deve entrar, deixando-o livre para entrar nas outras, mantendo a empresa em pleno funcionamento”, disse Ferreira. Ratos infartados Para chegar à SAMbA, foram realizados testes com proteínas recombinantes, células, animais e amostras de tecido de corações humanos com insuficiência cardíaca. Primeiro os pesquisadores fizeram diferentes testes in vitro de interações entre a Beta2PKC e a Mfn1. No total, foram encontradas seis moléculas que fizeram a inibição, mas só a SAMbA a fez de forma seletiva, apenas na interação entre Beta2PKC e Mfn1. Em seguida, a SAMbA foi testada nas células cardíacas humanas. Além de frear o avanço da doença, como fazem as drogas usadas atualmente, a molécula melhorou a capacidade da célula de se contrair (essencial para bombear o sangue do coração para o resto do corpo). A molécula também diminuiu a quantidade de peróxido de hidrogênio na mitocôndria da célula cardíaca. A presença desse peróxido caracteriza o chamado estresse oxidativo, um sinal que maximiza a degeneração da célula cardíaca. Por fim, os pesquisadores induziram infarto do miocárdio em ratos. Depois de um mês, o coração deles apresentava um quadro de insuficiência cardíaca. Cada rato recebeu então um dispositivo embaixo da pele, chamado de bomba osmótica, que liberava pequenas quantidades da SAMbA, ou de uma substância inócua usada como controle, durante seis semanas. Diferentemente dos ratos que receberam a substância controle, os que receberam a SAMbA tiveram não só a doença bloqueada como uma melhora na função cardíaca. “As drogas atuais freiam a progressão da doença, mas nunca fazem com que ela regrida. O que mostramos é que, ao regular essa interação específica, diminui-se a progressão e ainda traz a doença para um estágio mais leve”, disse Ferreira. O próximo passo é disponibilizar a molécula SAMbA para outros grupos de pesquisa poderem testá-la em diferentes doenças e modelos experimentais. Além disso, é necessário testar a interação da molécula com outros medicamentos usados atualmente no tratamento da insuficiência cardíaca. “A validação e a reprodução dos achados por outros grupos são críticos no processo de desenvolvimento da SAMbA como possível terapia na insuficiência cardíaca. Para isso, a busca de parceiros dos setores privado e público é necessária”, disse Ferreira. As doenças cardiovasculares matam anualmente 17,9 milhões de pessoas, 31% de todas as mortes no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde. Globalmente, o infarto do miocárdio e a insuficiência cardíaca decorrente

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Férias, hora de cuidar da visão

No período de férias escolares, os pais aproveitam o tempo livre para fazer inúmeras atividades de lazer com os filhos, mas, em muitos casos, esquecem de levá-los a um oftalmologista pra fazer a revisão da saúde ocular. De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, oito milhões de crianças sofrem com problemas nos olhos causados pelo exagero no uso de algumas tecnologias. E esses números podem aumentar durante o período escolar. Nas férias escolares, as crianças passam muito tempo em frente à televisão, computador ou olhando o celular. Esta maratona pode propiciar sintomas como cansaço visual, vermelhidão, lacrimejamento, sensação de peso nas pálpebras, entre outros. Em alguns casos, o baixo rendimento escolar pode ser ocasionado por dificuldades para enxergar, o que gera desinteresse do aluno, por não conseguir acompanhar o conteúdo das aulas. A ida ao oftalmologista pode corrigir um problema ou, até mesmo, prevenir uma doença mais grave. De acordo com cada característica, a criança ou adolescente pode ter miopia, hipermetropia ou astigmatismo. Essas doenças são descobertas por meio de um exame simples, indolor, rápido e que pode trazer benefícios consideráveis.  

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Câncer de colo do útero é um dos mais frequentes entre as mulheres

O câncer de colo do útero é o 3º tumor maligno mais frequente na população feminina e a 4ª causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Segundo dados do INCA- Instituto Nacional do Câncer, 5.727 mortes ocorreram em 2015 (último dado disponibilizado) e no ano passado estimativas indicavam mais 16.370 novos casos no país. No mês de janeiro, a cor verde alerta para a prevenção e a detecção precoce desse tipo de câncer. Dados alarmantes considerando que este tipo de câncer é facilmente prevenível e depende de políticas públicas eficientes de prevenção, afirma o presidente da SBC- Sociedade Brasileira de Cancerologia, o cirurgião oncológico, Ricardo Antunes. “Esse alto índice de tumores do colo do útero está diretamente relacionado às condições sócio-econômicas da população. E à falta de campanhas efetivas de prevenção e detecção precoce da doença”, denuncia. O especialista explica que o câncer de colo do útero, também conhecido como câncer cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papalomavírus humano- HPV oncogênicos. A infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. Essas alterações são descobertas facilmente no exame preventivo conhecido como Papanicolau e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso, é importante a realização periódica desse exame. Para Ricardo Antunes, fatores que aumentam o risco da contaminação incluem início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros, tabagismo e uso prolongado de pílulas anticoncepcionais. “A prevenção primária do câncer deve ser feita com o uso de camisinha nas relações sexuais. Mas a prevenção mais efetiva está na vacinação contra o HPV para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, que protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Infelizmente, essas vacinas têm tido baixa adesão da população e as campanhas não obtiveram o índice de cobertura esperado pelo Ministério da Saúde”, explica o presidente da SBC. A vacinação e a realização do exame preventivo Papanicolau se complementam como ações de prevenção desse tipo de câncer. Mesmo as mulheres vacinadas, deverão fazer o exame periodicamente a partir dos 25 anos, pois a vacina não protege contra todos os tipos oncogênicos do HPV. “Salve-se” é a campanha da SBC contra o câncer Campanha em video da SBC- Sociedade Brasileira de Cancerologia, lançada recentemente em TVs do metrô e da grande imprensa, alerta a população para a necessidade de prevenção e detecção precoce do câncer. Com um apelo forte, a SBC informa que o câncer tem cura e faz um apelo intrigante: salve-se! Denuncia a vice-presidente da SBC, a oncologista Nise Yamaguchi, que no Brasil 60% dos casos de câncer no Brasil são diagnosticados nos estágios 3 e 4, mais avançados e difíceis de tratar. “ Esse número alarmante provoca risco de morte para os pacientes e custos pelo menos 19 vezes maiores para o sistema de saúde e de Previdência Social”. O presidente da SBC, Ricardo Antunes, considera a incidência de câncer no Brasil e no mundo uma questão de saúde pública. Os dados são preocupantes: o câncer é a segunda causa de mortes em todo mundo e a OMS calcula que cresçam em 70% os casos da doença nas próximas décadas. A SBC lança a campanha “Salve-se” contra o câncer refirmando seu papel social na luta contra a doença. “Estamos conectados à luta mundial contra o câncer especialmente porque 1/3 dos cânceres podem ser evitados. Pesquisas científicas indicam que em cada 10 casos, 3 estão relacionados ao estilo de vida que as pessoas levam”, alerta Antunes. Ele lembra que a Assembleia Mundial da Saúde da ONU aprovou uma resolução para reduzir a mortalidade prematura por câncer através de uma abordagem integrada entre a OMS e os governos. História Fundada em 1946, a Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC) é uma entidade civil e científica, de direito privado e sem fins lucrativos. É a mais antiga instituição no gênero na América do Sul e objetiva estudar e debater todos os problemas de combate ao câncer no Brasil, promovendo campanhas educativas e discutindo em eventos científicos os maiores avanços no tratamento oncológico.

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Com cerca de 180 mil novos casos por ano, câncer de pele atinge principalmente homens

Proteger a pele das radiações ultravioletas é o cuidado fundamental para manter uma pele saudável, principalmente com a chegada das estações mais quentes. Mas nem todos têm essa preocupação, já que segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são registrados cerca de 180 mil novos casos da doença por ano, sendo que a maioria destes casos ocorre em homens. “O câncer de pele é o tipo de tumor mais incidente no Brasil, correspondendo a 33% de todos os tumores malignos registrados no país. Este tipo de câncer é definido pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Por qualquer célula do tecido poder originar a doença, existem diversos tipos de câncer de pele. Os mais frequentes são o carcinoma basocelular (CBC), responsável por 70% dos diagnósticos, e o carcinoma epidermoide (CEC), representando 25% dos casos. Apesar de ser o mais incidente, o CBC é também o menos agressivo”, explica a dermatologista Dra. Valéria Marcondes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da American Academy of Dermatology (AAD). Além da genética, a principal causa do câncer de pele é justamente a falta de proteção contra os perigosos raios UV. E o descuido dos homens faz com que eles figurem em primeiro lugar no ranking de mortes causadas pela doença. “Além de não utilizarem o filtro solar diariamente, os homens se expõem com mais frequência ao sol, especialmente em horários não recomendados, como entre 10h e 16h. Mesmo os homens que aplicam o protetor solar, o fazem apenas uma vez ao dia e não a cada 2 horas, como é o ideal”, afirma a dermatologista. Mas a falta de proteção não é o único problema. Segundo a Dra. Valéria, o diagnóstico precoce é mais complicado em homens do que em mulheres. Isso porque, nas mulheres, o lugar onde a doença mais aparece é nas pernas, enquanto nos homens aparece mais nas costas, o que torna difícil a percepção dos sinais. “É sempre importante procurar sinais de possíveis tumores. Por isso, peça para alguém de sua família procurar em suas costas por pintas muito grandes, assimétricas, com bordas irregulares, coloração diferenciada e que mudam de aparência com o tempo. Se for o caso, deve-se procurar um médico para realizar o diagnóstico”, destaca. Quanto antes for diagnosticado, maiores são as chances de o tratamento ser bem-sucedido. Porém o mais importante é a prevenção. “O filtro solar é indispensável e deve ser aplicado diariamente a cada duas horas ou quando necessário, independentemente da estação do ano. Até mesmo em dias nublados o protetor se faz necessário, pois apenas 30% da radiação UV é barrada pelas nuvens. Além disso, lembre-se de sempre aplicar protetor solar na nuca, atrás das orelhas, nas costas e pés. Por fim, é fundamental que você realizr consultas regulares com um dermatologista”, finaliza a médica.

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