Arquivos Urbanismo - Página 43 de 93 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Urbanismo

Conservação urbana e predial fora de pauta?

*Por Juliana Cunha Barreto Manutenção, conservação, zeladoria. Parecem vocábulos comuns e de pouca expressividade, quando o assunto é a ânsia pela máxima ocupação do território urbano, como um dos reflexos do atraente mercado imobiliário das grandes cidades; e no Recife, não parece diferente. As preocupações que envolvem a conservação do sistema ambiental, em sentido amplo, e a manutenção das estruturas edificadas, em escala pormenorizada, parecem comuns nos discursos urbanísticos, mas longe de uma aplicação prática – afinal, aliar as demandas da sociedade contemporânea com as premissas da sustentabilidade não é tarefa simples. De modo específico, é no exato desafio da manutenção periódica predial, geralmente mais aproximada ao cotidiano cidadão, que são observados os conflitos da qualidade do ambiente construído, capazes de resultar em vulnerabilidades estruturais e perdas de materiais construtivos — situações que põem em risco a permanência do edifício e a vida dos ocupantes e usuários. Foi nesses termos que vimos, recentemente, os danos construtivos do edifício São Cristóvão, situado na emblemática Rua da Aurora, ocasionarem uma morte de civil. Lamentavelmente, esse caso não é isolado e o referido logradouro também já protagonizou outros feitos de natureza destrutiva, sendo extensivos à histórica vizinhança dos bairros adjacentes, Boa Vista e Santo Amaro, para não listar alguns outros relegados do protagonismo urbano. Legislação para a orientação de vistorias e manutenções de rotina em condomínios existe, assim como profissionais habilitados a tanto também. Arquitetos e Urbanistas, no âmbito de suas atribuições, detém a capacidade técnica de periciar edificações e avaliar danos físicos, o que pode ser uma atividade compartilhada com outros profissionais especializados, do campo da engenharia, por exemplo. A depender do elemento arquitetônico ou estrutural, sua função na edificação e interface com as intempéries, a rotina de manutenção pode ser diversa, sendo inclusive sugerida a elaboração de um plano de conservação preventiva, que indique os riscos, as orientações de manutenção e a periodicidade — serve de guia aos gestores ou gerentes prediais. Além da otimização dos custos que uma conservação periódica pode oferecer, com o acompanhamento de um profissional especializado, a preservação da vida se coloca como algo ainda mais valioso. Na possibilidade de efetiva contribuição ao tema, torna-se apropriado chamar a atenção para a iniciativa de criação de um escritório gestor do centro do Recife, recentemente anunciada pela municipalidade, cujos objetivos, ainda desconhecidos, podem naturalmente serem sensíveis ao tema da manutenção, conservação, zeladoria. Tanto no sentido da preservação do patrimônio cultural, como do estímulo à manutenção física das estruturas edificadas, para que outros incidentes não voltem a acontecer. *Juliana Cunha Barreto é Arquiteta e Urbanista. Docente do Centro Universitário UNIFBV (juliana.barreto@professores.unifbv.edu.br)

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PCR investe R$ 96,6 milhões na preparação para o período de chuvas

Da Prefeitura do Recife O prefeito do Recife João Campos apresentou as intervenções destinadas a minimizar os impactos das chuvas na cidade. Este ano, o investimento na Ação Inverno será de R$ 96,6 milhões, incluindo contenção de encostas, prevenção e monitoramento em áreas de risco, colocação de lonas plásticas e eliminação de pontos de alagamento, entre outras. O trabalho já começou desde janeiro deste ano e envolve mais de 3 mil servidores de diversas secretarias e órgãos municipais. “A Ação Inverno é um conjunto de medidas que totalizam R$ 96,6 milhões na nossa cidade só neste ano. Então desde limpeza de canal, de galerias, da macro e microdrenagem, construção de barreiras, colocação de lonas, o programa Parceria, a atenção ao tráfego da cidade, então são várias ações que juntas simbolizam o cuidado e a presença da Prefeitura na vida de cada recifense, sobretudo para atravessar o período do inverno que sempre costuma ter um índice de chuva muito grande na nossa cidade”, detalhou o prefeito João Campos. O prefeito destacou ainda a importância de aliar a ação da Prefeitura do Recife com a colaboração da população para cuidar da cidade, especialmente com o início das chuvas. “A gente aqui está falando de quase R$ 100 milhões destinados a ações de prevenção, dessa parte, próximo a R$ 40 milhões são destinados a limpeza de galeria, canal, então se tivesse menos lixo, menos resíduo nesses locais, a Prefeitura gastaria muito menos, o ambiente estaria protegido e a gente poderia usar esse recurso para construir uma escola, um hospital, uma Upinha. Então é muito importante que cada recifense faça a sua parte, cada pessoa que mora na cidade pode ajudar sim na limpeza, na conscientização, cuidando da cidade. A cidade pertence a todos nós, então a responsabilidade de cuidar da cidade, lógico que é também da Prefeitura, mas não é exclusiva da Prefeitura, e é de cada cidadão recifense”, disse. A Ação Inverno prevê a colocação de 3,2 milhões de m² de lonas plásticas (área equivalente a 800 campos de futebol), 14 mil ações de porta a porta para conscientização da população, e 50 mil vistorias em pontos de risco durante todo o ano. Já está em andamento a limpeza dos 99 canais que cortam a cidade, bem como mais de 30 obras de contenção de encostas e a recuperação da drenagem de várias ruas. A tecnologia da geomanta será aplicada novamente. “ Entre as ações de destaque da Ação Inverno 2021 está a ampliação do Programa Parceria que passa de cerca de 300 por ano para a meta de mil obras, executadas em parceria com a poulação. “O programa Parceria é um programa onde a Prefeitura oferece o material e a assistência técnica para o recifense, e o recifense ajuda com a mão de obra. A gente consegue fazer muito mais obras com essa modalidade, a velocidade é muito maior e o custo menor, e assim a gente consegue fazer mais obras. Nós vamos ampliar neste ano o programa Parceria para proteger muito mais famílias sobretudo nas áreas de morro da cidade. Pequenas encostas mas que podem apresentar um grande risco podem ser feitas nessa modalidade, são nessas ações, que a gente pode salvar vidas, que a gente vai depositar o nosso foco”, comentou o prefeito. De acordo com a secretária de Infraestrutura do Recife Marília Dantas, a Prefeitura do Recife já tem trabalhado em diversas frentes para mitigar os alagamentos e promover segurança aos recifenses no período chuvoso. “As ações são integradas, são divididas em ações estruturais e não estruturais. As não estruturais são aquelas que demandam educação socioambiental que são feitas durante o ano todo, e as estruturais são ações de limpeza e manutenção urbana e a parte de contenções, que são obras definitivas, que trazem mais segurança para população e fazem com que essas áreas saiam do monitoramento da Defesa Civil, garantindo que menos famílias fiquem preocupadas durante o período de chuva”. Esta é mais uma grande ação promovida pela Prefeitura do Recife no período de um mês e 18 dias. Neste intervalo, a PCR conseguiu implantar o Plano Recife Vacina, para a imunização de parte do primeiro grupo contemplado, apresentou o plano de ajuste fiscal para uma redução de gastos de R$ 100 milhões e o Auxílio Municipal Emergencial, que garantirá um apoio financeiro às agremiações e atrações carnavalescas no valor de R$ 4 milhões. Ação Inverno 2021 em números - R$ 96,6 milhões em investimento - 3.043 profissionais participam da Ação Inverno 2021 - 11 Secretarias e órgãos municipais - 3,2 milhões de metros quadrados de lonas plásticas - Cobertura de 15 mil pontos de risco - 14 mil ações porta-a-porta - 50 mil vistorias em locais de risco - Aumento do Programa Parceria de 300 para 1000 obras no ano - Limpeza de 99 canais. - 32 obras de contenção de encostas pela URB - 814 agentes e orientadores de trânsito - 162 câmeras - 189 semáforos com nobreaks

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Mais de 80% da Mata Atlântica já foram impactados pela ação humana

Da Agência Fapesp Estudo brasileiro publicado na revista Nature Communications revela que a ação humana já causou – direta ou indiretamente – perda de biodiversidade e de biomassa em mais de 80% dos fragmentos florestais remanescentes da Mata Atlântica. Segundo os autores, em termos de estoque de carbono, o prejuízo equivale ao desmatamento de até 70 mil quilômetros quadrados (km2) de florestas – quase 10 milhões de campos de futebol – e representa algo entre US$ 2,3 e 2,6 bilhões em créditos de carbono. “Esses números têm implicações diretas nos mecanismos de mitigação das mudanças climáticas”, afirmam os cientistas no artigo. Distribuída ao longo de toda a costa, a Mata Atlântica chegou a cobrir 15% do território brasileiro (1.315.460 km² de extensão). Hoje restam cerca de 20% da área original, distribuída em fragmentos de diferentes tamanhos e características. Para estimar o impacto humano sobre esses remanescentes, os pesquisadores se basearam em dados de 1.819 inventários florestais realizados por diversos grupos de pesquisa. “Esses inventários são uma espécie de censo arbóreo. Os pesquisadores vão a campo e estabelecem uma determinada área a ser estudada, geralmente de 100 por 100 metros. Dentro desse perímetro, todas as árvores são identificadas, analisadas e medidas”, explica Renato de Lima, pesquisador do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) e líder do estudo. “Fizemos um grande compilado de dados disponíveis na literatura científica e, em seguida, calculamos a perda média de biodiversidade e de biomassa nesses fragmentos estudados, que representam 1% do bioma. Em seguida, por meio de métodos estatísticos, extrapolamos os valores para os outros fragmentos não estudados, assumindo que os impactos seriam constantes em toda a Mata Atlântica”, conta. Depois de identificar as espécies arbóreas em um fragmento, os pesquisadores avaliam o tamanho das sementes por elas produzidas e também o que se chama de “grupo de sucessão ecológica”. Esses dois fatores, segundo Lima, podem indicar o quão saudável está uma floresta. “Há plantas pouco exigentes em relação às características do local em que vão se estabelecer. Podem crescer em terrenos baldios, no pasto ou nas bordas das florestas. Essas espécies pouco exigentes, como a embaúba [Cecropia pachystachya], são conhecidas como pioneiras”, conta o pesquisador. De modo geral, as árvores pioneiras tendem a produzir muitas sementes, mas de tamanho reduzido. Como a chance de uma delas vingar é pequena, a estratégia da planta é ganhar na quantidade. No outro extremo estão as chamadas espécies clímax, como o pau-brasil (Paubrasilia echinata) ou a canela (várias espécies do gênero Ocotea), que crescem somente em ambientes favoráveis. São árvores que produzem sementes maiores, com farta reserva nutricional. “Esse tipo de semente requer um maior investimento energético da árvore-mãe. As áreas em que essas espécies estão presentes, em geral, suportam uma fauna mais diversificada. É, portanto, um indicativo da qualidade da floresta como um todo. Já as áreas em que predominam espécies pioneiras, muito provavelmente, foram perturbadas há pouco tempo”, explica Lima. O grupo do IB-USP buscou mostrar como a perda de espécies de final de sucessão ecológica se relaciona com a perda de biodiversidade de modo geral e também com a perda de biomassa – ou seja, com a redução na capacidade da floresta de estocar carbono, mantendo esse gás de efeito estufa fora da atmosfera. Em média, os fragmentos florestais estudados têm entre 25% e 32% menos biomassa, 23% e 31% menos espécies arbóreas e 33% e 42% menos indivíduos de espécies de sucessão tardia, de sementes grandes e endêmicas (que ocorrem somente naquela área). A análise mostrou ainda que a erosão da biodiversidade e da biomassa é menor dentro das unidades de conservação de proteção integral, principalmente nas de grande extensão. “Quanto menor o fragmento de floresta e maior a área de borda, mais fácil é para a pessoas acessarem esses remanescentes e causarem impacto”, diz Lima. A boa notícia, na avaliação do pesquisador, é que as áreas florestais degradadas podem recuperar sua capacidade de estocar carbono se restauradas. “Há um foco grande no combate ao desmatamento e na restauração de áreas abertas totalmente degradadas, como o pasto. Essas duas estratégias são importantíssimas, mas não podemos esquecer os fragmentos que estão no meio do caminho”, defende Lima. Segundo Paulo Inácio Prado, professor do IB-USP e coautor do estudo, essas ilhas de floresta que sobraram, se restauradas, podem atrair bilhões de dólares em investimentos relacionados a créditos de carbono. “Florestas degradadas podem ser vistas não como um ônus, mas como uma oportunidade para atrair investimentos, gerar empregos e, ao mesmo tempo, conservar o que ainda resta da Mata Atlântica”, afirma. Lima acredita que essa pode ser uma estratégia atraente para os proprietários de terra em áreas protegidas do bioma. “Não há necessidade de reduzir a área agrícola, basta incorporar biomassa nos fragmentos florestais. Depois, reaver parte do custo da restauração na forma de créditos de carbono. Não tem como falar no futuro da Mata Atlântica sem considerar os proprietários privados de terra, pois apenas 9% dos remanescentes florestais estão em áreas públicas.” Banco de dados De acordo com Lima, o estudo teve início ainda durante seu pós-doutorado, realizado com apoio da FAPESP sob a supervisão de Prado. O objetivo era desvendar quais fatores são mais determinantes para a perda de biodiversidade e de biomassa nos remanescentes de Mata Atlântica. “Observamos que a ação humana tinha um grande peso. Consideramos atividades como corte de madeira, caça e invasão por espécies exóticas, além dos efeitos indiretos da fragmentação florestal”, diz o pesquisador. Os dados obtidos nos 1.819 inventários florestais usados na pesquisa estão armazenados em um repositório chamado TreeCo (sigla em inglês para banco de dados de comunidades de árvores neotropicais), desenvolvido durante o pós-doutorado de Lima e ainda hoje administrado pelo pesquisador. O conteúdo da base de dados foi descrito em artigo publicado na revista Biodiversity and Conservation. O banco está aberto a outros grupos de pesquisa interessados no compartilhamento de informações relacionadas a florestas neotropicais. “Esse repositório virou um subproduto do meu projeto de pós-doutorado e hoje mais de dez doutorandos e mestrando

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Pesquisa: 20 cidades com melhor qualidade de vida do Nordeste

No Vale do São Francisco, Petrolina foi apontada como a cidade com maior qualidade de vida do Nordeste, segundo estudo Desafio da Gestão Municipal 2021, elaborado pela Macroplan. Na lista dos 20 destaques da região entraram no ranking Caruaru (7º), Recife (10º), Paulista (15º), Olinda (18º) e Jaboatão dos Guararapes (20º). A classificação leva em conta aspectos relacionados à educação, ao saneamento e à sustentabilidade, à segurança e à saúde. Ao se olhar para o ranking nacional, apenas Petrolina aparece entre as 50 melhores do País, ficando na 48ª posição. Segundo o relatório: "O município ganhou 19 posições na década e perdeu 4 posições na comparação com o último ano. Entre as quatro áreas analisadas, Petrolina teve sua melhor posição em Educação: 33ª posição. A posição nas outras áreas foi: 36ª em Saneamento e Sustentabilidade, 78ª em Saúde e 81ª em Segurança. Na última década, a cidade melhorou sua posição no ranking em 2 áreas, e perdeu posições em 2 áreas: Educação (+22 posições); Saúde (-12 posições); Segurança (-14 posições); e Saneamento e Sustentabilidade (+35 posições)". Já o Recife surgiu apenas na 71ª melhor posição entre os 100 maiores municípios do Índice dos Desafios da Gestão Municipal (IDGM). Em uma década, o município perdeu 10 posições, sendo a baixa de 2 posições apenas na comparação com o último ano. "Entre as quatro áreas analisadas, Recife teve sua melhor posição em Saúde: 62ª posição. A posição nas outras áreas foi: 67ª em Segurança, 69ª em Saneamento e Sustentabilidade e 75ª em Educação. Na última década, a cidade melhorou sua posição no ranking em 2 áreas, e perdeu posições em 2 áreas: Educação (-13 posições); Saúde (+1 posição); Segurança (+19 posições); e Saneamento e Sustentabilidade (-15 posições).", revelou o relatório.

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Colorindo o Recife leva cores e Carnaval aos muros da cidade

A não realização do Carnaval neste mês de fevereiro tem despertado saudade no recifense, que tem a efervescência da folia entranhada no sangue. Por conta da pandemia provocada pelo novo coronavírus e como forma de proteger as pessoas, o ritmo do frevo pelas ruas da cidade vai ter que ficar para depois, mas nem por isso a cidade não vai ganhar as cores dos dias de momo. Com o projeto Colorindo o Recife, muros estão se transformando em painéis que reforçam os cuidados essenciais sem deixar de lado a temática carnavalesca. Executado pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Turismo e Lazer, o Colorindo o Recife é uma política pública de fomento à arte urbana que teve início em 2013. A arte a céu aberto feita para o período de Carnaval já pode ser observada na Avenida Antônio de Góes, no Pina; na descida da Via Mangue, na rua do Patrocínio, também no Pina; na Ponte Giratória, no Bairro de São José; no bairro do Engenho do Meio, no Parque Doutor Arnaldo Assunção; no cruzamento da Avenida Beira Rio com a Rua Demóstenes Olinda, na Madalena; e no Largo da Bomba do Hemetério, na Rua Chã de Alegria. A intervenção ainda vai acontecer na Rua Barão de Souza Leão e na Avenida Herculano Bandeira. Os nomes por trás das artes são Paulo Tarso, mais conhecido como Noturno; Fagner Cleiton, o Luther; Glauber Monteiro, chamado de Arbos; Johny Cavalcanti; Felipe de Lima, o Saibot; Antônio Lucena, conhecido como Caju; Marcos Santos, chamado de Marquinhos ATG; e Caio César de Andrade, o Grego. As intervenções artísticas integram as ações de não-folia e têm como objetivo deixar os dias mais leves para a população.

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9 fotos da demolição do Recife no início do século 20

*Por Rafael Dantas "O dia 6 de março de 1913, no Recife, foi de penetrante emoção [...] o bairro do Recife reformava-se. Prolongamento das obras do pôrto; rasgar-se-iam duas belas avenidas, e iria ser sacrificada a matriz do Corpo Santo. Pouco importava fôsse o templo vistoso de agora a antiga ermida de São Telmo dos pescadores do século XVI. O urbanismo não vacilava ante êsses sentimentalismos históricos. Era preciso derrubar, derrubar-se-ia. A Mitra cedera a igreja por 500 contos de réis O cheque já estava entregue. As picaretas arrumavam-se no pátio famoso do bairro à espera de agir, como vinham agindo contra os sobradões vizinhos. Lingüeta, Rua do Comércio, becos, Rua da Cadeia, o Arco da Conceição, tudo iria por terra. Urgia a demolição do Corpo Santo". A citação é de Mário Sette, de 1952, no livro Arruar: uma História Pitoresca do Recife Antigo, que narra a demolição que ocorreu no Centro do Recife no início do século. Ancorado no movimento higienista, uma parcela significativa do centro do Recife foi abaixo. Esse movimento teve forte influência na capital pernambucana entre os anos 1910 e 1930. As imagens que publicamos hoje são do ano de 1913, da Villa Digital da Fundação Joaquim Nabuco, da Prefeitura do Recife e de trabalhos acadêmicos. Igreja do Corpo Santo (Villa Digital) . Travessia do Corpo Santo (Villa Digital) . Bairro do Recife (Villa Digital) . Rua Domingos José Martins (Villa Digital) . Rua do Bom Jesus (Villa Digital) . Travessia da Matriz do Corpo Santo em outro ângulo (Villa Digital) . O Bairro do Recife em obras, início séc. XX  (LUBAMBO, Cátia W. Bairro do Recife: do Corpo Santo ao Marco Zero. Recife: FUNDAJ/ Massangana, 1991) . . Demolições no Bairro do Recife, início séc. XX (Prefeitura do Recife) . Igreja Corpo Santo - Demolicao 1914 . . . *Por Rafael Dantas, jornalista e repórter da Revista Algomais. Ele assina as colunas Gente & Negócios e Pernambuco Antigamente rafael@algomais.com rafaeldantas.jornalista@gmail.com     LEIA TAMBÉM   Confira os 10 países que mais vacinaram no mundo Como anda a vacinação na Argentina?

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Ônibus solidário do Conorte leva doadores ao Hemope

Em um ato de solidariedade, o Conorte está levando gratuitamente doadores ao Hemope. Com o ônibus solidário, a proposta da iniciativa é contribuir para aumentar os estoques de sangue do hemocentro. Nesta início de ano, as doações diminuem e a situação da Fundação fica preocupante. Um dos primeiros grupos agendados para dar um reforço ao estoque de sangue veio dos jovens do Projeto Social Atletas com Futuro, que fica localizado no município de Abreu e Lima. Eles conheceram a iniciativa e se mobilizaram para participar. Devido à pandemia, os passageiros/doadores estão sendo orientados a adotar medidas de proteção para evitar o contágio da Covid-19, como o uso da máscara e higienização das mãos. A direção do Conorte reforça que o ato de doar sangue é um gesto simples, mas muito importante para o sistema de saúde. Uma única doação pode salvar até quatro vidas. Para incentivar que mais pessoas que utilizam a frota do Consórcio entrem na lista de doadores, o Conorte está ofertando de brinde um cartão VEM com duas passagens anel "A". Para ser beneficiado pelo ônibus solidário, os passageiros que moram nas localidades atendidas pelos veículos do Consórcio devem agendar a viagem do bem pelo WhatsApp através do número 9 8332-5999.

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Recife deverá criar um Escritório de Gestão do Centro

Da Prefeitura do Recife O prefeito do Recife João Campos visitou a sede da Câmara dos Dirigentes Logistas do Recife (CDL-Recife), na Boa Vista, na tarde de ontem (8). Recebido pelo presidente da instituição Frederico Leal, ex-presidentes e diretores do CDL, o prefeito reforçou, durante a reunião, o compromisso em implementar um escritório de gestão específico para tratar dos desafios e das potencialidades do centro do Recife, inclusive a situação do comércio local. “A gente já tinha o compromisso e vamos fazer agora: a gente está desenhando para fazer a implementação do escritório do centro do Recife. O único tema que foi colocado em todas as reuniões que eu participei quando candidato foi o centro do Recife. Na minha concepção a gente tem que olhar o centro como um conjunto único. A gente tem a primeira ilha, o Bairro do Recife, com uma vocação econômica mais ligada a pauta da tecnologia e é um polo de serviços também, e tem a Ilha de Antônio Vaz, com os bairros de São José e Santo Antônio, com área de comércio mais forte da cidade, e é uma área que a gente precisa ter uma atenção especial pelo momento de transição que existe. Eu acredito que nunca vai deixar de existir o poder do comércio presencial e dos centros urbanos como espaço de vida de uma cidade, mas naturalmente tivemos uma pandemia que mudou a forma de convívio, então precisamos discutir coletivamente”, destacou João Campos durante o encontro. O gestor municipal também esclareceu que o escritório vai fazer a gestão, mas também continuarão existindo os atores responsáveis pela limpeza urbana e pela manutenção, então a gestão vai ocorrer de forma transversal. Por fim, comentou que será solicitado um estudo econômico do corredor do comércio, como pode ser estimulado, estudar o movimento nos centros históricos, o movimento de fortalecimento da moradia no centro, sobretudo em São José e Santo Antônio. O encontro também contou com uma apresentação do consultor da TGI Consultoria e Gestão e membro do Observatório do Recife, Francisco Cunha sobre as potencialidades e medidas que podem tornar o centro do Recife mais atraente para os munícipes. O presidente da CDL-Recife Frederico Leal se colocou a disposição para contribuir com as políticas impulsionadoras do centro da cidade. “A CDL está aqui à disposição, sempre esteve, a gente está aqui 24 horas por dia. Sempre estivemos aqui juntos. Estamos sempre abertos a discutir, focando no centro do Recife. O centro do Recife foi o lugar onde cresci e vivi”, comentou ele. Além do presidente, estiveram presentes, Eduardo Catão, presidente da FCDL-PE, o vice-presidente da CDL, Cid Lôbo, Hugo Philippsen, Diretor Executivo , Paulo Monteiro, Assessor Institucional e Ivson Santos, Diretor da CDL Recife e lojista do bairro de São José.

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Garagem de remo do Náutico é classificado como Imóvel Especial de Preservação

Da Prefeitura do Recife A tradicional garagem de remo do Náutico, localizada na Rua da Aurora, área central do Recife, agora é Imóvel Especial de Preservação (IEP). O decreto foi assinado ontem (8) pelo prefeito João Campos na presença da diretoria do clube, em seu gabinete na Prefeitura do Recife. O imóvel é parte da história centenária do Náutico, que começou como uma agremiação de remo, em 1901 e é também parte da história do esporte no Recife. Com a decisão, de acordo com a Lei Municipal dos Imóveis Especiais de Preservação (Lei nº 16.284/1997), o local não pode passar por modificações estruturais que alterem as características originais. “A gente sabe que o Recife nasce do encontro dos rios e os rios também servem para a prática esportiva como é o caso do remo, e o Náutico nasceu de um clube de remo em 1901. Então neste ano em que o Náutico completa 120 anos, a gente decreta como imóvel de preservação o imóvel que marca esse início do Náutico, na Rua da Aurora, onde funciona a parte de remo do Clube Náutico Capibaribe. E a gente mostra não só um gesto com a preservação do nosso patrimônio, mas também com a preservação da história da nossa cidade, do Clube Náutico Capibaribe e da prática esportiva. A gente já tem parcerias com os clubes da nossa cidade e vamos ampliar podendo colocar o esporte como uma atividade essencial para a geração de oportunidade para as pessoas, para as crianças, para os jovens, sobretudo num momento de uma crise tão severa como o mundo vem atravessando”, comentou o prefeito João Campos na ocasião. Para o presidente do clube Edno Melo, a classificação da sede do remo como IEP contribui para a preservação da história da própria cidade. “Representa o resgate e a preservação da história do clube e a história do Recife. Esse decreto vem colaborar com a situação que o Clube Náutico vem construindo: resgatando a história, resgatando o orgulho de ser alvirrubro. E como a gente sabe o Náutico surgiu do remo, é uma instituição centenária, este ano o Náutico completa 120 anos, nada mais justo do que a gente receber esse tombamento como Imóvel Especial de Preservação num ano tão emblemático para a gente”, pontuou. A transformação da garagem de remo do Náutico em IEP foi aprovada em reunião do Conselho de Desenvolvimento Urbano da Cidade em 27 de novembro de 2020 e o decreto será publicado no Diário Oficial. Será o IEP número 263 do Recife desde a promulgação da lei. O objetivo da norma é preservar exemplares de arquitetura significativa para o patrimônio histórico, artístico e cultural da cidade, de forma a manter viva a memória da identidade do Recife. Ainda de acordo com a legislação, cabe ao proprietário da edificação manter as características originais do imóvel. Fica vedada a demolição, descaracterização dos elementos originais e alteração da volumetria e da feição da edificação original. Segundo a lei, “as intervenções de qualquer natureza nos IEPs ficam sujeitas à consulta prévia e à análise especial por parte dos órgãos competentes do Município". Além do prefeito João Campos e do presidente do Náutico Edno Melo, participaram do encontro o vice-presidente executivo e de futebol Diógenes Braga, o presidente do conselho deliberativo Alexandre Carneiro e o diretor Luiz Filipe Figueiredo e secretários municipais.

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Tullio Ponzi ministra aula no Insper-SP

O secretário executivo de Inovação Urbana no Recife, Tullio Ponzi, foi convidado para ministrar aula no Programa de Pós-graduação em Urbanismo Social do INSPER-SP. No conteúdo do curso, ele apresenta a experiência dos programas "Mais Vida nos Morros” e o “Reciclamais”, que são referências nacionais de políticas públicas inovadoras com o protagonismo do cidadão.

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