Da Prefeitura do Recife A crise climática já é uma realidade no nosso dia a dia e ameaça cada vez mais nossa sobrevivência no planeta. Mas ainda estamos a tempo de nos adaptarmos a ela e atenuar seus efeitos com novas formas de agir, pensar e planejar atividades de mitigação e resiliência. Líder na agenda climática global, o prefeito Geraldo Julio lançou o Plano Local de Ação Climática do Recife (PLAC) e o terceiro Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa, na manhã de ontem (15), em uma reunião virtual que contou com a participação do oficial sênior do ONU-HABITAT, Alain Grimard, e do embaixador da União Européia no Brasil, Ignácio Ibáñez. Os dois documentos estratégicos, desenvolvidos pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SMAS) e Instituto da Cidade Pelópidas Silveira, com apoio da equipe técnica do ICLEI América do Sul, possuem dados e ações que devem ser priorizadas para atenuar os efeitos das mudanças climáticas no Recife e estão disponíveis no site da PCR e da SMAS. No lançamento, o prefeito Geraldo Julio agradeceu a todos os participantes e as equipes técnicas pelas contribuições que permitiram a construção do PLAC. “A nossa parceria com ICLEI começou em 2013 e permitiu que a gente tivesse acesso ao que é vanguarda no mundo em relação a meio ambiente e sustentabilidade. O ICLEI abriu as oportunidades para que a gente chegasse até aqui. Estamos fechando o ano de 2020, um ano de desafios e aprendizados. Espero que as exigências da pandemia possam inspirar as ações que a humanidade precisa tomar para enfrentar a crise climática. E a pandemia exigiu coragem e decisões rápidas. Que a gente possa deixar um Planeta melhor cuidado e tratado com mais carinho para as próximas gerações”, disse ele. As metas traçadas no Plano permitem enfrentar os impactos, promover a melhoria da qualidade de vida e trazer mais dinamismo à cidade. A construção do Plano Local de Ação Climática do Recife (PLAC), realizada de forma colaborativa com órgãos municipais, juventude e sociedade civil, reúne ações em quatro eixos: Mobilidade, Saneamento, Energia e Resiliência, com aplicabilidade técnica, financeira e ambiental para a formulação de programas e políticas ambiciosas de enfrentamento às mudanças climáticas. As metas traçadas são de curto, médio e longo prazo para que a cidade possa cumprir o compromisso da neutralização do carbono até o ano de 2050, em conformidade com o Acordo de Paris. Nas cidades, o grau maior de emissão se concentra no transporte individual de passageiros, carros e motos, por isso, entre as metas pontuadas para o eixo de Mobilidade no Plano Local de Ação Climática do Recife está a de prover infraestrutura e condições necessárias para reduzir o percentual de transporte individual motorizado para 20% até 2050 e a implantação de um total de 355 km de infraestrutura cicloviária até 2037. Hoje o Recife já tem 144km, com a ampliação de 500% da malha cicloviária durante a gestão do prefeito Geraldo Julio. No setor de Saneamento está o objetivo de aumentar a coleta seletiva, reciclagem e reuso dos resíduos sólidos para reduzir o descarte incorreto em áreas da cidade e redução do envio de resíduos a aterros sanitários. A meta é reduzir em até 50% a disposição de resíduos em aterro até 2050 e garantir que o tratamento de resíduos da cidade não emita GEE até lá. O PLAC também destaca a ação de garantir que o metano emitido pela decomposição dos resíduos em aterro seja queimado ou aproveitado energeticamente em 60% até 2030 e 100% a partir de 2037. No eixo de Energia, com objetivo de redução do consumo energético da cidade através de medidas de eficiência energética, está a meta de garantir que, até 2037, 100% da eletricidade fornecida à cidade do Recife tenha origem renovável, uso da iluminação pública 100% em LED, hoje cerca de 82% da iluminação da cidade já é em LED, através do programa Ilumina Recife, além de expandir o uso de energias renováveis (principalmente energia solar) para as edificações e serviços públicos, incluindo as obras públicas. Por fim, o eixo de Resiliência tem como objetivos a requalificação urbana em áreas de risco climático, a gestão sistêmica das áreas verdes e enfrentamento ao avanço do nível do mar, diretamente ligados às metas de elaboração de um diagnóstico que possa identificar áreas prioritárias para receberem obras e melhorias urbanísticas sustentáveis. Além disso, inclui a ecoeficiência das construções até 2025, de acordo com as áreas definidas na Análise de Riscos e Vulnerabilidades Climáticas e Estratégia de Adaptação do Município do Recife. Para elaboração do PLAC, a Prefeitura do Recife contou com apoio técnico das consultorias Ana Wernke e Ecofinance no âmbito do Programa Urban-LEDS II associado ao ICLEI, com o intuito de orientar e nortear as ações da capital pernambucana e posterior compartilhamento dos resultados com outras cidades que integram o projeto. Apesar do contexto de pandemia do novo coronavírus, as oficinas participativas foram iniciadas em março de 2020 de forma virtual junto ao Comitê de Sustentabilidade e Mudanças Climáticas (COMCLIMA), Grupo Executivo de Sustentabilidade e Mudanças Climáticas (GECLIMA), além de reuniões com as juventudes do Recife para coletar percepções e sugestões das diferentes realidades da cidade, técnicos das secretarias, convidados da sociedade civil organizada, terceiro setor, representantes de outras esferas de governo, da academia, setor privado, bem como os técnicos do ICLEI. Para o Secretário Executivo do ICLEI na América do Sul, Rodrigo Perpétuo, o Recife encerra um ciclo apontando para o caminho da esperança, sendo referência em termos de planejamento, num país carente de ações assertivas. “Cumprimento o prefeito Geraldo Julio e agradeço a liderança política e o exemplo de compromisso com a rede. Compromisso político que tem repercussão técnica. Nesse momento de pandemia, achei que pudesse acontecer do plano não ser entregue neste ano, mas conseguimos essa virada. Abraço, gratidão ao grupo pelo esforço e liderança”, declarou. Já o embaixador da União Européia no Brasil, Ignácio Ibáñez, comentou: “nós reconhecemos o enorme poder de mobilização das cidades e dos seus governos, elas têm o