Urbanismo – Página: 50 – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Urbanismo

“Se nada for feito para socorrer o transporte coletivo haverá a quebra dos sistemas”

De acordo com o presidente-executivo da Associação Nacional das Empresas de Transportes Ubanos (NTU), Otávio Cunha, a pandemia provocou um prejuízo acumulado de R$ 3,72 bilhões até 30 de junho. Os sistemas perderam passageiros e agora têm a pressão de ter um número reduzido de usuários, devido os riscos de infecção do novo coronavírus. Conversamos com ele sobre os desafios desse setor e sobre as possíveis alternativas para solucioná-los. . Qual o tamanho do impacto da Pandemia no setor de transporte público?  A edição Semanal do relatório Impactos do coronavírus no transporte público por ônibus revela que ainda é forte o impacto da pandemia no setor. De 13 a 17 de julho, tivemos ao todo 169 sistemas com redução de oferta ou suspensão total do serviço e 163 sistemas com redução de demanda de passageiros. Nesse caso, a redução varia de 25% a quase 100%. Na média nacional a redução neste momento é de 60%, mas chegou a 80% no início da pandemia. O transporte público perdeu em média cerca de 30 milhões de passageiros ao dia em todo o país. Até 17 de junho o setor contabiliza 2.708 demissões, 9.235 suspensões de contratos trabalhistas. Os prejuízos acumulados foram da ordem de R$ 3,72 bilhões até 30 de junho. Há algum dado de Pernambuco que poderia destacar? No Recife, tanto no transporte municipal quanto no intermunicipal metropolitano, a redução de demanda chega a 60% e oferta do serviço é de 30%, com passageiros transportados somente sentados. . A aglomeração, principalmente no horário de pico, contribui para a sustentabilidade econômica do setor. Como o setor poderia atender a necessidade de distanciamento social tanto do aspecto operacional, como no aspecto econômico? Que alternativas de financiamento do setor estão em discussão? Essa é uma decisão do poder público local, que define os parâmetros da prestação dos serviços e quanto deve ser a tarifa correspondente. Um modelo baseado na aglomeração para atender a sustentabilidade econômica do setor não é mais viável hoje, com as regras sanitárias e os protocolos de prevenção do coronavírus. Mas é preciso definir quem paga a conta, porque uma oferta maior significa custo maior para as empresas operadoras. A única saída é contar com o auxílio financeiro do governo, que o setor está pleiteando desde o início da pandemia, sem resultado. Com o prejuízo acumulado de R$ 3,72 bilhões até 30/06/20, não há tarifa que resolva essa situação. Aliás, a ideia é que esse modelo de financiamento amparado somente pelo valor da passagem paga seja extinto, como tem sido proposto por várias entidades ligadas ao transporte público no país. Temos bons exemplos de modelos sustentáveis onde o usuário banca uma parte do custo do serviço, através da tarifa, e toda a sociedade, representada pelo poder público, entra com a outra metade. Nossa principal proposta de resgate do setor, formulada até o momento, é o projeto elaborado com base na proposta levada por entidades ligadas ao transporte público para o Governo Federal, ainda no início da pandemia. A sugestão é criar um programa que consiste na aquisição mensal de créditos eletrônicos de passagens, enquanto perdurar a crise do COVID-19, em volume suficiente para cobrir a diferença entre receita e despesa das empresas. O transporte público é atividade essencial e precisa continuar rodado mesmo com baixa demanda. Segundo a proposta, cada crédito eletrônico de passagem corresponde a uma tarifa pública vigente no sistema de transporte coletivo por ônibus de cada localidade. Assim, o Governo Federal poderia usar os créditos do programa Transporte Social como um estoque a ser empregado agora de depois da crise do coronavírus, para distribuir entre os beneficiários dos seus próprios programas sociais. A proposta é assinada pelo Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana, Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e NTU. Desde que foi proposto, o programa já serviu de subsídio para a criação de projetos de lei no Congresso. Infelizmente, ainda não teve o desfecho que o setor espera, porque não foi acatada pelo Governo Federal. Pelo medo (e desconforto) da aglomeração muitas pessoas tem deixado o transporte público para o individual mesmo antes da pandemia. Quais os impactos sociais e econômicos da fuga das pessoas do transporte público para os carros e motos? Em recente “Manifesto por um Transporte Público Digno, Econômico e Ambientalmente Sustentável”, a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) traz dados que ilustram bem essa questão. Informa que se nada for feito para socorrer o transporte coletivo urbano haverá a quebra dos sistemas organizados de transporte público, com perdas para a sociedade da ordem de R$ 320 bilhões por ano. Esse seria o custo da substituição do sistema público coletivo por opções individuais de transporte. Para se ter uma ideia do que isso significa, apenas 10% deste valor já permitiria reduzir a tarifa do transporte em 50% para todos os brasileiros. Também é importante ressaltar que a migração para o transporte individual vai promover um retrocesso, do ponto de vista urbano, social e ambiental, com aumento da poluição, dos congestionamentos. E mais, deixará desassistida a camada da população que hoje depende do transporte coletivo para se deslocar ao trabalho, por exemplo. Como vocês observam o surgimento dos serviços de aplicativo para atender o transporte coletivo sob demanda? Se os serviços sob demanda por aplicativos estiverem integrados à rede de transporte coletivo, como é o caso do CityBus 2.0, em Goiânia; do Ubus, em São Paulo; e do TopBus+, em Fortaleza (CE), que são serviços complementares à rede convencional de ônibus coletivo urbano da cidade, entendemos que são extremamente positivos, por serem um extensão do serviço público que podem atender gargalos de demanda específica que o ônibus convencional não está atendendo. Isso não vale para os aplicativos de transporte individual que oferecem serviços compartilhados, que não dão o mesmo atendimento e na verdade atuam de forma predatória, buscando apenas atender trechos de alta demanda e ignorando as premissas do verdadeiro transporte público, que é um serviço essencial e também um direito social do cidadão.

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Processo de tombamento da Fundaj é aberto

Da Fundaj O pedido de tombamento do campus Casa Forte da Fundação Joaquim Nabuco teve o processamento deferido pela Secretaria Estadual de Cultura. A partir de agora, até que a poligonal da área de proteção do conjunto arquitetônico a ser tombado seja delimitada, nenhuma construção poderá ser erguida no entorno. A solicitação da Fundaj é pela preservação de três edificações do campus: o Solar Francisco Ribeiro Pinto Guimarães (imóvel já classificado como Imóvel Especial de Preservação IEP nº151), o Gil Maranhão e o Paulo Guerra. O mesmo pedido foi feito ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e aguarda liberação. “No momento em que o processo foi deferido pelo secretário Gilberto Freyre Neto, toda a área solicitada de tombamento está sob proteção prévia. Essa deliberação é um passo importante para garantir a preservação do patrimônio histórico desta Casa”, ressalta o presidente da Fundaj, Antônio Campos. A deliberação da Secult foi assinada pelo gestor da pasta, Gilberto Freyre Neto. No pedido, a Fundaj solicita o tombamento do conjunto arquitetônico em nível estadual, urbanístico, paisagístico e histórico. Em geral, os pedidos de abertura de processos de tombamento costumam ser deferidos em até seis meses. O da Fundaj levou 18 dias. A agilidade no despacho do processo resulta da documentação preparada pela instituição, enviada junto com o ofício à secretária. O processo demorou menos de um mês para ser iniciado. Em geral, o prazo é de seis meses.”O processo foi bem instruído. Foi realmente rápido de ambos os lados. A Fundaj juntou documentação que facilitou abertura e o andamento por parte da Secretaria”, comenta Antônio Campos, que aguarda a conclusão da ação em até seis meses. Para a abertura, foram levantados dados, documentos e imagens ilustrativas, todos de pública transparência e uso coletivo. O memorial descritivo foi assinado por Frederico Almeida, coordenador-geral do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), e Antônio Montenegro, arquiteto e servidor da Fundaj. Complexo Cultural Gilberto Freyre No campus em questão, será instalado o Complexo Cultural Gilberto Freyre. O Solar Francisco Ribeiro receberá a Pinacoteca, com espaço para exposições permanentes e de curta duração. Já nas edificações anexas ao casarão funcionam hoje a Galeria Mauro Mota e a Sala do Conselho Deliberativo (Condir), além de outros espaços utilizados como arquivo para o administrativo e para livros da Editora Massangana. Onde hoje funciona o Condir, será instalado o Memorial Gilberto Freyre. Era nesse espaço que o sociólogo fundador da Fundação Joaquim Nabuco despachava. Quando o Complexo for inaugurado, contará também com a Cinemateca Pernambucana, que está instalada provisoriamente no primeiro andar do Museu do Homem do Nordeste. Para garantir a acessibilidade, mas preservando as características do Solar Francisco Ribeiro, um elevador será montado na parte de trás do casarão. Nessa mesma área serão instalados os equipamentos de climatização que garantirão a preservação de todo o acervo. Erguido no século XIX, o casarão foi o marco zero para a criação do instituto de pesquisas que mais tarde se tornaria a Fundação Joaquim Nabuco. O anexo, onde será instalada a Cinemateca Pernambucana, também terá um elevador garantindo acessibilidade em ambos os prédios. O Edifício Gil Maranhão, prédio de 1960 projetado pelo arquiteto Carlos Falcão Corrêa Lima, tem área total aproximada de 1200 m², é um exemplar notável do modernismo brasileiro. Conta com pavimento térreo e superior e tem a estrutura em concreto armado. A fachada tem como destaque o painel cerâmico Canavial, do artista Francisco Brennand, com um espelho d`água. Também apresenta planos extensos de esquadrias em ferro e vidro e trechos revestidos com azulejos. O edifício está localizado mais ao fundo do terreno de modo a criar um amplo jardim voltado para a Avenida Dezessete de Agosto. Nele, estão instalados, no térreo, o Museu do Homem do Nordeste, o Cinema da Fundação/Museu e a sala de exposições Waldemar Valente. No piso superior funciona, provisoriamente, a Cinemateca Pernambucana, que será levada para o anexo do Solar Franscisco Ribeiro, dentro do Complexo Cultural Gilberto Freyre. Com a transferência, esse piso superior voltará a expor o acervo do Museu do Homem do Nordeste, que conta com uma reserva técnica de 16 mil peças. Por sua vez, o Edifício Paulo Guerra, da década de 1980 e projetado pelo arquiteto Wandenkolk Tinoco, tem 2.400 m² de área. É composto pelo pavimento térreo e mais duas torres articuladas, cada uma com três pavimentos. Sua estrutura é em concreto armado. Está localizado imediatamente após o conjunto oitocentista do Solar Francisco Ribeiro. Tem características da arquitetura modernista brasileira. No edifício funcionam hoje a Editora Massangana, a Sala Calouste Gulbenkian, a presidência e todo setor administrativo da Fundação Joaquim Nabuco.

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Metrô do Recife amplia horário de funcionamento nesta quinta

A CBTU Recife informa que, a partir desta quinta, dia 30/07, o Metrô terá seu horário de operação ampliado. As Linhas Centro e Sul funcionarão das 05h30 às 21h (segunda à domingo). A Linha Diesel (VLT) terá o ramal Cajueiro Seco/Cabo reativado, com funcionando das 5h30 às 20h (segunda à sexta; sábado até às 14h). Já o ramal Cajueiro Seco/Curado continuará sem funcionar. A ampliação no horário de circulação dos trens visa atender aumento da demanda após a implantação de novas etapas do Plano de Monitoramento e Convivência com a Covid-19 do Governo de Pernambuco.

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“Achatar curva de demanda do transporte traria mais conforto e fluidez do trânsito”

Um dos entrevistados da última edição da Revista Algomais foi o empresário Marcelo Bandeira de Mello, diretor executivo das empresas Pedrosa, Transcol e São Judas Tadeu, e membro do conselho de inovação da NTU (Associação Nacional de Transportes Urbanos). Fazendo uma comparação com a luta nacional contra à Covid-19, ele defende que é preciso “achatar a curva” a demanda do transporte público. Diante da queda abrupta de receita das empresas do setor de transporte público e da necessidade de melhorar o conforto dos passageiros, tendo menos pessoas por veículo, reduzir a pressão sob o sistema de ônibus nos horários de pico (com o escalonamento dos horários de entrada e saída das atividades produtivas) é a sua proposta. Essa mudança de comportamento da sociedade, que distribuiria melhor os usuários ao longo do dia, demanda de uma ampla participação da sociedade para poder funcionar com resultados.   Diante da necessidade de reduzir as aglomerações no transporte público, que medidas você defende que podem ser tomadas para aumentar a segurança dos passageiros e caminhar para uma solução viável para o setor? A preocupação com a saúde pública é um dever de todos e as empresas do setor estão muito engajadas nesta iniciativa, de maneira a proporcionar mais segurança aos nossos clientes e colaboradores. Por este motivo, antes mesmo da formalização de um protocolo para o setor por parte do Grande Recife, as empresas já haviam implementado diversas medidas, como forma de proporcionar um padrão de segurança sanitária ainda mais alto nas garagens e veículos. Entre as principais iniciativas adotadas podemos destacar o reforço da higienização dos veículos, com limpezas sendo realizadas ao longo do dia nos terminais no intervalos das viagens, instalação de anteparos de proteção para os motoristas e cobradores, pulverização do veículo com desinfetante de aplicação hospitalar e a diminuição da capacidade total de passageiros dos veículos. . Você poderia explicar como colocar em prática um “achatamento da curva do transporte público”? E quais os principais benefícios dessa medida? Em que pese a demanda de passageiros ainda estar 60% abaixo do patamar anterior à pandemia, observamos que a utilização dos veículos tem se dado em faixas de horários bastante reduzidas, de maneira que há uma sobrecarga no sistema nos horários de pico, enquanto que há capacidade de transporte não utilizada nas demais faixas horárias. A nossa proposta é, portanto, achatar a curva da demanda pelos serviços de transportes, observando a capacidade efetiva do sistema face à nova especificação de lotação adotada. Precisamos reunir o poder público, setores econômicos da sociedade civil e empresas de transportes na montagem de um comitê para discutir o ajuste dos horários das atividades, de maneira a distribuir a demanda de forma mais homogênea ao longo do dia, proporcionando uma taxa de ocupação inferior nos veículos e um melhor padrão de qualidade. Tal iniciativa repercutiria também na melhoria da fluidez do trânsito da cidade, o que geraria um segundo benefício para o passageiro, na medida em que melhoraria a velocidade comercial dos veículos, reduzindo o tempo de viagem. Toda a sociedade precisa estar em sintonia para construir o novo normal estabelecido após a pandemia.   Nas minhas leituras, encontrei o dado de que para viabilizar o transporte coletivo as empresas calculam uma média de 6 passageiros por metro quadrado. Essa estatística é real? Se considerar que a aglomeração é o que garante a viabilidade do serviço, quais são as alternativa para financiar o setor diante da necessidade de melhorar a segurança e o conforto dos passageiros com mais espaço nós coletivos? Não só no Brasil, mas em todo o mundo, o transporte de alta capacidade era planejado pelos órgãos gestores de maneira a considerar uma ocupação que chegava a 6 passageiros por metro quadrado nos horários de pico. Esta realidade fatalmente não é compatível com a necessidade de aumentar o distanciamento social e por este motivo toda a sociedade (e não apenas as empresas de transporte) precisa repensar o novo formato de transporte a ser adotado. Importante destacar que o achatamento da curva da demanda é um mecanismo que auxiliará nessa distribuição mais racional dos deslocamentos, mas um novo modelo de financiamento, que considere outras formas de arrecadação que não apenas a tarifa, se mostra mais do que nunca necessário. Precisamos encontrar alternativas que possibilitem a melhoria da qualidade dos serviços com uma tarifa socialmente justa e adequada e nesta equação é necessário identificar fontes de receitas extra-tarifárias. . Que inovações no transporte público no exterior poderiam servir de inspiração para uma qualificação do nosso modelo de mobilidade urbana? Temos acompanhado e avaliado a implantação de várias iniciativas de ampliação dos pagamentos eletrônicos, possibilitando a substituição do dinheiro não apenas pelo cartão de passagens, como também pelos cartões de débito e crédito, QRcode, carteiras virtuais, dentre outros. Outras tecnologias já existentes, como a contagem automática de embarques e desembarques através das câmeras instaladas nos veículos traduzem-se como importante aliado na gestão da demanda, como forma de determinar a lotação efetiva, em tempo real de cada veículo, possibilitando, inclusive a reprogramação das linhas ao longo do dia. Por fim, os já conhecidos corredores exclusivos para o transporte público precisam ser continuamente expandidos, como forma de possibilitar uma melhor eficiência nos deslocamentos da população. . No Recife, qual o cenário deixado pelo isolamento social para o setor de transporte? O cenário é muito preocupante e ainda incerto. Nosso modelo é baseado quase exclusivamente na arrecadação tarifária, tendo as receitas do sistema sido duramente impactadas a ponto de ameaçar a subsistência do setor. O colapso do transporte com o consequente retorno do transporte clandestino é o pior mal que pode ocorrer em uma cidade que pretende avançar com a pauta da mobilidade sustentável. O setor tem sobrevivido graças à postergação dos compromissos junto a agentes financeiros, bem como se socorrido das medidas de redução de jornada dos trabalhadores apresentadas pelo Governo Federal. O problema é que tais medidas possuem prazo determinado de duração e avaliamos que a demanda ainda levará um tempo de ao menos 6 meses para normalização.

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Suape implanta segundo Laboratório Vivo de Ecotecnologias no Engenho Massangana

Do Complexo de Suape O Engenho Massangana, localizado no território do Complexo Industrial Portuário de Suape, em Ipojuca, ganhou um espaço especial. Trata-se do segundo laboratório vivo de ecotecnologias implantado na região pelo Serta (Serviço de Tecnologia Alternativa), Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) reconhecida internacionalmente. A entidade foi contratada por Suape para levar a comunidades consolidadas no território metodologias sustentáveis, inovadoras e de baixo custo que promovem a segurança alimentar e geram renda. O projeto Comunidades Ecoprodutivas, lançado em março, precisou ter o formato reajustado, devido a pandemia da Covid-19, para garantir o distanciamento social. Em vez do mutirão utilizado no primeiro laboratório, implantado no Conjunto Habitacional Nova Vila Claudete, o de Massangana contou com apenas dois técnicos e cerca de três moradores por dia. “Levamos mais tempo, mas o importante é garantir a segurança de todos, ao mesmo tempo em que capacitamos essas famílias, contribuindo para que elas tirem o alimento e o sustento do próprio quintal, o que se tornou ainda mais relevante no momento atual, já que muitos são trabalhadores informais e estão sem fonte de renda”, declara Germano de Barros, diretor da Escola Técnica do Serta. O laboratório foi instalado em um terreno de 77,8 metros quadrados da Associação de Moradores de Massangana, que ganhou dez tecnologias: aquaponia, cisterna de ferro e cimento, sistema de captação de água, minhocário, compoteira caseira em balde, fechamento automático da porteira, farmácia viva, horta vertical em pallet, hidroponia de milho e o sistema agroflorestal, que já tem plantadas várias hortaliças, como alface, coentro, cebolinha, couve, berinjela e hortelã. Tudo para consumo próprio ou revenda das famílias do Engenho Massangana. O ambiente também recebeu pintura lúdica e plaquinhas indicativas. “Os próprios moradores escolheram as ecotecnologias que queriam implantar no terreno. Eles participaram de oficinas e ações pedagógicas de consciência ambiental em unidade do Serta, em Gloria de Goitá, no início do ano, onde puderam compreender a proposta e participar ativamente de todo esse processo, que é inspirador e desperta neles a vontade de cuidar do lugar onde moram”, observa o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Suape, Carlos Cavalcanti. “ “É a primeira vez que temos uma oportunidade como essa. Antes, plantávamos no chão, sem estrutura. E hoje estamos muito satisfeitos e felizes com o quintal produtivo. Com apenas 30 dias, poderemos colher alimentos livres de agrotóxicos. Isso será a nossa mesa, o nosso almoço”, comemorou Vicente Luiz Aguiar, vice-presidente da Associação de Moradores do Engenho Massangana e morador do local há 45 anos. O próximo laboratório a ser inaugurado será no Assentamento Sacambu, no próximo dia 30. O programa tem investimento de R$ 1 milhão e alcançará dez comunidades, no período de um ano.

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Prefeitura do Recife investe R$ 30 milhões na proteção de 40 encostas

Da Prefeitura do Recife A segurança da população que mora nas áreas de morro da cidade é uma das prioridades da Prefeitura do Recife. Para garantir a tranquilidade dessas famílias, as obras da Operação Inverno não param e ganham um reforço de mais de 30 milhões de reais para a realização de trabalhos de contenção definitiva de encostas em cerca de 40 ruas que representam pontos de risco no Recife. O investimento vai beneficiar diretamente mais de seis mil pessoas que vivem em área de risco da cidade. O prefeito Geraldo Julio autorizou o início da primeira obra ontem (27), no Jardim Monte Verde, no Ibura. “Aqui em Jardim Monte Verde, no Ibura, estamos dando início a um grande pacote de mais de 40 obras de contenção de encostas, com mais de R$ 30 milhões de reais investidos e mais de 700 empregos gerados. Aqui, especificamente, são 80 famílias beneficiadas. Uma obra muito grande com um muro de contenção e toda a parte de preparação para o inverno. As pessoas daqui vão ficar seguras durante a chuva do inverno. É o benefício da obra da encosta e é o benefício do emprego que está sendo gerado”, avaliou o prefeito Geraldo Julio. Além do benefício direto às 1.660 famílias, o anúncio representa reforço na geração de renda com a profunda crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Ao todo serão gerados 700 empregos diretos com o investimento. Os serviços serão executados pela Autarquia de Urbanização do Recife (URB), com verbas do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (FINISA). As 40 obras incluirão a drenagem, estabilização, contenção e construção de muro de arrimo, beneficiando 11 comunidades da cidade. São elas: Nova Descoberta, Linha do Tiro, Jordão Baixo, Beberibe, Dois Unidos, Brejo da Guabiraba, Bomba do Hemetério, Várzea, Vasco da Gama, Ibura e Alto José Bonifácio. Em Jardim Monte Verde, as famílias que moram nas ruas Maurício de Nassau, Monte Pascoal, Lírio dos Vales e Rosa de Saron, serão beneficiados. São mais de 300 pessoas que vão estar mais protegidas no inverno. As obras contemplam a instalação de tela argamassada, construção de escadarias e muros de arrimo. O investimento total é de R$ 2,7 milhões. Junto com os trabalhos já em andamento na cidade, as novas intervenções totalizam 47 obras. Atualmente, estão em fase de execução os trabalhos nos seguintes pontos da cidade: rua Empresário Ernesto Lundgren, em Lagoa Encantada, no Ibura, rua Córrego do Curió, em Dois Unidos, ruas João Carneiro da Cunha e Expedicionário Alcebíades da Cunha, em Rosa Selvagem, rua Córrego da Telha, no Passarinho, rua Benigno Jordão de Vasconcelos, no Ibura, e na Travessa da Diadema, no Vasco da Gama. Os serviços totalizam um investimento na ordem de R$ 8 milhões. Ao todo, a Prefeitura do Recife já realizou a proteção de mais de 400 pontos na cidade desde 2013, com 384 obras do Programa Parceria e 53 obras de encosta definitivas realizadas pela URB.

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Novo estilo de vida poderá modificar a mobilidade das cidades

Ainda não é possível mensurar as mudanças que a pandemia trará para a mobilidade urbana, mas há motivos de termos expectativas de boas transformações. Ricardo Corrêa Silva, mestre em arquitetura e urbanismo pela USP e sócio-diretor da TcUrbes, acredita que as alterações no estilo de vida da população poderão mudar o transporte coletivo e os deslocamentos nas grandes cidades. “Após períodos de mudanças de paradigmas, que são de destruição seguidos por uma criativa renovação, muitas inovações acontecem e outras são aceleradas, como nos períodos que procederam as guerras mundias. Nesse contexto, por exemplo, ocorreu uma grande mudança que veio com o desenvolvimento nada mais nada menos que o do automóvel”. O urbanista explica que isso levou os deslocamentos a aumentaram e as cidades puderam se espraiar. Fazendo uma comparação histórica, ele lembra que o subúrbio americano, que foi concebido pelo prefeito de Los Angeles em 1908, anterior a Primeira Guerra Mundial, foi rapidamente impulsionado por uma lei federal no período entre guerras que fortaleceu a indústria da construção civil americana. “Na época, todo o ex-combatente americano tinha o direito a uma casa própria”. Essa lei provocou o florescimento nos EUA de um grande contingente de combatentes, em busca da casa própria, que espraiaram as cidades americanas com seu modelo de subúrbio e casa unifamiliares. Essa mudança proporcionou maiores distancias de ocupações urbanas e induziu a necessidade do carros, segundo o urbanista. Além dos veículos automotivos, uma série de outros paradigmas foram modificados com outras inovações, como o advento do anticoncepcional feminino, do microondas e da geladeira. Novas tecnologias que nos países desenvolvidos permitiram que a indústria se apropriasse da mão de obra feminina, que se emancipava e se libertava dos afazeres domésticos. “Não estou aqui questionando a causa e consequência dos fatos, mas apontando que existe um grande processo que era impossível enxergar por quem estava vivendo aquele momento de transição”. O impacto da atual pandemia na mobilidade urbana, por exemplo, poderá ser medido pela “imobilidade” que a sociedade viveu neste momento de maior isolamento social. “A classe média, que é o principal vetor de transformação, descobriu que é possível trabalhar de casa. Na verdade já se sabia, mas esses momentos possibilitam as modificações de paradigmas. Portanto, acredito que os shoppings center, baseados no carro, vão ter mudanças aceleradas, concomitante com o florescimento do comércio local e, consequentemente, do transporte ativo:  pedestre, ciclistas e de novos veículos que permitam contato e sinestesia entre pessoas. Assim a infraestrutura urbana para esses modos vai ser melhorada e acredito que esse é o grande legado da pandemia que estamos passando, o de perceber o valor de estar próximo”. . . Esse cenário poderá contribuir para a reversão de algumas tendências do mundo pré-pandemia, como o espraiamento da população do espaço urbano. “Essa antiga tendência, pré-pandemia, pode se tornar obsoleta”. O arquiteto destaca ainda que diante das dificuldades que o mundo inteiro passa pela pandemia, há um florescimento de uma grande criatividade que pode trazer benefícios para a sociedade. Ele sugere, inclusive, que seja interessante para o Brasil observar as experiências não apenas dos países desenvolvidos, mas principalmente as soluções criadas por nossos vizinhos latinoamericanos ou outras nações com muita desigualdade social. *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)

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Prefeitura do Recife visita 200 bares e restaurantes para orientação de quinta a sábado

Da Prefeitura do Recife De hoje (23) até o sábado (25), a Prefeitura do Recife vai realizar mais 200 visitas em bares, restaurantes, lanchonetes, cafeterias e outros estabelecimentos alimentícios que voltaram a receber o público nesta semana, na nova fase do Plano de Convivência com a Covid-19. O objetivo é orientar sobre os protocolos sanitários necessários para este momento de reabertura. O anúncio foi feito pelo prefeito Geraldo Julio, na manhã desta quarta-feira (22). Desde a última segunda-feira (20), a Diretoria Executiva de Controle Urbano do Recife (Dircon), a Vigilância Sanitária (Visa), a Brigada Ambiental e o Procon Recife fizeram inspeções em mais de 100 estabelecimentos para garantir o cumprimento dos novos protocolos estabelecidos pelo Governo do Estado. “Nós vamos realizar mais 200 visitas de orientação em estabelecimentos de alimentação como restaurantes, bares e lanchonetes para garantir o cumprimento dos protocolos, nas próximas quinta, sexta e sábado. Estarão empenhadas as equipes da Vigilância Sanitária, do Procon e também do Controle Urbano. O objetivo é que sejam cumpridos os protocolos do distanciamento entre mesas, do manuseio correto dos alimentos, além dos cuidados com a limpeza e sanitização desses ambientes para que a gente diminua o risco de contaminação e da retomada do crescimento da covid em nossa cidade”, afirmou o prefeito Geraldo Julio. O prefeito afirmou ainda que a ação tem o objetivo de contribuir com o esforço que já vem sendo feito pelos estabelecimentos e pela população, nos cuidados preventivos. “Essa é uma ação para somar esforços ao que já vêm fazendo a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), os empreendedores e toda a população, para que a gente garanta o funcionamento desses estabelecimentos com a máxima segurança”, disse o gestor. Desde o início da pandemia, os estabelecimentos alimentícios puderam funcionar para entrega (como ponto de coleta e delivery), mas não para consumo no local. Nesta fase de reabertura para consumo interno do público, os restaurantes, lanchonetes, cafeterias, bares, padarias e outros precisam limitar o atendimento presencial a até 50% da capacidade de lotação, têm que encerrar as atividades às 20h e manter o distanciamento de 1,5 metro entre clientes de mesas diferentes. Também não é permitida a realização de shows e apresentações musicais, além de os estabelecimentos terem que respeitar o limite sonoro de 35 decibéis para música ambiente. O uso de máscaras é obrigatório por parte de funcionários e clientes, e os estabelecimentos devem disponibilizar álcool 70% para higienização das mãos. Contatos para denúncia de irregularidades: – Procon Recife: pelo e-mail procon@recife.pe.gov.br – Vigilância Sanitária: 3355.1878 – Dircon: pelos e-mails centrooestedircon@gmail.com, suldircon@gmail.com ou nortedircon@gmail.com, de acordo com a localização do estabelecimento – Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade – 0800.720.4444, de segunda a sexta, das 8h às 17h

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Evento debate como transformar o plástico descartado em solução urbana

O mês de julho é marcado pelo movimento mundial de conscientização contra o consumo excessivo do plástico e seu descarte incorreto. Para contribuir com a campanha “Julho sem Plástico”, a Prefeitura do Recife, através da Secretaria Executiva de Inovação Urbana do Recife desenvolveu o Laboratório de Inovação – Edição Julho Sem Plástico, com o propósito de transformar o plástico que descartamos no dia a dia em solução para os desafios urbanos das nossas cidades, no pós-pandemia, de acordo com três pilares: econômico, social e ambiental. O evento é gratuito e acontecerá totalmente de forma virtual a partir do dia 21 até 26 de julho, e está dividido em três etapas: Ciclo de Conversas abertas ao público através do canal do Mais Vida nos Morros no Youtube; o Laboratório para desenvolvimento das soluções com mentoria para os inscritos; e a Apresentação das Soluções, que também será transmitida pelo Youtube. A programação contará com a participação de palestrantes renomados como: o cientista, professor e empreendedor Sílvio Meira; o Secretário Executivo de Inovação Urbana do Recife Tullio Ponzi; o fundador e CEO da Colab Gustavo Maia, a Superintendente de Meio Ambiente da Administração de Fernando de Noronha Daniele Mallmann; o empreendedor social, criador da ONG Novo Jeito, do Porto Social, e das plataformas Transforma Recife e Transforma Brasil Fábio Silva; a diretora da CasaCor Isabela Coutinho, o fundador e CEO do FabLab Edgar Andrade; a arquiteta e especialista em Educação da UNICEF Brasil Verônica Bezerra; o empreendedor, consultor e fundador do Favelar Fábio Moraes; entre outros nomes que você pode conferir na programação ao final da matéria. “O objetivo do laboratório de inovação é estimular e experimentar novas soluções para os nossos desafios urbanos, a partir de um ambiente virtual, da colaboração e da conexão de ideias, inquietudes, especialistas, cidadãos e os nossos desafios do dia a dia. Esse mês é a primeira edição e será sobre o Julho sem Plástico. O que queremos é que em agosto, setembro, outubro e o ano todo seja sem plástico”, destacou, o secretário Executivo de Inovação Urbana, Tullio Ponzi. CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA: Ciclo de Conversas 21/07, às 19h YouTube e Facebook Tema: Inovação, Governo e Cidadão: como redesenhar cidades mais resilientes e preparadas para os novos desafios urbanos? Silvio Meira, é Professor Extraordinário da CESAR School e o Cientista-Chefe na The Digital Strategy Company. Tullio Ponzi, Secretário Executivo de Inovação Urbana do Recife Beatriz Castro, jornalista e mediadora 22/07, às 18h e às 20h YouTube e Facebook Tema: Como o poder público pode estimular o hábito de reciclar e promover uma mudança de comportamento coletivo? Angélica Nobre, fundadora do Angu das artes Gustavo Maia, fundador da Colab Luciana Nunes, jornalista e mediadora Tema: Como a sociedade civil pode contribuir para construção de uma cidade com julho, agosto, setembro… Sem plástico? Daniele Mallmann, Superintendente de Meio Ambiente da Administração de Fernando de Noronha Fábio Silva, Presidente da Transforma Brasil Raynaia Uchôa, jornalista e mediadora 23/07, às 18h e às 20h YouTube e Facebook Tema: Como o Place Branding contribui para a criação de uma identidade comunitária em espaços urbanos? Caio Esteves, especialista em Place Branding, fundador da Places for Us, autor do livro Place Branding Joana Lira, pernambucana e artista gráfica Rebecca Dantas, arquiteta e urbanista, mediadora. Tema: Como a pedagogia urbana e as crianças podem contribuir para a construção de cidades sustentáveis? Betita Valentin, co-fundadora e sócia do Fab Lab Recife e coordenadora de Educação Maker Prof. Francisco, Secretário Executivo de Educação da Prefeitura do Recife Verônica Bezerra, arquiteta e especialista em Educação UNICEF Brasil Alexandre Nápoles, advogado e mediador 24/07, às 18h e às 20h YouTube e Facebook Tema: Como transformar um problema ambiental (a gestão dos resíduos urbanos) em oportunidades de inclusão e geração de renda, em escala na era da economia compartilhada e circular? Bloco 01, às 18h Alessandra Roberta, representante da Cooperativa Palha de Arroz Karla Batista, fundadora da Azulerde Isabela Coutinho, diretora da CasaCor César Araújo, arquiteto e urbanista, mediador. Bloco 02, às 20h Ana Borba, fundadora da LIXIKI Edgar Andrade, fundador do FabLab Fábio Moraes, fundador do Favelar César Araújo, arquiteto e urbanista, mediador. Laboratório 25/07 – 9h30 às 17h 26/07 – 9h30 às 18h Apresentação das soluções As apresentações das soluções encontradas pelas equipes serão transmitidas pelo canal do Mais Vida nos Morros no Youtube, a partir das 19h.

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Fundaj lança abaixo-assinado pelo tombamento do Campus Casa Forte

Fundaj lança abaixo-assinado pelo tombamento do Campus Casa Forte Um abaixo-assinado virtual foi criado pela Fundação Joaquim Nabuco. para que a população apoie o tombamento do campus Casa Forte. A instituição já solicitou oficialmente ao Iphan, no dia 13, e à Secretária Estadual de Cultura de Pernambuco, no dia 10, o tombamento dos edifícios Solar Francisco Ribeiro Pinto Guimarães (imóvel já classificado como Imóvel Especial de Preservação IEP nº151), do Paulo Guerra, sua sede administrativa, e do Gil Maranhão, edifício sede do Museu do Homem do Nordeste, um dos mais importantes acervos de antropologia da América Latina. Para assinar, basta acessar o link https://bit.ly/2ZBSu4k, que está disponibilizado nas redes sociais da instituição. “O tombamento desses prédios representa a preservação da história. A presidência da Casa tem o dever de defender esse rico patrimônio histórico, artístico e cultural. Contamos com o apoio da população nessa causa”, ressalta o presidente da Fundaj, Antônio Campos. Com a inauguração do Complexo Cultural Gilberto Freyre, esclarece, será instalada no Solar a Pinacoteca, com espaço para exposições permanentes e de curta duração. Já nas edificações anexas ao casarão funcionam hoje a Galeria Mauro Mota e a Sala do Conselho Deliberativo (Condir), além de outros espaços utilizados como arquivo para o administrativo e para livros da Editora Massangana. Onde hoje funciona o Condir, será instalado o Memorial Gilberto Freyre. Era nesse espaço que o sociólogo fundador da Fundação Joaquim Nabuco despachava. Quando o Complexo for inaugurado, contará também com a Cinemateca Pernambucana, que está instalada provisoriamente no primeiro andar do Museu do Homem do Nordeste. Para garantir a acessibilidade, mas preservando as características do Solar Francisco Ribeiro, um elevador será montado na parte de trás do casarão. Nessa mesma área serão instalados os equipamentos de climatização que garantirão a preservação de todo o acervo. Erguido no século XIX, o casarão foi o marco zero para a criação do instituto de pesquisas que mais tarde se tornaria a Fundação Joaquim Nabuco. O anexo, onde será instalada a Cinemateca Pernambucana, também terá um elevador garantindo acessibilidade em ambos os prédios. O Edifício Gil Maranhão, prédio de 1960 projetado pelo arquiteto Carlos Falcão Corrêa Lima, tem área total aproximada de 1200 m², é um exemplar notável do modernismo brasileiro. Conta com pavimento térreo e superior e tem a estrutura em concreto armado. A fachada tem como destaque o painel cerâmico Canavial, do artista Francisco Brennand, com um espelho d`água. Também apresenta planos extensos de esquadrias em ferro e vidro e trechos revestidos com azulejos. O edifício está localizado mais ao fundo do terreno de modo a criar um amplo jardim voltado para a Avenida Dezessete de Agosto. Nele, estão instalados, no térreo, o Museu do Homem do Nordeste, o Cinema do Museu e a sala de exposições Waldemar Valente. No piso superior funciona, provisoriamente, a Cinemateca Pernambucana, que será levada para o anexo do Solar Franscisco Ribeiro, dentro do Complexo Cultural Gilberto Freyre. Com a transferência, esse piso superior voltará a expor o acervo do Museu do Homem do Nordeste, que conta com uma reserva técnica de 16 mil peças. Por sua vez, o Edifício Paulo Guerra, da década de 1980 e projetado pelo arquiteto Wandenkolk Tinoco, tem 2.400 m² de área. É composto pelo pavimento térreo e mais duas torres articuladas, cada uma com três pavimentos. Sua estrutura é em concreto armado. Está localizado imediatamente após o conjunto oitocentista do Solar Francisco Ribeiro. Tem características da arquitetura modernista brasileira. No edifício funcionam hoje a Editora Massangana, a Sala Calouste Gulbenkian, a presidência e todo setor administrativo da Fundação Joaquim Nabuco. PROCESSO PARALISADO A suspensão da licença ambiental pela Prefeitura do Recife ao Atacado dos Presentes dado nesta segunda-feira (20) impede o início das obras no terreno de 12,1 mil metros quadrados na esquina no Poço da Panela, Zona Norte da cidade. No despacho, a Prefeitura do Recife solicitou a apresentação de estudo de impacto no Patrimônio Histórico, Cultural e de Mobilidade não contemplados no Relatório Ambiental Preliminar (RAP). O terreno em questão fica a menos de 20 metros do campus da Fundaj em Casa Forte.

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