Urbanismo - Página: 70 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Urbanismo

Revista Algomais em duas finais do Prêmio Urbana 2019

A série de reportagens Transporte Pública e Cidadania, do jornalista Rafael Dantas, e a matéria Apaixonados por Ônibus, da universitária Laís Arcanjo, publicadas na Revista Algomais, são finalistas da 15ª edição do Prêmio Urbana 2019. A premiação, que  destaca pautas construídas em temas como mobilidade, transporte público e desenvolvimento urbano, é organizada pelo Urbana-PE (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco), em parceria com o Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco (SinjoPE). O trabalho "Transporte Público e Cidadania" concorre na categoria Série de Reportagens Impressas. As matérias foram publicadas entre os meses de abril e julho de 2018, discutindo questões relacionadas a melhoria da qualidade de vida urbana das cidades. Confira as reportagens nos links a seguir: http://revista.algomais.com/urbanismo/cidade-para-carros-ou-para-pessoas http://revista.algomais.com/urbanismo/o-transito-que-adoece-as-cidades http://revista.algomais.com/sem-categoria/avancos-e-desafios-apos-4-anos-do-brt-na-regiao-metropolitana-do-recife http://revista.algomais.com/exclusivas/inovacao-para-o-passageiro   A matéria "Apaixonados por Ônibus", finalista na categoria estudante, apresentou um grupo de buzólogos, fãs do transporte público, que colecionam fotos, brinquedos e souvenirs de ônibus. Confira a reportagem no link a seguir. http://revista.algomais.com/noticias/apaixonados-por-onibus Os vencedores serão anunciados em evento no próximo dia 22 de maio, no Armazém Blun’elle. A Algomais foi premiada nas duas últimas edições do Prêmio Urbana-PE de Jornalismo.  

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Vasco da Gama no Mais Vida nos Morros

A comunidade do Vasco da Gama, na Zona Norte, recebeu o nono capítulo do programa Mais Vida Nos Morros, coordenado pela Prefeitura do Recife, através da Secretaria Executiva de Inovação Urbana. O evento aconteceu na quadra do Vasco da Gama, localizada na Rua Catinguá, e contou com feirinha de culinária sustentável, brincadeiras para as crianças e apresentação das cantoras Nena Queiroga e Bia Villa Chan em homenagem aos dias das mães. Durante os três últimos meses, através de encontros, conversas e metodologias de participação colaborativa, os moradores se uniram para pensar como poderiam melhorar o lugar em que moram e colocar em prática suas ideias e sonhos. Na rua Agreste, por exemplo, a motivação dos moradores deu origem a um jardim e a uma farmácia viva com plantas medicinais e aromáticas, em um local que há muito tempo servia como ponto de lixo. “O programa vem mudando a vida dos moradores. No Vasco da Gama vizinhos que nunca haviam se falado hoje trocam ideias sobre o bairro”, conta o Secretário de Inovação Urbana Tullio Ponzi. Os moradores também receberam oficinas que os ajudaram a repensar em alternativas para o descarte do lixo. A compostagem reaproveita resíduos orgânicos. Já a culinária sustentável utiliza alimentos que normalmente jogamos fora, como a casca da banana. O artesanato, por sua vez, reutiliza resíduos sólidos, a exemplo de plástico, vidro, papel e metal. “Estamos criando incentivos para estimular uma mudança de comportamento do morador em relação a separação do seu lixo. É muito importante o poder público estar se desafiando e encontrando novas soluções para os problemas urbanos e ambientais”, acrescenta Tullio. Na Escola Municipal Chico Science uma horta foi construída pelas crianças e servirá como um verdadeiro laboratório para os estudantes multiplicarem os conhecimentos para toda a comunidade. As ruas, calçadas e as escadarias tiveram intervenções artísticas para incentivar a brincadeira através de jogos lúdicos desenhados e pintados nas paredes e no chão. Cada detalhe, cada estímulo, ajuda diretamente a desenvolver a criatividade, a autoconfiança e a capacidade de aprendizado da criança no espaço público, que hoje é pensando para elas. A arte urbana espalhada pelo morro foi baseada na escuta dos moradores para entender quais eram os elementos que mais representavam a comunidade e por meio da cor devolver o orgulho do morador pelo seu território. Um dos pontos fortes do programa é o engajamento e a mobilização dos próprios moradores, que atuam ativamente selecionando os tons e trabalhando com a mão de obra. No Vasco da Gama, a empresa Coral, parceira do Programa Mais Vida Nos Morros, esteve presente com 6.590 litros de tintas nas cores escolhidas por cerca de 350 famílias que pintaram suas casas. “Mais do que proteger e embelezar as casas, os espaços públicos e patrimônios históricos, inspirando moradores, voluntários e cidadãos em uma grande onda de cor, mudança e otimismo, nosso movimento é para que as pessoas – e especialmente os jovens e as crianças – se apropriem dos ambientes de sua comunidade, mudem e aproveitem a energia renovada desses espaços”, afirma Elaine Poço, diretora de Sustentabilidade da AkzoNobel para América Latina. No Vasco da Gama dois vazios urbanos se tornaram a extensão das casas das famílias servindo como áreas de encontro e convivência entre os moradores: o Espaço Jardim e o Espaço Rosa. Buscando também os potenciais que já existiam no local, a quadra foi totalmente reformada, recebeu novo gradil, recuperação estrutural e pintura. Em anexo, o parque infantil recebeu uma cerca nova, banquinhos para os pais irem com os filhos e recuperação dos brinquedos. O Mais Vida Nos Morros é uma política pública de cidadania e desenvolvimento sustentável para os morros do Recife, onde o próprio morador é o protagonista da transformação da sua comunidade. O programa teve seu início em 2016 e já beneficiou diretamente mais de 13 mil recifenses em passou por 12 áreas, são elas: Alto do Maracanã, Córrego do Jenipapo, Mangabeira, Alto José do Pinho, Ibura, Alto Santa Isabel, Morro da Conceição, Sítio São Brás, Beberibe e Vasco da Gama. As comunidades do Campo da União e do Burity atualmente estão em andamento com os moradores. O Mais Vida nos Morros foi reconhecido recentemente como referência nacional para inovação em políticas públicas pelo Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos - ONU-Habitat. Além da participação direta dos moradores, da Tintas Coral, o programa conta com o apoio das empresas Asa, Rota (Mídia Exterior), Italiana, Cimento Forte, ConcrEpoxi, Bem-te-vi, Deskontão, Armazém Achaqui e Grupo KarneKeijo.

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Ainda sem regras, patinetes invadem as cidades

Quem anda pelo centro de grandes cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, certamente, já esbarrou em patinetes elétricos, verdes ou amarelos, aparentemente largados pelas esquinas ou calçadas. A alternativa de transporte já chegou também ao Recife. Surgiu de forma discreta, levantando a curiosidade do brasileiro e, aos poucos, começou a cair no gosto popular, transformando-se em “febre”. Desde a chegada do serviço de aluguel desses equipamentos, é comum ver pessoas circulando rapidamente entre os pedestres ou mesmo entre os carros em pequenos patinetes elétricos. Na avaliação de especialistas ouvidos pela Agência Brasil, a nova opção traz vantagens para a mobilidade de grandes cidades. Entretanto, é necessário que o Poder Público regulamente o uso do equipamento para que haja regras que garantam a segurança de usuários, motoristas e pedestres. Professor do Programa de Engenharia de Transporte do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ronaldo Balassiano defende o aumento no número de opções de transporte, sobretudo nos locais onde os carros são os grandes poluidores. “Do ponto de vista de se locomover em distâncias pequenas, entre 5 km ou 6 km, nas redondezas de casa ou do trabalho, o patinete traz uma contribuição boa para a mobilidade urbana. O grande problema é que as nossas autoridades, responsáveis por regular esses modos, continuam na idade da pedra. O patinete já vem sendo usado nos Estados Unidos e na Europa há alguns anos. Por que nós não nos preparamos para um mínimo de regulamentação?”, questionou. Os equipamentos, alimentados por uma bateria, podem chegar a uma velocidade máxima de 20 km por hora, tornando difícil frear ou mesmo desviar de um obstáculo a tempo de evitar uma queda ou colisão. Especialista em mobilidade, Balassiano destacou que a regulamentação do Poder Público trará mais segurança. Segundo ele, não se trata de “engessar” o modo de transporte, mas evitar acidentes, uma vez que os patinetes alcançam velocidades muito altas para serem usados nas calçadas. “Se atropelar um idoso, uma criança ou uma gestante, a chance de acontecer um acidente grave é muito alta. Por outro lado, nas ruas, a gente sabe que os carros e os ônibus não respeitam nem as bicicletas, o que dirá os patinetes”, advertiu Balassiano. Na avaliação dele, o ideal é que os patinetes trafeguem em ciclovias ou ciclofaixas, juntamente com as bicicletas. Na França, para alugar um patinete, é preciso ter uma carteira de motorista, colocando um veículo que vai ter uma certa velocidade nas mãos de quem já tem alguma ideia de como dirigir”, completou o especialista, sugerindo o desenvolvimento de uma grande campanha conjunta, entre o Poder Público e as empresas, de conscientização dos usuários. Mobilidade e segurança Com quase 50 anos de profissão, o taxista Augusto César dos Santos diz que falta respeito por parte das pessoas que andam de patinete no centro do Rio de Janeiro. Eles se misturam ao pesado trânsito urbano das vias centrais, ziguezagueando entre carros e ônibus. Consciente dos riscos e dos benefícios do patinete, a atuária Samara Alce que trabalha no Centro do Rio diz que usa o modal para se deslocar com mais rapidez pelas ruas, mas tem cuidado com a velocidade e não trafega entre os carros. "Eu tenho muito cuidado para usar o patinete. Quem sabe usar bem, sabe qual o objetivo do patinete, não vai se meter em acidente. Só se envolve em acidente quem quer se arriscar”, disse Samara, que já utilizou quatro vezes o meio de transporte, mas sente falta de que seja oferecido capacete aos usuários. Para o estudante de direito Igor Santos, o patinete é seguro, desde que se preste atenção ao terreno e se tenha o mínimo de habilidade. Ele costuma usar o equipamento para integrar o transporte de barcas, na Praça 15, com as estações de metrô na Avenida Rio Branco. “É tranquilo. Eu pego daqui para a barca ou de lá para o metrô. É mais rápido”, disse enquanto desbloqueava o equipamento - procedimento padrão feito com o telefone celular, após um cadastramento prévio de dados, incluindo um número de cartão de crédito, para debitar o valor do uso. Agência Brasil  

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Estudo revela os desdobramentos da pobreza na vida de crianças e jovens brasileiros

A Fundação Abrinq acaba de lançar uma nova edição do Cenário da Infância e da Adolescência no Brasil. A publicação reúne mais de 20 indicadores sociais relacionados às crianças e adolescentes, como mortalidade, nutrição, gravidez na adolescência, cobertura de creche, escolaridade, trabalho infantil, saneamento básico, acesso a equipamentos de cultura e lazer, violência, entre outros. Desta vez, os indicadores foram relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas, compromisso global do qual o Brasil é signatário para a promoção de desenvolvimento justo, inclusivo e sustentável até 2030. “Além de ser uma publicação prática para consulta, o Cenário da Infância e da Adolescência é capaz de mostrar um retrato do Brasil quanto à garantia de direitos para essa faixa etária, permitindo o monitoramento dos desafios que precisamos vencer para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, diz o presidente da Fundação Abrinq, Carlos Tilkian. “Acreditamos que as crianças e adolescentes devem ser foco prioritário de ação para os países comprometidos com o desenvolvimento sustentável, com a redução da pobreza e das desigualdades e com a promoção de sociedades mais justas e pacíficas”, acrescenta Heloisa Oliveira, administradora executiva da organização. Editado no formato de um caderno de bolso, o documento é uma fotografia da população de 0 a 19 anos, que já representa 33% do total de habitantes no Brasil, de acordo com o IBGE (2016). No recorte que abrange a faixa etária de 0 a 14 anos, por exemplo, o estudo revela que ainda há 17,3 milhões de crianças e adolescentes – equivalente a 40,2% desse universo – vivendo em situação domiciliar de pobreza. Entre as regiões que apresentam a maior concentração de pessoas que vivem com renda domiciliar per capita mensal igual ou inferior a meio salário mínimo, o Nordeste e o Norte do país continuam apresentando os piores cenários, com 60% e 54% das crianças, respectivamente, vivendo nessa condição. Já os dados sobre a extrema pobreza – número de famílias que possuem renda per capita inferior a ¼ de salário mínimo – destacam que 5,8 milhões (ou 13,5%) de crianças e jovens de 0 a 14 anos vivem nessas condições. A estatística é melhor compreendida quando reveladas as condições de vida das famílias brasileiras: 55 milhões de pessoas, algo como 30% da população, vivem em situação de pobreza no Brasil, sendo que 18 milhões deste total se encontram em situação de extrema pobreza. As precárias condições de vida dessa parcela da população geram um círculo vicioso do qual dificilmente a criança ou o adolescente pobre conseguem escapar, vendo suas vidas condenadas ao mesmo padrão econômico do que o de seus pais. Meninas engravidam precocemente. Em 2016, 17,5% dos bebês nascidos no Brasil foram de mães adolescentes. O Nordeste e Sudeste lideram os índices de gravidez antes dos 19 anos de idade, com 167.573 e 161.156 partos, respectivamente. Jovens ou não, essas futuras mamães precisam lidar com a falta de acesso às consultas no pré-natal. De acordo com o Ministério da Saúde, quase um terço (32,2%) das mães brasileiras foram menos de 7 vezes ao médico para acompanhar a saúde do bebê durante a gestação. No Nordeste, esse percentual chega a 40% de mães com acompanhamento inadequado de pré-natal. Após o parto, o baixo índice de aleitamento materno e a falta de acesso à alimentação de qualidade acabam impactando a nutrição da criança em seus primeiros anos de vida. Em 2017, 12,5% da população entre 0 a 5 anos no Brasil tinha a altura baixa ou muito baixa para a sua idade, sendo o maior percentual de ocorrências no Nordeste, com 18% de suas crianças em situação de desnutrição. A infraestrutura inadequada também causa situações em que a criança cresce desprotegida em sua comunidade. Dados do Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos (2016), apontam que as principais formas de violência contra as crianças são a negligência, violência psicológica, violência física e violência sexual, sendo comum a vítima sofrer vários tipos dessas agressões simultaneamente. Na adolescência, é a vez de esse jovem brasileiro ser vítima da violência. O Cenário da Infância e da Adolescência mostra que 18,4% dos homicídios cometidos no Brasil em 2016 vitimaram menores de 19 anos de idade – quase sempre (80,7%) assassinados pelo uso de armas de fogo. O Nordeste concentra a maior proporção de homicídios de crianças e jovens por armas de fogo (85%) e chega a superar a proporção nacional, chegando a 19,8% de jovens vítimas de homicídios sobre o total de ocorrências na região. Os indicadores selecionados para o Cenário da Infância e da Adolescência podem ser encontrados também no portal criado pela Fundação Abrinq “Observatório da Criança e do Adolescente” (observatoriocrianca.org.br), onde os dados são apresentados por estados e municípios, podendo ser feita comparação entre eles. Como na edição anterior, a publicação deste ano também apresenta a Pauta Prioritária da Infância e Adolescência no Congresso Nacional, com as principais proposições legislativas em trâmite no Senado Federal e Câmara dos Deputados e os respectivos posicionamentos da Fundação Abrinq, sempre baseados na efetivação e proteção de direitos da criança e do adolescente no Brasil.

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Cais do Sertão recebe Colóquio Nacional de Arquitetura e Urbanismo

Em meio às transformações que impactam diretamente no âmbito profissional, o CAU/PE promove o Colóquio Nacional de Arquitetura e Urbanismo – o Futuro sem fronteiras | Arquitetura 21, evento que reforça o debate sobre os efeitos da globalização no campo da arquitetura e urbanismo. O evento, que acontece nos hoje (02) e amanhã (03) de maio, no auditório do Museu Cais do Sertão, no Recife, é direcionado a profissionais e estudante. Com uma programação diversificada enfocando vários aspectos da arquitetura e urbanismo, o Colóquio se une a dois outros acontecimentos de abrangência nacional: reunião preparatória à realização do 27º Congresso Mundial de Arquitetos (UIA2020RIO) – considerado o maior e mais importante evento mundial no campo da arquitetura e urbanismo; e ainda, a reunião do Colegiado das Entidades Nacionais de Arquitetos e Urbanistas (CEAU/BR), instância consultiva do CAU/BR. Fincado nessa pluralidade, o Colóquio reflete sobre os possíveis caminhos a serem trilhados para valorização da profissão, no âmbito do ensino, formação e do exercício profissional do arquiteto e urbanista. Outra vertente abordada é o fortalecimento da rede de entidades do campo da arquitetura e urbanismo e, sobretudo, no restabelecimento da importância social dos arquitetos e urbanistas brasileiros frente à sociedade brasileira e ao mundo. “É preciso criar o futuro da profissão hoje. Nesse contexto de contínuas transformações é fundamental planejar o futuro da profissão, ter objetivos comuns e saber exatamente onde queremos estar no futuro, e só poderemos ter êxito estando todos juntos. É isso que trataremos nesse evento”, ressalta o presidente do CAU/PE, Rafael Amaral Tenório. Ele lembra que a entidade estabeleceu, como prioridade, o debate e aperfeiçoamento profissional voltado à temática das novas perspectivas.  

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Registro de 30 anos de mudança no espaço urbano do Recife

Fotografar Recife tornou-se uma atividade documental da maior importância diante de tantas interferências na paisagem urbana. Com essa transformação, a história se desmonta na demolição de uma casa, na destruição de um detalhe arquitetônico ou de um pedaço de mangue. O fotógrafo Fred Jordão percebeu a urgência de catalogar essa mudança, fruto de um processo próprio de modernização. Foram 30 anos de fotografia e pesquisa que resultaram no título Recife, a ser lançado pela Cepe Editora no dia 7 de maio, às, 18h, no Bar Central, Santo Amaro. Quem comprar o livro no dia do lançamento receberá também um pôster com uma das fotos que integra a obra. A lente de Fred Jordão capturou o Recife de verdade, não a cidade maquiada, dos filtros de iPhones, de dias perfeitos e casario iluminado. Retratou os contrastes entre a pobreza extrema e a opulência, entre a riqueza arquitetônica do passado em decadência e o surgimento de uma nova cidade, refletida nos paredões de arranha-céus espelhados, que embotam a paisagem e sombreiam a praia de Boa Viagem. Nas 175 fotos o leitor terá a oportunidade de reconhecer a beleza da cidade e também as cores desbotadas do casario, as paredes descascadas, a cidade fora de foco, que ao longo do tempo deixou de ser a Veneza Brasileira para incorporar a hellcife ou recífilis, denominação dada pela crítica social que se faz a essa mudança. “O livro é um inventário sentimental, o registro do surgimento de uma nova cidade, que se sobrepôs ao Recife de Lula Cardoso Aires e de Alcir Lacerda”, diz o autor. Apenas dois textos ilustram a mensagem dessa edição fotográfica: um deles com a assinatura do arquiteto e urbanista Luiz Amorim e o outro do professor e pesquisador José Afonso Jr. - ambos professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ao final da apresentação sobre Recife, Amorim questiona: “Como reconhecer-se em uma cidade que se faz esquecer?”. Já Afonso Jr. arremata em sua fala: “A ideia de um livro-cidade não é sobre algo, é para algo. É como um despacho visual que, tal qual no candomblé, não somente mostra, intervém”. Fred passou 12 anos fora, morou em Porto Alegre e depois em Brasília. Voltou aos 21 anos quando as mudanças começavam a apagar referências da cidade de sua infância. Entre outras coisas dedicou-se à fotografia de rua e a pesquisas no Centro de Documentação da Fundação Joaquim Nabuco. Conseguiu construir essa narrativa a partir das imagens capturadas do celular, de equipamentos sofisticados e também de câmeras mais simples. O importante era não perder o momento, como o da imagem do Conde da Boa Vista ao pé da ponte com o rosto vandalizado e coberto por abelhas. “As cidades estão ficando todas muito parecidas e todas muito sem graça. A Rua da Aurora é mais bonita que a Avenida Boa Viagem. Dificilmente alguém vai construir um casarão como aquele, mas esses prédios de espelho estão em qualquer lugar, em Nova Iorque, em Bangkok ou em qualquer cidade do Terceiro Mundo. A modernização padronizou tudo”, analisa Fred Jordão. O que mais incomoda o autor é que nesse novo perfil Recife deixou de ser uma cidade de convívio para encastelar-se e continuar a sofrer essa transformação, numa narrativa que parece não ter ponto final. “O projeto não se limita a fazer uma denúncia, nem se trata de rescaldo de jornal, mas uma reflexão sobre toda essa modernidade”, salienta. SOBRE O AUTOR Fred Valadares Jordão, natural de Bonito, é formado em Comunicação Social pela Universidade Católica de Pernambuco, turma de 1988. Foi repórter fotográfico no Jornal do Commercio e Diario de Pernambuco, redações onde trabalhou entre os anos de 1989 a 1994. O autor também foi sócio-fundador da agência Imago Fotografia e curador do Observatório Cultural Malakoff. O fotógrafo expôs em sete individuais, participou de 13 coletivas e sete livros, em parceria com outros fotógrafos: Projeto Lambe Lambe, Rio São Francisco – O homem e a natureza, 50 anos da Chesf; 5 décadas de arte em Pernambuco, Pernambuco popular – Um toque de mestre, Eu vi o mundo; É do coco, é do coqueiro, Sertão verde paisagens. Serviço: Lançamento do livro Recife Quando: 7 de maio, terça-feira Onde: Bar Central Endereço: Rua Mamede Simões, 144, Santo Amaro. Horário: 18h Preço do livro: R$ 90,00 (impresso)e R$ 27,00 (e-book) (Do Blog do Governo de Pernambuco)

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Recife é considerado case de inovação pela ONU-Habitat

O secretário Inovação Urbana Tullio Ponzi apresentou hoje o programa Mais Vida nos Morros, da Prefeitura do Recife, na abertura do ODS Week, à convite da ONU-Habitat, na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro. O Mais Vida nos Morros foi escolhido como case de referência nacional pela experiência de inovação em políticas públicas para inspirar outros municípios brasileiros na busca de soluções criativas para os desafios das cidades em comum acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A palestra abordou a necessidade do poder público de se reinventar e destacou protagonismo dos moradores dos morros recifenses nos projetos e ações alinhados a cidadania e a sustentabilidade. O ODS Week, promovido em parceria pela ONU-Habitat, a Prefeitura de Niterói (RJ) e a Colab, segue até o dia 9 de maio reunindo pessoas, organizações do setor público e da sociedade civil, redes e conexões de diferentes lugares para compartilhar experiências e conteúdos sobre metodologias participativas.

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BRK e BID Invest assinam financiamento de R$ 442 milhões para saneamento na RMR

A BRK Ambiental e o BID Invest, membro do Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), assinaram neste mês o contrato de financiamento para a expansão da infraestrutura de serviços de saneamento em 15 municípios da Região Metropolitana do Recife. O acordo no valor de R$ 350 milhões, anunciado em dezembro do ano passado, teve um acréscimo de R$ 92 milhões no final na negociação, totalizando R$ 442 milhões destinados para ampliação do sistema de esgoto da Região Metropolitana do Recife. Este é o primeiro financiamento do BID Invest para um projeto do setor de saneamento no Brasil, nesta que é a maior PPP (Parceria Público Privada) sendo operada no país, entre a BRK Ambiental e a Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento). Sérgio Barros, CFO da BRK Ambiental, reforça a importância desta operação para o cumprimento do plano de investimentos de R$7 bilhões da BRK nos próximos cinco anos. “Este é nosso primeiro projeto financiado pelo BID Invest. Esperamos estender esta parceria para outras regiões que atendemos no Brasil, ampliando o acesso da população ao saneamento básico e, consequentemente transformando a vida das pessoas. O trabalho desenvolvido pelo BID Invest no que diz respeito ao impacto social, sustentabilidade, inovação e equidade de gênero tem total sinergia com o propósito da BRK Ambiental”, complementou. Yvon Mellinger, Head para Água e Saneamento no BID Invest, confirmou que a parceria formalizada nesta semana é o começo de um relacionamento que sem dúvida vai permitir o financiamento de novos projetos da BRK Ambiental no futuro proximo. O financiamento contribuirá para aumentar a cobertura de esgoto da região de 40% para 90% nos próximos anos, garantindo ainda 100% de tratamento para todo efluente coletado na área atendida, beneficiando diretamente 4 milhões de pessoas. Entre as benfeitorias que serão realizadas estão a implantação das estações de tratamento e bombeamento de esgoto, incremento das ligações prediais de esgoto, além de cerca de 440 quilômetros de novas redes coletoras e aperfeiçoamento nas estações de tratamento já existentes.

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Cidade pensada por elas

A revisão do Plano Diretor do Recife levou em consideração a voz das mulheres. Elas, que já são maioria da população da capital pernambucana (54%), também foram maioria entre os representantes do poder público e da sociedade civil nas discussões que resultaram no projeto que está em tramitação na Câmara dos Vereadores. Mas, por que propor um olhar de gênero para a agenda urbana? O fato é que as cidades foram construídas historicamente pelos homens e para os homens, como demonstram estudos acadêmicos. Uma realidade que contribuiu para o cenário atual de vulnerabilidade feminina em que 88% das mulheres no Brasil já sofreram assédios nos espaços públicos, segundo pesquisa do Instituto YouGov. A secretária da Mulher do Recife, Cida Pedrosa, foi uma das mobilizadoras da participação feminina nas proposições do Plano Diretor. Ela explica que a presença delas nesse debate é necessária, porque a transformação urbana não pode ser pensada apenas pela ótica masculina. “O homem se desloca na cidade diferente das mulheres. Ele se locomove principalmente de forma pendular, do trabalho para casa e vice-versa. As mulheres andam mais devido às suas múltiplas tarefas. Trabalham, pegam os filhos na escola, levam a mãe ou sogra ao médico, fazem compras. São elas que empurram as cadeiras de rodas e os carrinhos de bebê pelas calçadas. Logo, estão muito mais sujeitas às violências nos espaços públicos”. Lalesca dos Santos, universitária e funcionária da Universidade de Pernambuco, é uma das participantes da representação civil nas discussões do novo Plano Diretor do Recife. Diante da insegurança da cidade, nos seus deslocamentos, diários ela segue de transporte público até uma região de grande movimento e completa sua viagem chamando um motorista via aplicativo até a porta de sua casa. A razão disso? Medo. “Não nos sentimos seguras na cidade. Isso não é apenas no Recife. O problema é cultural e estruturante do nosso País. O maior temor é de ser violentada. É além do assalto, da retirada de um bem. É uma questão de dignidade feminina”, explica. O estudo do YouGov apontou que 44% das brasileiras já tiveram seus corpos tocados em público. Uma das defesas das mulheres é por espaços públicos com mais pessoas e ruas mais iluminadas, por exemplo. “A cidade não é segura para ninguém, mas o Recife é um lugar muito escuro. Nós denunciamos muito isso. Somos assediadas nos transportes públicos e nas ruas, principalmente à noite. As periferias seguem lutando por melhorias nas políticas públicas”, afirma Ediclea Santos, coordenadora geral do Espaço Mulher, que funciona no bairro de Passarinho, na zona norte do Recife. . . Cida Pedrosa afirma que há premissas básicas para uma cidade ser segura. “É preciso obedecer a alguns critérios arquitetônicos que são comprovados mundialmente. Por exemplo, a cidade precisa ter uma iluminação para a altura do pedestre, para as calçadas. No Recife, a iluminação nas ruas é para os carros”, afirma. Foi sugerido, ainda, que o poder público mapeie as áreas subutilizadas para que sejam ocupadas por praças e postos de saúde, por exemplo, pois os terrenos baldios aumentam o risco da mulher ser vítima de violência. “Toda área com mais gente é menos violenta. É importante incentivar espaços de usos mistos. Quanto mais múltiplo e mais usado, mais seguro será. Ter prédios residenciais com a face baixa ocupada por comércios, academia, com uma fachada viva, ao invés de um muro de três metros, dá uma maior sensação de segurança”, diz Pedrosa. . . Além disso, está na pauta das mulheres a ampliação dos investimentos na infraestrutura viária e de transporte público, como nas paradas e na melhoria dos serviços de ônibus e metrô, de forma a reduzir a superlotação, que é um ambiente mais propício para o assédio. Mas as sugestões foram para além da mobilidade. Segundo Lalesca, foi sugerido que no caso de divórcio dos casais, a titularidade dos terrenos seja das mulheres. “É uma proposta de regularização fundiária, pois hoje, quando acontece a separação, as mulheres ficam com a guarda da crianças e os homens com a posse dos bens. Isso foi discutido e colocado no Plano Diretor”, informa. As participantes das discussões prophttp://portal.idireto.com/wp-content/uploads/2016/11/img_85201463.jpgam também aumentar a oferta de creches e escolas em áreas indicadas pela população feminina. A inclusão de propostas com essa perspectiva de gênero para o Plano Diretor do Recife foi considerada por Cida Pedrosa um passo importante na luta das mulheres pelo seu espaço nas cidades. A aprovação da lei e o acompanhamento das transformações nas áreas urbanas são os passos seguintes nessa caminhada que não é só delas. Para saber mais sobre a tramitação do plano diretor e acerca das propostas das mulheres, acesse: www.planodiretordorecife.com.br *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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A vez da Ilha de Antônio Vaz (por Francisco Cunha)

Era assim (Antônio Vaz) que se chamava a ilha que ficava a oeste da Vila do Arrecife dos Navios, depois do rio que desaguava no porto. Em 1630, data da invasão holandesa, a única construção de vulto da ilha era o Convento de Santo Antônio erguido em 1606. Quando Maurício de Nassau chegou em 1637 para comandar os invasores, logo encomendou um plano urbanístico para transformar a ilha na Cidade Maurícia (Mauritsstad) e nela fez construir palácios, fortes, praças, canais e moradias, unido-a por uma longa ponte (a atual Maurício de Nassau) à Vila do Arrecife (hoje Bairro do Recife). Depois da expulsão do holandeses, na ilha desenvolveram-se os bairros de Santo Antônio e São José e, posteriormente, com o aterramento dos braços de maré e canais que a separavam de outras ilhas menores, os bairros do Cabanga e de Joana Bezerra. Hoje, constitui uma unidade geográfica bem maior do que a original porque “termina” ao sul no chamado Braço Morto do Capibaribe (o antigo Rio dos Afogados), limitada ao norte pela bacia da Rua da Aurora (no encontro do Capibaribe com o Beberibe), a oeste pelo “braço vivo” do Capibaribe que corre ao longo da Rua da Aurora e, a leste, pelo Rio Capibaribe já encontrado com o Beberibe (antes de, naturalmente, juntos “formarem o Oceano Atlântico”). Esta unidade geográfica foi oportunamente renomeada de Ilha de Antônio Vaz pela Prefeitura do Recife quando elaborou o plano urbanístico para as áreas do Cabanga, Cais José Estelita e Cais de Santa Rita em 2015. Pois bem, é esta grande e histórica área da cidade que, hoje, está carecendo de uma atenção especial depois que foi vítima de um processo continuado de esvaziamento e degradação ao longo de décadas. É preciso que sejam articulados todos os esforços dos diversos agentes públicos, privados e do terceiro setor envolvidos direta e indiretamente com esta região. Foi por conta disso que diversas instituições, mobilizadas pela CDL Recife, empreenderam, a partir de 2016, o esforço de esboçar o Projeto Viver Recife Centro – Antônio Vaz, a Ilha de Todos os Tempos. Agora, depois de concluída a proposta de revisão do Plano Diretor, é chegada a hora de retomar o esforço de articulação porque, afinal de contas, nenhuma cidade pode se considerar ou pretender ser desenvolvida sem que o seu centro, no caso de quase 400 anos, seja desenvolvido e dinâmico também.

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