Urbanismo - Página: 79 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Urbanismo

Mais de 40 mil veículos deixaram de circular por Suape durante os nove dias de paralisação dos caminhoneiros

Durante os nove dias de paralisação nacional dos caminhoneiros, a Concessionária Rota do Atlântico registrou uma redução de 65% no tráfego de veículos pesados e menos 40% no tráfego total de veículos, incluindo carros e motos, no Complexo Viário de Suape, desde o dia 21 de maio até esta terça-feira (29), no comparativo com a média histórica do período. O percentual representa em torno de 41 mil veículos que deixaram de circular pela rodovia em função do movimento grevista. No último dia do bloqueio à av. Portuária, no trecho fora da área de concessão, trafegou pela via expressa 84% a menos de veículos pesados e 56% de redução do total de veículos. Durante todo o período das manifestações, a Concessionária Rota do Atlântico manteve em funcionamento seu Serviço de Auxílio ao Usuário (SAU) com assistência 24h, com suporte de viaturas de inspeção de tráfego, guincho leve e pesado e ambulância com resgatistas. Em caso de emergência médica ou mecânica, o apoio pode ser acionado pelo 0800.031.0009. “Com o desbloqueio da av. Portuária e o progressivo reabastecimento dos postos de combustíveis, a tendência é que o tráfego volte a se normalizar, inclusive com o fluxo para o Litoral Sul neste feriado de Corpus Christis”, prevê o presidente da Rota do Atlântico, Elias Lages. ISENÇÃO POR EIXO SUSPENSO - Atendendo determinação do Governo de Pernambuco, a Concessionária Rota do Atlântico deixou de cobrar desde segunda-feira (28) o pedágio relativo aos eixos suspensos dos caminhões vazios que passam pelas cinco praças de pedágio que compõem o Complexo Viário de Suape. A iniciativa atende à Medida Provisória nº 833/2018 editada pelo Governo Federal que determina que "os veículos de transporte de cargas que circularem vazios nas vias terrestres federais, estaduais, distritais e municipais ficarão isentos da cobrança de pedágio sobre os eixos que mantiverem suspensos". A MP destaca ainda que os veículos estarão sujeitos a fiscalização e penalidade, para aqueles que circularem com os eixos indevidamente suspensos, conforme previsto no artigo 209 do Código de Trânsito Brasileiro.

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Projeto Memória Acadêmica promove visitação guiada ao prédio Faculdade de Direito do Recife

No sábado (02/06) será realizada, às 14h, uma visita guiada ao prédio da Faculdade de Direito do Recife (FDR) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Na ocasião, o público vai conhecer as memórias e um pouco da história da FDR ao longo dos seus 190 anos. O evento marca a abertura da 2ª Semana Nacional de Arquivos. Com programação totalmente gratuita (basta fazer inscrição no site do projeto: www.ufpe.br/memoriafdr), a Semana objetiva compartilhar o acervo dos arquivos e documentos públicos com a sociedade. Também serão realizados debates e uma exposição de documentos antigos, além de uma visita ao Arquivo e a Hemeroteca da Faculdade de Direito do Recife. As atividades são promovidas pelo Projeto Memória Acadêmica, iniciativa de extensão da FDR coordenada pelo Prof. Dr. Humberto Carneiro. VISITA GUIADA – Na visita realizada do sábado (02/06) às 14h, o público vai conhecer um pouco da história da faculdade, seu desenvolvimento ao longo dos anos, ideias, personagens ilustres, fatos memoráveis, curiosidades, além dos aspectos arquitetônicos do imponente prédio localizado no Centro do Recife e que abriga o curso de Direito desde 1912, antes mesmo da fundação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). EXPOSIÇÃO – A partir da segunda (04/06), ocorre no salão de entrada da FDR a exposição “A história da Faculdade de Direito do Recife em documentos”. O público terá acesso a uma diversidade de documentos históricos produzidos no cotidiano acadêmico e administrativo da FDR em diversos períodos, tais como: registros de matrícula, programas de ensino, guias de transferência, memórias históricas, correspondências, fotos, negativos de vidro, atas da Congregação, relatórios, diplomas, entre outros. RODA DE CONVERSA – Na terça (05/06), às 09h, será realizada no Espaço Memória da FDR um debate sobre “Arquivos, Patrimônio e Memória”. Participam como palestrantes da roda de conversa: Angélica Borges, técnica em restauração da Faculdade de Direito do Recife; Fabiana Dantas, procuradora federal do IPHAN/PE e Mônica Pádua, historiadora e chefe do Memorial da Justiça de Pernambuco. As discussões serão mediadas pelo Professor Humberto Carneiro, coordenador do Projeto Memória FDR. ARQUIVO E HEMEROTECA – A programação da II Semana Nacional de Arquivos será encerrada na sexta (08/06) com uma visita ao Arquivo e à Hemeroteca da Faculdade de Direito do Recife. Na ocasião, o público poderá conferir todo o acervo dos dois setores. A 2ª Semana Nacional de Arquivos reúne uma rede de eventos nacionais em diversas instituições arquivísticas do País no intuito de compartilhar o acervo destas instituições com a sociedade. O evento coordenado pelo Arquivo Nacional com a Fundação Casa de Rui Barbosa e contempla diversas ações pelo Brasil, no período de 4 a 9 de junho. PROGRAMAÇÃO COMPLETA Visita guiada à Faculdade de Direito do Recife Data: Sábado (02/06) Horário: 14h às 17h Local: Faculdade de Direito do Recife. Praça Adolfo Cirne, s/n – Boa Vista Recife Exposição: “A história da Faculdade de Direito do Recife em documentos”. Data: Segunda (04/06) à sexta (08/06) Horário: 08h às 21h Local: Faculdade de Direito do Recife. Praça Adolfo Cirne, s/n – Boa Vista Recife Roda de Conversa: “Arquivos, Patrimônio e Memória” Data: Terça (05/06) Horário: 09h Local: Faculdade de Direito do Recife. Praça Adolfo Cirne, s/n – Boa Vista Recife Visita ao Arquivo e à Hemeroteca da Faculdade de Direito do Recife Data: Sexta (08/06) Horário: 08h Local: Rua do Hospício, 619 - Boa Vista, Recife – PE. (Anexo II da Faculdade de Direito do Recife) INSCRIÇÕES Para participar das atividades da 2ª Semana Nacional de Arquivos na FDR, basta acessar o site do projeto: www.ufpe.br/memoriafdr e preencher o formulário de inscrição. Todas as atividades são gratuitas e a Roda de Conversa emitirá certificado de participação.

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Bairro do Recife com mais acessibilidade para deficientes visuais

O Bairro do Recife e a Torre Malakoff, construção histórica da região, recebem nesta quinta-feira (24/05) melhorias de acessibilidade para pessoas portadoras de necessidades específicas. O edifício ganha sinalização acessível enquanto o bairro será contemplado com um mapa tátil urbano, o primeiro na localidade. A solenidade de inauguração acontece às 10h, na própria Malakoff, e traz ao público explicações sobre o projeto com audiodescrição e interpretação em libras. A primeira parte do projeto consiste em um painel tátil com maquete e um mapa arquitetônico dos pisos térreo e 1º andar da Malakoff, com sinalizações de entradas e saídas, salas, escadas, elevadores, banheiros, piso tátil e outras orientações. O equipamento é acompanhado de textos informativos sobre a Torre, com versão disponível em Braille. Além disso, o trabalho inclui um mapa tátil urbano do Bairro do Recife, um quadro com toda a planta de ocupação urbanística e informações de ruas, praças, monumentos, atrações turísticas e serviços. Os dados são acessíveis para cegos e pessoas com baixa acuidade visual, seguindo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O mapa será instalado no Centro de Artesanato de Pernambuco, ao lado do Marco Zero. Com iniciativa da ID Inclusão e Design, escritório de design inclusivo pioneiro no Recife, e pela Janela Gestão de Projetos, o projeto chega para melhorar a circulação de pessoas na Torre Malakoff – que, além de ponto turístico, é um ícone da arquitetura da cidade – e no Bairro do Recife – importante polo turístico, econômico e tecnológico da capital pernambucana. A intenção é democratizar o acesso de todas as pessoas a informações e espaços urbanos, inserindo o Recife no rol das cidades mundiais acessíveis, utilizando padrões de design universal. “A ideia, a longo prazo, é municiar a cidade toda com mapas táteis, a fim de que pessoas portadoras de necessidades específicas possam ter o direito garantido de se locomover com autonomia”, explica Manuel Aguiar, consultor do projeto. Esta é a segunda realização do grupo, que instalou o primeiro mapa tátil urbano do Recife em 2016, na Casa da Cultura, dispondo de informações sobre os bairros de São José e Santo Antônio. Futuramente, o intuito é também instalar maquetes táteis de outros prédios históricos, como o Teatro de Santa Isabel e os Palácios do Governo e da Justiça, disseminando conhecimento sobre suas estruturas. “A Malakoff foi escolhida para receber o projeto por ser um patrimônio importante, cuja arquitetura peculiar e escala jamais poderiam ser percebidas por pessoas cegas sem esses equipamentos”, conta Giovana Caldas, uma das designers responsáveis. Com vasta expertise em desenvolvimento de produtos e serviços acessíveis, a ID Inclusão e Design já tem andamento também um novo projeto, no qual contempla fachadas táteis de seis importantes igrejas de Olinda. A sinalização acessível da Torre Malakoff e do seu entorno foi viabilizada através de incentivo do Funcultura, com apoio da Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo de Pernambuco. SERVIÇO: Lançamento do projeto de Sinalização Acessível, maquete tátil da Torre Malakoff e mapa tátil do seu entorno Quando: quinta-feira, 24 de maio de 2018 Onde: Torre Malakoff (Praça do Arsenal, S/N, Bairro do Recife) Horário: 10h Aberto ao público

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Semana Bloom chega à sua 2ª edição ao Recife a partir da próxima quarta-feira (23)

A cada ano, são perdidos 2,7 bilhões de toneladas de solo, devido à redução da capacidade produtiva dos ecossistemas causada pela atividade humana. Devido às condições ambientais, as atividades econômicas, desenvolvidas em uma região, podem ultrapassar a capacidade de suporte e de sustentabilidade. 2,6 bilhões de pessoas dependem diretamente da agricultura, mas cerca de 52% da terra usada para esta atividade é afetada moderada ou severamente pela degradação do solo – fortemente impactado por práticas, como a monocultura, com o uso de agrotóxicos, além do descarte inadequado de esgoto e de resíduos sólidos, reflexos de problemas estruturais, como saneamento básico e uso de lixões. É neste sentido que a Semana Bloom 2ª Edição vem tratar sobre o tema da preservação da vida terrestre e da qualidade do solo dentro da agenda da ONU para 2030. O evento é idealizado pela produtora rural e empresária pernambucana, Mariana Maciel, que criou o conceito Cultivo Bloom – Cultive-se, há cerca de dois anos. “A perspectiva da Semana Bloom é, de fato, despertar nas pessoas a ideia de que todos podemos nos empenhar em traçar soluções simples para fazer um mundo melhor e mais sustentável. É criar uma consciência de que não importa se você é artista, empreendedor, gastrônomo, médico, você pode atuar, de forma consciente, para melhorar o seu entorno”, conta Mariana, que analisa a 2ª edição do evento como mais alinhada com os debates internacionais sobre sustentabilidade, resultado também do empenho de profissionais de diversos setores, que acreditam no objetivo de tornar as cidades espaços mais verdes. A ação conta, neste ano, com a curadoria da advogada ambiental, consultora de impacto socioambiental e militante pela sustentabilidade, Bruna Albuquerque, que sublinha o diálogo do evento com as discussões mundiais sobre sustentabilidade: “A programação da Semana Bloom se inspira na dos encontros que reúnem atividades para a transformação da consciência coletiva e dos indivíduos, buscando unir o discurso à prática, como acontece em outras experiências como na Virada Sustentável. Nesta edição, serão abordados os Objetivos pelo Desenvolvimento Sustentável, fruto da RIO+20, onde a ONU elaborou, em conjunto com os governos, sociedade civil e outros parceiros, metas para que medidas sejam tomadas a fim de garantir um futuro sustentável. A proposta do evento é tratar desses temas de modo a contribuir para a realização da meta até 2030, especialmente no que se refere ao ODS 015”. Criado em 2015 por 150 líderes mundiais, junto aos outros 16 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o 15º ODS se relaciona diretamente à proteção, recuperação e promoção do uso sustentável dos ecossistemas terrestres, além de gestão, de forma sustentável, das florestas; o combate à desertificação, reversão da degradação da terra e da perda de biodiversidade – e inspira a 2ª edição da Semana Bloom | Por Cidades Mais Verdes, que volta a acontecer em Recife, entre os dias 23 e 26 de maio. Na abertura da SB no dia 23/05, a partir das 9h no Porto Social (Ilha do Leite), está programado o Manifesto Bloom – que contará com a Palestra: Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável – Agenda 2030 / ODS 15, com a jornalista e coordenadora geral da Gestos (ONG criada em 1993 no Recife), Alessandra Nilo. Na sequência, ocorre a intervenção do artista plástico, André Soares, com a sua Performance Homixo (Homem do Lixo), baseada na utilização de materiais recicláveis em arte socioambiental; além da palestra Como Cocriar Projetos de Impacto Social, com o comunicador e empreendedor social, Pedro Verda; que participa também da Mesa Redonda: Cultivando a Transformação por Cidades Mais Verdes, ao lado de Alessandra Nilo, a curadora Bruna Albuquerque e a idealizadora da Semana Bloom, Mariana Maciel. Por fim, na data ainda, estão programadas homenagens ao Projeto Mata Viva e ao Centro Sabiá. Um dos destaques desta edição é o Curso de Implantação de Horta Orgânica, que tem como foco promover o cultivo de alimentos, sem o uso de agrotóxicos, de forma orgânica, em diversos espaços coletivos e urbanos, fomentando a importância e a consciência do consumo e cultivo de alimentos saudáveis em sociedade. Promovida no Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), a atividade ocorre no 2º dia da Semana Bloom, quinta-feira (24), das 8h às 17h, abordando tópicos, que vão desde a escolha das sementes para compor uma horta, passando pela manutenção do cultivo orgânico até o cuidado e tratamento natural de doenças e pragas, entre outros pontos. “É um curso que tem como foco o fortalecimento da agricultura familiar e a segurança alimentar, fundamentais para a construção de uma sociedade mais consciente e sustentável”, pontua Maciel, que defende a integração dos diversos setores sociais, como Governo, sociedade civil e empresas privadas para a manutenção de um equilíbrio ambiental efetivo. Na sexta-feira (25), é a vez do Telhado Verde – Comunidade Pequenos Profetas (CPP) receber as atividades da Semana Bloom. O 1º Telhado Ecoprodutivo do Nordeste, localizado no bairro de São José e criado pela ONG Comunidade Pequenos Profetas (dirigida pelo empreendedor social Demetrius Demetrio), autossustentável e voltado para o desenvolvimento comunitário a partir do cultivo de hortas orgânicas servirá de cenário para a Oficina: Medicina Natural e o Cultivo de Temperos, com o médico naturalista, Dr. Celerino Carriconde. No local, será promovida também a Oficina de Gastronomia Sustentável: PANCS e Flores Comestíveis – capitaneada pelos chefs Thiago das Chagas (Reteteu Comida Honesta) e Yuri Machado (Ca-Já Restaurante) à frente do projeto social Mesa Coletiva – arrematada por um almoço com os participantes da oficina e os atendidos da ONG. “Nesta edição, foram reunidos vários profissionais que dedicam parte de sua vida à questão ambiental, e isso é muito enriquecedor. Do 1º ao último dia, temos participações expressivas, que acreditaram na proposta e passaram a somar na ideia da Semana Bloom. Apesar de ser um evento novo, a SB tem a possibilidade de ficar marcada no calendário da cidade pela capacidade de falar de um tema tão importante e, ao mesmo tempo, de forma tão leve. Com o tema voltado, neste ano, para a reflexão sobre o ODS 15, a Semana destaca ainda

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Parque Santana vai ganhar novo skatepark

O Parque Santana, na zona norte do Recife, ganhará nova pista de Skate. O projeto é uma parceria do Ministério do Esporte com o Governo do Estado de Pernambuco e a Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer. Com um repasse de quase R$ 600 mil da União, e obra do Governo do Estado, através da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer do estado, os 1.655,49 metros quadrados destinados para o Skatepark ganharão 12 novos equipamentos, como escadarias, corrimãos e rampas. A pista terá um fluxo mais fluido com um trajeto único e ficará mais democrática, atendendo a diversas modalidades do skate, como o street, o freestyle, surf skate e patinação. Para tanto, a área será interditada durante os seis meses previstos para a obra, a partir desta quarta-feira, 16. “No novo SkatePark serão implantados rampas e obstáculos, na intenção de tornar o espaço mais atrativo para os skatistas e as famílias que já utilizam o equipamento. A proposta é reafirmar o espaço como nova opção de lazer para a população da Zona Norte, principalmente nos fins de semana”, explica a secretária de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco, Manuela Marinho. O Parque Santana, situado no bairro homônimo, tem 63 mil metros quadrados de área. "Esse espaço vem passando por várias reformas, recebendo equipamentos esportivos e tornando-se uma nova opção de lazer e entretenimento para as famílias da cidade.", comenta Ana Paula Vilaça, Secretária de Turismo, Esportes e Lazer do Recife. O espaço tem um parque inclusivo, nomeado como Anna Laura que foi inaugurado em 2017 e possui equipamentos inclusivos, tem ainda pista de bicicross, Parcão e Academia Recife. Outras áreas especialmente pensadas para os skatistas do Recife continuam funcionando: o skatepark da Orla de Boa Viagem e a pista do Santos Dumont. Com 1050 m² de área, a pista da Orla contempla as modalidades de bowl e street e leva o nome do fotógrafo Marcelo Lyra, vitimado no mesmo acidente de avião que matou o ex-governador Eduardo Campos, que era um grande defensor e incentivador do skate. Já o Skatepark do Santos Dumont foi construído com a consultoria do skatista e desenvolvedor de pistas Anderson Trow e é composta de bancos, escadas e corrimãos típicos para a modalidade street (rua). Com 1.350 metros quadrados, ela também é destinada aos usuários de patins.

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Capibaribe luta contra a poluição

Através deste mar/ vou chegando a São Lourenço/ que de longe é como ilha/ no horizonte de cana aparecendo (...)/Navegando este mar/ até o Recife irei,/ que as ondas deste mar/ somente lá se detém. Na série de reportagens Rio da Resistência, chegamos com João Cabral de Melo Neto, em seu poema O Rio, ao trecho mais urbano do Capibaribe. Entre seus desafios e belezas, o curso d'água mais simbólico de Pernambuco é alvo de projetos de revitalização, estudos acadêmicos e da mobilização de parte dos recifenses. Para o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Capibaribe, Alexandre Ramos, há três desafios vitais dessa passagem metropolitana. "Há uma questão mais institucional, que é implantar instrumentos para realizarmos a governança da água. O engajamento dos prefeitos e prefeitas para a revitalização do rio faz parte disso. A coleta e o tratamento de esgotos e o reflorestamento são os outros fatores essenciais. Está provado cientificamente que plantar árvores (nas margens) é como plantar água", defende. Um trabalho em andamento do comitê é sensibilizar os prefeitos para assinarem uma carta de compromisso em defesa do Capibaribe. Até o fechamento desta edição, 23 chefes do poder executivo municipal já tinham assinado. Em São Lourenço, primeira cidade visitada por Cabral na sua descida pela Região Metropolitana do Recife, aconteceu recentemente um trabalho educativo da ONG Recapibaribe com escolas públicas. Tendo sua sede no Capibar, um bar às margens do rio no bairro do Monteiro no Recife, a ONG realiza há 20 anos um trabalho de coleta de lixo e de sensibilização ambiental. "Se houvesse mais ações educativas ao longo dos 42 municípios onde o rio passa, a população sentiria mais vontade de cuidar dele", considera a presidente da organização Socorro Catanhede. Na sua atuação no Recife, a ONG chegou a retirar de uma só vez 600 toneladas de lixo. O espaço recebe visita de escolas para educação ambiental e nos eventos em datas especiais, como no Dia do Meio Ambiente, são recolhidos alimentos não perecíveis. A arrecadação de dinheiro ou de cestas básicas é destinada a pescadores que têm no rio, hoje poluído, a sua fonte de renda. "Nosso trabalho é uma junção dos três pilares da sustentabilidade: econômico, ambiental e social. Buscamos resgatar a cidadania dos pescadores", afirma Socorro. Os resíduos já eram percebidos por Cabral no poema: Via-me, rio, passar/ com meu variado cortejo/ de coisas vivas, mortas,/ coisas de lixo e de despejo. Para o professor Fernando Porto, do Departamento de Zootecnia da UFRPE, o acúmulo de resíduos no Capibaribe, associado às recentes mudanças climáticas, representa um grande risco de agravar os alagamentos no Recife, com impactos também na saúde dos seus moradores. Ele conta que os índices pluviométricos da cidade têm-se concentrado num período menor de tempo (o volume de chuvas que caía entre quatro e cinco meses está caindo em apenas dois meses). "Toda a área urbana do Capibaribe enfrenta esse problema dos lançamentos de lixo e esgoto. Quando ocorrem as chuvas mais intensas e o rio não consegue drenar, a cidade fica alagada. Lixo, animais, como ratos, e os fluidos de veículos se diluem com essa água, o que expõe a população ao contágio de doenças". Pós-doutor em biologia marinha, Porto afirma que o acúmulo dessa carga difusa de plásticos, borrachas, madeiras tem sido consumida pela vida marinha. "Nos plânctons (microrganismos) do rio venho notando uma imensa quantidade de microplástico. Isso está sendo estudado nos últimos anos como um perigo para o metabolismo humano. Por meio dos esgotos, eles chegam nesses ambientes e os peixes podem comê-los. E isso acaba chegando na alimentação humana". Um contraponto positivo da cidade, segundo o professor, é que o Recife concentra a maior área de manguezal urbano na América do Sul. "O Capibaribe está a cada dia mais fino, com suas margens sendo diminuídas. Mas o manguezal é um ativo importante que precisa ser mantido, é necessária uma política mais séria para conservá-lo. Ele capta boa parte da chuva que se acumularia nas ruas. Sem ele, a cidade pararia e ficaria ainda mais caótica nos dias de chuvas", sentencia. AFETIVIDADE De Apipucos à Madalena, Cabral apresenta um Capibaribe diferente do que via até então. Agora vou entrando/ no Recife pitoresco,/ sentimental, histórico. No olhar do poeta, são bairros que trazem uma experiência mais contemplativa do rio. Estão neste caminho, Apipucos, Poço da Panela, Casa Forte, Madalena, Jaqueira. Esse trecho, intensamente habitado, tem sido alvo de um dos maiores projetos de revitalização da cidade, o Parque Capibaribe. O projeto da Prefeitura do Recife, em parceria com o Inciti - Pesquisa e Inovação para as Cidades, da UFPE, propõe a criação de um sistema de parques integrados por 30 quilômetros nas margens do Capibaribe. Uma iniciativa de longo prazo que tem a pretensão de fazer os olhos dos recifenses se voltarem para o rio. A primeira entrega foi a construção do Jardim do Baobá, nas Graças. "A receptividade e apropriação desse pequeno parque, de 100 metros, é surpreendente. Imagine o impacto de um quilômetro de margem com esse padrão, com terraços de contemplação, um píer maior", sugere o secretário executivo de projetos especiais da Secretaria de Meio Ambiente do Recife, Romero Pereira. O próximo passo será o trecho entre as pontes da Torre e da Capunga, que será licitado neste semestre e as obras, previstas para durar 18 meses, devem começar no segundo semestre. A PCR planeja outros trechos do parque. "Queremos ter o projeto pronto para buscar recursos para a sua implantação", conta Romero. Outro trecho dessa região está sendo revitalizado pelos próprios moradores. Trata-se do Jardim Secreto, um projeto da Associação dos Moradores e Amigos do Poço da Panela prestes a completar um ano. Em fase de planejamento das hortas para o local, o espaço passará também a ter a oferta de aulas gratuitas de alongamento, dança e ginástica funcional a partir deste mês. "Espaços públicos se tornam bem utilizados quando nos tornamos os verdadeiros protagonistas da cidade que sonhamos e queremos. Acreditamos que através deles podemos promover mais igualdade social,

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Descoberta na Amazônia enzima-chave para obtenção do etanol de segunda geração

José Tadeu Arantes | Agência FAPESP – A produção do etanol de segunda geração ou etanol celulósico, obtido a partir da palha e do bagaço da cana-de-açúcar, pode aumentar em até 50% a produção brasileira de álcool. Desnecessário enfatizar a importância econômica e ambiental dessa possibilidade, que transforma resíduo em recurso. Para tanto, o país possui a melhor biomassa do planeta, a capacidade industrial instalada, a engenharia especializada e a levedura adequada. Só falta completar a composição do coquetel enzimático capaz de viabilizar o processo de sacarificação, por meio do qual os açúcares complexos (polissacarídeos) são despolimerizados e decompostos em açúcares simples. Compor uma plataforma microbiana industrial para a produção do conjunto de enzimas necessárias é o alvo de pesquisas avançadas na área. Um importante resultado acaba de ser alcançado, com a descoberta, no lago Poraquê, na Amazônia, de microrganismos capazes de produzir uma enzima crítica para o êxito do empreendimento. Isolada, caracterizada e produzida, a enzima mostrou-se compatível com duas fases essenciais da produção do etanol de segunda geração: a fermentação e a sacarificação. A realização simultânea dessas duas etapas oferece a perspectiva de uma grande redução de custos para a indústria sucroalcooleira, uma vez que as reações podem ocorrer em um único reator e há economia de reagentes. O estudo mobilizou pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), da Petrobras, da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e contou com apoio da FAPESP. Artigo assinado pela equipe de pesquisadores foi publicado na Biochimica et Biophysica Acta (BBA) – Proteins and Proteomics. “A sacarificação é a etapa mais cara do processo. De 30% a 50% do custo do etanol celulósico é despendido com as enzimas necessárias para transformar os açúcares complexos em açúcares simples. E, atualmente, a eficiência da conversão realizada por essas enzimas está entre 50% e 65%. Isso significa que de 50% a 35% do açúcar disponível na biomassa é ‘perdido’ durante a sacarificação. O grande propósito do nosso estudo foi encontrar biocatalisadores capazes de contribuir para o aumento da eficiência”, disse Mario Tyago Murakami do CNPEM, um dos coordenadores da pesquisa, à Agência FAPESP. Segundo o pesquisador, no arsenal de enzimas necessárias, atuando de maneira sinérgica, as beta-glucosidases têm importância fundamental, porque respondem pela última fase da cascata de sacarificação da celulose. “Sabemos que, à medida que aumenta o percentual do produto da sacarificação, a taxa do processo de sacarificação cai. Porque a presença do produto inibe a atuação das enzimas. Isso é uma espécie de regra geral. No caso específico, a glicose gerada restringe a atuação das beta-glucosidases. Esse gargalo tecnológico tem sido objeto de estudos exaustivos. Para aumentar a eficiência da sacarificação, é preciso que as beta-glucosidases sejam altamente tolerantes à presença da glicose”, disse Murakami. Devido a especificidades genéticas, decorrentes de diferenças no processo evolutivo, enzimas homólogas podem apresentar variados graus de resistência à inibição pelo produto. E o alvo dos pesquisadores no estudo em pauta foi encontrar as beta-glucosidases mais adaptadas à biomassa existente no território brasileiro. Para isso, foram investigados os processos naturais que ocorrem em diferentes biomas do país, tanto na Floresta Amazônica como no Cerrado. Flavio Henrique da Silva, da UFSCar, outro coordenador do estudo, foi o responsável por esse processo de bioprospecção. E o achado mais promissor ocorreu no lago Poraquê, na Amazônia, onde amostras da comunidade microbiana não cultivável local apresentaram genes codificadores de beta-glucosidases com o potencial industrial procurado. “Em um habitat como o lago Poraquê os microrganismos adaptaram-se a uma alimentação muito rica em polissacarídeos, constituída por resíduos de madeira, folhas de plantas e etc. A enzima beta-glucosidase presente nesses microrganismos é distinta de enzimas homólogas resultantes de pressões evolutivas diferentes”, disse Murakami. Sacarificação simultânea à fermentação Em seus estudos enzimológicos, Silva verificou que a beta-glucosidase codificada pelos microrganismos do lago Poraquê apresentava eficiência catalítica para a sacarificação do bagaço de cana-de-açúcar e tolerância expressiva à inibição pela glicose. O passo seguinte foi dado pela equipe de Murakami, especializada em biologia estrutural mecanística, que elucidou, em nível molecular e atômico, as bases do funcionamento dessa enzima. “Foi um bom exemplo de trabalho em equipe, juntando grupos de prospecção, grupos de enzimologia, grupos de estudos mecanísticos, grupos de bioinformática e etc. Utilizamos equipamentos do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron e de outros laboratórios nacionais”, disse Murakami. Em relação à estrutura molecular, o estudo oligomérico evidenciou uma proteína diferente das demais de sua categoria, com uma arquitetura quaternária única. “Esse estudo corroborou pesquisas anteriores do grupo a respeito dos determinantes estruturais para a tolerância da enzima ao produto, validando nosso modelo mecanístico. Além disso, verificamos que essa beta-glucosidase atua em condições de temperatura e pH compatíveis com o processo de hidrólise”, disse Murakami. Essa informação é muito relevante, porque indica que a enzima encontrada pode vir a compor um processo chamado de SSF: sacarificação simultânea à fermentação. Pelo fato de poder atuar em condições de temperatura compatíveis com o crescimento da levedura, essa beta-glucosidase propicia que a disponibilização do carboidrato resultante da sacarificação e sua fermentação pela levedura possam ocorrer ao mesmo tempo. Tal estratégia ajuda a mitigar o efeito de inibição pelo produto, porque, à medida que o açúcar é produzido, ele também vai sendo consumido pela levedura, o que alivia a enzima da inibição por uma quantidade excessiva de glicose. O passo seguinte é fazer estudos de combinação dessa enzima com os coquetéis enzimáticos fúngicos já existentes, visando o ganho de eficiência no aumento da sacarificação. “Uma vez extraído o gene de interesse, a partir de bibliotecas gênicas de microrganismos não cultiváveis e de possíveis modificações racionais baseadas no conhecimento da estrutura para aumento de termoestabilidade, ele é transferido para outros hospedeiros por meio de técnicas de biologia molecular. O hospedeiro em questão é o trichoderma, um fungo filamentoso que já possui um arsenal de enzimas ativas sobre carboidratos. Com a adição da beta-glucosidase amazônica, ele terá seu potencial aumentado. Trata-se de potencializar uma plataforma microbiana industrial já existente”, disse Murakami. O objetivo

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Rota dos Coqueiros com programação especial na Campanha Maio Amarelo

Com tema: Sua Atitude Salva Vidas, a Rota dos Coqueiros quer sensibilizar público para trânsito mais seguro. A ação prevê exibição de vídeos educativos, orientação e palestras. Há três meses não ocorre nenhum acidente no trecho pedagiado Para conscientizar motoristas sobre a importância do trânsito seguro, a Concessionária Rota dos Coqueiros – que dá acesso a praias do Litoral Sul pernambucano e corta a Reserva do Paiva - participa mais um ano da campanha do Maio Amarelo e prepara ações educativas ao público. Com o tema: Sua Atitude no trânsito pode salvar vida, a proposta é alertar o quanto a atitude de todos, seja motorista, pedestre ou passageiro dos veículos, pode fazer a diferença e contribuir para a redução de fatalidades. Desde o início do mês, orientações sobre segurança viária estão sinalizadas nas cancelas de entrada e saída da via. Na próxima segunda-feira (14/05), em parceria com o Detran-PE, a Turma do Fom-Fom irá abordar motoristas sobre orientações educativas no trânsito e entregar material informativo e lixocar. A ação vai acontecer das 9h às 12h, na praça de pedágio de Barra de Jangada. Já na terça-feira, dia 15/05, a campanha acontece pela manhã e à tarde, na Escola Municipal Aluísio da Cunha Morais, em Jaboatão dos Guararapes (PE). Serão exibidos vídeos educativos sobre o trânsito e tiradas dúvidas sobre como conduzir na via, reforçada a importância do uso da cadeirinha, entre outros assuntos. “Nossa intenção é sensibilizar motoristas sobre a segurança no trânsito e o respeito ao pedestre”, disse Roberta Nunes, coordenadora de sustentabilidade da Rota dos Coqueiros. Ela acrescentou que, além do público externo, os integrantes da concessionária também participarão de palestra educativa sobre segurança viária, no próximo dia 24. Preocupação constante - O cuidado e preocupação com a redução de acidentes pode ser visto através do balanço trimestral da Rota dos Coqueiros que, há três meses, comemora não ocorrer nenhum acidente no Sistema Viário da Primeira Parceria Público-Privada e a primeira PPP de rodovias do País. “Esse resultado mostra que as medidas de prevenção que realizamos ao longo do ano como ações educativas, inspeção de tráfego e conservação na estrutura viária reduzem as estatísticas de acidentes e oferecem mais segurança e conforto a quem dirige”, ressalta Rafaela Elaine, gerente da concessionária. Rafaela destaca que, há dois meses, também não houve registro de nenhuma reclamação de usuário pelos canais da ouvidoria da concessionária. Por outro lado, entre janeiro e abril deste ano, houve 50 elogios dos usuários pelos serviços e estrutura do Sistema do Paiva. Monitoramento, assistência médica e mecânica A Rota dos Coqueiros é toda monitorada pelo Centro de Controle Operacional (CCO), que conta com câmeras de alta resolução para garantir segurança e tranquilidade aos usuários que trafegam pelos 6,5 quilômetros pedagiados da rodovia estadual PE-024. Também disponibiliza assistência médica com ambulância de resgate de prontidão 24 horas para realizar os primeiros-socorros, além de banheiros. Oferece ainda suporte mecânico com guincho para remoção de veículo e viatura de inspeção de tráfego para verificação das condições de segurança da via. Em caso de emergência, o telefone para solicitação é o 0800.281.0281. Maio Amarelo - O Maio Amarelo é um movimento internacional de conscientização para a redução de acidentes de trânsito e tem a iniciativa de chamar a atenção da sociedade para esse problema que é uma das maiores causas de mortes no Brasil e no mundo.

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O trânsito que adoece as cidades

Contemplar a obra Azáfama, do arquiteto e artista plástico Luiz Rangel, nos remete velozmente aos dias em que seguimos estressados no lento tráfego das metrópoles. O estresse de atravessar a Avenida Agamenon Magalhães, travada nos horários de pico; a lembrança dos inúmeros acidentes com vítimas; e o aspecto cinzento da poluição atmosférica dos carros e motos compõem esse cenário que mata e adoece as cidades. Um quadro pintado pela maioria dos municípios brasileiros que fizeram opção pelo veículo motorizado individual como principal modal de transporte. Um contexto, porém, que está sendo rediscutido por especialistas, poder público e pela sociedade civil organizada em busca de soluções. “Os engarrafamentos levam ao aumento do tempo de transporte, o que afeta o organismo, pois geram ainda mais emissões de poluentes. Aproximadamente 40% desses gases vêm dos veículos. Quem está no trânsito por mais tempo fica exposto às piores condições de saúde”, aponta a pesquisadora da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Tamar Roitman. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), uma a cada nove pessoas morre no mundo devido à poluição atmosférica. No Brasil, a cada 100 mil pessoas, 14 tem mortes ligadas à poluição do ar. As alternativas apontadas pela especialista para reverter essa situação seriam os veículos movidos a biocombustíveis, que são mais limpos, e a priorização do transporte público. “O uso de biocombustíveis é importante para o País, devido à nossa capacidade de produção. É preciso também reduzir o número de automóveis nas ruas. É muito ineficiente ter um carro com uma única pessoa, por exemplo", explica Roitman. Ela lembra que os veículos elétricos são tendência no mundo, mas sua disseminação é lenta. O adoecimento da população não acontece apenas pela poluição. O tempo desperdiçado nos congestionamentos e a violência no trânsito expõem motoristas, ciclistas e pedestres a um nível de estresse que interfere na qualidade de vida e na produtividades. Estudo do Ministério de Educação e Pesquisa da Alemanha e do Hospital Universitário da Universidade de Duisburg-Essen aponta que o estresse no trânsito intensifica as dores de cabeça. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação indica que essa tensão das avenidas brasileiras provoca distúrbios fisiológicos e psicológicos. Daniel Valença, representante do GT de Mobilidade do Observatório do Recife e coordenador da Ameciclo (Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife), destaca ainda que ao trocar os deslocamentos a pé, de bike e de transporte público pelos veículos particulares, há uma redução da atividade física das pessoas que se tornam mais sedentárias. “Para mudar esse cenário é preciso estímulo aos transportes ativos, que diminuem a poluição e fazem com que a população caminhe. Isso reduz também a carga de estresse diário.” Valença destaca que, apesar da situação negativa da mobilidade, a disposição da população em deixar o carro, caso tenha outras alternativas qualificadas, aponta para um horizonte mais otimista. “Hoje apenas 17% dos motoristas relutariam a sair do carro a qualquer custo. A maioria da população mudaria o seu modal de transporte. Mas para isso é preciso investir na infraestrutura para que as pessoas se sintam seguras e deixem seus carros em casa”, diz. Em relação ao apoio aos ciclistas, ele informa que a principal demanda é pela construção de ciclovias, com estrutura segregada dos veículos motorizados, seguindo as orientações do Plano Cicloviário da Região Metropolitana do Recife. Outro fator que põe em cheque o atual modelo de transporte são as mortes pelos acidentes de trânsito. Só em 2014 foram 560 mortos no Recife, quase o mesmo número de homicídios por arma de fogo naquele ano. Isso torna o trânsito da capital pernambucana um dos mais violentos do País. A imprudência dos motoristas é a principal causa dos acidentes com óbitos e feridos na cidade, de acordo com o diretor de educação no trânsito da CTTU, Francisco Irineu. “Apesar de termos diminuído o índice de violência no trânsito em 30% entre 2012 e 2016, percebemos que há ainda uma incidência grande, principalmente entre os motociclistas”, afirma o diretor. Frente ao cenário agravante de insegurança no trânsito, há um esforço de conscientização dos motoristas neste mês, com o Maio Amarelo, realizado pelo poder público em parceria com instituições da sociedade civil organizada. A programação conta com Blitz Educativa sobre a Lei Seca, voltada para motociclistas; ações nos estacionamentos para destacar sobre o respeito à vaga de pessoas com necessidades especiais; entre outras iniciativas de orientação para motoristas e pedestres. Na próxima edição da série sobre transporte e cidadania, abordaremos os quatro anos de instalação do BRT.

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