Z_Destaque_culturaHistoria - Página: 10 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Mariscada: Um potencial Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco

A iniciativa liderada pelo Instituto Negralinda visa o reconhecimento deste prato tradicional como forma de impulsionar o Turismo de Base Comunitária em várias localidades pernambucanas. Uma receita que mistura os "frutos do mangue" com tradição e história, a Mariscada é um prato típico das regiões litorâneas do nordeste brasileiro. Em Pernambuco, ela se destaca não apenas pela culinária, mas também pelo seu impacto social. Com esta proposta, combinando gastronomia, preservação cultural, sustentabilidade e combate às desigualdades, o Instituto Negralinda lança no dia 20 de março a campanha "Oxe, Pernambuco tem Mariscada sim, senhor!". O objetivo é elevar este prato ao status de Patrimônio Cultural Imaterial do estado. O evento de lançamento, reservado para convidados, será realizado no auditório do Centro de Artesanato de Pernambuco, no bairro do Recife. A campanha já angariou apoio de parceiros como a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe) e o Sebrae. Em colaboração com o Instituto Negralinda, o Sebrae vem desenvolvendo nos últimos três anos o projeto socioambiental de empreendedorismo feminino "Marisqueiras Empreendedoras", beneficiando atualmente mulheres marisqueiras e pescadoras em 10 municípios do litoral pernambucano. Esta iniciativa contribui para combater desigualdades sociais, promovendo educação, saúde e bem-estar através do empreendedorismo colaborativo, beneficiando 850 mulheres. De acordo com o Cadastro de Pescadores Artesanais do Litoral de Pernambuco realizado em 2019 pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Semas), cerca de 11.367 pescadores e pescadoras artesanais atuam no estado. No entanto, o segmento enfrenta desafios relacionados à qualificação das organizações, aspectos sanitários (infraestrutura para beneficiamento e comercialização), problemas ambientais (pesca predatória) e de gestão e planejamento das colônias. Chef Negralinda “O nosso objetivo com a campanha é transformar a Mariscada em um prato regional reconhecido, para que por meio da Gastronomia do Mangue seja possível fortalecer a cadeia produtiva, capacitar as marisqueiras e criar mais lugares que forneçam a Mariscada, contribuindo também com o turismo gastronômico. O qual Pernambucano já é referência” Edy Rocha, diretor executivo do Instituto Negralinda “Essa iniciativa busca melhorar a qualidade de vida das pessoas e das comunidades que vivem da cadeia produtiva do marisco. Nosso objetivo é atender as necessidades urgentes da população pesqueira, como: acesso à inovação, capacitação, geração de renda, acesso ao mercado direto sem o atravessador, além de ajudar a promover a igualdade social e a inclusão de grupos vulneráveis. Ao fornecer para as marisqueiras e pescadores artesanais o acesso a qualificação, o Instituto Negralinda contribui para combater essas desigualdades e resolver os principais problemas referentes aos aspectos sanitários e segurança alimentar”.

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"Corbiniano é um artista ímpar e merecia estar em espaços sacralizados como os museus"

Bruna Pedrosa, curadora da exposição sobre o artista plástico conhecido por suas esculturas de figuras longilíneas em alumínio e pelo painel Revoluções Pernambucanas, fala da trajetória dele e da importância da sua obra. Também ressalta a necessidade dele ser mais reconhecido no Estado e no País. (Foto: Arnaldo Carvalho) A exposição 100 anos de Corbiniano Lins – A Festa! que está no shopping RioMar é uma excelente oportunidade para conhecer um pouco mais esse que é considerado um dos mais talentosos e importantes artistas plásticos de Pernambuco e do País. Negro, de origem humilde e nascido em Olinda, ele trabalhou com desenho, pintura, azulejaria, obra em arame, entalhe, gravura, serigrafia, tapeçaria, mas é mais identificado por suas esculturas. Elas foram produzidas com uma técnica muito particular, em que esculpia no isopor com faca de cozinha que era enterrado numa caixa de madeira, onde derramava o alumínio fundido. Os recifenses que não ouviram falar de Corbiniano, mas veem no dia a dia, monumentos criados por ele como Revoluções Pernambucanas, na Av. Cruz Cabugá, ou O Mascate, na Praça do Diário, ou mesmo algumas esculturas de mulheres na entrada de prédios da cidade, certamente vão reconhecer nas peças expostas seu traço fino e figuras longilíneas característicos do artista. Cláudia Santos conversou com a curadora da exposição Bruna Pedrosa, que falou sobre a mostra e a vida de Corbiniano. Ela destacou a participação dele no Ateliê Coletivo nos anos 1950, liderado por Abelardo da Hora, e que contava com artistas como Zé Claudio, Brennand e Samico. Apesar de sua importância, Bruna ressalta que Corbiniano ainda não desfruta de um reconhecimento como os demais colegas de seu tempo e credita isso ao racismo. Salienta, por exemplo, a lacuna existente em relação a livros sobre ele e o fato de suas obras não serem expostas em locais como museus. O que o público vai conferir nessa exposição, 100 anos de Corbiniano Lins - a Festa? Trouxemos um pouco de cada linguagem, uma pequena amostra de cada uma das técnicas desse artista que é conhecido pelas esculturas, mas tem outras linguagens e era bom em tudo. É impressionante! A festa — do título da exposição — remete à celebração do seu centenário e a um texto de Hermilo Borba Filho em um álbum com 10 serigrafias de Corbiniano que encontramos durante a pesquisa de curadoria. Neste álbum, intitulado Recife, de janeiro a janeiro, são retratadas manifestações da cultura popular, frevo, maracatu, caboclinhos, mostrando que somos um povo festeiro. Além do texto curatorial explicando essa temática, a exposição traz uma linha do tempo com marcos biográficos e principais obras, um texto chamado Técnicas e Temas e, em seguida, mostramos pelo menos uma obra de cada técnica usada por Corbiniano: desenho, pintura, azulejaria, obra em arame, entalhe, gravura, serigrafia, tapeçaria até chegar às esculturas. A figura feminina é bastante representada em suas esculturas em formas sinuosas e elegantes. Qual a relação das mulheres com a arte de Corbiniano Lins? O primeiro acesso dele ao universo artístico e artesanal da manualidade foi por meio das mulheres da família, que eram costureiras e trabalhavam com tapeçaria. Filho de um holandês que morreu quando ele tinha meses de vida, Corbiniano foi criado pela mãe e pelas tias e irmãs em Olinda. Começou a ajudá-las na tapeçaria aos 8 anos de idade e passou a se interessar pelo desenho copiando as gravuras dos tapetes. As mulheres foram importantíssimas nessa primeira formação, por isso ele tem uma relação forte com a representação da figura feminina. Quando adulto e mesmo casado, Corbiniano se relacionou afetivamente com muitas mulheres, era um boêmio como a maioria dos homens e artistas da época. Havia também as mulheres que posavam para seus desenhos e esculturas. Daí a diversidade de corpos em sua obra, mesmo predominando as figuras longilíneas, pernudas, de bumbum e seios fartos. Conviveu com mulheres artistas como Teresa Costa Rêgo e Ladjane Bandeira. Sempre expressou sua gratidão reconhecendo a importância de ter convivido com mulheres que também eram artesãs, artistas, em uma época ainda mais difícil que hoje, quando os homens sempre estavam à frente ocupando os espaços, sobretudo nas artes. Acho que tem essa admiração dele pelas mulheres dessa forma mais ampla possível, da mãe, às esposas, filhas, às modelos, às artistas, a todo o universo feminino com que ele conviveu tanto. Então, pelo fato dele estar rodeado de mulheres, de ouvi-las e observar suas personalidades conseguiu captar o universo feminino de forma profunda. Como foi sua trajetória artística? O primeiro contato com a arte foi, então, com a família, em Olinda? Sim, em Olinda, na primeira infância com as mulheres da casa, ele começa com tapeçaria e desenho. Na segunda infância, vai para o Recife e aprende outras técnicas, estudando em uma instituição pública federal, a Escola Técnica de Artes e Artífices. Na década de 1950, quando chega no Ateliê Coletivo, junto com Abelardo da Hora e outros artistas da época como Celina Lina Verde, passa do desenho para a arte tridimensional. Então, experimenta a escultura no barro, depois em terracota, em gesso e cimento até chegar à técnica da forma perdida, pela qual ele é mais conhecido. Nessa técnica, ele esculpia em tamanho natural no isopor usando uma faca de cozinha e palitos de churrasco, enterrava esse isopor numa caixa de madeira e derramava o alumínio, que ocupava o lugar do isopor se transformando nas famosas esculturas de alumínio fundido. Essa técnica vem da Europa, outros artistas já a usaram, mas poucos se identificaram tanto com ela quanto Corbiniano. Ele apaixona-se por ela, dando continuidade de forma mais profunda. Como um homem pobre, negro de Olinda, tornou-se um dos mais importantes artistas plásticos de Pernambuco e do Brasil? Por mérito da sua arte. Apesar de seu talento, sua trajetória é marcada por apagamentos do racismo. Há uma lacuna bibliográfica impressionante sobre ele, mesmo tendo esculturas e obras públicas espalhadas no Recife e em outros Estados que são cartões postais como A Sereia em Maceió e a Iracema em Fortaleza. É comum encontrarmos

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10 fotos de Recife e Olinda Antigamente para celebrar o aniversário das cidades-irmãs

Para celebrar o aniversário das duas cidades, que acontece hoje (dia 12), a coluna Pernambuco Antigamente de hoje reúne algumas imagens de lugares e paisagens simbólicas do Recife e de Olinda. As fotos pertencem ao banco de imagens da Fundação Joaquim Nabuco, na Villa Digital, da Biblioteca do IBGE e do Museu Aeroespacial. Clique nas fotos para ampliar. Vista para as cidades de Olinda e Recife Obras da prefeitura de Olinda entre o largo do Amparo e o Largo de São João, em 1946 Estação de Trem em Olinda Prefeitura de Olinda em dia de Carnaval Foto: Passarinho/Pref.Olinda www.olinda.pe.gov.br Seminário de Olinda Bairro do Recife Avenida Boa Viagem Praça da República Praça da Independência Praça Rio Branco, no Marco Zero. * Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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Cantor venezuelano Armando Fuentes faz show no Recife com repertório de Luís Miguel

Besame Mucho, El Dia Que Me Quieras e Solamente Una Vez, são algumas das composições interpretadas no show. Foto: Fotos Jesús Rondón Um projeto com sotaque internacional, idealizado e interpretado pelo jornalista, cantor e compositor Armando Fuentes, da Venezuela, terá uma apresentação única no Pátio Café e Restaurante, localizado nas Graças, no próximo dia 15 de março, a partir das 19h30. O objetivo desse projeto é fomentar a cultura latino-americana, trazendo à tona temas imortalizados na história da música mundial. No show, os espectadores poderão apreciar composições cantadas em espanhol, como “La Barca”, “Besame Mucho”, “El Dia Que Me Quieras”, “Solamente Una Vez”, “No Me Platiques Más”, “Inolvidable”, “Mucho Corazón”, “No Sé Tú”, “História de Un Amor”, “Sin Ti”, “Nosotros”, “Sabor A Mi”, “El Reloj”, “Jurame”, “Uno” e “Volver”. Além disso, o repertório inclui composições brasileiras da Bossa Nova e do Samba, como “Delírio”, de Tom Jobim, e “Manhã de Carnaval”, de Luiz Bonfá e Antônio Maria, enriquecendo o contexto cultural e musical do intérprete venezuelano. Armando Fuentes apresenta uma fusão de ritmos, combinando o Bolero Tradicional e o Tango, com instrumentos originais como violão, acordeon, piano, bongô e congas. Além disso, ele acrescenta elementos como bateria, contrabaixo, guitarra e sopros de metal (saxofone, trompete e trombone), bem como as cordas de violino. Armando Fuentes “Neste projeto eu busco apresentar uma sonoridade mais atual e moderna ao espetáculo. Ofereço ao público além de qualidade musical a preservação dessa cultura para os que sentem saudades desse tempo, englobando um público de gerações com 80, 70, 60 e 50 anos de idade e o reconhecimento da mesma pelas novas gerações de 40, 30, e 20 anos sendo agente multiplicador de arte, história, cultura e tendência musical mundial para Pernambuco”. SERVIÇO:O que: Projeto “Armando Fuentes canta Los Romances de Luís MiguelDia: 15.03.24 (sexta-feira)Local: Pátio café e RestauranteAv. Rui Barbosa, 141- Graças- RecifeEntrada: R$ 25,00Informações e ReservasTelefone/Whatsapp:(81) 99843-6979 (81)3034-3534 Instagram do Artista: @armando.fuentesoficial Instagram do Restaurante: @opatiocafe

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Temporada 2024 da Orquestra Sinfônica do Recife começa nesta semana

A Orquestra Sinfônica do Recife abrirá a temporada 2024 com dois concertos gratuitos no Teatro de Santa Isabel nos dias 13 e 14 de março, às 20h. As apresentações celebrarão o aniversário de 487 anos do Recife e integrarão a programação do Festival Interativo de Música e Arquitetura (FIMA). Sob a regência do maestro Lanfranco Marcelletti, o concerto contará com a participação da soprano Alzeny Nelo e apresentará um repertório diversificado, incluindo peças de compositores como Vincenzo Bellini, Carlos Gomes, Giuseppe Verdi, Charles Ives, Clóvis Pereira, Maestro Duda e Villa Lobos. Os ingressos para o concerto do dia 13 serão distribuídos no site https://conecta.recife.pe.gov.br/ a partir das 10h do dia 12, enquanto para a apresentação do dia 14, a distribuição começa às 10h do próprio dia. Além disso, haverá distribuição de ingressos na bilheteria do teatro uma hora antes de cada apresentação. As apresentações inaugurais serão uma oportunidade única para o público desfrutar da música erudita e popular, encerrando com um vibrante medley de frevos. O evento acontecerá no Teatro de Santa Isabel, localizado na Praça da República, Bairro de Santo Antônio.

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Maitê Proença leva "O Pior de Mim" ao palco do Teatro do Parque

A consagrada atriz Maitê Proença está prestes a desembarcar na capital pernambucana com sua aclamada peça "O Pior de Mim". Após uma bem-sucedida temporada digital em 2020 e uma breve turnê presencial, a obra agora ganha vida nos palcos presenciais do Recife, com apresentações marcadas para os dias 9 e 10 de março no Teatro do Parque. Idealizada por Maitê Proença, a peça mergulha em experiências pessoais para explorar narrativas universais. Sob a direção de Rodrigo Portella, conhecido por seu trabalho em "Tom na Fazenda" e "As Crianças", "O Pior de Mim" revela como todos, em algum momento, desenvolvemos barreiras para nos proteger das dores passadas, construindo muros onde talvez devessem existir pontes. Após três temporadas online que conquistaram o público, a obra chega agora aos palcos cariocas, estreando no Teatro Prudential. Maitê Proença, em entrevista, destaca a universalidade da peça: "Meus dramas familiares não têm nenhuma importância. A peça é sobre todos nós e o que fazemos com o enredo que nos foi dado. Refiro-me à minha própria história porque é a única que tenho, e ela me dá autoridade pra tratar dos assuntos que abordo na peça." Sinopse Em cena, Maitê revisitas historias impactantes da sua vida. Numa interlocução direta com a plateia, Maitê faz uma contação de casos que partem de sua experiência, mas que são universais e falam de todos nós. Pelas bordas dessas histórias universais, vão surgindo temas atuais como a nova mulher de 60, machismo e outros preconceitos. Numa clara opção pela alegria, a atriz enche de esperança temas que parecem não ter solução. Ingressos no: https://www.sympla.com.br/evento/o-pior-de-mim/2349254?share_id=copiarlink

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6 de março - Data Magna de Pernambuco

*Por Carlos André Silva de Moura Instituída a partir de uma consulta popular, a Data Magna foi implementada com o objetivo de contribuir com a formação da identidade e memória coletiva em relação à Revolução Pernambucana de 1817. Estabelecida pela Lei Estadual nº 16.059, de 8 de junho de 2017, a proposta indicou um conjunto de ações direcionadas às áreas da cultura, educação, homenagens e momentos cívicos que têm a intenção de colaborar com as comemorações relativas ao evento. Muito mais que uma marca no calendário ou um feriado, o 6 de março tem contribuído para que os pernambucanos possam ter maior compreensão sobre a sua história. Mesmo que seja uma temática vivenciada em vários livros didáticos, ou com diferentes monumentos nas ruas da cidade do Recife, a exemplo dos Fortes das Cinco Pontas e do Brum, o Campo dos Mártires de 1817, na Praça da República, ou os painéis de azulejo instalados pelo Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, que contam parte da História da Revolução Pernambucana, considerada por Manuel de Oliveira “a única revolução brasileira digna desse nome”, ainda constatamos relativo distanciamento entre parte da população e as narrativas sobre a experiência republicana na primeira metade do Século 19. A Revolução de 1817 foi um movimento separatista e republicano, que contestou o controle político de Portugal e as desigualdades sociais. Inspirada pelas ideias iluministas, propagadas pelas sociedades maçônicas, os integrantes do movimento realizaram críticas à presença dos portugueses na administração pública, à criação de novos impostos e aos gastos dos membros da Família Real, recém-chegada ao Brasil. Mesmo como uma capitania lucrativa, Pernambuco ainda se recuperava de problemas econômicos locais, como a seca de 1816 que atingiu diferentes setores. Insatisfeita com os valores enviados para o Rio de Janeiro, o evento teve início em 6 de março de 1817, após a morte do português Manoel Joaquim Barbosa de Castro, devido à reação do capitão José de Barros Lima, o “Leão Coroado”, às ordens de prisão por suposto envolvimento com conspirações contra o governo. A Revolução de 1817 guarda particularidades que merecem uma data que contribua com seu debate em diferentes espaços da sociedade. Único movimento que pregou a liberdade da dominação portuguesa, que ultrapassou a fase conspiratória e atingiu a tomada do poder, foi durante os desdobramentos revolucionários que, mais uma vez, se gritou pela República em Pernambuco. Outro aspecto que merece destaque foram as negociações internacionais para a manutenção e ampliação do movimento revolucionário. Os Estados Unidos, que tinham instalado o primeiro Consulado do Hemisfério Sul no Recife, foram favoráveis ao movimento devido aos interesses comerciais com Pernambuco e a região. Do mesmo modo, combatentes de Napoleão Bonaparte, que pretendiam resgatar o ex-imperador francês da prisão em Santa Helena, também demonstraram interesse no sucesso da insurreição. Após os desdobramentos políticos do movimento, em 29 de março de 1817, foi convocada uma Assembleia Constituinte, que contou com representantes eleitos em todas as comarcas. Como resultado foi estabelecida a separação entre os poderes legislativo, executivo e judiciário, a liberdade de imprensa e culto (mas o catolicismo continuou como religião oficial), aumento no soldo dos soldados e abolição de alguns impostos. No entanto, diferente de outros movimentos da colônia, a escravidão foi mantida, com demonstração de que, mesmo com avanços sociopolíticos, as rupturas com as formas de exclusão e exploração não atingiram a sua totalidade. Devido aos interesses diversos e à divisão entre representantes do movimento, o novo governo passou por um processo de enfraquecimento. Sendo assim, as tropas enviadas por Dom João VI a Pernambuco entraram em confronto com os revoltosos, que foram presos em 20 de maio de 1817. Por ordem do rei, os principais líderes foram punidos com enforcamento ou fuzilamento em Praça Pública. No entanto, deve- se destacar que o movimento foi fundamental para a organização de outros eventos de contestação política e social, a exemplo da Confederação do Equador em 1824. A Revolução de 1817 possibilitou que Pernambuco se tornasse independente por 75 dias. Com a expansão das ações, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba foram “adicionados” ao novo país. Com as características revolucionárias e o pioneirismo, não teríamos data melhor para marcar a identidade e a memória dos pernambucanos. *Carlos André Silva de Moura é historiador e professor da graduação e pós-graduação da UPE (Universidade de Pernambuco)

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Mestre Zuza de Tracunhaém recebe título de Notório Saber em Cultura Popular

Iniciativa da Universidade de Pernambuco (UPE), através da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, é um reconhecimento aos seus mais de 50 anos dedicados ao ofício e à importância do seus saberes,  memória, registro, documentação e preservação à cultura da arte ceramista utilitária e figurativa no Estado de Pernambuco. Foto: Salatiel Cícero Aos 65 anos, o Mestre Zuza, residente em Tracunhaém, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, foi honrado pela Universidade de Pernambuco (UPE) com o título de Notório Saber em Cultura Popular, Edição 2023, concedido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura. Essa distinção reconhece a vasta experiência e a importância dos conhecimentos dele, acumulados ao longo de mais de 50 anos dedicados ao artesanato utilitário e figurativo. Graduado em História do Brasil pela UPE, Mestre Zuza também ostenta o título de Patrimônio Vivo de Tracunhaém, conferido pelo governo local em virtude de suas contribuições notáveis e do desenvolvimento de técnicas inovadoras na manipulação do barro. Em 2018, os renomados pesquisadores da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, Henry Glassie e Pravina Shukla, lançaram o livro "Sacred Art: Catholic Saints and Candomblé Gods in Modern Brazil" (Arte Sacra: Santos Católicos e Deuses do Candomblé no Brasil Moderno). O livro destaca uma entrevista e análise especiais sobre a carreira do Mestre Zuza, qualificando e comparando suas obras ao trabalho de Pablo Picasso, o pintor, escultor e ceramista espanhol, destacando sua capacidade inovadora após uma experiência na África, refletida em suas criações. Atualmente, Mestre Zuza continua à frente de seu primeiro ateliê de artes sacras, localizado na Avenida Desembargador Carlos Vaz, nº 154, Centro de Tracunhaém. O ateliê está aberto ao público de segunda a domingo, das 8h às 18h. Além disso, ele continua a receber encomendas, participar de feiras, exposições e mostras de artes visuais e artesanato, além de ministrar oficinas para formar novos oleiros.

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Centenário do artista Corbiniano Lins será celebrado em exposição no Recife

“100 anos de Corbiniano Lins – a festa!” fica aberta ao público entre 3 e 17 de março no RioMar Recife, com 80 obras, sendo 50 para venda, e a história do importante artista do Modernismo Pernambucano. Foto: Eric Gomes O projeto "100 Anos de Corbiniano Lins - A Festa!" tem como objetivo central a exposição e democratização da história e arte de um dos mais destacados artistas negros da arte moderna e contemporânea em Pernambuco. A mostra, marcada para ocorrer de 3 a 17 de março no RioMar Recife, celebra o centenário de nascimento do artista, que completaria 100 anos em março de 2024. Localizada na Praça de Eventos 2, no Piso L1, e com entrada gratuita, a exposição exibirá aproximadamente 80 obras de Corbiniano Lins, incluindo 50 delas disponíveis para venda. Exposição A exposição "100 Anos de Corbiniano Lins - A Festa!" presta homenagem ao centenário de nascimento de Corbiniano Lins (1924 - 2018), reconhecido por seus trabalhos em diversas técnicas, especialmente pelas esculturas em alumínio fundido que se espalharam pelo Recife e outras capitais do Nordeste. Membro do Ateliê Coletivo nos anos 50, liderado por Abelardo da Hora, Corbiniano colaborou com renomados artistas como Zé Claudio, Brennand e Samico. O nome do projeto faz referência ao álbum de serigrafias "Recife de Janeiro a Janeiro", de 1974, descoberto durante a pesquisa curatorial. O álbum apresenta 10 serigrafias pouco conhecidas pelo grande público e um texto de Hermilo Borba Filho intitulado "Corbiniano: A Festa". A exposição é curada por Bruna Pedrosa, com um programa educativo elaborado por Carol Corrêa, ambas colaboradoras do artista durante sua vida. O Artista José Corbiniano Lins, nascido em Olinda em 2 de março de 1924, foi um artista pernambucano marcado por sua simplicidade, habilidade e paixão pela arte. Desde a infância, desenvolveu o gosto por desenhos, quadros e gravuras, tornando-se um profissional após seus estudos na Escola de Aprendizes Artífices de Pernambuco. Membro do Atelier Coletivo de Olinda, integrou o movimento de Arte Moderna do Recife nos anos 50. Sua expressão artística abrangeu diversas formas, desde desenhos até esculturas em alumínio fundido, técnica pela qual se tornou renomado. Suas obras, notavelmente as representações de mulheres, são marcadas por encanto e formas sinuosas. Corbiniano participou de exposições no Brasil, Europa e América Latina, deixando seu legado em prédios públicos, praças e residências. Destacam-se trabalhos como a Sereia do Mirante em Maceió (AL) e os monumentos do Vaqueiro e Iracema em Fortaleza (CE). Além disso, criou o troféu para o Prêmio Cristina Tavares de Jornalismo em Pernambuco. Serviço: “100 anos de Corbiniano Lins – a festa!” Data: de 3 a 17 de março Local: Praça de Eventos 2 no Piso L1 do RioMar Recife. Acesso gratuito

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Evento inédito que reúne música ao vivo na sala de cinema ocorre amanhã (29), no Recife

Fundaj será palco do espetáculo Sotaques do Choro (Foto: Marcus Jung) Os entusiastas do choro têm motivos para celebrar, pois, no dia 29 de fevereiro, quinta-feira, Recife será palco do evento intitulado "Sotaques do Choro". O Cinema do Museu - Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ) será o cenário para o espetáculo do grupo "Isto é Choro", seguido pela projeção do documentário musical intitulado "Plauto, um sopro musical". Este evento, que teve sua estreia em janeiro em Salvador, propõe uma conexão singular entre a música e o cinema, proporcionando ao público uma experiência inovadora e exclusiva. Organizado pela distribuidora Lança Filmes, o "Sotaques do Choro" percorrerá 21 cidades brasileiras, apresentando performances de artistas e grupos locais do gênero, fomentando um intercâmbio entre os admiradores desse estilo autenticamente brasileiro. O objetivo é valorizar a rica cultura de cada região, contribuindo assim para o legado histórico do Choro. No Recife, os espectadores terão a oportunidade de apreciar a performance do grupo "Isto é Choro". Este coletivo regional de Choro foi estabelecido em 2016 na Região Metropolitana do Recife, como resultado da iniciativa de músicos e produtores pernambucanos em prol da divulgação e preservação desse gênero musical. Adotando um formato de concerto-aula em suas apresentações musicais e didáticas, o Coletivo sempre conta com a participação de convidados, executando um repertório composto por chorinhos de compositores pernambucanos e clássicos nacionais. Lançado nos cinemas em 2023, "Plauto, um sopro musical" destaca a notável trajetória de Plauto Cruz (1929 - 2017), uma das personalidades mais eminentes do choro no Brasil. Este mestre da flauta iniciou sua carreira durante a Era de Ouro do Rádio, colaborando com artistas renomados como Ângela Maria, Orlando Silva, Elis Regina, Lupicínio Rodrigues, Carlos Galhardo, Nelson Gonçalves e Sílvio Caldas. O evento inicia às 19h, com ingressos a R$ 7,00 à venda antecipadamente pelo link. O projeto segue ocorre também em Aracaju e Niterói no dia 29, e segue para Belo Horizonte e Nova Prata em 02 de março, Pelotas no dia 12 e Maceió no dia 14. Novas praças e datas serão divulgadas em breve pelo site https://www.lancafilmes.com.br/

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