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Arte Plural Galeria inaugura nova exposição coletiva nordestina hoje (14)

Ceará presente em mostra coletiva no Recife Em tempos de enfrentamentos globais aos mais diversos preconceitos, a arte cearense ocupa espaços, reforçando a multiplicidade do universo das linguagens e da poética, bem como conduzem à uma reflexão sobre as diferenças e a geopolítica das artes. A exposição “Da diversidade vivemos”, será lançada nesta terça-feira (14.03), na Arte Plural Galeria (APG), no Recife, com obras de 14 artistas nordestinos, dois deles genuinamente cearenses, além da co-curadoria ser assinada pelo também cearense Lucas Dilacerda . A multiplicidade de visões é reforçada com a mistura dos artistas participantes:  dos 14 confirmados Gerson Ipirajá e Blecaute estão no time dos cearenses. Além deles, dois nomes, embora nascidos em SP, têm o coração nordestino, já que escolheram a região para morar: o Recife, no caso de Rinaldo Silva; e João Pessoa, na Paraíba, onde Guto OCA, fincou raízes há mais de uma década, instalando-se na cidade natal também de Aurora Caballero.  Os pernambucanos são: Priscilla Buhr, Bete Gouveia, Hélia Scheppa, Juliana Souto, Lara Albuquerque, Neilton Carvalho, Mitsy Queiroz, Maurício Castro e Lucas Alves (este aqui com sua trajetória artística na Paraíba). Com algumas obras inéditas, a exposição marca dos 18 anos da APG e tem como marca uma diversidade presente também no uso dos materiais para a criação de telas, esculturas e fotografias. São mais de 30 trabalhos, ocupando os dois salões de exposição da APG, num passeio encantador aos olhos dos visitantes. Para Dilacerda, esta mostra é um convite a experimentação de questões urgentes do tempo em que vivemos, que a partir de imagens, cores, formas e texturas fazem sentir que outros modos de viver nessa região é possível e que plantam em nós a semente de um novo mundo. “O Nordeste é uma região em disputa de imaginários. A arte nos mostra outras imagens do Nordeste para além dos estereótipos da seca, fome e miséria, intervindo assim na geopolítica da imaginação. As obras da exposição revelam imaginários encantados, místicos, sagrados e cotidianos que existem e resistem às invisibilizações e apagamentos históricos”, ressalta o co-curador, parceiro da pesquisadora paulistana Joana D’Arc Lima, responsável pela curadoria. Ele lembra, ainda, que, no cenário nacional, o Nordeste é colocado dentro da gaiola da "arte regional" enquanto o eixo sul-sudeste é colocado no patamar da "arte brasileira". Não somos brasileiros? Nordeste não é Brasil? Talvez não! Talvez não sejamos Brasil, mas sim anti-Brasil. Afinal, "Brasil" é o nome para um projeto colonial que se iniciou em 1500 com o extermínio de uma infinidade de povos, culturas, línguas e modos de vida que já habitam esta terra. Talvez o que fazemos não seja "arte regional" nem "arte brasileira", mas sim uma arte que discute o território em disputa que habitamos, um território em guerra, na qual tem nome e data, que é o Brasil”, afirma. O artista Gerson Ipirajá ressalta que, nesse momento de celebração de seus 30 anos de trajetória profissional é uma alegria estar em um espaço plural, reconhecido por exposições de nomes como Antônio Mendes e Rinaldo, destacando, ainda, que da cultura pernambucana, tem incorporando aos seus trabalhos, olhares sobre a fonte armorial, Instalada na Rua da Moeda, bairro do Recife Antigo, desde 2005, a APG já realizou mais de uma centena de exposições. Reconhecida por incentivar o cenário cultural de Pernambuco, vem contribuindo para a formação de um polo de produção, discussão, debates e encontros em torno do amplo mundo das artes. Especial – Na noite de abertura (14.03), uma atração especial: a artista ‘prática’ (como ela se autodenomina), Catarina Dee Jah, fará uma performance sonora-visual, a partir de trabalhos que ela já desenvolve integrando múltiplas linguagens. Atualmente, ela vem trabalhando, também, com bandeiras com tipografia própria e simbologia, criadas com tesourinha de unha e estilete e reproduções em corte à laser. Serviço: Exposição “Da diversidade vivemos” Coletiva reunindo trabalho de Aurora Caballero| Blecaute| Bete Gouveia | Guto Oca| Gerson Ipirajá| Hélia Scheppa| Juliana Souto | Lucas Alves | Lara Albuquerque| Mitsy Queiroz | Maurício Castro |Neilton Carvalho| Rinaldo Silva |Priscilla Buhr Quando: 14.03.2023, 18h às 21h, para convidados. Visitação do público a partir de quarta-feira (15.03). Funcionamento de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados, de 14h às 18h Onde: Arte Plural Galeria (rua da Moeda, 140, Bairro do Recife)Entrada gratuitaInstagram: @arte_plural_galeria

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Cavani Rosas inaugura exposição Raízes e Ramificações na Christal Galeria

Os trabalhos do artista plástico poderão ser conferidos a partir do dia 16 de março Na plenitude dos seus 70 anos, o artista plástico pernambucano Cavani Rosas ocupará todos os espaços da Christal Galeria, no Pina, a partir do dia 16 deste mês, com a exposição Raízes e Ramificações. Sob a curadoria de Julio Cavani, o artista presenteará o público com desenhos e esculturas que refletem um ofício quase ritualístico, a partir de um mergulho existencial, entrega pessoal e diversidade de temas e estilos, que vão das formas livres abstratas ao realismo figurativo. A abertura no dia 16, a partir das 18h, terá a apresentação musical do trio instrumental Mongiovi Trio, formado pelos músicos Angelo Mongiovi, Miguel Mendes e Rostan Junior. “Tanto nos traços de precisão cirúrgica quanto nas formas mais soltas, existe na arte de Cavani uma consciência do gesto manual que se transfigura em composições sublimes. Até nas representações mais detalhistas de paisagens, percebe-se um ato de criação, manifestado em escolhas sutis e determinantes”, explica o curador da exposição, Julio Cavani. Raízes e Ramificações é uma exposição que reúne trabalhos do artista construídos a partir de temáticas como formações botânicas, personagens culturais e lugares reais que são transportados para contextos de fantasia e abstrações expressivas. “Os traços e pontos são como elos entre dimensões distantes e multiversos paralelos. As esculturas materializam essas inquietações em volumes físicos que se espalham nos espaços”, completa o curador. As obras que ocuparão a Christal Galeria – 31 desenhos e cinco esculturas - estarão distribuídas em três diferentes agrupamentos temáticos: Lugares e Cultura, Formas Orgânicas e Tormenta. Em Lugares e Culturas, Cavani Rosas retrata o Recife, cidade natal do artista, com traços harmoniosos e poéticos, mostrando casarios seculares, em bairros como Poço da Panela e Boa Vista; e ainda quadros que retratam o maracatu de baque solto e o cavalo marinho. Cavani, que acompanhou a evolução urbana recente do Recife, sempre procurou estar em convivência pessoal direta com ambientes onde encontra a harmonia e as contradições sociais de um passado ainda historicamente presente no cotidiano. O outro espaço intitulado Formas Orgânicas retrata nos desenhos a complexidade da natureza – árvores como baobás, gameleiras e fícus – e ainda capta a sensualidade e força expressiva da paisagem. As texturas das superfícies das folhas, caules e pétalas são reproduzidas com um cuidado e um detalhamento que transcendem a ausência de cor dos desenhos em preto e branco. “Em imagens de ervas ou flores, por exemplo, podem ser percebidas formas com características que remetem a desenhos eróticos e criaturas fantásticas, como em um cruzamento dimensional entre o mundo real e o imaginário”, destaca Julio. Na terceira sala que ocupará na Christal Galeria, definida como Tormentas, Cavani Rosas expõe desenhos sombrios que representam sentimentos de crise existencial e agonia diante dos problemas políticos e sociais nacionais e internacionais. Povoadas por personagens transtornados e atormentados, com essas obras o artista transmite o desconforto emocional sofrido pelo ser humano em situações de opressão. Os quadros e esculturas apontam entrelaçamentos entre caminhos distintos, dentro de um conjunto coeso e ao mesmo tempo heterogêneo, desenvolvido e amadurecido de forma natural ao longo de cinco décadas. “A arte de Cavani é como uma árvore que, com raízes bem fincadas, se expande em infinitas composições de folhagens e ramificações”, define Julio Cavani. SERVIÇO Exposição Raízes e Ramificações -Cavani Rosas Onde: Christal GaleriaQuando: A partir de 16 de março de 2023 – abertura às 18h Endereço: Rua Estudante Jeremias Bastos, 266, Pina. Entrada Gratuita

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Viva a Guararapes comemora os 486 anos do Recife

A décima edição do evento ocorrerá no dia 12 de março, data do aniversário da capital pernambucana. Os festejos agregarão 13 polos dedicados a atividades esportivas, culturais, sustentáveis e de economia criativa, incluindo o inédito Polo Recife (Da Prefeitura do Recife) A cidade vai tremer e a galera vai suar. Esse é o tom que o Viva a Guararapes vai ter em comemoração ao aniversário da cidade, com o tema “Viva a Guararapes – Recife 486 Anos”. No domingo, de 10h às 17h, a Avenida Guararapes, no bairro de Santo Antônio - no centro do município - vai mobilizar os recifenses para aproveitarem de banho de espuma à apresentações do icônico Kelvis Duran. Serão 13 polos dedicados ao esporte, à cultura, à sustentabilidade, à economia criativa, dentre outras temáticas. Pela primeira vez será instalado o Polo Recife, que vai abrigar o espaço “Foto Lembrança” para que as famílias registrem seu amor pela cidade em memórias fotográficas. Também neste espaço ficarão os bonecos gigantes e personagens do Boi Voador, como o conde Maurício de Nassau e sua esposa, Sofia Amália, além de personagens da época do século XVII. O evento é organizado pela Secretaria de Turismo e Lazer em parceria com o Gabinete do Centro do Recife, por meio do Programa Recentro. O Polo Infantil reunirá o espaço da recreação, pula-pula, banho de espuma, muro para escalada, os disputadíssimos brinquedos infláveis, cama elástica, oficinas de pintura e balão, além de  atividades da Casa das Asas. No Palco Esportivo e Infantil quem reinará serão as danças: Zumba, Coach Dance , Unibra .  Também estarão presentes o Polo Geek com o Nerd Café, Feira Geek e JustDance;  no Polo Sesc estará a biblioSesc. Já no  Polo Esportivo o destaque será o Badminton e a patinação, além de vôlei e basquete de rua. O Polo Pet terá espaço para adoção de animais, vacinação antirrábica, pré-agendamento de castração, apresentação da Companhia Independente de Policiamento com Cães-CIPCães-, e pinturinha infantil  com temática Pet, enquanto que no Polo de Serviço estarão reunidos espaços voltados para a Saúde e representações das concessionárias de água e energia, Unibra Social, Oficina de Turbante e Fiepe. No tradicional Polo do Sebo estarão concentrados a Feirinha do Vinil, a própria feirinha de livros do Sebo, com vários títulos a preços populares, e o DJ Pepe Jordão botando todo mundo para dançar. O Polo Sustentabilidade abrigará a Feira Agroecológica e no Polo Cultural e Artístico estarão concentradas as atrações DJ Dyvison, Ed Carlos, Belo Xis, banda Mesa4,  além de Kelvis Duran. No evento, não vai faltar opções de alimentos no Polo Gastronômico com food Trucks (Rota do Marujo, Rei da Coxinha, Hasta Lá Pizza e My Burguer) e quiosques de cervejas artesanais. E quem quiser opções de presentes é só dar uma passadinha no Polo de Economia Criativa.   OUTROS ATRATIVOS - O público que for aproveitar o Viva a Guararapes ainda vai contar com atividades como a Ciclofaixa Móvel com expansão até o Pátio de São Pedro, Morro da Conceição e Ligação Recife e Olinda. O Olha! Recife ocorre às 14h, uma caminhada com o tema Recife Holandês, saindo do Viva a Guararapes e encerrando no Marco Zero, para que os inscritos aproveitem o espetáculo O Boi Voador. Neste roteiro, os participantes desbravam o Centro do Recife, conhecendo mais a história da ocupação holandesa no Brasil. Os interessados podem se inscrever pelo site www.olharecife.com.br, a partir desta sexta-feira (10). Também haverá o passeio de trenzinho Maria Fumaça, que parte da Avenida Marquês de Olinda, no bairro do Recife, com destino à Praça da Independência, às margens da Avenida Guararapes. Para quem tiver interesse em embarcar nesse transporte, o tíquete custa R$ 10,00 para viagem de ida e volta. Durante toda a programação, a segurança no local será reforçada com as presenças de agentes da Guarda Municipal Civil do Recife (GMCR) e da Polícia Militar (PM). ESTACIONAMENTOS - Os motoristas que forem de carro para o centro nesse dia terão a opção de estacionar no terreno edifício-sede da Prefeitura do Recife, tendo acesso ao serviço de van, fazendo o trajeto Prefeitura/Bairro do Recife e Pracinha do Diario. Outra opção são as vagas para estacionamentos gratuitos de veículos em endereços vizinhos à Avenida Guararapes, como as ruas do Sol, Cleto Campelo, do Imperador, Ulhôa Sintra, Ubaldo Gomes de Matos, da Palma e Avenida Dantas Barretos. Os agentes da Autarquia de Trânsito e Transporte do Recife (CTTU) fecharão a Avenida Guararapes para o tráfego de ônibus e táxis a partir das 18h do sábado (11), quando começará a instalação da infraestrutura do evento.   Serviço: Viva a Guararapes – Aniversário de 486 Anos do Recife Data: 12/03/23 Hora: 10h às 17h PROGRAMAÇÃO do Viva a Guararapes – Recife 486 Anos Ciclofaixa Móvel com Expansão até o Pátio de São Pedro, Morro da Conceição e Ligação Recife e Olinda: 07h às 16h Trenzinho Viva Guararapes: 10h às 17h Serviço de Van (Prefeitura/Praça do Diário/Bairro do Recife - Boi Voador): 10h às 18h Olha! Recife: 10h/14h (Ponto de Encontro Av. Guararapes) CAT – Centro de Atendimento ao Evento: Avenida Guararapes - 10h às 17h Baile de Vassourinhas para Badia: Avenida Guararapes - 14h às 17h Bike Anjo: Avenida Guararapes - 10h às 17h   Vacinação: Avenida Guararapes - 10h às 17h POLO RECIFE Foto Lembrança: Avenida Guararapes - 10h às 17h Boneco Gigante e Personagens Boi Voador: Avenida Guararapes - 10h às 14h POLO INFANTIL Recreação: Avenida Guararapes - 10h às 17h Pula Pula: Avenida Guararapes - 10h às 17h Banho de Espuma: Avenida Guararapes - 10h às 17h Muro de Escalada : Avenida Guararapes - 10h às 17h Infláveis: Avenida Guararapes - 10h às 17h Cama Elástica: Avenida Guararapes - 10h às 17h Oficinas de Pintura e Balão: Avenida Guararapes - 10h às 11h / 14h às 15h Casa das Asas: Avenida Guararapes - 10h às 17h PALCO ESPORTIVO E INFANTIL Zumba com Surama Nascimento: Avenida Guararapes - 10h às 11h Coach Dance: Avenida Guararapes - 11h às 12h Unibra Dance: Avenida Guararapes - 12h às

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Artistas falam de seus processos de criação em Roda de Conversa na Galeria Marco Zero

As relações entre corpo e território e as percepções sobre o lugar de origem e suas implicações na produção artística também serão debatidas Hoje (9), a partir das 18h, a Galeria Marco Zero sedia uma Roda de Conversa com os artistas visuais Bozó Bacamarte e Ianah Maia, com mediação da curadora Galciani Neves. O evento, aberto ao público e gratuito, é parte da programação da coletiva ‘Eu não enterrei meu umbigo aqui’, em exposição da galeria localizada em Boa Viagem, no Recife. A mostra, em cartaz até 8 de abril, busca refletir sobre as reais e diferentes formas como aconteceram os fluxos migratórios do Brasil. No encontro, serão compartilhados os processos de criação dos trabalhos que integram a mostra e debatidas as relações entre corpo e território e as percepções sobre o lugar de origem e suas implicações na produção artística. ARTISTAS - Grafiteiro, pintor, artista visual, o recifense Bozó Bacamarte tem obras com influência da xilogravura – como as produzidas pelos mestres Gilvan Samico e J. Borges –, além de elementos do Movimento Armorial criado por Ariano Suassuna, sendo o povo nordestino um tema recorrente em seu trabalho. Também nascida na capital Pernambucana, Ianah Maia é artista visual e técnica em agroecologia. Seu trabalho abrange auto-retratos fotográficos, pinturas e arte urbana que revelam um  olhar cuidadoso e lúdico para pequenas belezas cotidianas, buscando reconhecer as intersecções entre natureza, cultura, corpo e território e fazendo uso da geotinta, técnica de pintura com tintas artesanais feitas a partir de pigmentos minerais naturais. MEDIADORA E CURADORA - Cearense radicada em São Paulo, Galciani Neves é curadora, professora e pesquisadora no campo das artes visuais. Obteve o título de mestre (2009) em Comunicação e Semiótica na PUC-SP. É autora do livro Exercícios críticos: gestos e procedimentos de invenção (EDUC, 2016, com auxílio FAPESP). Foi coordenadora da Escola Entrópica (Instituto Tomie Ohtake - SP). Trabalhou em instituições como a Fundação Bienal de São Paulo, Instituto Tomie Ohtake e MuBE (Museu Brasileiro da Escultura e da Ecologia). Também foi professora colaboradora do Mestrado em Artes da Universidade Federal do Ceará. Atualmente, é professora do Curso de Artes Visuais e da Pós-Graduação em Práticas Artísticas Contemporâneas na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), na Escola Tomie, bem como é uma das consultoras-colaboradoras artístico-pedagógicas da Biblioteca-Floresta, trabalho sócio-artístico-ambiental de Simone Moraes, em Goiás.

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Praça da República, o campo dos mártires de 1817

*Por Leonardo Dantas Silva Quem contempla a Praça da República nos dias atuais, com seus jardins bem conservados projetados por Roberto Burle Marx (1909-1994), cercada de monumentos como o Palácio do Governo (1841), o Teatro de Santa Isabel (1850), o Liceu de Artes e Ofícios (1880), o Palácio da Justiça (1930) e o prédio da Secretaria da Fazenda (1944), mal desconfia que o seu solo encontra-se embebido pelo sangue de oito mártires pernambucanos que deram as suas vidas pela causa da liberdade quando do Movimento Republicano de 1817. No dizer de Manuel de Oliveira Lima foi a Revolução Republicana de seis de março de 1817: “A única revolução brasileira digna desse nome e credora de entusiasmo pela feição idealista que a distinguiu e lhe dá foros de ensinamento cívico, e pela realização prática que por algum, embora pouco, tempo lhe coube. Eu lhe disse uma vez que foi instrutivo pelas correntes de opinião que no seu seio se desenharam, atraente pelas peripécias, simpática pelos caracteres e tocante pelo desenlace. Foi um movimento a um tempo demolidor e construtor, como nenhum outro entre nós e como nenhuma outra em grau superior, na América espanhola.” No século 17 a área da atual Praça da República era tomada pelo Palácio de Friburgo, também conhecido como Palácio das Torres (uma ocupada por um observatório astronômico e a outra por um farol), construído entre 1640 e 1642 pelo conde João Maurício de Nassau-Siegen, governador do Brasil Holandês, que implantou nos seus jardins o primeiro Zoobotânico do continente americano. No início do século 19, a atual Praça da República era chamada de Largo do Erário, local que serviu de cenário a solenidade da benção das Bandeiras dos Revolucionários de 1817, ocorrida na data de 3 de abril daquele ano. Um século depois voltou este pavilhão azul e branco, a tremular em nossos céus, transformado que foi em bandeira oficial do Estado de Pernambuco (1917). O mesmo local fora também chamado de Campo da Honra, em memória dos oito mártires pernambucanos que pagaram com suas vidas pela participação naquele movimento de independência do Brasil.Em 8 de julho de 1817, foram ali enforcados os capitães Domingos Teotônio Jorge Martins Pessoa e José de Barros Lima (o Leão Coroado), e o padre Pedro de Sousa Tenório. Além desses, foram também imolados os mártires Antônio Henrique Rabelo, Amaro Coutinho, José Peregrino Xavier de Carvalho, Inácio de Albuquerque Maranhão e o padre Antônio Pereira de Albuquerque. Os corpos desses condenados, depois de executados, eram esquartejados e, com suas cabeças separadas dos corpos e as mãos decepadas, para servir de exposição à curiosidade popular nos locais onde teriam feito sua pregação revolucionária.Em memória dos Mártires da República de Pernambuco de 1817, foi erigido um monumento em bronze, de autoria do escultor Abelardo da Hora (1924-2014). O conjunto foi inaugurado em 1987 pelo Governo de Pernambuco, atendendo à sugestão do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, na alameda em frente ao Palácio da Justiça. No lado contrário, da mesma alameda, em frente ao Palácio do Governo, encontra-se a estátua em meio corpo do conde alemão João Maurício de Nassau-Siegen (1604-1679), governador do Brasil Holandês (1637–1644), responsável pelo primeiro plano urbanístico desta ilha de Santo Antônio, na qual fez erguer a Cidade Maurícia. Inaugurado em 17 de junho de 2004, por ocasião do quarto centenário de nascimento do conde alemão João Maurício (1604-1679, o monumento em bronze foi presenteado pela República Federal da Alemanha ao povo de Pernambuco. Trata-se de réplica da escultura original, produzida por Bartholomeu Eggers (c.1630-1692) no ano de 1664, e que atualmente se encontra sob o túmulo de João Maurício de Nassau na cidade alemã de Siegen. Cruzando a Praça da República por entre seus jardins, encontraremos outras estátuas de procedência francesa, em ferro fundido, representando divindades clássicas: Juno, Diana, Ceres, Flora, Minerva, Níobe, Vesta e Têmis. Os postes de iluminação estão decorados com esculturas das Três Graças, filhas de Vênus – Eufrosina (Alegria), Tália (Verdejante), Agláia (Esplendor), sustentadas por igual número de anjos, em notável trabalho de fundição em ferro.Um conjunto de palmeiras imperiais (Roystonea oleracea) e de cinco tamareiras (Proenix dactylífera) circunda o lago com sua fonte luminosa. No extremo leste, ao centro do jardim, uma estátua do conde da Boa Vista em bronze, assinada por Félix Charpentier, lembra aos passantes a figura deste Grande de Pernambuco: Francisco do Rego Barros, barão, visconde e depois conde da Boa Vista, nascido no Cabo de Santo Agostinho, em 1802, e falecido no Recife em 1870, responsável pela construção do Teatro de Santa Isabel e do atual Palácio do Governo. No mesmo jardim, uma estátua pedestre do poeta Augusto dos Anjos, o autor dos versos à ponte Buarque de Macedo, aparece ao nível da grama. Ainda na Praça da República, também de Campo das Princesas (1858), plantada em frente ao Palácio do Governo, uma grande árvore desperta a atenção dos visitantes. Trata-se de um baobá centenário (Adansonia digitata), árvore sagrada do Senegal, imortalizada por Antoine de Saint Exupéry em seu O pequeno príncipe e exaltada em versos pelo poeta João Cabral de Melo Neto:Recife. Campo das Princesas.Lá tropecei com um baobácrescido em frente das janelasdo Governador que sempre hádo Governador que sempre há. (Publicado originalmente em 17 de março de 2017 na Revista Algomis)

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Márcia Angela da Silva Aguiar toma posse no comando da Fundaj

Em cerimônia presidida pelo Senhor Ministro da Educação, Camilo Santana, a doutora em Educação Márcia Angela da Silva Aguiar toma posse hoje (3), às 10h30, no Cinema da Fundação/Museu, no campus Gilberto Freyre da Fundaj, em Casa Forte Graduada em Pedagogia, mestre em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco e doutora em Educação pela Universidade de São Paulo, Márcia Angela da Silva Aguiar será empossada pelo ministro da Educação, Camilo Santana, como presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Anunciada como nova presidente da Fundaj pelo ministro da Educação, Márcia Angela foi nomeada para a função no dia 1º de fevereiro, quando teve seu nome publicado no Diário Oficial da União (DOU). Desde então, ela vem realizando o trabalho de transição, com uma intensa agenda de reuniões e visitas aos diversos equipamentos da Fundação, dialogando com servidores e apresentando seus objetivos à frente da instituição federal. Buscando uma gestão democrática e expansão das atividades fora das fronteiras regionais, Márcia Angela garante que a Fundação terá um olhar voltado ao social, em contato com as comunidades, universidades e com a rede de ensino pública. “Um organismo como a Fundação Joaquim Nabuco precisa de gestão democrática, o desenvolvimento de trabalho terá diálogo com servidores, atividades planejadas de forma cooperativa, trabalho articulado, valorização desses profissionais”, afirmou Márcia Angela em sua chegada à instituição federal. PerfilA educação é intrínseca na trajetória da nova gestora da Fundaj. Márcia Angela ftem em seu currículo atuação no Programa de Pós-Graduação em Educação e no Curso de Pedagogia (campus Recife), além da coordenação do Observatório de Política e Gestão da Educação (Observa). A presidenta da Fundaj integra a Linha de Pesquisa Política Educacional, Planejamento e Gestão da Educação e é líder do grupo de pesquisa em Políticas Públicas. Ela foi Diretora do Departamento de Educação da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Diretora de Planejamento na Secretaria estadual de Educação, Presidenta do Conselho Municipal de Educação de Recife, presidenta da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (Anfope), coordenadora do Grupo de Trabalho "Estado e Política Educacional" (Anped), vice-presidente e presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) e presidente da Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae). Como conselheira, a acadêmica atuou na Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação e sua atuação vai além de nossas fronteiras.Márcia Angela integra, também, o fórum de Gestão do Ensino Superior nos Países e Regiões de Língua Portuguesa (Forges). Também desenvolve estudos e pesquisas sobre os temas políticas públicas de educação, gestão da educação, educação superior e formação de profissionais da educação.

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Bruno Hrabovsky chega ao Recife com turnê nordestina de “Queen ao Piano”

Pianista curitibano volta ao palco do Teatro Santa Isabel, no dia 10 de março, para única apresentação, antes de chegar a Campina Grande e João Pessoa. Ingressos à venda via Guichê Web O curitibano Bruno Harbovsky, que vem se consagrando por interpretar de forma única, ao piano, composições do rock internacional, faz parada no Recife, no próximo dia 10 de março, dentro da turnê nordestina de “Queen ao Piano”. Mais uma vez, ele sobe ao palco do Teatro de Santa Isabel, às 20h, onde já tocou por duas ocasiões, a última, com o mesmo espetáculo, em 2022. Além do Recife, ele leva o concerto, no dia 11, a Campina Grande, e no dia 12, apresenta o “Pink Floyd ao Piano” em João Pessoa. Percorrendo palcos pelo Brasil há dez anos, o pianista lembra um pouco da trajetória dedicada a estudar o rock internacional. “O ‘Rock ao Piano’ foi desenvolvido aos poucos, comecei há quase 20 anos, quando ficava o maior número de horas em frente ao piano, estudando, depois consolidei meu gosto pelo metal, e estreei o projeto em 2013. O Queen foi do mesmo jeito; passei a prestar mais atenção ao repertório do grupo, e vi que eles mereciam um concerto só deles. A pandemia atrasou um pouco a turnê, que iniciei em 2022. Agora, vou conseguir contemplar mais cidades do Nordeste”, explica Hrabovsky, que em 2022 também passou por Maceió. A ideia do espetáculo é mesmo prestar homenagem à banda britânica. O programa segue em ordem cronológica a trajetória do grupo, apresentando músicas com sonoridades diferentes e pelo menos uma composição de cada um dos quatro integrantes. “Sigo uma narrativa cronológica mesmo da história do Queen, mas com algumas concessões. Estudei todos os álbuns deles, fiz uma seleção inicial e fui afunilando”, conta o pianista, que garante a quem for ao teatro a chance de ouvir hits como ‘Bohemian Rhapsody’, ‘Radio Ga Ga’ e ‘Under Pressure’ em versões pra lá de especiais. Ele explica que o casamento do metal com o piano é mais natural do que a plateia e fãs das bandas imaginam. “O piano é um instrumento completo. Há bastante espaço para peso nele; é só ver algumas gravações de Liszt ou Prokofiev. A meu ver, descer a mão nos riffs do rock e do metal casa perfeitamente com algo que o instrumento sempre esteve disposto a fazer, com todas as possibilidades que ele oferece ao seu intérprete”, afirma. SERVIÇO:Queen ao Piano, com Bruno Hrabovsky. Sexta-feira, 10 de março, 20h, no Teatro de Santa Isabel (Praça da República, S/N, Santo Antônio, Recife). Ingressos: R$ 25 a 60 pelo site Guichê Web. Meia-entrada para estudantes, idosos e professores.

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Livraria da Praça, em Casa Forte, recebe o projeto Palavras e Sons

No próximo dia 04 de março, às 17h, a Livraria Praça de Casa Forte recebe o Projeto Palavras e Sons, que reúne literatura e diversas artes. Está marcada palestra com o presidente da Academia Pernambucana de Letras, o professor Lourival Holanda além de uma apresentação musical do violonista Cláudio Almeida e do cantor Daniel Barreto.A curadoria será de Ana Dourado. O evento acontece no Quintal da Livraria, com entrada aberta ao público. A Livraria da Praça fica na Praça de Casa Forte, 454

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Confira a programação dos polos carnavalescos do Recife

Serão 44 polos, entre centralizados, descentralizados e comunitários. A Cultura Popular terá presença marcante, em uma programação que se estende por toda a cidade, reunindo atrações locais e nacionais, que celebram a volta do ciclo carnavalesco (Da Prefeitura do Recife) As manifestações populares são as grandes anfitriãs da festa, mostrando a força da cultura momesca recifense, principal diferencial do Carnaval de rua da capital do estado em relação a qualquer outra folia nacional. Assim, troças, caboclinhos, bois, ursos, escolas de samba, clubes de frevo, blocos líricos, caboclinhos, maracatus e tribos de índio reinam em destaque ao lado de nomes superlativos do cancioneiro nacional que integram as grades dos shows. Confira a programação completa no https://www.carnavaldorecife.com/ e pode conferir também neste link - https://bit.ly/3JZEHfv Frevo, Maracatu, Samba, todas as matrizes da cultura recifense se encontram no mais plural dos ciclos culturais, que conta também com rock, brega e sonoridades contemporâneas, fazendo a miscelânea nos palcos e nas ruas do Carnaval do Recife, reunindo um time de peso como Chico César, Mestre Ambrósio, Emicida, Elba Ramalho, Otto, Nação Zumbi, Duda Beat, Mundo Livre, ao lado de ícones da folia pernambucana como André Rio, Marron Brasileiro, Nena Gueiroga, Almir Rouche, Spok, Maestros Ademir Araújo e Duda, Lia de Itamaracá, Quinteto Violado e Banda de Pau e Corda,  entre tantos outros legítimos representantes do Carnaval. Neste ano, a escuta popular que apoiou a montagem da grade artística, na escolha de atrações pelo voto direto, aconteceu por meio do aplicativo Conecta Recife. Um processo democrático que contou com mais de 15 mil participações de moradores da cidade. Confira a programação de alguns dos polos anunciados: PÁTIO DE SÃO PEDRO Sábado (19) – Pátio da Diversidade (a partir das 9h) Banda Santroppê Andreia Luiza Banda Delikada Xuxinha E Bandalê Show Das Drags Banda Sentimentos Eduarda Alves Márcia Sampaio Romero Ferro e Convidados Domingo (19) – A partir das 15h Cultura Popular Recife Matriz Da Cultura Popular - Encontro De Bois - Boi Arcoverde, Boi de Mainha, Boi Faceiro, Boi Teimoso de Limoeiro, Urso do Ovão, Urso Texaco, Urso da Rua do Sapo, Urso da Tua Mãe, Boi Maracatu, Boi Diamante, Boi da Cutia, Boi Pavão, Boi D'Loucos, Boi da Munganga, Urso Branco da Mustardinha. Igor De Carvalho Bione Jader Mombojó Mundo Livre Segunda (20) – A partir das 15h Recife Matriz Da Cultura Popular - Encontro De Bois - Boi Treloso do Recife, Boi Mimoso da Bomba do Hemetério,, Boi Ta Ta Tá, Urso Cangaçá de Água Fria, Urso Branco de Cangaçá, Vaca Charmosa, Urso Peleja, Boi Cara Branca de Limoeiro, Boi Dourado de Limoeiro, Boi Leão de Limoeiro, Urso Zé Da Pinga, Boi Malabá, Boi Misterioso de Limoeiro, Boi Mandingueiro de Paulista, Grupo Cultural Boi Criança de Camaragibe. Gabi Da Pele Preta João Fênix Quinteto Violado - 50 Anos Alessandra Leão, Isaar E Karina Buhr Banda Eddie Terça (21) – A partir das 15h Recife Matriz Da Cultura Popular - Afoxe Okulê Byí, Zenaide Bezerra e passistas, Orquestra Imperial da Bomba do Hemetério, Maracatu de Baque Solto Pavão Dourado de Tracunhaém, Bloco Pierrot de São José, Clube de Boneco Seu Malaquias, Maracatu Nação Estrela Brilhante do Recife. Antúlio Madureira Siba Devotos Combo X Marcelo Jeneci IBURA Domingo (19) Recife Matriz da Cultura Popular - Orquestra Ur-Frevo, Grupo de Dança e Passistas Pequenas Estrelas, Maracatu Rural Leão Vencedor de Chã de Alegria, Grupo Artístico e Cultural Boi de Ta Ta Tá, Troça Carnavalesca Comunitária Mista Tô Chegando Agora Rayssa Bacelar Ed Carlos Gaby Amarantos Almir Rouche Segunda (20) Recife Matriz da Cultura Popular - Troça Carnavalesca Mista A Bela da Tarde e seus Bonecos Gigantes, Orquestra Majestade O Frevo, Saltos Cia de Dança, Boi Calemba Pernambucano, Caboclinho Tupinambá de Recife Afroito Myllena Dantas Nego Thor Jorge Aragão Terça (21) Recife Matriz da Cultura Popular - Boi de Mainha, Orquestra Vai Pegar Fogo, Cia Pe-Nambuco de Dança, Urso Preto da Pitangueira, Escola de Samba Limonil Marrom Brasileiro Nonô Germano Os Neiffs Tayara Andreza VÁRZEA Domingo (19) Recife Matriz da Cultura Popular - Encontro de Caboclinhos (Caboclinho 7 Flechas, TRibo Taquaraci, Tribo Indígena Tainá, Caboclinho Caetés de Recife, Caboclinho Tupinambá de Recife, Clube de Índio Papo Amarelo, Tribo Aparahós, Clube Carnavalesco Misto Índio Taperaguases, Tribo Uirapuru, Caboclinho Jurema Carnaval, Canindé do Recife, Caboclinho Canidé, Índio Tabajara de Goiana, Associação dos Caboclinhos Índio Brasileiro de Buenos Aires, Tribo Indígena Tupã, Tribo Indígena Oruba, Caboclinho Potiguares de Goiana, Tribo de Índio Tupinambá, Caboclinho Carijós de Goiana, Tribo Guaianas, Caboclinho Tupynambá, Clube de Índio Tupi Guarani. Mestre Ambrósio André Rio Grupo Bongar Gilsons Segunda-feira (20) Recife Matriz da Cultura Popular  - Urso Pé de Lã, Luden Cia de Dança, Orquestra Brasileira do Recife, Boi da Muganga, Clube de Frevo Bola de Ouro Café Preto Nação Zumbi Marina Sena Clara Sobral Terça-feira (21) Recife Matriz da Cultura Popular  - Maracatu Piaba de Ouro, Bloco Flor da Lira de Olinda, Bloco Afro Obá Nylé, Escola de Samba Preto Velho. Larissa Lisboa Mundo Livre Emicida Banda Sentimentos ALTO JOSÉ DO PINHO Domingo (19) Recife Matriz Da Cultura Popular - Urso Brilhante Do Coque, Império Frevo Orquestra Itinerante, Cia De Folguedos, Tribo Indígena Tapirapé. Cinho Do Cavaco - Samba Das Antigas Em Canto E Poesia Banda Etnia Devotos Marcelo Falcão Segunda (20) RECIFE MATRIZ DA CULTURA POPULAR - Troça Carnavalesca Mista Tô Chegando Agora, Maracatu de Baque Solto Cambinda Nova de Nazaré, Boi D'loucos, Frevo Zen Orquestra, Companhia De Dança De A a Z, Bloco Carnavalesco Mulheres Do Samba. ELYS VIANA SKA MARIA PASTORA VINÍCIUS BARROS GERALDO AZEVEDO EDUARDA ALVES Terça (21) "Recife Matriz Da Cultura Popular - Galeria Do Ritmo, Cortejo Boi Pintado, Reisado Imperial, Cia 40 Graus de Dança, Orquestra Curica, Bloco Flores de Paulista. " Maestro Edson Rodrigues Isaar  E Valdi Afonjah Cascabulho Chinelo De Iaiá Sheldon CORDEIRO Domingo (19) Recife Matriz da Cultura Popular  - Orquestra Girassol, Grupo de Dança Em Movimento, Clube Carnavalesco Pão Duro, Coletivo Pernambucafro, Confete e Serpentina Gustavo Travassos Rogério Rangel Belo Xis Geraldinho Lins Segunda-feira (20) Recife Matriz da Cultura Popular - Grupo Cultural Boi Charuto, Urso Preto

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José Teles: "A história da música é muito contada do ponto de vista dos cariocas e paulistas"

No momento em que existe uma discussão sobre as diferentes narrativas dos acontecimentos, é interessante e oportuno o lançamento do livro Choro e Frevo, Duas Viagens Épicas, de José Teles (que pode ser adquirido pelo Whatsapp 81 98871-9261). Jornalista e crítico de música com anos de experiência em jornais, Teles é autor de vários livros sobre a história musical de Pernambuco. Sua mais recente obra descortina fatos pouco conhecidos ou que foram “inviabilizados” com o passar dos anos, muitas vezes, em razão do maior destaque dado à cultura do Sudeste. A começar pelas duas viagens mencionadas no título ocorridas nos anos 1950. Numa delas, um grupo de instrumentistas de Pernambuco percorre o trajeto do Recife ao Rio de Janeiro num Jeep, de 1951, para se encontrar com Jacob do Bandolim, então, já venerado como um craque do choro. Na casa do bandolinista uniram- se músicos cariocas e pernambucanos numa apresentação virtuosa. Um adolescente que assistia a tudo, ficou tão extasiado que decidiu ser também violonista: ninguém menos que Paulinho da Viola, que se impressionou, principalmente, com a performance de Chico Soares, o Canhoto. Outra “viagem épica” contada no livro foi a do bloco Vassourinhas para o Rio de Janeiro. Recebido com entusiasmo pelo povo e pela imprensa cariocas, o grupo porém enfrentou muita confusão na volta ao Recife. Antes, fizeram uma escala na Bahia, onde inspiraram Dodô e Osmar a criar o trio elétrico. Como surgiu a ideia de produzir este livro e como foi o processo de pesquisa? Nunca ninguém havia escrito essa história sobre essa viagem do Vassourinhas. Muitos escreveram no oba-oba, que a ida ao Rio e a Salvador foi um sucesso. Mas teve muita confusão. Eu escrevi uma matéria grande no Jornal do Commercio, tempos atrás, sobre o assunto. Na época até falei com uma pessoa que viajou junto com o Vassourinhas. Desde então, eu tinha a ideia de escrever esse livro. Um dia estava conversando com Amaro Filho (radialista, produtor cultural e documentarista) num bar na rua Mamede Simões, e ele me falou de uma outra viagem de chorões pernambucanos que foram num Jeep para um encontro com Jacob do Bandolim no Rio de Janeiro. Ele queria fazer um documentário sobre isso. Aí eu falei da ideia de fazer um livro da viagem do Vassourinhas. Então, pensamos: por que não fazer um livro sobre as duas viagens? O Vassourinhas já era uma lenda do Carnaval, conhecido no Brasil inteiro nos anos 1950. Existiam vários clubes com o nome de Vassourinhas pelas cidades. Era uma espécie de Flamengo (risos). A quantidade de matéria sobre a chegada do Vassourinhas na imprensa do Rio foi absurda. Decidi fazer o livro, mas, dessa vez, não conseguiu falar com ninguém que participou da viagem e o edital do Funcultura tinha um prazo para terminar. Já a viagem dos chorões foi muito pouco noticiada na imprensa. Mas, por sorte, Amaro encontrou-se com Chico, filho de João Dias, marido de dona Ceça. Ele foi na casa de Chico que forneceu um material enorme. O pai dele se correspondia com Jacob e tinha muita foto, gravação. Aí já foi um grande avanço. Depois, Amaro teve acesso ao diário de dona Melita (Conceição Melin), que era esposa do violonista Zé do Carmo. O diário dela já dava um livro, é muito meticuloso. Amaro também conseguiu falar com o pessoal de Jacob do Bandolim que mandou muito material pra gente, até as gravações feitas naquela noite que tinham Jacob falando quem era cada um dos chorões que tocavam. No livro você fala na quantidade de exímios violonistas pernambucanos e como eles influenciaram o choro e gente bamba como Pixinguinha, um fato que pouca gente sabe. Por que Pernambuco tinha tantos bons instrumentistas de violão? A história da música é muito contada do ponto de vista dos cariocas e paulistas. É sempre de lá pra cá e nunca daqui pra lá. Por exemplo, João Pernambuco foi um dos maiores violonistas do Brasil, influenciou vários artistas no Rio, como o próprio Pixinguinha. Sua influência na música que se fazia no Rio nas primeiras décadas do século 20 é imensa e o violão popular brasileiro se fundamenta na sua obra. Muitos expoentes do samba e do choro, como Pixinguinha e Donga beberam na fonte de João Pernambuco. A presença do violão na música do Brasil é uma história que nunca foi contada. Na verdade, os escravos sempre tiveram uma relação forte com o instrumento, porque na África não havia só tambor, mas também muito instrumento de corda. No livro, eu mostro anúncios de jornais sobre escravos fugidos, que ressaltavam o fato deles tocarem violão. Quando surgiram os blocos no Carnaval, eles desfilavam com muitos violões. Blocos como Apôs-Fum e das Flores, saíam com 70 violonistas, além de bandolim, banjo. Esses instrumentos eram muito comuns no Recife e havia muitos frevos compostos para eles. Havia um violonista daqui que era muito bom, que foi importantíssimo: Alfredo Medeiros. Eles foi para o Rio, por causa de uma perseguição do governador Agamenon Magalhães que o exonerou do cargo que ocupava no Tesouro Estadual. Era uma pessoa muito conhecida no Rio. No Recife havia dois programas de grande audiência com violonistas: o Clube das Cordas, na Rádio Clube de Pernambuco, e Quando os Violões se Encontram, na Rádio Jornal do Commercio. Já Rossini Ferreira, que participou da viagem até a casa de Jacob, era muito bom no bandolim. Ele trabalhava como administrador de um empresário pernambucano, que se mudou para o Rio e ele foi junto. No anos 1970 houve um movimento de revalorização do choro e em 1977 aconteceu o Concurso do Choro 77, do qual foi vencedor o grupo Amigos do Choro que Rossini integrava. O grupo concorreu com uma música do bandolinista pernambucano. Em seguida aconteceu o Festival Nacional do Choro, com muita gente experiente concorrendo e que teve grande cobertura da imprensa. E, mais uma vez, Rossini ganhou. Entre os chorões pernambucanos que viajam no Jeep está Ceça Dias. Quem era essa instrumentista e era comum mulheres

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