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‘Frevo Rural’ é o mais novo ritmo do Carnaval de Pernambuco

A iniciativa é fruto de uma pesquisa fonográfica realizada há mais de dez anos, que une o frevo de rua do Recife aos sons, danças, cores e poesias da cultura popular da Zona da Mata Norte, sendo o responsável pela ideia a Escola e Orquestra de Frevo Zezé Corrêa, que é ligada à Sociedade Musical 15 de Novembro. Trabalho é assinado pela produtora musical Canavial Arte e Cultura (Foto: Ederlan Fábio) Após 100 anos do surgimento do frevo de rua, do frevo de bloco e do frevo-canção, o carnaval de Pernambuco, agora, terá o ‘Frevo Rural - ritmo que vem dos canaviais’. O mais novo gênero musical, editado para o formato EP e espetáculo de rua,  é inspirado nas manifestações da cultura popular da região da zona canavieira. O projeto mescla os sons, poesia, danças e sinergia musical do maracatu rural, ciranda e,  principalmente, o bloco rural.  A nova produção fonográfica e montagem é uma iniciativa da Escola e Orquestra de Frevo Zezé Corrêa, que é ligada à Sociedade Musical 15 de Novembro, que há mais de 135 anos, atua no Distrito de Upatininga, Zona Rural da cidade de Aliança, na Zona da Mata Norte do Estado, como Ponto de Cultura e espaço centenário de preservação salvaguarda e memória da cultura pernambucana. Diferentemente do frevo que surgiu, ainda no século passado, nas ruas do Recife e das ladeiras de Olinda, o ‘Frevo Rural’, bebe na fonte das origens das brincadeiras populares que surgiram nos antigos terreiros dos engenhos de cana de açúcar na época da folia de momo, a exemplo da tradição do bloco rural, também chamados de caravanas - que desfilava em meio aos canaviais apenas com a presença feminina. Para além dessa gênese cultural, o ‘Frevo Rural’ também tem em seu DNA a presença da sonoridade e performance do maracatu rural - Patrimônio Imaterial do Brasil. O “Frevo Rural” trata-se de uma produção musical, inédita, de mais de dez anos, na qual reúne, inicialmente, duas músicas, que antes de embalar a folia do carnaval, vai estrear, este mês, na internet. São elas: ‘Plantis da Vida', que fala da vida de mulheres e homens dentro do contexto social do açúcar. A letra aborda, ainda, o tema de propriedade privada, que remete as grandes plantações estabelecidas às custas da escravidão, da exploração do trabalho oriundos da economia da monocultura. Já a segunda música é o ‘Belo Carnaval” inspirada em um marinheiro, um capitão de navio, que após navegar desolado em meio ao mar, chega em um porto e faz um lindo carnaval, transformando aquele ambiente em uma atmosfera de alegria e festa. As duas músicas são composições do músico e percussionista, João Paulo Rosa, natural de Nazaré da Mata, na Zona da Mata Norte.  Trabalho é assinado pela produtora musical Canavial Arte e Cultura. A Orquestra Zezé Corrêa é constituída por  2 cantores, 5 passistas e 14 músicos, sendo o regente o maestro José Messias. A maioria dos integrantes são adolescentes e jovens, negros, filhos de agricultores, cortadores da cana de açúçar da localidade e da regiao, que convivém em meio a tradição da musica raiz da zona canaveira. Para além dos instrumentos de metais e percussão, o ‘Frevo Rural’ é executado por uma orquestra composta por trompetes, trombones, sax, bateria, baixo, apito, guitarras, caixa, surdo e ganzá. Sendo o diferencial, para atingir a sonoridade rural, o bombinho, que se soma a outro importante instrumento, o bacalhau. Juntos, eles provocam um suingue. E para fazer o arremate final, o mineiro, que dá a cadência.  Outro ponto do ‘Frevo Rural’ que diverge em relação aos demais frevos, é sobre dança, que traz forte ligação com as brincadeiras populares da região, que remetem à memória dos passos e evolução do maracatu rural, coco de roda, ciranda, cavalo-marinho, entre outros ritmos.   Para fazer bonito neste carnaval, o grupo também preparou um figurino para lá de colorido. As vestimentas dos músicos, por exemplo, são inspiradas nas cores e nos traços dos grupos de cultura popular da região, tendo predominância em tecido florido, nos tons de azul, verde e amarelo. Uma maneira de representar o sol, o verde do canavial e toda a paisagem da geografia da Zona da Mata.  Já as roupas dos passistas foram elaboradas como forma de representar os brincantes. Nelas, estão desenhadas formas geométricas que valorizam o bordado manual presentes, por exemplo, na gola do maracatu rural e nos estandartes das agremiações carnavalescas. As fitas coloridas, costuradas à mão e que adornam os figurinos, também são uma representação do colorido e da força cultural arco do cavalo-marinho, e da lança dos caboclos. Há, ainda, presença de flores bordadas, como elemento de trazer toda a beleza e tom feminino. Sem dúvidas, um trabalho de artes plásticas para encantar os olhos de quem assiste. “O Frevo Rural é fruto de um trabalho de pesquisa, experimentações e documentações. Temos buscado fazer o resgate musical, sobretudo neste aspecto da música da Zona da Mata. E descobrimos que, aqui, temos um frevo que é desconhecido pela história e, claro, por muitos pesquisadores e amantes do frevo. E, neste carnaval, queremos ressignificar isso apresentando a Pernambuco, Brasil e o mundo um frevo que nasce com a doçura do açúcar e resistência da rapadura ”, afirma o produtor musical, Ederlan Fabio. “Sem dúvida esse nosso trabalho vai fazer história. Nosso desejo é que, após toda essa imersão, possamos propor para a Unesco a inserção do ‘Frevo Rural’ como ritmo Patrimônio Imaterial do Brasil. Fato é que há um longo caminho para isso, mas não nos custa sonhar e, quem sabe, realizá-lo ", finaliza.   O EP ‘Frevo Rural - ritmo que vem dos canaviais’ será lançado nesta semana nas principais plataformas digitais. Ainda dentro da agenda de estreias, a Escola e Orquestra de Frevo Zezé Corrêa, programa várias apresentações nos polos culturais do carnaval espalhados por várias cidades pernambucanas. Toda programação será apresentada, até o fim deste mês, nas redes sociais: Instagram/orquestrazezecorrea, Instagram/escola.zezecorrea e no www.facebook.com/OrquestradeFrevoZezeCorrea

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Choro e frevo em ritmo de aventura

*Por Paulo Caldas O renomado crítico musical José Teles, neste “Choro e frevo duas viagens épicas”, revela sua habitual intimidade no transitar pelo universo da MPB. No balanço das ondas. O périplo musical começa em tom de aventura no nascedouro dos anos de 1950, quando uma caravana com 300 integrantes a bordo do ita Santarém leva o frevo da orquestra do Clube Carnavalesco Mixto Vassourinhas a cumprir uma odisseia para chegar ao Rio de Janeiro via Salvador. A capital baiana se deixa seduzir pela a apresentação dos pernambucanos e a história conta que o evento inspirou a criação do trio elétrico, cuja paternidade coube aos músicos Dodô e Osmar. Na então Capital da República, a presença dos clarins de Momo encanta o Carnaval dos cariocas. Êxito já anunciado com antecedência em largos espaços na imprensa, a ida de Vassourinhas foi o ápice da expectativa dentre os foliões. O acontecimento não foi apenas a exibição de um clube de frevo, “mas o início de uma invasão, em que no final o frevo predominaria sobre o samba e a marchinha”. Na hora do choro o autor abraça o ritmo e narra outra aventura, agora aos solavancos, embora sem atropelos, no chão de buracos e poeira no lombo de um jipe modelo 1951, consumada em outubro de 1959, rumo aos bambas do Rio de Janeiro. O grupo de músicos intérpretes do chorinho em Pernambuco, formado por João Dias e Zé do Carmo acompanhado pelas esposas, a violonista Ceça Dias, dona Melita, autora de detalhado “diário de bordo”, além de Rossini Ferreira e Francisco Soares, o canhoto da Paraíba. Quatro dias depois, chegam ao destino para o esperado abraço em Jacob do Bandolim, no distante bucólico Jacarepaguá para exibições em vários saraus com aplaudidos músicos da época. Tem mais samba. O livro traz uma pesquisa ampla e minuciosa que, de início, flerta com o samba, sinônimo de ritmo, lugar, dança; legado dos filhos d’ África, que mais tarde se tornou parte da cultura nacional. O conteúdo ainda destaca figuras musicais pernambucanas, em especial do frevo e do choro: Rossini, Capiba, Levino, apenas para citar um trio dentre as centenas do conhecimento de José Teles e mais um retrospecto nostálgico sobre clubes terrestres do tríduo momesco nascidos neste soberbo estendal. Organizado por Amaro Filho, com produção executiva de Claudia Lisboa, design e ilustrações de Eduardo Mafra e Vladimir Barros, o livro pode ser adquirido pelo @amarofilho4 ou fone 81-988719261. *Por Paulo Caldas é Escritor

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Murilo Cavalcanti: Do cara da noite ao cara do Compaz

Novo livro de Murilo Cavalcanti “Minha Causa. Trajetória de Murilo Cavalcanti. Do cara da noite ao cara do Compaz” conta a trajetória do autor: um ex-empresário da noite que transformou uma dor em uma causa. Toda renda do livro será destinada ao projeto Casinhas, que atende crianças carentes do Coque/Joana Bezerra Murilo Cavalcanti era um bem-sucedido empresário da noite. Uma tragédia familiar mudou completamente o rumo da sua história. De homem da noite passou a ser o cara do Compaz. Esta foi a trajetória de quem sofreu a dor de ver uma irmã numa cadeira de rodas, vítima da violência urbana. Murilo não se encheu de ódio. Ao contrário. Levantou a cabeça. Abraçou uma causa, viajou, estudou. Conheceu bons laboratórios de políticas públicas. Medellín foi um deles. O melhor. O mais impactante. Com os aprendizados de Medellín, formulou a concepção e o modelo de gestão da rede Compaz do Recife. Murilo relata neste livro seus aprendizados como empreendedor da noite, o que Medellín lhe ensinou e como ajudou a idealizar a rede Compaz, a política pública mais premiada do Brasil. Para o autor, todo mundo precisa ter uma causa na vida. Sua causa é ajudar as cidades e seus gestores públicos a encontrarem caminhos que reduzam a violência urbana, através de políticas de inclusão social, promoção da cidadania e cultura de paz. É o que se propõe a rede Compaz. RENDA DO LIVRO – Desde 2004, na comunidade do Coque/Joana Bezerra, há uma iniciativa que atende crianças pobres do local. O projeto Casinhas oferece alimentação, atividades lúdicas e de lazer para a primeira infância. A ONG fica muito próximo ao Compaz Dom Hélder Câmara e as crianças atendidas por ela utilizam o Compaz para fazer várias atividades. Ao tomar conhecimento do projeto Casinhas, Murilo Cavalcanti ficou muito tocado e decidiu reverter 100% da renda do livro para ajudar a instituição, que faz um nobre trabalho na comunidade. SERVIÇOLançamento do livro “Minha Causa. Trajetória de Murilo Cavalcanti. Do cara da noite ao cara do Compaz”.Quinta-feira, 26 de janeiro de 2023, das 10h ao meio-dia.Compaz Dom Hélder Câmara. Rua Lourenço de Sá, 140 - Coque.Entidade beneficiada - Projeto CASINHAS: (81) 99632.9146 (Laurinha)PIX, através da chave CNPJ: 11.195.627/0001-61 ou pela conta do Banco do Brasil, agência 2889, c/c: 30994-X

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Entre nobres e súditos

*Por Paulo Caldas Só os amantes das artes, resistentes às mediocridades de sempre, podem se envolver com temas desta natureza. Maria José Primo, neste seu “Recontando para não esquecer” ilumina o palco da cultura universal e abre as cortinas para destacados atores, personagens da história francesa, com o protagonismo reservado para Maria Antonieta, amada e odiada por nobres e súditos, altiva e cativante, austera e: mulher mulher, faz do amor e da coragem as armas diante as adversidades. Seduzidos pelas tramas, autora e leitores, mãos dadas, olhos abertos e ouvidos atentos, seguem pelos recantos dos castelos, ante a exuberância da burguesia, enquanto nas ruas vivenciam os reclamos do povo revoltado. O livro tem projeto visual de Bel Caldas, produção editorial da Gráfica FacForm. Os exemplares podem ser adquiridos diretamente com a autora pelo fone WhatsApp 98207-8283. *Paulo Caldas é escritor

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A história do primeiro frade negro

*Por Leonardo Dantas Silva Nasceu em 1609, de origem humilde, era conhecido pelo apelido de Pretinho. Com a invasão holandesa, em janeiro de 1630, logo apresentou-se ao comandante Henrique Dias (falecido em 1662), passando a integrar os exércitos nativos que, durante cinco anos fizeram parte as resistência luso-brasileira do Arraial do Bom Jesus. Durante 24 anos serviu à sua Pátria, pelejando ao lado dos guerreiros comandados pelo Governador dos Crioulos, Negros e Mulatos do Brasil, e, após a rendição de 26 de janeiro de 1654, resolveu ingressar na Ordem Franciscana dos Frades Menores no Convento de Nossa Senhora das Neves de Olinda. Não consta a data do seu ingresso no Convento Franciscano de Olinda, mas, segundo Frei Antônio de Santa Maria Jaboatão (1695- 1769) era a ele atribuída uma vida religiosa, cuidando dos serviços interiores da casa, “de muita abstinência e sumamente caritativo”. Por mais que se dedicasse aos deveres da ordem, o frei Francisco de Santo Antônio, não conseguia sua promoção ao sacerdócio por conta de sua cor, sendo debalde todos os seus pleitos junto os seus superiores. O acidente da cor, como se atribuía na época, era causa impeditiva da conquista do sacramento da ordem sacerdotal. Vendo que todos os seus esforços seriam inúteis em Pernambuco, embarcou para Portugal com o objetivo de levar o seu desejo ao conhecimento do monarca D. Pedro II (1648-1706). Depois de suportar muitas grosserias das figuras da Corte, o Frei Pretinho, como era conhecido, consegue ser recebido pelo rei e, entre lágrimas de júbilo e agradecimento, recebe a ordem real determinando o seu ingresso no Noviciado do Convento Franciscano de Olinda, em 2 de agosto de 1689, quando contava com a idade de 80 anos. Seis anos depois, em data de 1º de agosto de 1695, celebra ele a sua primeira missa, no próprio Convento Franciscano de Olinda, mas vem falecer completando seu dilatado curso de vida gozando da fama de virtuoso e de santidade. Falecera Frei Francisco de Santo Antônio, com a idade de 86 anos, tornando-se, além de herói do Terço dos Henriques, o primeiro afrodescendente admitido como irmão professo no Brasil. Comenta Francisco Augusto Pereira da Costa: “Ele suportou heroicamente toda a oposição que lhe moveram, todos os embaraços que se lhes apresentaram, mas viu coroados os seus intentos, e viu triunfar a causa da igualdade e da fraternidade, e despeito dos prejuízos da época, dessa desigualdade que se procurou manter nas ordens religiosas”

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Inscrições abertas para filmes no 16ª edição do Curta Taquary

Festival de cinema movimenta Taquaritinga do Norte, no Agreste de Pernambuco, com várias atividades culturais, entre 16 e 22 de março. Evento acontece no Cine Teatro Santo Amaro. Foto: Tarciso Augusto/Divulgação Espaço de pluralidade de visões e experiências estéticas, temáticas e de vida a partir do audiovisual, o Curta Taquary recebe inscrições para sua 16ª edição até o dia 26 de janeiro, exclusivamente através do site do projeto (www.curtataquary.com.br). Este ano, o festival acontecerá entre os dias 16 e 22 de março, de forma presencial, em Taquaritinga do Norte, no Agreste de Pernambuco, após ter realizado duas edições online (2020 e 2021) e uma híbrida (2022). Sempre atento à questão ambiental, o Curta Taquary irá, mais uma vez, converter o número de inscrições em mudas de plantas nativas da região, visando o reflorestamento de áreas degradadas. Ao longo de sua história, o Curta Taquary já exibiu trabalhos produzidos em todo o Brasil, além de filmes de diferentes países. Fundado em 2005, o festival se consolida como um dos mais vibrantes do país, dialogando com outras linguagens artísticas, como as artes visuais, a música e o teatro, e movimentando o Agreste de Pernambuco, não só com exibições de filmes, mas também através da realização de atividades formativas.  Em 2022, o festival bateu recorde de inscrições, recebendo 777 trabalhos. Esse número, somado às submissões de 2021 (521), foi convertido em 1.298 mudas plantadas na região, com ações que envolveram estudantes e moradores, com o intuito de reforçar a importância do cuidado com o meio ambiente. A ação será reforçada este ano, com expectativa de um crescimento na quantidade de curtas enviados. Podem participar do festival curtas-metragens de ficção, animação, documentário ou de caráter experimental, com até 30 minutos de duração (incluindo os créditos), criados por realizadores e/ou produtores brasileiros ou radicados no país há mais de dois anos e concluídos a partir de janeiro de 2022. O regulamento completo está disponível no site. O Curta Taquary exibirá filmes em nove mostras competitivas e não há limite de trabalhos submetidos por cada participante, com possibilidade de participação em mais de um recorte temático. As nove categorias competitivas são: Mostra Brasil, com obras de temática livre; Mostra Primeiros Passos, voltada para os primeiros filmes de novos realizadores; Mostra Dália da Serra, com filmes produzidos em atividades pedagógicas, projetos de formação e oficinas; Mostra Universitária, direcionada para produções oriundas de estudantes de graduação; Mostra Diversidade, com obras que abordem questões de sexualidade e de gênero. Completam ainda a programação a Mostra Curtas Fantásticos, com foco no horror, ficção científica e fantasia; Mostra Criancine, para o público infantojuvenil; Mostra Pernambucana, com trabalhos produzidos no Estado; e a Mostra Por Um Mundo Melhor, focada na educação ambiental. Sobre o retorno às exibições presenciais, a expectativa da produção é de reocupação dos equipamentos culturais de Taquaritinga do Norte e de cidades e comunidades do entorno, como Toritama, Gravatá do Ibiapina e Caruaru, com o estreitamento dos laços com a população, aproximando-a da força do audiovisual brasileiro, assim como com o público e realizadores de outras localidades. “Estamos empolgados em poder nos reunir outra vez para assistirmos curtas na tela grande. Esses filmes nos ajudam a entender nossa sociedade, em busca de um bem comum, e como podemos encontrar alternativas para cuidar do nosso planeta. Acreditamos que o audiovisual é uma importante ferramenta de transformação social”, pontua Alexandre Soares, coordenador e idealizador do Curta Taquary. O 16º Curta Taquary conta com incentivo do Funcultura - Edital do Programa de Fomento à Produção Audiovisual de Pernambuco. SERVIÇO Inscrições para o 16º Curta Taquary De 05 a 26 de janeiro, através do site www.curtataquary.com.brDúvidas e mais informações: curtataquaryaudiovisual@gmail.com

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Janeiro de Grandes Espetáculos de volta aos palcos

O Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival Internacional de Artes Cênicas e Música de Pernambuco – chega a sua 29ª edição com uma programação extensa, democrática, diversificada e acessível, que volta ao formato presencial que pode ser conferida no site www.janeirodegrandesespetaculos.com. Será de 10 a 29 de janeiro e os ingressos podem ser adquiridos em www.guicheweb.com.br/29festivaljge. Dezessete equipamentos culturais serão palco da maratona cênica que acontece no Grande Recife, São Benedito do Sul, Caruaru, Garanhuns, Triunfo, Buíque, Arcoverde, Surubim e Petrolina. Olinda estreia na grade com programação no Teatro Fernando Santa Cruz. O evento reúne companhias de diversas regiões de Pernambuco, de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte, além de artistas de Portugal. Entre as novidades está a chegada dos Festivais PalhaçAria, que apresenta espetáculos protagonizados por mulheres, revelando o humor feminino, e Pole Dance, em que 30 artistas farão suas performances em barras estáticas e giratórias. A abertura será no teatro Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro), dia 10, com a estreia do espetáculo Cúmplices - Transgressões de um Ricardo III (Recife/Portugal). Coletivos tradicionais da cena teatral pernambucana apresentam suas produções, como a Cia. do Ator Nu e o Angu de Teatro, que realiza a Maratona Angu: apresentação de três espetáculos aclamados – Ossos, Ópera e Angu de Sangue. Entre as produções de outras localidades destacam-se: Você não é Todo Mundo, de Ricardo Villardo e Marcos Nauer (do Rio de Janeiro); E, Antes de Tudo, Seria o Fim, da Companhia de Eventos Lionarte (de Limoeiro); O Gaioleiro, da Cia Experimental de Teatro (de Vitória de Santo Antão). Nas apresentações de dança há também a participação de outras cidades e Estados, como Coletivo Trippé, de Petrolina; Geda Cia de Dança Contemporânea, do Rio Grande do Sul, e Carolina Moya com o espetáculo Eu Não Sou Daqui, de Piracicaba (SP). A música marca presença com apresentações de Mundo Livre S/A, comemorando os 30 anos do Manguebeat; Almério, com o show Tudo é Amor; Silvério Pessoa, com Sangue de Amor; Martins com seu No Parque, Beto Hortis, que estreia seu projeto instrumental, e Vertin Moura, multiartista que encerra, no JGE 2023, a turnê estadual do seu segundo disco, Pássaro Só. As artes circenses terão grandes representantes como o mágico Rapha Santa Cruz que traz Abracasabra, combinando humor e interatividade. Já a companhia recifense Dois em Cena chega com Enquanto Godot Não Vem e a Cia. Devir, também do Recife, vai apresentar Experimento VI: Isso (Não) é um Número de Circo!?, espetáculo que tem como base referências autobiográficas dos artistas no palco. O festival tem colocado entre suas prioridades o compromisso com o respeito e apoio à comunidade LGBTQIA+, garantindo maior diversidade em sua programação. Entre os destaques desta edição, estão: Eternamente Bibi, da Cara Dupla Coletivo Teatro (Paraíba), O Boteco da Dona, da Amotrans-PE (Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco) e Ópera, do Coletivo Angu de Teatro.

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Para Estêvão e Inácio

*Por Paulo Caldas O recado de “Duonino”, protagonista deste livro que leva o seu nome, vai além dos homenageados pela autora, a talentosa Aline Crispino Pessôa Saraiva, e chega, carregado pelos ventos do bem escrever, aos meninos e meninas que vão conhecer a mensagem da história. Nesta primeira incursão da autora pelos meandros do universo infantojuvenil, a concepção da trama foge sabiamente do explícito, porém, com a necessária sutileza, oferece ao leitor a real percepção entre as diferenças do mundo e sugere a tolerância capaz de aceitá-las por caminhos acessíveis que os conduzem a um conviver fraterno e harmonioso. “Duonino” conduz à reflexão dos valores humanos, apoiado na feliz parceria da escrita de Aline com o gestual figurativo das elogiáveis ilustrações de Kátia Setsuko Chester, que revelam contrastes do viver cotidiano. A publicação traz o selo da Confraria do Vento, coordenação editorial de Karla Melo e Victor Paes, projeto gráfico e capa de Bel Caldas. Os exemplares podem ser adquiridos pelo site da editora: http://www.confrariadovento.com/editora/catalogo/item/328-duonino.html . *Paulo Caldas é escritor

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Obra de Gilvan Samico ilustra calendário 2023 da Cepe

O gravurista, desenhista, pintor e professor Gilvan José Meira Lins Samico, considerado por muitos críticos o maior expoente da xilogravura no Brasil, é homenageado pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) no calendário 2023 da empresa. Obras de Samico (1928-2013), com seus personagens bíblicos, figuras de lendas e animais fantásticos, ilustram todas as folhas em imagens produzidas pelo fotógrafo Helder Ferrer, que é também responsável pela curadoria do calendário comemorativo. De acordo com o jornalista e editor da Cepe, Diogo Guedes, as fotos retratam o trabalho de Gilvan Samico em suas diferentes fases: dos anos 1960 até a década de 10 do século 21, passando pelos anos 1970, 1980 e 1990. “Ele é um artista conhecido do grande público, um grande nome da xilogravura brasileira, que fala muito sobre as nossas referências, nosso imaginário. Samico se apropria do imaginário popular e da literatura do cordel e cria um estilo próprio”, declara Diogo Guedes. Diferente dos anos anteriores, o calendário 2023 tem formato vertical e foi impresso em papel offset, menos brilhoso, para privilegiar e não interferir na obra do homenageado. Traz, ainda, texto de apresentação escrito pelo pintor e artista gráfico Raul Córdula, que fala sobre a influência do movimento armorial e da cultura popular na produção de Samico. “Raul Córdula mostra como Samico se insere nas artes plásticas e na arte moderna pernambucanas. As pessoas poderão conhecer o gravurista pelas imagens e pelo texto”, observa o jornalista. “Os pioneiros da arte moderna no Nordeste introduziram aspectos da arte popular nas suas obras, mas estes eram aspectos predominantemente formais. Em Samico, o que vigorou foram aspectos da alma do povo, seus mitos e lendas, como se vê em João e Maria e o pavão azul, Juvenal e o dragão ou O Senhor do Dia”, diz Raul Córdula ao apresentar o gravurista. “O conjunto da arte de Samico, especialmente da produção em xilogravura, forma um aglomerado de fatos poéticos que nasceram da língua do povo, onde as imagens são oriundas da imaginação mais profunda de nossa língua”, destaca. Entre as imagens selecionadas por Helder Ferrer para compor o calendário estão A Luta dos Anjos (1968), em janeiro; No Reino da Ave dos Três Punhais (1975), em março; O Enigma (1989), em agosto; e O Devorador de Estrelas (1999), em outubro. A obra da capa é Alexandre e o Pássaro de Fogo, de 1962. Helder tem um vasto acervo de fotos de Samico e das criações do artista, que nasceu no Recife e morreu na mesma cidade. O calendário não será vendido, uma parte é distribuída com instituições do Governo do Estado e outra parte é destinada a ações promocionais da editora pública. Mantendo o mesmo padrão do ano passado, quem fizer compra de livros e periódicos avulsos (Revista Continente e jornal literário Pernambuco), com valor a partir de R$ 100, leva um calendário. Válido apenas para as lojas físicas da Cepe, de 22 a 31 de dezembro.

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Sidney Rocha lança livro com campanha de leitura solidária 

Este 2022 vem sendo ano de conquistas para o premiado escritor Sidney Rocha. Emplacando bem seu infantojuvenil “Sofia” (editora Iluminuras) no Programa Nacional do Livro Didático, PNLD, ele lança agora seu mais novo “As aventuras de Ícaro”, pela mesma editora, para a mesma faixa etária. Rocha abdicou do lançamento formal e ele e a editora preferiram algo mais efetivo. E afetivo: uma campanha de leitura solidária.  Simples: cada leitor ou leitora que adquire o livro recebe um exemplar em casa e outro é enviado para uma escola pública, onde será entregue a um/uma estudante como presente de Natal. Resultado: não deu para quem quis. Em 24 horas, os cem exemplares especiais da promoção estavam esgotados. Cinquenta para os leitores, cinquenta para as escolas. As remessas começam a ser enviadas, hoje, dia 20, a tempo ainda de o exemplar poder figurar na árvore de Natal de quem recebe “As aventuras de Ícaro”. A entrega dos livros nas escolas, na Região Metropolitana do Recife, também começa a ser feita a partir desta quinta-feira, 22.  “Evoluímos muito até aqui para prescindirmos da leitura, sobretudo da leitura literária. E se transformamos isso em uma ação coletiva, solidária, que de alguma forma dê oportunidade a quem não teve ainda, é uma forma de instruirmos e educarmos, uma educação sentimental, também, ao mesmo tempo. Estou feliz com o momento”, diz Sidney que, neste 2022, recebeu seu doutorado honoris causa (UFPE) pelo conjunto de sua obra e também por conta de décadas de militância na educação pública, ligada à literatura. SOBRE “AS AVENTURAS DE ÍCARO” Reconhecido como um dos grandes escritores brasileiros contemporâneos, Sidney Rocha vem se aproximando do mais exigente público: o infantojuvenil. “As aventuras de Ícaro” é um romance sobre os grandes temas como a amizade e traz à tona temas atuais bem polêmicos como a verdade, as notícias falsas, e a formação crítica e os medos contemporâneos. “Adolescentes não têm medo da Perna Cabeluda. Mas da Mentira Cabeluda”, brinca o autor. “A literatura tem o dever de se aproximar desses temas, não para ‘formar’ ou ‘informar’, simplesmente. Mas para construir leitores e leitoras críticos.” Neste ponto, “As aventuras de Ícaro” (96 páginas, Editora Iluminuras) é um romance para todas as idades. “Na verdade, esses divisões ou faixas são categorias que importam mais à crítica, ao mercado, etc”, diz ele. “Esse romance é sobre a infância, a juventude, a velhice, a morte e a vida. E também sobre a solidariedade, o que se casa bem com essa ação social. É o meu romance mais divertido e, ao mesmo tempo, mais grave”, completa.

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