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Sexteto GraVIs traz novo fôlego ao canto coral

Grupo de cantores líricos realiza minitemporada em espaços culturais do Recife com quatro apresentações até dezembro, incentivadas pelo SIC, da Prefeitura do Recife. A estreia é dia 18 de novembro, no Conservatório Pernambucano de Música Trilhar um caminho diferente de outros grupos vocais líricos, incentivando o novo na música, é o que mais interessa ao Sexteto GraVIs, conjunto de artistas pernambucanos que faz sua estreia em curta temporada de quatro apresentações gratuitas, entre os meses de novembro e dezembro, em espaços públicos do Recife. A ideia é valorizar o repertório local a cada concerto-aula, através das seis vozes masculinas, que mostram do frevo e maracatu a músicas sacras, sem acompanhamento instrumental (a cappella). A primeira apresentação será no dia 18 de novembro, no Conservatório Pernambucano de Música. No repertório de oito músicas pinçadas do acervo de Henrique Albino, Dierson Torres e Lúcia Helena Cysneiros, além de Capiba e Clóvis Pereira, quatro composições são inéditas. O projeto foi aprovado pelo SIC – Sistema de Incentivo à Cultura / Fundação de Cultura Cidade do Recife / Secretaria de Cultura / Prefeitura da Cidade do Recife. Eudes Naziazeno, Guilherme Jacobsen, Isaac Pedro, Marcelo Cabral de Mello, Osvaldo Pacheco e Rodrigo Lins, os integrantes do Sexteto GraVIs uniram seus talentos vocais como tenores e barítonos, naipes das vozes masculinas de um coral, ao lado criativo do diretor musical, maestro, arranjador e ensaiador Henrique Albino, que ajuda na condução das performances, além de ter criado duas das músicas do setlist e assinado seis dos oito arranjos mostrados em cena, com exceção das músicas de Lúcia e Dierson, que trazem arranjos originais dos próprios autores. O formato das apresentações é semelhante ao de um concerto-aula, no qual os integrantes começam com uma introdução didática de 10 a 15 minutos, explicando quais estilos musicais farão parte do show. “A formação não é tão comum, então temos estes dois caminhos: fomentar obras e arrojá-las. É um concerto não-usual. Com o objetivo de formar plateias, fugindo da obviedade, aproximando o público da linguagem, para informar e fazer com que mais pessoas possam apreciar a música vocal”, afirma Eudes Naziazeno, que idealizou o projeto com Albino. Ele destaca também a questão social, pois, além de serem gratuitas, as performances ocorrem para o público em locais como o COMPAZ Miguel Arraes (na Avenida Caxangá). Apesar de estar inserido no universo erudito, o GraVIs traz forte sotaque da cultura nordestina, pernambucana. Depois de se conhecerem no Departamento de Música na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), os artistas se reuniram e gravaram as primeiras músicas antes da pandemia, em 2019. Alguns integrantes já fizeram parte de outros grupos corais, regidos por Flávio Medeiros, a exemplo do Contracantos e Opus 2. “A formação de coral masculino é comum em outras culturas. Aqui é algo mais raro. Temos a influência dos aboios, com predominância maior dos homens cantando”, pontua Guilherme Jacobsen, que assina a coordenação pedagógica do Sexteto. Para ele, a recepção da plateia ao trabalho do GraVIs costuma ser positiva. “Há um sentimento expresso de descoberta. Estamos em busca de dar um acesso gratuito e democrático à cultura”, observa. Serviço: 18/11, 19h, na Semana da Música do Conservatório Pernambucano de Música (Av. João de Barros, Boa Vista) *23/11 - Semana da Música da Escola de Artes João Pernambuco (Várzea) - a confirmar 30/11, 19h, no COMPAZ Miguel Arraes (Av. Caxangá, 653, Madalena) 11/12, 16h – no Paço do Frevo (Praça do Arsenal, Bairro do Recife) Todas as apresentações são gratuitas.

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circo

Recife e Olinda recebem 16ª edição do Festival de Circo do Brasil

Recife e Olinda recebem, entre os dias 15 e 20 de novembro, a 16ª edição do Festival de Circo do Brasil, um dos mais importantes eventos do calendário cultural de Pernambuco. Este ano os espetáculos serão aportados no Teatro Santa Isabel, na Casa Estação da Luz (a Casa de Alceu Valença) e no Poço da Panela. O evento tem incentivo do Sistema de Incentivo à Cultura da Prefeitura do Recife, Funcultura e Governo do Estado de Pernambuco. Com o tema Harmonia, o festival deste ano é um grande encontro de artistas mulheres do circo. Será um espaço para as circenses apresentarem o seu olhar feminino na construção harmônica dos seus trabalhos artísticos após o período de isolamento imposto pela pandemia. Paralelamente à programação cultural, acontecerão a residência das artistas e vivências circenses para profissionais e estudantes do circo, além das tardes férteis, momentos para troca de saberes e experiências nos processos criativos e fortalecimento das pautas femininas. Ao todo serão 15 espetáculos com artistas de várias nacionalidades, como Brasil, Bélgica, França, Suíça, Itália e Argentina. Na programação, ainda tem exposição de arte, exibição de filmes, feirinha do circo e lançamento de livro. Mantendo a tradição de uma formação eclética no elenco, o Festival irá apresentar atrações que vão desde números de palhaçaria, feitos nas ruas, a espetáculos de concepção contemporânea, que combinam técnicas circenses com teatro, dança, poesia, música e humor. “Essa edição é focada no encontro e na residência essencialmente de mulheres circenses que se conectaram durante a pandemia. Iniciou-se, literalmente, num grupo de WhatsApp. Grupos que construíram novos trabalhos e artistas com o desejo de trazer o protagonismo feminino e de temas femininos para as discussões sobre a produção da arte circense”, explica a curadora, Danielle Hoover, da Luni Produções, que está à frente do Festival desde a sua primeira edição. Exposição e Filmes - Coração Costurado é a exposição da multiartista ítalo-brasileira Rose Zambezi, que estará disponível durante todo o período do festival, na Casa Estação da Luz. Parte das obras da apresentação foram previamente idealizadas e outra parte foi elaborada durante período de introspecção pessoal da artista, no isolamento social imposto pela pandemia. Como uma forma de escape e de acolhimento às suas lembranças, Rose transformou memórias em objetos palpáveis em sua forma mais pura: coração. No espaço cultural, de 15 a 20 de novembro, também serão exibidos filmes produzidos pelas artistas Natasha Jascalevich e Marina Bombachini, durante a pandemia, e pela Festival de Circo Contemporâneo (Fecico). No dia 16, acontecerá o lançamento do livro Manual de Trapecio Fijo, da circense argentina Erica Stoppel. A publicação traz orientações para o trapézio fixo, formando um guia de apoio a formação prática profissional. Residência e vivências – O 16º Festival de Circo do Brasil vai promover residência das artistas e vivências para estudantes e profissionais de circo. Autonomia criativa com Lu Lopes, Circo para 60+ com Carol Melo e Contato com Rose Zambezi são três vivências que acontecerão na Casa Estação da Luz, em Olinda. A multidisciplinar Pauline Zoé vai ministrar vivência de roda cyr. Já a especialista em bicicleta acrobática, que já se apresentou em 28 países, Jéssica Arpin, abordará os princípios da movimentação na bicicleta acrobática. As artistas Iara Gueller, Erica Stoppel e Luara Bolandini estão à frente da oficina de corda em giro. Essas três vivências acontecerão na Escola Pernambucana de Circo, na Macaxeira. As outras duas vivências serão aportadas no espaço Casulo, em Casa Amarela, e serão sobre a técnica, dinâmicos e pesquisa da lira, sob comando de Iara Gueller, e comicidade no tecido, com Geisa Helena. Todas as vivências são gratuitas e tem vagas limitadas. PROGRAMAÇÃO 15/11 (TERÇA-FEIRA) CASA ESTAÇÃO DA LUZ Na Casa da Rosa, da Cia das Rosas (SP) + Onde Eu Guardo Um Sonho, de Adelly Costantini (RJ)Abertura da casa: 15h30 Início: A partir das 16h Encerramento: 18h Na Casa da Rosa e Onde Eu Guardo Um Sonho são dois espetáculos infantis, indicados para a primeira infância. O primeiro conta as aventuras da Rosa, uma menina criativa e sonhadora, através das linguagens do teatro de bonecos e os recursos de teatro de sombras à arte circense. O segundo é uma poesia onírica para crianças que traz a reflexão sobre como é virar adulto dentro da imaginação de uma criança. Opá, Uma Misão, de Lívia Falcão (PE)Abertura da casa: 19h Início: 20h Encerramento: 22h Opá, Uma Missão é um monólogo da atriz, diretora e palhaça pernambucana Lívia Falcão. O espetáculo conta a história de Zanoia, uma benzedeira antiga descendente direta da xamã mais velha, de terras distantes, que um dia dia foram de seu povo perdido. É deste lugar místico e onde veio a sua voz e a sua Opá, sua tenda. 16/11 (QUARTA-FEIRA) CASA ESTAÇÃO DA LUZ Altissonante, de Lu Menin (SP)Abertura da casa: 19h Início: 20h Encerramento: 22h Altissonante é um solo da artista Lu Menin que discorre sobre o amor-próprio e a potência feminina em um Aéreotório - espaço de oração barroco. Através das técnicas de parada de mãos, acrodança, aéreos, teatro físico e canto essa figura Altissonante se expressa.É além de toda delicadeza estética, também uma possibilidade crítica de como a sociedade lida com essa mulher completa, dona de si e com total controle do mundo em que vive. Lançamento do livro Manuel de Trapecio Fijo, de Erica Stoppel (ARG) Início: 19h Encerramento: 22h O livro traz orientações para o trapézio fixo, formando um guia de apoio a formação prática profissional. Na edição, são explorados temas como: o conhecimento do corpo e sua localização no espaço, os processos de aprendizagem e transferência e os diferentes recursos para alternar possibilidades. SESC LER SÃO LOURENÇO DA MATA (APRESENTAÇÃO GRATUITA) Kalabazi, de Jéssica Arpin (SUI)Início: 19hEspetáculo interativo de circo, palhaço e poesia que conta a história de uma jovem que organiza um concurso de amor para arranjar um marido. São escolhidos alguns candidatos na plateia que são submetidos a julgamentos e encorajados pela artista com suas acrobacias de bicicleta e sua estranha conversa invertida. 17/11 (QUINTA-FEIRA) CASA ESTAÇÃO DA

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JoaoVieiraJr produtor

"A cultura impacta o PIB em 2,5% e tem que ser tratada como estratégica em qualquer governo"

Uma das áreas que mais enfrentou revezes na pandemia, a cultura também amarga uma certa invisibilidade dos benefícios econômicos que proporciona e das riquezas que gera. Essa visão, segundo o produtor João Vieira Júnior, sócio da Carnaval Filmes, começa a se modificar. Para demonstrar o tamanho do setor cultural, ele se baseia num estudo da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), que revelou um contingente de 935 mil profissionais criativos empregados formalmente e uma participação de 2,5% no PIB nacional. “O que é muito mais significativo do que a contribuição da indústria farmacêutica ou automobilística”, ressalta. João Vieira Júnior tem trabalhado com vários nomes que deram ao cinema pernambucano e brasileiro um destaque internacional, como Cláudio Assis, Hilton Lacerda e Karim Aïnouz, e participado de produções como Tatuagem, Céu de Suely, Estou me Guardando pra Quando o Carnaval Chegar. Nesta semana foi lançado Paloma, filme que a Carnaval produziu, dirigido pelo diretor Marcelo Gomes (o mesmo de Cinema, Aspirinas e Urubus) e ganhador do Festival do Rio. Nesta conversa com Cláudia Santos, ele analisa o impacto no audiovisual da pandemia e das fake news sobre as leis de incentivo à cultura, e aponta as perspectivas do setor. Quais as dificuldades enfrentadas pelas produtoras do audiovisual no País? Antes de responder, gostaria de colocar algumas coisas interessantes que aconteceram este ano, como esta entrevista para a Algomais, revista que é uma antena dos negócios do nosso Estado. O fato de que eu, um produtor de cinema, esteja conversando hoje com a Algomais, é uma mudança que se operou lentamente. Ou seja, começa a haver a percepção dos gestores, das pessoas que geram riquezas, dos pensadores, dos economistas sobre o impacto econômico do setor cultural, a chamada economia criativa. Talvez, a pandemia tenha contribuído para isso. Existem estudos da ONU (Organização das Nações Unidas) apontando que a participação do setor cultural no PIB mundial chega de ser 7% e isso é uma coisa muito expressiva. No Brasil, enfrentamos a ausência de dados porque não aconteceu o Censo mas a Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) revela que, no País, o impacto da cultura sobre o PIB é de 2,5%. O que é muito mais significativo do que a contribuição da indústria farmacêutica ou automobilística, por exemplo. Sem contar que a distribuição dessa riqueza produzida pelo setor cultural é muito mais pulverizada por todos os Estados. Os estudos da Firjan, de 2021, revelaram que 935 mil profissionais criativos estavam formalmente empregados no setor cultural, o que equivale a 70% de toda a mão de obra que atua na indústria metalmecânica brasileira. Nos créditos finais de Bacurau, obra premiada de Kleber Mendonça, há uma frase informando que aquele filme gerou 800 empregos diretos e indiretos. Trata-se de um setor importante que produz riqueza material mas, também, riqueza simbólica que é incalculável porque inclui a nossa língua, o nosso jeito de pensar, o nosso jeito de vestir, de comer, de sonhar, de desejar. É a cultura que dá ao brasileiro a singularidade dele em relação ao resto do mundo. Então, o setor tem que ser tratado de forma estratégica, dentro de qualquer plano de governo, porque a cultura emprega, faz sonhar e é a indústria mais limpa também. Como produtor, sou o responsável pelo financiamento e pela realização de uma obra, tenho de analisar as condições, a partir do tamanho da minha empresa e do conhecimento da minha participação dentro do mercado. Devo analisar se posso empreender o tamanho daquela obra, se ela vai custar R$ 2 milhões, R$ 3 milhões, R$ 5 milhões. Uma obra cinematográfica, mesmo quando é de baixo orçamento, ela é muito cara, mas tem alto índice de empregabilidade: o ator tem que estar vestido e são necessários costureiras, figurinistas, maquiador, material de consumo para produzir essas roupas. Os atores estão dentro de um cenário que pode ser natural mas, também, pode ser uma casa numa zona rural que você alugou de uma pessoa, ou um sítio, material como tintas foram comprados, você trouxe pessoas de diferentes lugares, contratou alimentação, alugou veículos, comprou combustível, consumiu hospedagem para 70 pessoas. O ideal de uma empresa produtora de filmes é que, enquanto está desenvolvendo um projeto, ela possa estar filmando outro ou cuidando do lançamento de um terceiro para que tenha sempre um volume, uma capacidade para operar no mercado. Às vezes, você pode conseguir algum recurso público estadual mas, geralmente, os filmes de longa-metragem captam dinheiro federal, às vezes internacional, por meio das coproduções. Acima de tudo os empreendedores culturais, especialmente os do cinema, são investidores do Estado. Por exemplo, quando faço uma coprodução com um filme, cujo orçamento pode chegar a R$ 5 milhões – e ele não tem nenhum investimento local do Funcultura – posso dizer que essas empresas que estão envolvidas nesse filme, estão naquele momento sendo investidoras porque estão atraindo negócios para o Estado. Como você encara as críticas às leis de incentivo à cultura? Recentemente, fui convidado por um grupo de advogados para conversar com eles sobre a legislação audiovisual brasileira, porque eu me sinto numa missão constante e ininterrupta de desfazer a enxurrada de fake news a que os agentes culturais brasileiros foram submetidos nos últimos anos. Por exemplo, a Lei Rouanet é muito equilibrada, exige prestação de contas rigorosíssima, possibilita o acesso ao patrocínio dos agentes culturais no País inteiro. Um segmento da população criou distorções sobre essa lei e a força da fake news chegou a criminalizar de alguma forma os artistas. E aí, aparece a pandemia, as pessoas ficam presas em casa consumindo os produtos criativos, audiovisuais, fonográficos, o tempo inteiro. Houve uma alta demanda, mas uma produção muito baixa, porque foi o setor mais afetado, já que a cultura é um trabalho muito coletivo, que reúne muitas pessoas, além de ser um dos setores mais penalizados em investimento público dos últimos quatro anos. É um setor que foi criminalizado e perseguido. Qual o impacto da pandemia no setor? Houve um aquecimento com o streaming, com a Netflix,

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Lia

Lia de Itamaracá recebe hoje (10) título de cidadã recifense

Hoje, 10, a partir das 14h, a Câmara Municipal do Recife, através do vereador Ivan Moraes (PSOL), entrega o título de cidadã recifense à artista Lia de Itamaracá, em sessão solene. Maria Madalena Correia do Nascimento, conhecida pelo seu nome artístico Lia de Itamaracá, é reconhecida com justiça pelo título de “A Rainha da Ciranda”. “É com muita alegria e honra que fazemos a entrega desse título, projeto de iniciativa do meu mandato, a Lia de Itamaracá, essa artista tão importante e significativa da nossa cultura”, disse Ivan Moraes na aprovação. Na ocasião, no plenário da Câmara Municipal, Lia de Itamaracá lançará o clipe, ainda inédito, "Dorme Pretinho, um recorte poético da infância de Lia com sua mãe Matildes. A partir dessas memórias, o clipe navega pelo ofício das mulheres marisqueiras. A artista é Patrimônio Vivo de Pernambuco; foi agraciada com a Ordem do Mérito Cultural pelo Ministério da Cultura; recebeu, em 2019, o Título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Todos frutos de seu incrível trabalho.

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Quartas Literarias

Centro de Cultura Luiz Freire realiza edição especial da Quartas Literárias

Hoje (dia 09 de novembro), o Centro de Cultura Luiz Freire (CCLF) resgata uma ação cultural que aconteceu durante 10 anos no quintal do seu casarão centenário no Sítio Histórico de Olinda. Em comemoração aos 50 anos completados em agosto, a Quartas Literárias volta com uma edição especial para promover e defender a cultura através da literatura, da poesia, da música e do teatro. Com uma programação repleta de artistas pernambucanos, o evento inicia às 18h30 e tem como participações especiais duas escritoras negras de referência do nosso estado: Odailta Alves e Inaldete Pinheiro. Com o sarau “Poemas da Travessia”, as intelectuais têm como referência o livro “Travessias” da própria Inaldete Pinheiro, que fala sobre a travessia forçada que a população negra africana sofreu até o Brasil e o sequestro da ancestralidade que ocorreu durante o período escravocrata. “São poesias produzidas por mulheres negras idosas, adultas e jovens, que compreendem como historicamente a mulher negra sempre foi pensada para tarefas subalternizadas, porque sabemos que o racismo nos impede de acessarmos muitos espaços. E esse caldeirão de poesia preta e feminina vai lembrar essa travessia [...] Ressignificando nossas narrativas e construindo essa poesia que traz essa mulher através da primeira pessoa, quebrando com a literatura hegemônica e o silenciamento. Então esse Sarau vem como estratégia de fortalecimento para que possamos compartilhar nossas escritas”, explica Odailta. Odailta Alves também levará o Projeto Mala Preta, conduzido por ela e outras escritoras negras com o objetivo de circular livros de intelectuais pretas independentes que não conseguem acessar as livrarias por todas as dificuldades do mercado editorial. A responsável pela produção da Quartas Literárias é Silvana Menezes, atriz, poetisa e integrante do Vozes Femininas, outra atração confirmada no evento - cujo grupo também é formado por Cida Pedrosa, Mariane Bigio e Susana Morais. Silvana fala com emoção desta atividade que coordenou por 10 anos dentro do Programa de Desenvolvimento das Leituras e Escritas Literárias do CCLF. “As primeiras edições aconteceram na Biblioteca Solar de Ler, que fica dentro da sede da organização. À luz de velas e de candeeiros vermelhos, esta iniciativa evoluiu e o espaço tornou-se pequeno, ocupando então o belíssimo quintal. Não tínhamos recursos de luz, fazíamos fogueiras, e era lá, ao redor do fogo sagrado, que líamos nossos versos escritos em guardanapos, datilografados em máquinas de escrever antigas ou digitados. Os artistas começaram a subir as ladeiras de Olinda para participar das edições das Quartas”, relembra o início da ação. Com a expansão do projeto e a mobilização de até 600 pessoas em um único dia de evento, a iniciativa acumula participações em diversos espaços, a exemplo de escolas públicas, praças, territórios quilombolas e indígenas, festivais como o A Letra e a Voz, o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), a Fliporto, entre outros. “Por aqui passaram todas as linguagens artísticas, sempre tendo a menina dos meus olhos, a literatura, como eixo. Está no nome: Literárias – uma fêmea resistente. Filhota criada com muito amor e dedicação por essa que vos fala”, destaca Silvana. Além do Poemas da Travessia e Vozes Femininas, a nova leva de poetas e poetisas pernambucanos se juntam aos precursores da ideia e colaboram para a realização de uma noite muito especial. São eles: Allan Sales, Ana Neves, Rafaela Valença, Kerlito de Lenira, Adélia Coelho, Renata Santana, Malungo, Gleison Nascimento e Flávia Gomes. Estes compõem a Roda Literária, que também terá o microfone aberto para as pessoas presentes que sintam o desejo de recitar. O Grupo Totem é uma das atrações teatrais do evento, grupo que existe desde 1988 na cena e se tornou uma das referências em Pernambuco. O Grupo Teatral da EREFEM Compositor Antônio Maria, unidade educacional localizada em Rio Doce - Olinda, é formado por crianças e adolescentes e se junta aos mais experientes para também realizarem uma apresentação nesta edição especial da Quartas Literárias. Para abrir a noite e garantir o gênero musical do encontro, a Banda Colírio Elétrico faz uma versão acústica de seu show. Navegando pelo blues, rock, folk e country, a banda é formada por Paulo Guimarães nos vocais, Luciano King na guitarra, Edinaldo Nascimento no baixo, Maurilio Luna no Teclados e Isaac Olindino na bateria. Bebidas e comidas também estarão disponíveis para compra no local. A entrada é gratuita. SERVIÇO QUARTAS LITERÁRIAS - EDIÇÃO ESPECIAL #CCLF50Anos Dia 09 de novembro A partir das 18h30 No CCLF | Rua 27 de Janeiro, 181 - Carmo, Olinda Entrada gratuita

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Mais um matulao na praca

Cepe anuncia lançamento dos novos títulos da Coleção Pajeú

(Da Cepe) A Cepe Editora lançará durante a 2ª Feira da Poesia do Pajeú, que acontecerá no período de 10 a 13 de novembro, na Praça Monsenhor Alfredo de Arruda Câmara, em Afogados da Ingazeira, os novos títulos da Coleção Pajeú - criada para evidenciar a produção literária da região. Mais um matulão na praça, de Paulo Monteiro; Respingos de saudade, de Aprígio Jerônimo Ferreira; Entre a feira e o teatro, de Cícero Renan Nascimento Filgueira, e o cordel O debate de Cristo Cirineu com Benito Messias Mussolini, de Felipe Amaral, foram selecionados pelo Conselho Editorial do Pajeú - grupo formado por poetas e intelectuais dos municípios que integram o Sertão do Pajeú. Em Mais um matulão na praça, Paulo Monteiro faz uma coletânea de seus versos humorísticos sobre paixão, amor, saudade, sertão, cantoria e homenagens. São 284 páginas de poemas escritos entre 2015 e 2019. No poema introdutório, Paulo dá a pista: já havia publicado um Matulão de poesia, em 2013. “Voltei feliz novamente/ Tentando agradar meu povo/ Com mais um trabalho novo/ Tirado da minha mente./ Acho que ficou mais quente/ Do que brasa de São João.../ Mas não tenho a intenção/ De crescer nem me mostrar;/ Meu sonho é você gostar/ Do Segundo Matulão.” Para quem não sabe, matulão é um saco onde os retirantes carregam seus pertences.  Nascido em Tabira, Paulo Monteiro, 56 anos, tem três filhos, todos poetas como o pai, que foi influenciado pelo irmão do famoso, Dedé Monteiro, conhecido como o “Papa da Poesia”, detentor do título de Patrimônio Vivo de Pernambuco. Desde jovem, Paulo escreve essa poesia repleta de humor e alegria. Também é pandeirista, triangueiro e zabumbeiro. “Paulo diz o que vive e vive o que escreve. É poesia em carne e osso, em sentimento e espírito”, escreve a poeta Isabelly Moreira, de São José do Egito, em texto que assina na obra. “É peba, é tejo, é tatu, É tatu, é tejo, é peba, É corte, é talho, é pereba, É vinho, é brahma, é pitu, É palhaço, é papangu, É papangu, é palhaço, É lampião, é cangaço, É leite, é queijo, é coalhada. Quem tiver língua travada Não faz do jeito que eu faço” (Trecho do poema Língua Travada)  Respingos - Com 88 páginas, Respingos de Saudade é o segundo livro lançado por Aprígio Jerônimo Ferreira, poeta pernambucano de 94 anos, natural de Brejinho. Nos versos que compõem o título, carregados de emoção, ele recorda os pais e os irmãos já falecidos, remete ao dia a dia sofrido do homem do campo e relata as dificuldades dos sertanejos que migram atrás de melhores condições de vida em outras regiões do Brasil, como ele mesmo fez aos 20 anos de idade. “Onde estás, Mussambê, torrão querido, memorável berço das minhas façanhas”, escreve Aprígio Jerônimo no poema Nossas Raízes, ao falar do lugar onde nasceu. A mudança para o Rio de Janeiro e depois para Brasília - ele trabalhou como encarregado de carpintaria na construção da capital federal - é contada no verso Meu Diário: “Levava o cheiro da terra/Do meu sertão alcantil,/ Jovem rústico e primitivo,/ De aspecto juvenil,/ Mas carregava o desejo/ De conhecer meu Brasil.” Diferente dos outros livros da coleção, Entre a feira e o teatro: as práticas culturais dos repentistas em Pernambuco (1900-1948), do historiador de Tabira, Cícero Renan Nascimento Filgueira, é fruto de uma pesquisa de mestrado defendida em 2017, na Universidade Federal Rural de Pernambuco. A obra traz um estudo sobre os cantadores de viola da primeira metade do século passado. “Ao dedilhar a viola, o repentista faz uma representação do mundo através da declamação. Um mundo por vezes escuro, triste, como se a mágoa eterna o tocasse. Por vezes, um mundo repleto de aventuras, de bois fantasiosos que falam e sentem como gente, às vezes mais do que as pessoas”, descreve Cícero, comparando o ofício do violeiro com o do historiador.  “Assim como os cantadores, (o historiador) faz representações do mundo em seus textos: mundo parcialmente representado nos documentos que contam uma história fragmentada, como uma estrofe sempre a ser concluída. Logo, pode-se entender que o historiador está fadado a escrever uma história pelos retalhos deixados nas linhas, ou melhor, entrelinhas dos fatos registrados ao longo do tempo”, compara o pesquisador, que iniciou seus estudos a partir de três folcloristas, o paraibano José Rodrigues de Carvalho (1867-1935), o cearense Leonardo Mota (1891-1948), e o potiguar Luís da Câmara Cascudo (1898-1986). Seu trabalho também se preocupa em responder como as tradições nos sertões dos folcloristas chegaram ao palco dos teatros das capitais. Para tanto, Cícero pesquisou autores como Pierre Bourdieu, Roger Chartier e Carlo Ginzburg.  Pernambucano de Tabira, o poeta cordelista e militante da causa operária Felipe Amaral, disse que se inspirou nos “dias escuros em que vivemos” para escrever o cordel vencedor  O debate de Cristo Cirineu com Benedito Messias Mussolini. "Eu queria focar na questão da hipocrisia e da retórica do engano, de como as pessoas podem ficar em um estado de alienação. O cordel trata de um tipo de escravidão na qual o escravo fica cego e agradece a quem o escraviza”, destaca o autor. O cordel apresenta dois personagens Cristo Cirineu (profeta peregrino que tem seu nome inspirado em  Simão Cirineu, homem que ajudou Jesus Cristo a carregar a cruz em seu calvário) e Benito Messias Mussolini, um messias que, como destaca o autor, carrega em si a hipocrisia e a ardileza: “Dizia a sua canção que no ano rudimentar  De dois mil e dezenoveuma besta cavalarReinara naquela terra com a força militar. O seu nome popularComo o do ídolo cristão Fazia ele angariarDe todos aceitaçãoBem como o seu grande apeloVoltado para à religião. Era um “Messias” que o Cão,Na terra, achou de botar.‘Benito’, mas não bendito,  Embora um povo vulgarJulgasse ser; e o louvasseAté diante do altar.” Visibilidade - “A preocupação na seleção das obras vencedoras foi possibilitar aos autores do Pajeú concorrer em um edital exclusivamente voltado para a região. Queremos,  com a Coleção Pajeú, dar visibilidade à produção cultural não apenas na literatura, mas em todas as áreas do conhecimento humano”, assegura o coordenador do Conselho Editorial do

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Hermes Costa Neto

Festival afro-indígena começa nesta segunda-feira em Tracunhaém

Evento conta com uma programação 100% pernambucana, que inclui oficinas, mostra audiovisual em escolas de áreas rurais, lançamento de álbum, e apresentações culturais, gratuitas, preenchida por artistas negros e indígenas, da cidade e região A partir desta segunda-feira (7) até domingo (13), a cidade de Tracunhaém - Capital Estadual da Cerâmica, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, vai ser sede da 22ª edição do Tipóia Festival.  O tema da vez é: “Levantando poeira” - uma maneira de festejar à retomada do evento que passou dois anos suspenso em razão da pandemia.  A programação, recheada de atividades culturais gratuitas, busca apresentar manifestações e tradições afro-brasileiras e indígenas, presentes na região. Durante sete dias, o projeto vai circular por praças, escolas, ruas e avenidas, da área urbana e zona rural, levando diversão e alegria. Nesta edição, o evento reúne cultura popular, música independente, batalhas de MC’s e Breaking, encontro de bateristas, mostra audiovisual e lançamento de álbum; além de oficinas de cerâmica, rabeca e arte. A ação se soma às atividades do Mês da Consciência Negra no Estado.  O festival conta com uma programação 100% pernambucana, composta por artistas indígenas, negras e negros, da cidade e região. Zeca Cirandeiro e a Ciranda Popular de Paudalho; Neuro Roots (Olinda); Lambaero - 15 anos (Nazaré da Mata); Cássio Oli (Igarassu); Épiko’s (Timbaúba), são algumas das atrações que prometem animar o público. Está prevista também a participação da Sambada de pé de parede entre os mestres Erick Moraes e o contramestre Maurício, do Maracatu Estrela de Tracunhaém; e a Ciranda Bela Rosa, do Mestre Bi (Nazaré da Mata); entre outros. Destaque para o show “Afonjah e Isaar na África", que irá se apresentar no festival, após turnê em Moçambique e África do Sul. A programação prevê também atividades recreativas para o público intergeracional, como a mostra de vídeos artísticos-culturais. A proposta do festival, contemplada com o Edital do Funcultura, da Secretaria de Cultura do Governo do Estado, também vai ofertar oficinas de artesanato em cerâmica com mestre Valdik; e oficina de rabeca ministrada pelo rabequeiro Dinda Salu.  Entre os destaques desta edição está o espaço para o rap, com o Palco Tipoia Hip Hop, que acontece em parceria com a confecção Nordeststreet e outras organizações dessa expressão no estado.  Neste ano, o festival apresenta Batalha de MC's e a Batalha de Breaking, por fim, pocket show GDF. As apresentações serão realizadas na estrutura montada em frente à Praça Costa Azevedo, Centro de Tracunhaém, com início às 14h. Outra novidade é a estreia do álbum “Cidade do Barro”, de autoria do músico, compositor e produtor cultural, Sid3. A nova produção sonora mescla sustentabilidade, cultura e história, com reflexão as sonoridades captadas ao dia-a-dia, como na produção das peças de cerâmicas, sons gravados nas Olarias de Tracunhaém, conversas com os Mestres Artesãos, o som do trabalho manual, da queima das peças no forno, da pisada do barro e dos instrumentos musicais feitos de barro. Incentivado pelo Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), a nova produção acontece na noite do sábado, 12 de novembro, na Praça Costa Azevedo, Centro de Tracunhaém, a partir das 21h.  O festival ainda traz para o público uma oficina de cerâmica: aprendendo a fazer fazendo, que tem como proposta capacitar e formar adolescentes, jovens e adultos para para o ofício da olaria - uma das principais atividades econômicas ligado ao município de Tracunhaém. A oficina tem caráter técnico e de demonstração, e acontecerá nas dependências do ateliê do Mestre Valdik.  Todas as produções artesanais dos participantes farão parte de uma exposição ao final da oficina.  O período das aulas será de 07 a 10 de novembro, no horário das 14h às 16h. Outra oportunidade para o público é a “Oficina de Rabeca” - instrumento musical que traz elementos da sonoridade da Zona da Mata Norte. A formação tem como finalidade repassar técnicas de sonoridade das tradições de cultura popular da região, como cavalo marinho e forró, por exemplo.  Os conhecimentos serão repassados pelo rabequeiro, cantor e compositor, Dinda Salu - décimo segundo filho do mestre Salustiano - um dos ícones da cultura popular na zona canavieira, de quem herdou os ofícios de rabequeiro, cantor e compositor. A capacitação é destinada para 15 pessoas, no período de 10 e 11 de novembro, das 15h às 18h, na Oca. 

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Cinema da Fundação promove Mostra Judaica

(Da Fundaj) Com entrada gratuita, programação é de 5 e 6 de novembro e conta com exibição de documentários, o filme “O Judeu”, e debate com participação de Kátia Mesel e Jacques Ribemboim O Cinema da Fundação/Derby promove nos dias 5 e 6 de novembro (sábado e domingo) a Mostra Judaica. O evento é gratuito e a programação conta com um debate, a exibição de filmes. No primeiro dia, às 19h, será exibido o documentário  “O Rochedo e a Estrela” (2011), com direção da cineasta Kátia Mesel. Ela aborda a história e expansão da comunidade judaica no Recife, ressaltando também a importância dos “cristãos novos” (judeus batizados à força pelo governo português) e da luta de Maurício de Nassau pela liberdade religiosa. Às 20h30, será realizado debate com Kátia Mesel e o historiador e escritor Jacques Ribemboim, que é membro da comunidade judaica do Recife e escreveu livros como “Ensaios judaicos”, “Pernambuco de Fernão”, “Nordeste Independente”, “Manuel Correia de Andrade: um homem chamado Nordeste” (organizador) e “Uma Olinda Judaica:1537-1631 “(coautoria com José Alexandre Ribemboim), entre outros. "Recife e Nova Iorque são cidades irmãs historicamente, vamos mostrar e alargar esses laços", disse Antônio Campos, presidente da Fundação Joaquim Nabuco, referindo-se à conexão histórica entre as duas cidades influenciadas diretamente pelos judeus e sua cultura.  "Os filmes da mostra e o debate entre a cineasta Kátia Mesel e o professor e historiador Jacques Ribemboim, ambos descendentes de judeus, é a maneira que a Fundação Joaquim Nabuco, por meio do Cinema da Fundação, oferece ao seu público para manter viva a memória e os estudos em torno da herança e da permanência da cultura judaica em Pernambuco, no Brasil e em Portugal”, explica o coordenador do Cinema da Fundação, Ernesto Barros.  No dia seguinte, o público poderá conferir, a partir das 19h, o curta-metragem ‘Marranos do Sertão”, que fala sobre uma boa parte dos brasileiros que são descendentes dos "cristão novos", Muitos deles sempre mantiveram a velha fé e eram chamados pela alcunha  depreciativa de marranos. Em muitas cidades brasileiras, especialmente no Nordeste, muitos dos seus descendentes, separados por séculos de sua própria cultura, estão redescobrindo o judaísmo. Em seguida, será exibido o longa-metragem “O Judeu” (1996), de Tob Azulay, e que tem em seu elenco nomes como Felipe Pinheiro, Fernanda Torres, Cristina Aché e Mário Viegas. A obra de ficção mostra que o artista Antônio José da Silva, carioca de nascimento e de origem judaica, foi considerado o mais célebre autor teatral de Portugal do século 18. Depois de seu julgamento e de sua família pelo Tribunal do Santo Ofício, em Lisboa, Antônio José torna-se estudante da prestigiada Universidade de Coimbra, casa com uma cristã-nova, Leonor Maria de Carvalho, e cada vez faz mais sucesso com suas comédias. Só que sua prima Brites Eugénia denunciou o casal para as autoridades eclesiásticas por heresia.

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Feijão de Azeite: com dendê e arte.

*Por Raul Lody É comum dizer: “vou fazer feijão”. E com essa intimidade, localiza-se o que é “fazer feijão”.  Pois feijão é um símbolo da casa, da cozinha, do cotidiano. Uma comida que está na grande maioria das mesas brasileiras. Então detalhamentos de um imaginário que individualiza qual é o tipo de feijão e a sua receita culinária. E assim posso fazer feijão magro; fazer feijão de leite, diga-se ao leite de coco; feijão de azeite, e com essa característica já se sabe, no caso dos baianos, que o feijão é do tipo fradinho e temperado com azeite de dendê. Assim o feijão de azeite faz a base dos cardápios para as outras receitas com dendê, o mesmo ocorrendo com a farofa de dendê. Dessa maneira retoma-se a harmonização feijão e farinha de mandioca .Essa opção de se comer é a opção mais geral e nacional que encontramos na união do feijão e da farinha, diga-se feijões e farinhas de muitos e diferentes tipos, cores, formas e  sabores . As comidas “de azeite” integram receitas de carnes, peixes, aves, legumes, todas celebradas no dendê, que também é chamado de “azeite de cheiro”. O de oliva chama-se de “azeite doce”, também um ingrediente tradicional destas mesas reinventadas na matriz africana que compõe com a mesa ibérica e mediterrânea. A mão africana misturou o leite de coco ao dendê, ao azeite de oliva, também pela África Magrebe, e assim nascem diferentes sabores afrodescendentes.  Como também nas interpretações das pimentas frescas e secas, e outros temperos como, por exemplo, cominho, urucum; “egussí”, que é a semente da abóbora ou da melancia, torrada e salgada, usada para destacar o cheiro, a cor e o gosto das comidas. Embora o feijão de azeite esteja presente na tradição da mesa baiana, no clássico “A arte culinária da Bahia” (1928), de Manuel Querino, os pratos com feijão apresentados pelo autor, que viveu e realizou suas etnografias, século XIX,  na cidade do São Salvador, são  os da feijoada e do feijão de leite.Não citando  a  receita   que se conhece por feijão de azeite.  . Como acontece com a maioria dos pratos “de azeite”, há uma presença marcante do camarão defumado, e certamente do molho de pimenta fresca para aguçar os sabores.  A mistura do feijão fradinho com o camarão defumado está no abará, por exemplo, e que se complementa na pimenta e no dendê. Também pode-se ver o acarajé como uma elaboração do feijão e do dendê. E ainda com dendê os recheios do vatapá de acarajé, diferente do vatapá de mesa, do camarão defumado refogado e no próprio molho do acarajé . Então para se fazer o feijão de azeite segue-se um roteiro que começa com o  feijão fradinho que é bem cozido e na sequencia vai para o refogado, sem o caldo; e, na receita tradicional, são acrescentados: camarão defumado, cebola, coentro, dendê, sal. Ainda deste processo culinário de se fazer o feijão de azeite, a água do cozimento, que é a água escorrida do feijão fradinho, poderá ser a base de um tipo de sopa que é complementada com legumes, carne “verde” ou fresca geralmente de boi, algum embutido entre outros ingredientes.  A partir da receita do feijão de azeite, há uma receita de amplo uso ritual religioso chamada de omolocum, que é uma das comidas preferidas   do Orixá Oxum. O feijão é muito cozido e refogado com cebola, camarão defumado e dendê.Quando esta etapa está realizada este feijão é colocado em um utensílio de louça onde  são acrescentados ovos cozidos inteiros , pois o prato com estas características  assume seu conceito estético,  e assim segue para o seu uso  sagrado.    O feijão é tanto uma comida consagrada do dia a dia, e o feijão é também uma comida da festa e é ainda a base de muitas receitas rituais, fazendo com que  o nosso paladar  busque no feijão uma notável referência do sabor brasileiro. *RAUL LODY é antropólogo

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Exposição traz ao público o fascinante universo da construção de violinos e arcos

Exibição na Caixa Cultural Recife, entre 4 e 6 de novembro, tem como destaque um violino armorial produzido pelos alunos da Escola de Formação de Luthier e Archetier da Orquestra Criança Cidadã Um detalhe extra do evento será a exposição de um violino armorial confeccionado sob inspiração nas formas e moldes dos instrumentos da família de luthiers italiana Guarnieri, no século XVI. O instrumento foi construído por Carlos Alberto sobre motivos desenhados pela psicóloga do Núcleo do Coque da OCC, Elaine Lima. A ESCOLA Em funcionamento desde 2012, a Escola de Formação de Luthier e Archetier da Orquestra Criança Cidadã é a primeira do Estado de Pernambuco e uma das poucas do Brasil, e atende, atualmente, a 50 jovens aprendizes. Em setembro de 2021, foram inauguradas suas novas instalações, que dispõem de amplas salas de aula e equipamentos modernos em 500m² de área construída na sede da Orquestra, nas dependências do 7º Depósito de Suprimento do Exército Brasileiro, no bairro do Cabanga. A obra de ampliação da Escola de Formação de Luthier e Archetier da Orquestra Criança Cidadã contou com o financiamento da Conferência Episcopal Italiana (CEI), apoio da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (para aquisição de maquinário) e tem a manutenção possibilitada pelo patrocínio da Caixa Econômica Federal.

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