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Vista aérea diurna da BR 232 - em Pernambuco, com dezenas de carros

A BR-232 e o futuro econômico de Pernambuco

Dentre vários condicionantes, o desenvolvimento regional assenta-se sobre duas propostas: educação e logística. Em se tratando do primeiro tema, vários documentos, matérias e crônicas têm registrado a importância ímpar da expansão do ensino técnico e superior ocorrido a partir de 2004, quando dezenas de universidades, mais de 100 campi foram abertos no interior do Brasil, destacando-se a região Nordeste. No caso de Pernambuco a presença dos institutos e universidades federais, somando-se à interiorização da UPE (Universidade de Pernambuco) e seguindo-se das escolas e faculdades privadas, permitiu que a juventude que mora fora da região metropolitana tivesse acesso ao ensino superior. Há alguns desafios a serem pontuados em uma outra oportunidade. Debruçando-se um pouco sobre o mapa de Pernambuco, há de se considerar que um grupo de grandes e médios municípios se encontram à sua margem, iniciando-se pelo Recife, Moreno, Vitória de Santo Antão, Pombos, Gravatá, Bezerros, Caruaru, São Caetano, Tacaimbó, Belo Jardim, Sanharó, Pesqueira, Arcoverde, Custódia, Serra Talhada, Salgueiro e Parnamirim. Este traçado, desde o início do Século 19, conforme é tão bem documentado pelo engenheiro Maurício Pina em seu livro BR-232 – Um Caminho de Engenharia e História, representa a rota preferencial entre o leste-oeste do Estado. Também não é difícil verificar que nesta relação encontram-se várias cidades com população superior a 80 mil habitantes e que representam polos dinâmicos da economia regional, destacando-se a capital, Vitória de Santo Antão, Gravatá, Caruaru, Belo Jardim, Pesqueira, Arcoverde, Serra Talhada e Salgueiro. O surpreendente é ver que são poucas as lideranças que têm levantado de forma sistemática e consistente a urgência da duplicação desta rodovia como condição sine qua non para o desenvolvimento pernambucano. Para a maioria dos gestores das instituições públicas, normalmente sediadas no Recife, há de se considerar que não tenham a real dimensão do que representa o Estado e por isso facilmente se veem envolvidos em outras questões que, apesar de importantes, não se assemelham a essa. Entretanto, em se tratando de gestores municipais e das bancadas estaduais e federais, é algo pouco compreensível. Será que essas lideranças não trafegam nessa rodovia? Considerando que os aeroportos do interior estão instalados em Caruaru, Serra Talhada, Araripina e Petrolina, é quase certo que venham ao Recife ou tenham que ir a Brasília quase todas as semanas. Em dias normais, o tráfego para quem se desloca pelo Sertão é congestionado em vários trechos, tornando-se um exercício de paciência entre Arcoverde e São Caetano, quando se encontra o segmento duplicado da rodovia. Neste sentido é incompreensível não haver um movimento arco-íris, congregando as lideranças, independente de partidos ou ideologia para lutar por esta causa. GOVERNAR É ELEGER PRIORIDADES, FUNDAMENTALMENTE Nos últimos meses voltou à discussão a duplicação da rodovia no trecho entre São Caetano e Serra Talhada, havendo o governo estadual destinando algo ao redor de R$ 50 milhões para o projeto técnico. Lembrando que, no governo anterior, havia sido aberta a licitação visando o projeto entre São Caetano e Custódia, não saindo do ponto inicial, ao que consta. Aguarda-se pela apresentação do projeto para que se possam iniciar as negociações com o Governo Federal, que mantém a jurisdição sobre a estrada, de forma a que se destine os recursos para a obra em si. Apesar dos anúncios, fogos, rojões e outdoors, o fato é que essa é uma tarefa que exigirá foco, esforço e meios. Colocar o projeto na pasta e partir para Brasília faz parte do manual, mas seria importante contar com os deputados e senadores de Pernambuco abraçando a ideia e destinando ao menos as emendas de bancada de um ano como contrapartida coletiva à obra, o mesmo podendo se esperar dos gestores das cidades diretamente ligadas ao seu traçado. DA HIPÓTESE AO FATO A obra de Maurício Pina é rica em detalhes e comenta o esforço de um número expressivo de políticos e engenheiros pernambucanos e até do exterior que esteve envolvido no planejamento, construção e financiamento dessa obra, destacando alguns como o engenheiro Abdias de Carvalho que, com toda a justiça, empresta seu nome à avenida pela qual se inicia a rodovia no Recife, passando por governantes como Nilo Coelho e Jarbas Vasconcelos. A decisão do governador Jarbas em destinar parte substancial da privatização da Celpe para duplicar o trecho da BR-232, compreendido entre o Recife e São Caetano, foi a mais importante decisão estratégica tomada por um governante de Pernambuco nos últimos 30 anos. Pois bem, que todos estejam juntos em um movimento que transforme a hipótese em fato e que se estabeleça um plano de médio prazo que vise à ligação Recife-Araripina e Recife-Petrolina com estradas duplicadas, com anéis viários, onde se fizerem necessários, e as obras complementares de pontes, viadutos e vias paralelas, demandadas. Aguarda-se também a conclusão da ferrovia Transnordestina. Uma outra luta não menos árdua, mas que fica para outra hora. No momento, que se trabalhe na duplicação do que existe e está em uso permanente, a BR-232. *Por Geraldo Eugênio, professor da UFRPE em Serra Talhada

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Indústria brasileira cresce 3,1% em 2024, mas enfrenta desafios no fim do ano

Expansão foi a terceira maior em 15 anos, impulsionada pelo emprego e renda, mas juros altos frearam o setor no último trimestre A produção industrial brasileira encerrou 2024 com crescimento de 3,1% em relação ao ano anterior, conforme a Pesquisa Industrial Mensal do IBGE. Esse resultado foi o terceiro maior dos últimos 15 anos, ficando atrás apenas de 2010 (10,2%) e 2021 (3,9%). O desempenho positivo foi impulsionado pelo aumento do emprego, da renda e do consumo das famílias. No entanto, a indústria ainda opera 15,6% abaixo do pico registrado em maio de 2011. Apesar do crescimento anual expressivo, a produção industrial registrou quedas sucessivas nos últimos três meses do ano. Em dezembro, houve retração de 0,3%, acumulando perda de 1,2% no trimestre. Segundo o IBGE, a desaceleração foi impactada pela elevação da taxa Selic, que subiu de 10,5% para 13,25% no segundo semestre, além da valorização do dólar e do aumento da inflação, que fechou o ano em 4,83%. “A confiança de empresários e consumidores foi afetada pelo aperto monetário e pelos custos mais altos”, explica André Macedo, gerente da pesquisa. A expansão de 2024 foi disseminada entre diferentes segmentos, com crescimento nas quatro grandes categorias econômicas e em 20 dos 25 ramos industriais pesquisados. O setor de bens de consumo duráveis e os intermediários tiveram destaque, beneficiados pela maior massa salarial e pela ampliação do crédito no primeiro semestre. No entanto, o cenário mudou nos últimos meses do ano, com a alta dos juros reduzindo a demanda e impactando investimentos na indústria. O futuro do setor dependerá da política econômica e da trajetória da Selic. Se os juros começarem a cair em 2025, a indústria pode recuperar o fôlego. Enquanto isso, o setor segue cauteloso, equilibrando crescimento e desafios estruturais.

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Consumo das famílias cresce no Recife, mas empresários enfrentam desafios

Confiança dos consumidores sobe com renda e emprego, enquanto varejo sente impacto da Selic e dos custos operacionais O Índice de Consumo das Famílias (ICF) no Recife iniciou 2025 em alta, impulsionado pela recuperação da renda, controle da inadimplência e aumento do emprego formal. De acordo com a Fecomércio-PE, os consumidores estão mais confiantes para gastar, favorecendo setores como supermercados e farmácias. Apesar do avanço, a informalidade e a inflação ainda são desafios para o cenário econômico ao longo do ano. Por outro lado, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) apresentou queda de 3,4% em janeiro, refletindo a incerteza econômica. A alta da taxa Selic, a valorização do dólar e o aumento dos combustíveis pressionaram os custos operacionais, levando empresários a reduzir investimentos e contratações. “O aumento da taxa Selic encarece o crédito tanto para consumidores quanto para as empresas, reduzindo a disposição para novos investimentos e, consequentemente, o ritmo da atividade econômica”, destaca Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE. O impacto desse cenário já pode ser observado no mercado de trabalho, com uma redução de 2,8% na expectativa de contratações e um recuo de 2,5% nos investimentos das empresas. Além disso, a confiança na economia brasileira caiu 7%, enquanto a percepção do comércio teve retração de 8,2%, indicando uma postura mais cautelosa dos empresários. O presidente da Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto, reforça a resiliência do setor comercial, apesar dos desafios. “Os empresários estão atentos às oscilações do mercado, mas é importante destacar que o comércio tem uma capacidade de adaptação muito forte. A expectativa é que uma futura redução da inflação e possíveis ajustes na política econômica tragam um alívio ao setor nos próximos meses”, afirma. A Fecomércio-PE segue monitorando o mercado por meio de pesquisas econômicas e sondagens setoriais, auxiliando empresários e consumidores a tomarem decisões estratégicas diante do atual cenário econômico.

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Recife lidera geração de empregos em Pernambuco em 2024

Recife encerrou 2024 com saldo positivo de 20.391 empregos com carteira assinada, representando um terço das vagas formais criadas em Pernambuco no ano. O crescimento de 3,78% no município superou a média nacional de 3,72%, consolidando a capital como um dos principais polos econômicos do Nordeste. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O setor de Serviços liderou as contratações, com 140.517 novos postos, seguido pelo Comércio (46.440) e Construção (25.545). “O resultado reafirma a força econômica da cidade, com potencial de geração de renda e emprego formal”, destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico do Recife, Carlos Andrade Lima. Grupo Mateus amplia presença em Pernambuco com nova loja em Jaboatão O Grupo Mateus segue sua expansão em Pernambuco e inaugura, no dia 31 de janeiro, um Mix Mateus em Jaboatão dos Guararapes. A unidade, que combina atacado e varejo, contará com um departamento do Eletro Mateus e gerará 296 empregos diretos e 227 temporários. Com mais de 4 mil m² de área de vendas e 236 vagas de estacionamento, a loja está localizada na Av. Doutor Júlio Maranhão, 1098. Presente em Pernambuco desde 2022, a empresa já soma 13 lojas no estado e pretende ampliar sua atuação na região. “Temos grandes planos para Pernambuco e iremos continuar investindo”, afirmou Jesuíno Martins, CEO do Grupo Mateus. A nova unidade faz parte do cronograma de expansão da terceira maior rede de varejo alimentar do Brasil, que opera em nove estados do Norte e Nordeste. Fricon comemora 30 anos no Brasil com alta confiança dos clientes e foco em sustentabilidade A multinacional Fricon começa 2025 com motivos para celebrar. Pesquisa do Instituto PHD revelou que 98% dos entrevistados consideram a empresa confiável, enquanto mais de 90% aprovam a qualidade dos produtos, destacando o alto nível de satisfação dos clientes. Com fábrica em Paulista, no Grande Recife, a Fricon é referência internacional em equipamentos de refrigeração e conservação de alimentos e bebidas, atendendo grandes marcas como Nestlé, Coca-Cola e Heineken, e com presença em 20 países. Em 2024, a empresa foi reconhecida pelo Ministério do Meio Ambiente por sua contribuição ao Protocolo de Montreal e recebeu a certificação Great Place to Work, consolidando seu compromisso com qualidade e bem-estar. Além disso, a Fricon tem apostado em sustentabilidade com sua linha Eco Friendly, que utiliza tecnologia própria e foi pioneira no Brasil. A empresa também renovou o ISO 9001-2015, reafirmando seu compromisso com a excelência. Para Márcio Campos, superintendente de negócios da marca, 2025 será um ano de crescimento contínuo, com a qualidade, inovação e valorização dos colaboradores e clientes como pilares fundamentais para o sucesso das próximas décadas da Fricon no Brasil. iFood abre inscrições para programa exclusivo de contratação de mulheres em tecnologia O iFood lançou a primeira edição do programa "Elas são Tech", um processo seletivo voltado exclusivamente para a contratação de mulheres engenheiras de software, com inscrições abertas até 6 de fevereiro. A iniciativa busca aumentar a representatividade feminina na área de tecnologia da empresa, que hoje conta com 31% de mulheres na equipe. O processo seletivo inclui um desafio de programação e entrevistas presenciais em Osasco (SP), com custeio de translado para candidatas de fora da cidade. Além disso, no dia 20 de fevereiro, o iFood promoverá um evento híbrido para as participantes, oferecendo palestras, networking e troca de experiências com executivas da empresa. "As mulheres no iFood trazem inovação e uma perspectiva única, e as novas profissionais devem buscar aprendizado contínuo, acreditar em si mesmas e ocupar seus espaços com coragem", destaca Tane Mastria, Engineering Manager no iFood. As selecionadas terão acesso a benefícios como trabalho remoto, assistência médica e odontológica, vale-alimentação ou refeição, seguro de vida e incentivos para desenvolvimento profissional. As inscrições podem ser feitas pelo site oficial do iFood. Faculdade Senac PE oferece oficinas gratuitas em fevereiro A Faculdade Senac Pernambuco promove quatro oficinas gratuitas na área de gestão, com temas como currículo, inglês empresarial, branding e tecnologia NFC na logística. As atividades acontecem das 18h às 22h, no Laboratório 1402 e na Sala Maker. A programação inclui “Como elaborar um currículo de sucesso” (3/2), “Inglês para negócios” (10/2), “Marcas que Vendem” (11/2) e “Logística inteligente com NFC e RFID” (13/2). As inscrições são gratuitas pelo site www6.pe.senac.br/evento/inscrição. Informações: (81) 3413-6666.

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Pernambuco fecha 2024 com alta de 21,9% na geração de empregos formais

Estado criou 62,2 mil novos postos de trabalho e se destacou como o segundo maior empregador do Nordeste Pernambuco encerrou 2024 com saldo positivo na geração de empregos formais, registrando a criação de 62,2 mil novas vagas com carteira assinada. O número representa um crescimento de 21,9% em relação a 2023, quando o Estado contabilizou 51 mil postos. Com esse resultado, Pernambuco se consolidou como o segundo maior gerador de empregos do Nordeste e o oitavo do país, segundo dados do Novo Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A governadora Raquel Lyra celebrou os avanços no mercado de trabalho estadual. “Estes são números que nos deixam muito felizes, pois mostram que Pernambuco está no caminho certo, retomando seu lugar de liderança no Nordeste e no Brasil. Tudo isso é fruto de um trabalho incansável, feito a muitas mãos, e o mais gratificante é saber que o melhor ainda está por vir”, afirmou. Entre os destaques do levantamento, está a maior equidade na distribuição de empregos: em 2024, 48,5% das vagas foram ocupadas por mulheres, um crescimento expressivo em relação a 2023, quando a participação feminina foi de 36,7%. Os setores que mais impulsionaram a criação de empregos foram Serviços, com 35.853 novas vagas, seguido pelo Comércio (13.482) e Indústria (6.558). A Construção civil e a Agropecuária também apresentaram saldo positivo, com 6.097 e 238 postos, respectivamente. Mesmo com o avanço no acumulado do ano, dezembro seguiu a tendência nacional de desligamentos sazonais, encerrando o mês com um saldo negativo de 10,4 mil vagas em Pernambuco.

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Reforma Tributária: o Brasil tem o maior IVA do mundo

*Por Rosa Freitas Para começar 2025, o tema Reforma Tributária se aproxima cada vez mais. Ainda em dezembro de 2024, no apagar das luzes do ano legislativo, o Congresso Nacional concluiu a votação da reforma. Em 15 de janeiro, tivemos a sanção presidencial. Com as emendas feitas no Congresso Nacional, que incluíram a carne na isenção da cesta básica e outras deduções, teremos um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) que supera o teto previsto anteriormente e chega ao valor de referência de 27,9%. Isso faz com que o Brasil assuma o incômodo posto de maior imposto sobre o consumo do mundo, desbancando o título da Hungria. Lembremos que o Brasil adotou o IVA Dual, pois é composto pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), que integra o ISS e o ICMS, e pela CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que substitui o PIS e a Cofins. Além do Brasil, o Canadá e a Índia também adotam esse modelo de tributação. Teremos também a eliminação do IPI genérico, sendo substituído pelo IPI/ZN (Imposto sobre Produto Industrializado da Zona Franca de Manaus) e pelo IS (Imposto Seletivo). Cabe agora ao Poder Executivo enviar uma nova proposta para adequar a alíquota e mantê-la no patamar da trava de 26,5% inicialmente prevista. Em 2025, já começou a reforma com a obrigatoriedade da nota fiscal eletrônica e, em 2026, teremos a introdução do IBS na fase de testes. NA PRÁTICA, O QUE MUDA? O que será impactado primeiro é a convivência, por sete anos, do IBS com os impostos que já conhecemos: ICMS e ISS. As grandes e pequenas empresas terão que operar com dois sistemas, o que aumentará os custos com serviços contábeis e gerará inúmeras questões, muitas das quais devem ser judicializadas. Os grandes municípios que já têm estruturas jurídicas e fiscais para realizar os lançamentos precisarão se esforçar para dar conta da reforma. Entretanto, os pequenos municípios serão imensamente impactados nessa transição, pois muitos não contam com a estrutura e o planejamento necessários para implementar as mudanças. De imediato, todos terão que emitir a nota fiscal de serviços. Mas não é só isso. A reforma exigirá a preparação de recursos humanos e tecnológicos em um Brasil continental, que congrega o pré-moderno, o moderno e o pós-moderno. Os novos impostos têm outras hipóteses de incidência que parecem semelhantes, mas não são. O IBS, esse grande imposto que substitui o ICMS e o ISS, incidirá também sobre outras operações, como aluguéis e seguros (que deixarão de ser tributados pelo Imposto sobre Operações Financeiras - IOF). Além disso, o aumento de suas tarifas impactará o setor de serviços. A opção do legislador foi acolher a indefinição que vivemos em não saber mais a diferença entre bens imateriais e serviços, especialmente a diferença entre serviços e bens tecnológicos. MATRIZ DE INCIDÊNCIA AMPLA E SEUS IMPACTOS A matriz de incidência ampla, ou “sobre tudo”, a princípio, poderia reduzir o valor das alíquotas, uma vez que incluirá um maior número de operações afetadas pela tributação. No entanto, a redução da alíquota nunca foi o objetivo da reforma; o sistema foi criado para facilitar a atividade fiscal e a eficiência estatal, utilizando massivamente tecnologia e inteligência artificial. Mesmo assim, teremos alguns avanços, como a total isenção da cesta básica de bens e serviços e o cashback para as pessoas de baixa renda (inscritas no Cadastro Único). SETORES SENSÍVEIS O setor mais impactado pela reforma será o setor de serviços. Todas as modalidades de serviços serão oneradas com a reforma, mesmo aquelas que atualmente possuem alíquotas reduzidas de 30% ou 60% em relação à alíquota de referência. Mesmo as modalidades que pagarem com redução da alíquota ainda enfrentarão um aumento significativo, pagando aproximadamente o dobro da alíquota atual. As alíquotas reduzidas de 30% e 60% ficarão em torno de 19,45% e 11,12%, considerando a alíquota padrão de 27,8%, em contraste com a tarifa atual de 5%. As mudanças realizadas na Câmara e no Senado tenderam a impactar a alíquota de referência, pois incluíram outros itens que não estão presentes na cesta básica de bens e serviços, como a carne, que deveria ser contemplada com a redução de 60% ou isenção. Alguns itens também foram retirados da incidência do IS (Imposto Seletivo), como as armas. Contudo, o PLP 68, aprovado e sancionado em 16 de janeiro, ainda pode ser contestado em alguns pontos e ter alguns dispositivos vetados pelo Presidente da República, mas nada substancial. Se a alíquota de referência for mantida como está, ela tende a subir e se tornará a maior do mundo, uma vez que os 26,5% correspondem à segunda maior, apenas atrás da Hungria, que possui 27%. JUSTIÇA FISCAL A tributação no setor de serviços era muito baixa no Brasil, cerca de 5%, e muitos municípios sequer regulamentaram essa questão, embora essa omissão seja considerada uma ilegalidade de responsabilidade, prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal. Os serviços são mais consumidos pelas classes média e alta, e menos pela base da pirâmide. Essa baixa incidência causava injustiça fiscal, pois quem se encontra mais na base da sociedade consome mais bens e menos serviços, os quais eram subtributados. Dessa forma, a cadeia produtiva será onerada, e o mercado precisará considerar esse aumento na carga tributária. Esta transição do sistema exigirá que as empresas operem com o sistema antigo e o novo, o que também gerará custos com serviços de consultoria contábil e tributária. Assim, será fundamental buscar as melhores formas de adaptação. OS SISTEMAS COMPUTACIONAIS E A FISCALIZAÇÃO Os Fiscos estaduais e municipais também precisarão adequar sua atuação, especialmente em conjunto, para fiscalizar o IBS. Isso será mais específico pois todas as transações ocorrerão em ambiente digital, tornando a fiscalização muito mais rápida, específica e eficiente. Considero que a produtividade dos auditores fiscais de tributos será reduzida, uma vez que a operacionalização por meio da tecnologia da informação e da inteligência artificial diminuirá a sonegação. O imposto atual que mais gera contencioso tributário administrativo e judicial é justamente o ICMS que será operado de forma diversa e não

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Aluguel em Recife sobe 1,25% em dezembro, com Parnamirim, Pina e Boa Viagem no topo da valorização

Relatório da APSA aponta crescimento no valor do metro quadrado, com Pina e Boa Viagem entre os bairros mais caros O valor médio dos aluguéis residenciais em Recife subiu 1,25% em dezembro, segundo levantamento da APSA, empresa especializada em gestão de propriedades. O metro quadrado para locação atingiu R$ 64,30, representando um custo mensal de R$ 6.430,00 para um imóvel de 100 m². A pesquisa analisou 3,5 mil anúncios de imóveis de um a quatro quartos nos principais bairros da cidade. Entre as áreas monitoradas, Parnamirim se destacou com o maior preço por metro quadrado (R$ 84,68), registrando alta de 9,71% no mês e um crescimento acumulado de 32,08% no ano. O bairro ultrapassou o Pina, que agora ocupa a segunda posição com R$ 84,29/m². Boa Viagem, tradicionalmente valorizada, manteve-se entre as mais caras, com R$ 65,27/m². Segundo Alan Galvão, gestor da APSA, a infraestrutura completa e os novos empreendimentos são fatores que impulsionam os preços nessas regiões. “Parnamirim, por exemplo, é um bairro que cada vez mais se torna atrativo devido à sua infraestrutura completa, com acesso a serviços, comércio, transporte e áreas de lazer”, explica. O estudo também apontou que bairros como Imbiribeira tiveram o maior aumento mensal (11,94%), enquanto Graças e Casa Amarela registraram quedas. A valorização contínua em Boa Viagem reforça seu status como uma das áreas mais desejadas da cidade. “A valorização do imóvel, quando aliada à escassez de novas construções, acaba gerando preços em patamares mais elevados”, destaca Galvão. Sobre a APSAFundada em 1931, a APSA é líder nacional na administração de condomínios e gestão imobiliária, administrando mais de 100 mil imóveis e 3 mil condomínios no Brasil. A empresa opera em diversas capitais, incluindo Recife, e também atua nos segmentos de compra, venda e locação de imóveis.

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Copom eleva juros básicos para 13,25% ao ano

Aumento da Selic reflete inflação alta e instabilidade econômica A alta recente do dólar e as incertezas em torno da inflação e da economia global fizeram o Banco Central (BC) aumentar mais uma vez os juros. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic, juros básicos da economia, em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano. Além de esperada pelo mercado financeiro, a elevação já havia sido sinalizada pelo Banco Central na reunião de dezembro. Em comunicado, o Copom afirmou que as incertezas externas, principalmente nos Estados Unidos, geram dúvidas sobre a postura do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). No Brasil, a economia aquecida e os núcleos de inflação acima da meta também pressionaram a decisão. O Banco Central destacou que as incertezas fiscais continuam impactando a percepção dos investidores e os preços dos ativos. A Selic, principal ferramenta para controlar a inflação, está no maior nível desde setembro de 2023. O Banco Central já anunciou que elevará os juros novamente na reunião de março, mas não detalhou os próximos passos. A expectativa do mercado, segundo o boletim Focus, é de que a inflação encerre 2025 em 5,5%, acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.

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Brasil institui mercado regulado de carbono e avança na agenda climática

Com a sanção da Lei Federal nº 15.042, o Brasil oficializa a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases do Efeito Estufa (SBCE), um passo estratégico para a transição para uma economia de baixo carbono. O novo mercado regulado estabelece limites para emissões poluentes e possibilita a comercialização de Cotas Brasileiras de Emissão (CBE), cada uma equivalente a uma tonelada de dióxido de carbono equivalente (tCO2e). A iniciativa visa impulsionar práticas empresariais sustentáveis e atrair investimentos para setores ambientalmente responsáveis. O SBCE impõe regras específicas para empresas de grande porte: aquelas que emitem mais de 10 mil tCO2e anuais deverão monitorar suas emissões, enquanto companhias que ultrapassarem 25 mil tCO2e terão metas obrigatórias de redução. O modelo permite que empresas que diminuírem sua pegada de carbono vendam cotas excedentes, estimulando um mercado competitivo e dinâmico. “A regulação também estabelece oportunidades para projetos de REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), possibilitando a geração de créditos de carbono por comunidades tradicionais e proprietários de terras, promovendo a conservação ambiental”, explica a advogada Daniella Magno, do escritório Pires Advogados. Apesar do avanço, a implementação do SBCE será gradual, ocorrendo em cinco fases ao longo dos próximos dois anos, com regulamentações ainda pendentes. “Essa transição permitirá às empresas se adaptarem às novas exigências, garantindo previsibilidade e segurança jurídica. O mercado voluntário de carbono continuará coexistindo com o sistema regulado, permitindo maior flexibilidade para empresas interessadas em reduzir sua pegada ambiental”, complementa Daniella. Com essa medida, o Brasil se alinha a países que já adotaram sistemas similares, consolidando sua posição na agenda climática global. Além de contribuir para os compromissos assumidos no Acordo de Paris, o novo mercado regulado de carbono fomenta investimentos em inovações sustentáveis, abrindo caminho para novas oportunidades econômicas em setores emergentes.

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Garanhuns Solar: R$ 420 milhões em energia limpa e geração de dois mil empregos

Programa busca transformar o município em referência em energia sustentável Garanhuns avança no setor de energia sustentável com o lançamento do Programa Garanhuns Solar, oficializado ontem (27) durante solenidade na Prefeitura. O projeto, que inclui a assinatura de um projeto de lei e a apresentação do Complexo Colinas, visa incentivar a geração de energia solar fotovoltaica no município. O Complexo, fruto de uma Parceria Público-Privada (PPP) entre a Compesa, Kroma Energia e Elétron Energy, terá um investimento superior a R$ 420 milhões, com operação prevista para junho de 2026. O empreendimento deverá gerar cerca de dois mil empregos, sendo 800 diretos e 1.200 indiretos, em áreas como engenharia, instalação e manutenção de sistemas solares. “O Programa Garanhuns Solar representa um marco para o desenvolvimento sustentável e econômico da cidade, atraindo grandes empresas e investimentos”, afirmou o prefeito Sivaldo Albino. Rodrigo Mello, CEO da Kroma Energia, reforçou: “Essa parceria entre empresas e governo alavanca projetos estruturantes com benefícios diretos para a comunidade e o meio ambiente.” Com capacidade instalada de 130 MWp, o Complexo Colinas contará com três usinas solares – Colinas I, II e III – e mais de 200 mil módulos fotovoltaicos distribuídos em uma área de 170 hectares. O projeto também inclui incentivos fiscais, como a redução de ISS, garantindo viabilidade para a instalação do empreendimento. João Henrique Lins, diretor comercial da Elétron Energy, destacou: “Essa sinergia entre governo e iniciativa privada é o que permitirá transformar Garanhuns em um polo estratégico para o setor energético.” O deputado federal Felipe Carreras celebrou o impacto econômico do programa: “O Garanhuns Solar consolida a cidade como referência em energia sustentável, impulsionando empregos e atraindo investimentos significativos. Tenho orgulho de acompanhar de perto essa transformação.” Serviço:Projeto: Programa Garanhuns SolarInício das operações do Complexo Colinas: Junho de 2026

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