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Candidatos ao Governo mostram seus planos

Em meio às emoções e rivalidades que se formam em cada pleito eleitoral, não é incomum que no momento de campa- nhas os projetos e planos para a gestão fiquem em segundo plano nos debates. Para contribuir com sugestões para o desen- volvimento sustentável do Estado, a Algomais e a Rede Gestão produziram o documento Pernambuco Além da Crise — Proposta para os candidatos ao Governo, elaborado com o apoio de pes- quisadores, representantes de classe e empresários. As edições da Algomais desta semana e da próxima apresen- tam os principais eixos desse trabalho e o que os candidatos ao Palácio do Campo das Princesas pretendem fazer nas áreas da gestão pública; do empreendedorismo; da ciência, tecnologia e inovação; da educação inclusiva e capacitação de mão de obra; da infraestrutura; e da sustentabilidade ambiental. Desses seis temas, considerados estratégicos no documento Pernambuco Além da Crise, trataremos dos três primeiros na edição de hoje. Até o final da apuração, responderam à nossa redação os(as) candidatos(as) Danilo Cabral (PSB), João Arnaldo (PSOL), Marília Arraes (Solidariedade), Miguel Coelho (União Brasil) e Raquel Lyra (PSDB). A partir da série de e-books, Pernambuco Além da Crise, o corpo técnico responsável pela elaboração do documento enviado aos candidatos definiu uma visão (de longo prazo, para 2037, quando o Recife completará 500 anos) e um desafio para os próximos quatro anos de gestão de Pernambuco. Confira abaixo: VISÃO Em 2037, quando do aniversário de 500 anos do Recife, Pernambuco será um Estado mais próspero e com mais qualidade de vida e justiça social, adequando-se às exigências das mudanças climáticas, mas tirando o máximo proveito da maior exposição ao sol no semiárido e do excesso de ventos no litoral na geração de energia limpa e mais barata para o desenvolvimento . DESAFIO DA PRÓXIMA GESTÃO ESTADUAL (2023-2026) Preparar as bases para um salto de qualidade capaz de adequar o modelo de desenvolvimento estadual às novas e acentuadas exigências político-econômico-sociais-ambientais, nacionais e internacionais, decorrentes da pós-pandemia, da nova geopolítica mundial e das mudanças climáticas aceleradas. Como síntese dos e-books, que foram publicados ao longo da pandemia, e dessas declarações de Visão para 2037 e Desafio no horizonte de 2023 a 2026, foram apontados os seis eixos estratégicos, com um diagnóstico e uma proposta, que foram remetidos aos candidatos e que você pode acessar pelo link. GESTÃO PÚBLICA Perguntamos aos candidatos o que cada um pretende fazer para qualificar a gestão pública. O documento sugere como propostas para esse tema: reorientar as estruturas do Estado para uma atuação voltada à obtenção de resultados e promoção da inclusão social, com ampla participação da sociedade na vida pública. Também considera importante reforçar mecanismos organizacionais de planejamento e de integração das ações no governo de modo a garantir o alinhamento em torno de uma estratégia de desenvolvimento. Propõe ainda investir na renovação das organizações públicas e na modernização dos seus processos para potencializar seus recursos, experiências e capacidades de gestão. O deputado federal e candidato do PSB, Danilo Cabral, promete dar um salto de qualidade na gestão e aproximá-la do cidadão, fazendo a transformação digital dos serviços públicos. “Vamos chamar os setores produtivos, ver quais são os gargalos, verificar os fluxos, monitorar e dar velocidade a processos existentes, como expedição de alvarás, licenciamentos e outras medidas. Para isso, vamos criar uma plataforma de serviços. Também vamos incorporar novas tecnologias nos serviços, como a telemedicina. Temos uma experiência muito exitosa na Prefeitura do Recife, com o prefeito João Campos. O Conecta Recife, plataforma que concentra todos os serviços da gestão municipal, entre eles o agendamento da vacinação contra a Covid-19, é um exemplo disso”. A deputada federal e candidata Marília Arraes, do Solidariedade, ressalta a redução da burocracia e o avanço na transformação digital. “Desburocratização do Estado, com simplificação de processos, agilização de licenças e demais documentos estatais. O Estado terá prazo para concluir as demandas recebidas da população e dos empreendedores. Com o programa Pernambuco na Palma da Mão, vamos reforçar a transformação digital do Estado. Nas áreas de saúde, educação e gestão, faremos a implantação do prontuário médico único e digitalização de licenciamentos e processos administrativos”. Sobre a qualificação da gestão pública, a ex-prefeita de Caruaru Raquel Lyra, do PSDB, defende uma redução e maior eficiência da 32Ed. 198.2 | Set 22 33Ed. 198.2 | Set 22 máquina pública. “Nosso governo irá racionalizar os gastos, alavancar os investimentos para recuperar a economia e resgatar a qualidade de vida em Pernambuco. Temos o compromisso de qualificar a gestão pública, avançando com mecanismos que incluam a adoção de regras claras de avaliação e acompanhamento contínuo, bem como implantando padrões de excelência de governança corporativa na administração pública e focada em resultados. Vamos trabalhar na prevenção e repressão à corrupção por meio do Programa de Combate à Corrupção, inclusive com a reabertura da Delegacia de Combate à Corrupção e do fortalecimento do Disque Combate à Corrupção”. O ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, do União Brasil, defende a redução da máquina pública. “A gente precisa de um governo com atitude. Pernambuco sofreu nos últimos anos com falta de liderança, de alguém que deixasse de lado as brigas políticas. Vamos enxugar o governo, acabar com essa coisa de só colocar apadrinhados políticos, promover uma grande auditoria para checar a situação das contas e reformar as unidades de saúde que estão sucateadas. Nos primeiros 100 dias, queremos fazer uma grande reforma administrativa, ajustar as contas e iniciar um programa de investimentos para recuperar estradas, hospitais entre outros equipamentos públicos”. O candidato João Arnaldo, do PSOL, pontuou as seguintes metas para qualificar a gestão pública: “Gestão territorial e participativa. Criação dos conselhos regionais de desenvolvimento sustentável. Fortalecimento da política de conselhos estaduais e participação social na gestão. Desprivatizar o Estado. Valorização do servidor com capacitação permanente e fim das terceirizações”. Leia a reportagem completa na edição 198.2 da Revista Algomais: assine.algomais.com

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Temas desconsiderados pelos presidenciáveis podem comprometer futuro do Brasil

Os candidatos à Presidência nas eleições em 2022 têm priorizado os temas urgentes do presente — inflação, fome, desemprego — e deixado de lado temas do futuro. Contudo, se não tratados agora, pautas como transição demográfica e transformação do mercado de trabalho, por exemplo, podem se transformar em problemas de mesma dimensão e importância. A transição demográfica acelerada é a mais impactante das pautas do futuro não tratadas pelos presidenciáveis. Estimativas do IBGE demonstram que, na década de 2030, o Brasil terá mais idosos do que jovens e que a população começará a diminuir de tamanho (veja a figura). A causa é a ocorrência simultânea de dois fatores, que também se potencializam: aumento da expectativa de vida e diminuição da taxa de natalidade da população. A expectativa de vida do brasileiro tem aumentado gradativamente. Na década de 1940, era em média 45,5 anos, passando para 76 anos em 2018. A partir de 2042, a projeção do IBGE aponta que a expectativa média de vida no Brasil deve ultrapassar o patamar dos 80 anos, podendo chegar a 82,47 na região Sul e 84,49 em Santa Catarina, em 2060. Isso é fruto, de uma forma geral, do aumento da qualidade e do alcance dos tratamentos de saúde. O segundo fator é a queda contínua da taxa de natalidade no Brasil. Entre 1940 e 1960, a média era de 6,2 filhos por mulher, hoje essa taxa tem registrado 1,7, abaixo do que seria necessário para a reposição da população, que é de 2,1. Em alguns estados, como o Piauí, a redução seria realidade já em 2032. Em Pernambuco deve acontecer apenas em 2044. Na média nacional, a reversão deve ser conferida a partir de 2048. A grande consequência da acelerada transição demográfica da população brasileira é que vamos envelhecer e diminuir o crescimento populacional antes de chegar a um padrão de bem-estar social elevado. Isto é, teremos expectativa de vida de países mais ricos, porém proteção social insuficiente para o novo perfil de cidadão: um em cada quatro brasileiros terá 60 anos ou mais em 2040. Haverá aumento do gasto público com assistência à saúde devido à elevação da quantidade de procedimentos complexos, como o tratamento do câncer. Por consequência, deve ocorrer também o crescimento da frequência de atendimentos e maior tempo de internação. Uma nova reforma da previdência pública também será exigida, pois a conta não fecha quando há mais pessoas para se beneficiar e menos pessoas para contribuir. Sobre a transformação do mercado de trabalho, o rápido avanço da automação nas empresas, caracterizada pelo combo “IA-robotização-conectividade”, substituirá humanos na maioria das atividades pesadas e repetitivas. O Laboratório do Futuro, da COPPE-RJ (Pós- -Graduação e Pesquisa de Engenharia), avaliou que 60% dos empregos no Brasil devem ser impactados pela inteligência artificial nas próximas décadas. Os trabalhadores mais vulneráveis e de baixa qualificação serão os mais afetados. Isso indica um cenário de desemprego estrutural em que haverá sobra de vagas para trabalho qualificado e falta de trabalhadores aptos para preenchê-las. Esse será um dos principais desafios dos governantes nos próximos anos, pois o sistema educacional brasileiro, de uma forma geral, não prepara atualmente os jovens para o trabalho do futuro. E uma mudança como essa consome muito tempo e já deveria ter começado para produzir frutos daqui a 10 anos, por exemplo. Com desemprego estrutural, uma consequência direta é a diminuição da renda média do trabalhador, que gera queda no consumo das famílias, afetando o crescimento econômico. Haverá também a necessidade de aumento do gasto público com programas sociais de renda mínima. E, por outro lado, a diminuição da arrecadação com encargos trabalhistas, afetando mais uma vez a previdência pública. Como vimos, a falta de debate e de propostas para enfrentar a transição demográfica acelerada e a transformação do trabalho pode levar o País a apagões na saúde, na educação e na economia. O presente que queremos no futuro é aquele que construímos no passado. E não estamos construindo neste momento. Nesse sentido, o círculo vicioso da visão de curto prazo dos presidenciáveis é a principal ameaça ao futuro do Brasil.

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Painel Mensal da Agenda discutiu as expectativas sobre as Eleições 2022

A tradicional Agenda TGI, maior evento empresarial de final de ano de Pernambuco, promove agora paineis mensais em formato digital. Na segunda edição do Painel Mensal da Agenda TGI, Francisco Cunha tratou sobre "O que esperar das eleições?". Antes de tratar do pleito eleitoral, o consultor trouxe a preocupação da insustentabilidade do modo atual de produção e consumo planeta. Ele alerta como as mudanças climáticas ameaçam o mundo, caso mantenha a mesma direção de uso excessivo dos recursos naturais. Após navegar por dificuldades críticas globais, com a manutenção da guerra da Rússia e Ucrânia e com o avanço da inflação mundial, Francisco Cunha destacou que no Brasil há um cenário econômico positivo em 2022. O crescimento do PIB, puxado pelo comércio e serviços represados na pandemia, e a melhora da balança comercial são as principais notícias do semestre. "O número de desempregados caiu abaixo de 10 milhões desde 2016. Essas foram as boas notícias". Apesar de alguns bons indicadores econômicos em 2022, Francisco Cunha tratou de uma pergunta: "Porque o PIB cresce e há uma sensação de mal estar persistente no Brasil?" A criação de empregos mais precários e a fraqueza da renda são alguns dos motivos que explicam esse sentimento da população. Há indicadores elevados ainda de miséria no País e de fome na base da pirâmide social. O QUE ESPERAR DAS ELEIÇÕES? "Mais uma vez estamos fazendo uma campanha presidencial sem que se discutam questões essenciais. Os debates foram levados a questões de costumes, religião e acusações. Temas que não não essenciais, mas superficiais. Temos hoje mais de 60% da população em insegurança alimentar leve. Com isso não podemos dizer que a economia está indo bem. São 33 milhões de insegurança grave", afirmou o consultor. Ele destacou vários indicadores que expõem as dificuldades sociais e econômicas, com níveis enormes de misérie e pobreza, principalmente na metrópole. "Nada disso está sendo discutido nos debates eleitorais. Nesse momento, a batalha contra a fome e a pobreza é mais importante que a bataha contra a desigualdade social. Regredimos quase três décadas". "Pernambuco representou o maior aumento da pobreza, entre 2019 e 2021 no Brasil. Foi o Estado onde a pobreza mais cresceu, segundo o estudo da FGV Social. Pernambuco é também o quarto lugar no Brasil em população de pobres em 2021, com 50,32% dos pernambucanos considerados pobres", afirmou Francisco Cunha. Para o Estado, o consultor destacou uma declaração de Visão para 2037, que foi enviada pela TGI e Algomais para os candidados ao Governo de Pernambuco neste ano, bem como o desafio da próxima gestão estadual. No agregador das pesquisas apresentadas na última semana, Francisco Cunha destacou a 12% de diferença entre Lula e Bolsonaro, mas também o crescimento das demais candidaturas. Apesar da vantagem, ele aponta a perspectiva do segundo turno, ancorada pelas medidas de incentivo econômico que foram aprovadas pelo congresso. "Conclusões parciais: O problema do acrescimento global é sério, como se mostram os eventos do clima mais próximos uns dos outros. A economia do mundo tende diminuir acentuadamente em 2023. Nas eleições presidenciais, o cenário de hoje sinaliza um segundo turno onde deve se dar "guerra do fim do mundo" no País. Em Pernambuco, tudo indica haver segundo turno entre a primeira colocada e quem conseguir se firmar na segunda posição. Tudo indica hoje que o segundo será Marília Arraes e um dos quatro demais candidatos". Para participar da próxima edição do Painel Mensal da Agenda TGI, assine a Algomais: assine.algomais.com

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7 de setembro: Além do grito do Ipiranga

*Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com | rafaeldantas.jornalista@gmail.com) Dom Pedro I, o Grito da Independência, o quadro de Pedro Américo… muitos são os ícones que rondam o marco da separação da mais importante colônia de Portugal. Mais que várias controvérsias sobre essas imagens que ficaram imortalizadas nos filmes e na arte, no bicentenário do 7 de Setembro existem algumas narrativas sendo relembradas que nos mostram um dicionário de outras independências – incluindo as pernambucanas – e uma pergunta incômoda no meio das festividades dessa célebre data para a nossa história: o Brasil deu certo ou deu errado? O primeiro mito a cair, segundo o historiador e professor da Universidade de Pernambuco, Carlos André Silva de Moura, é que a nossa independência não foi um evento que nasceu da noite para o dia do 7 de Setembro, às margens do Riacho do Ipiranga. “A verdade é que foi um processo de construção política e social, que aconteceu antes e depois do 7 de setembro. Pernambuco, por exemplo, teve em 1817 a Revolução dos Padres. Havia uma insatisfação de várias províncias pelo distanciamento da Capital, pelo aumento de impostos e pelo luxo da corte. Pernambuco foi o espaço onde essa insatisfação foi mais marcante”. A Revolução promovida pela Junta de Goiana, em 1821, a Independência da Bahia, em 1823, e a Confederação do Equador, de novo em Pernambuco, em 1824, são alguns dos mais notórios movimentos que marcam as tensões desse período. Algumas delas contra o domínio português, outras já pelos conflitos gerados após o Grito da Independência. Para o historiador Josemir Camilo, PhD em História pela UFPE e professor aposentado da UFPB, os movimentos posteriores ao 7 de Setembro indicam um conjunto de frustrações com os primeiros anos de governo de Dom Pedro I. “Na época não havia o conceito de Brasil como um País, cada província começou a se pensar pelas juntas provinciais. O caminho era a federação, que só veio em 1889. Mas já havia esse pensamento federativo em 1821, principalmente por Gervásio Pires. O projeto dele era uma monarquia federativa”, afirmou Josemir Camilo. Leia a reportagem completa na edição 198.1: assine.algomais.com

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Maersk anuncia investimento de R$ 2,6 bilhões em novo terminal de contêineres de Suape

O Complexo de Suape recebeu um anuncio bilionário da dinamarquesa Maersk. Vencedora do leilão de parte da área do Estaleiro Atlântico Sul, a empresa investirá o montante de R$ 2,6 bilhões para a construção de um Terminal de Uso Privado da APM Terminals (subsidiária do grupo). O início das obras do novo terminal de contêineres acontecerá ainda neste semestre, mas a previsão de operações é apenas para o ano de 2026. Serão gerados 350 postos de empregos diretos. Quando iniciar as operações o TUP da APM Terminals terá capacidade de movimentação de 400 mil TEUS (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). Porém, a empresa pode atingir a marca de 1,3 milhão de TEUS anuais. Para ter ideia do impacto do empreendimento no completo, em 2021 Supe movimentou 518 mil TEUS. "A chegada da Maersk vai consolidar ainda mais Suape como um dos principais portos do País. Trabalhamos intensamente pela atração de novos investimentos para Pernambuco e obtivemos mais esse êxito", afirmou o governador Paulo Câmara. O novo empreendimento ocupará uma área de 49,2 hectares e faz parte do trabalho de "revocacionamento" dos estaleiros do cluster naval, que entraram em crise nos últimos anos. O terreno utilizado pela Maersk pertencia ao Estaleiro Atlântico Sul e foi arrematado em um leilão, quando a gigante dinamarquesa superou a oferta de R$ 455 milhões. A expectativa do diretor- presidente de Suape, Roberto Gusmão, é que esse investimento amplie as conexões do porto pernambucano com os principais portos do mundo, além de incrementar a movimentação de cargas de cabotagem (entre portos nacionais), setor no qual Suape já é líder no Brasil. "Essa novidade, juntamente com diversos projetos realizados ao longo destes anos, buscam tornar o porto mais competitivo e atraente para novos negócios nacionais e internacionais”, afirmou Gusmão. O diretor de Desenvolvimento da Região das Américas APM Terminals - Grupo Maersk, Leonardo Levy, ressaltou a importância da cadeia global do Porto para as cargas de cabotagem. “Temos uma grande expectativa de que, com mais competitividade e eficiência, os exportadores e os importadores vão reagir trazendo mais linhas de navegação diretas, conectando a Ásia e a Europa diretamente ao Porto de Suape”, concluiu.

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Walt Disney inventou a Disneylândia, o Recife não precisa inventar nada!

*Por Francisco Cunha Walter Elias Disney (1901-1966), conhecido como Walt Disney, fundou a Disneylândia para dar vida a uma cidade da fantasia, onde todos os personagens e cenários são inventados e se constituem num absoluto sucesso de público e renda há décadas. Já o Recife, não precisa inventar nada porque todos os seus personagens e cenários são reais e pertencem à história que está literalmente em cada esquina do seu Centro. Aliás, desde a pré-história, os depoimentos dos primeiros colonizadores dão conta de que toda a região do delta do Capibaribe era densamente povoada, com diversas aldeias indígenas que ficavam perto dos locais de coleta de alimentos (peixes, crustáceos e demais abundantes frutos do mar, bem como frutas como caju, pitanga, mangaba, todas encontradas em profusão nas matas da planície e na beira-mar). Inclusive, a crônica histórica dá conta de que o próprio Duarte Coelho Pereira, nosso primeiro donatário, teve que expulsar uma aldeia inteira dos índios caetés do alto de Olinda (a “Marim dos Caetés”) para se instalar lá e fundar a nossa primeira capital. A partir da colonização, a relação de personagens notáveis é imensa. Desde os franceses contrabandistas de pau-brasil; passando pelos piratas liderados por James Lancaster; a invasão holandesa, com seu rosário de personagens de todos os tipos, inclusive os mais ilustre deles, Maurício de Nassau; os judeus que moraram na Rua do Bom Jesus e, de volta para os Países Baixos, se perderam, foram parar em Nova Amsterdam e fundaram a colônia judaica de Nova York, a maior do mundo; os heróis da Insurreição e da Restauração Pernambucana; os mercadores que promoveram uma guerra com a “nobreza da terra” de Olinda (só ela, um rosário interminável de personagens), talvez a única entre cidades no Brasil, a “Guerra dos Mascates”; os artistas e artesãos que construíram um dos maiores acervos barrocos religiosos do mundo; os religiosos que povoaram as igrejas e os conventos das mais variadas confrarias e ordens religiosas que imperaram depois da expulsão dos holandeses; os mártires e heróis das revoluções de 1817, de 1824 e de 1848, sem falar das diversas outras menores durante o “Século da Revoluções” (XIX); o naturalista Charles Darwin (que esteve no Recife em 1836); o Conde da Boa Vista (Francisco do Rego Barros), reformador notável do Recife, patrono da vinda de Louis Vouthier (engenheiro revolucionário francês que construiu o Teatro Santa Isabel); Francisco Saturnino de Brito, herói do saneamento nacional, que saneou 100% do Recife na primeira década do século XX; os reformadores dos Bairros do Recife e de Santo Antônio na primeira metade do século XX; sem falar em toda a plêiade de personagens do Império e da República (mulheres e homens públicos, artistas, poetas, empresários) que povoaram o Recife, inclusive a primeira experiência de arquitetura moderna no Brasil com Luiz Nunes, Burle Marx e Joaquim Cardozo); e muitos e muitos outros… Isso tudo, sem citar os ambientes urbanos e edificados com exemplares ainda presentes na paisagem da cidade ou facilmente resconstituíveis pela profusão de imagens ilustrativas (pinturas, gravuras, fotografias), por si sós, cenários que, rigorosamente, nada têm de fantasiosos porque reais. Essa breve relação mostra o pontencial extraordinário que o Recife tem, em especial o seu Centro, para ser mais do que uma cidade da fantasia, uma cidade da história e da cultura, com fantasia, sim, por que não? Com atrações em cada canto, ancoradas na riquíssima história que temos. Para isso, necessário se faz todo um esforço liderado pelo poder público mas que precisa ser encampado e prestigiado pelos que temos conhecimento desta possibilidade e pudemos contribuir com a nossa vontade para torná-la realidade. Nós não precisamos criar nenhuma Disneylândia. Nós já a temos. Só precisamos animá-la e colocar para funcionar. Pode ser um sucesso maior do que sua congênere fantasiosa norte-americana. Um parque temático real: o da fantástica história do Recife! *Francisco Cunha é arquiteto e consultor

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"Todo mundo quer entrar no Chanteclair e agora isso vai ser possível"

Gabriela Coutinho, organizadora da CASACOR-PE, conta como será a edição da mostra, que este ano será realizada no mítico edifício do Bairro do Recife e terá espaços de entrada gratuita para o público. Ela também detalha as obras de requalificação feitas no imóvel. Muitos boêmios que frequentavam o Recife Antigo, décadas atrás, têm na memória as alegres noitadas vividas no edifício Chanteclair, que já abrigou boates, um famoso bordel e o bar Gambrinus, que tinha clientes famosos, como o jornalista, cronista e compositor Antônio Maria. Mas há relatos de que o imponente imóvel, localizado às margens do Rio Capibaribe – ocupando todo um quarteirão da Av. Marquês de Olinda, Rua da Madre de Deus, Vigário Tenório e Cais da Alfândega – também chegou a ser usado como armazém de açúcar no térreo e como moradia nos andares superiores. O certo é que com o tempo e o esvaziamento do Bairro do Recife, o Chanteclair sofreu um processo de deterioração. Tombado pelo Iphan em 1998, e fechado para reforma anos depois, o prédio pertence a Santa Casa de Misericórdia, mas é cedido a Realesis Empreendimentos, gestora do Complexo Paço Alfândega. Sua fachada foi recuperada em 2012, mas seu interior continuava em estado precário, e nunca mais foi aberto. Desde então, o edifício permaneceu no imaginário do recifense que sonha com sua reabertura. Esse desejo se tornará realidade, ao menos de forma transitória, graças à decisão das organizadoras da CASACOR Pernambuco, Carla Cavalcanti, Gabriela e Isabela Coutinho, de realizar a edição deste ano da mostra no icônico edifício. Para contar como será esta CASACOR, a arquiteta Gabriela Coutinho conversou com Cláudia Santos, dentro do Chanteclair, em meio às obras que estão sendo feitas para acolher o evento. Entre as novidades, estão a praça modelo a ser instalada na lateral externa do prédio, na Rua Vigário Tenório, e uma área no térreo com restaurante, bar e galeria de arte popular que terão acesso gratuito ao público. Como surgiu a ideia de fazer a CASACOR no edifício Chanteclair? Na verdade, esse já era um sonho antigo. Eu, Isabela (Coutinho, que também é organizadora do evento) e meu pai fomos fazer um passeio pela cidade – como geralmente fazemos quando estamos procurando um imóvel para a CASACOR – e aí passamos aqui na frente do prédio e começamos a discutir: poxa, a gente quis o Chanteclair, será que agora que a pandemia arrefeceu, a gente não poderia retomar esse plano? Foi quando ligamos para Ana Paula (Vilaça, chefe do Recentro – Gabinete do Centro do Recife). Ela nos deu todo o apoio, fez a ponte com o proprietário e começamos as negociações. O Recentro está com uma série de ações para requalificar o Bairro do Recife e eles estão nos ajudando em tudo o que podem, porque entendem a importância do edifício e de requalificar um imóvel que está fechado há tanto tempo. Desde o começo do ano estamos nesse processo, vendo o que poderia fazer de entrega, gerando masterplan (planejamento do projeto do evento) contatando patrocinador. O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) também nos deu todo o suporte e apoio, em tudo o que precisamos em termos de autorização. Eles têm sido superparceiros por entender a importância de reabrir um imóvel de relevância histórica para a cidade. O que se sabe sobre o prédio? Estamos pesquisando sobre o assunto, porque tem muita coisa que não está documentada no papel e estamos pesquisando histórias antigas, com a ajuda do Iphan e da nossa equipe, como os jornalistas envolvidos que estão ajudando a levantar informações do tipo: há quanto tempo o imóvel está fechado, as ocupações que já ocorreram etc. Então, estamos fazendo um levantamento bem legal, tanto para podermos divulgar, como para ter isso no nosso anuário e contar a história do Chanteclair. Muita gente tem muitos “achismos” e até memórias, mas para sabermos ao certo, temos que fazer uma série de apurações para entender o que de fato aconteceu aqui dentro, para poder documentar e divulgar isso para todo o público. O Chanteclair tem quase 100 anos e o que se sabe é que havia um bordel. Minha equipe foi conversar com Paulo Brusky (artista plástico), que era frequentador do imóvel e trouxe várias histórias. Ele já fez exposição de arte aqui, dentro do bordel, na época da ditadura e foi preso. São várias histórias que queremos resgatar. Havia também o Gambrinus, que era um restaurante. Era um prédio utilizado de modo múltiplo. O que está muito no imaginário do pernambucano é o bordel, porque o porto estava próximo, havia os marinheiros, toda essa história desse Recife que está no passado, mas que nem é tão velho, porque na década de 1970 ainda funcionava. Como será a CASACOR no Chanteclair? A CASACOR vai acontecer no térreo e mezanino do imóvel. A parte externa terá uma praça modelo de uso público, num trecho da Rua Vigário Tenório, (que fica numa das laterais do Chanteclair). Nesse trecho, não vai poder circular automóveis, terá acessibilidade, vegetação e todos os itens ideais da boa gentileza urbana. A praça modelo vai ser projetada pela Haut, que está assinando esse projeto. O acesso à praça será gratuito, não vai ser preciso ter ingresso para entrar nela. Essa praça será transitória ou permanente? Ela está numa passagem de carro e temos uma autorização temporária. Mas acreditamos que se for uma coisa muito positiva e que a prefeitura tenha interesse que fique, acho que tem tudo para dar certo. Acho que vai ficar bem legal, vai dar esse apoio para a rua Madre de Deus, que tem muito movimento. Vai ser bom pra todo mundo, vai tirar essa aridez de hoje que só tem carro. O acesso ao prédio será a porta central localizada na Vigário Tenório. No andar térreo, em frente à praça, ficarão os espaços operacionais, onde também não será preciso pagar ingresso. Nele estarão o Bistrô Recentro, que será comandado por Manu Tenório e funcionará durante toda a mostra. Nesta área operacional, também haverá um

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7 fotos da Avenida Conde da Boa Vista Antigamente

*Por Rafael Dantas, repórter da Algomais Um dos principais corredores do Recife, a Avenida Conde da Boa Vista viveu diferentes momentos da cidade, viu muitas demolições, reformas, transição do modo de transporte, sem nunca deixar o protagonismo nessa região central. De acordo com a Fundaj: "Em 1840, Francisco do Rego Barros, o Conde de Boa Vista, presidente da província de Pernambuco, aterrou o mangue onde hoje existe o Bairro da Boa Vista para expandir o centro da cidade, sendo iniciada a construção da atual Avenida Conde de Boa Vista. Inicialmente nomeada como Rua Formosa pela população devido à beleza do local, teve sua denominação mudada para Rua Conde da Boa Vista pela prefeitura após a morte do Conde da Boa Vista em 1870. Atualmente a Avenida é uma das artérias mais movimentadas da capital pernambucana, estima-se que seu movimento diário seja de mais de 20 mil veículos e 40 mil pessoas". Confira abaixo as imagens garimpadas nos acervos da Fundaj e IBGE. Vista aérea da Avenida Conde da Boa Vista e da Avenida Guararapes, ao fundo (Biblioteca do IBGE) Registro de 1910, da Avenida Conde da Boa Vista, na esquina com a Rua da Aurora (Acervo Benício Dias, Fundaj) Destaque para a calçada de pedra portuguesa na avenida Conde da Boa Vista (Acervo Benício Dias, Fundaj) Casario na Avenida Conde da Boa Vista (Acervo Benício Dias, Fundaj) Observação da avenida a partir da janela de uma das casas (Acervo Benício Dias, Fundaj) Registro da Biblioteca do IBGE (sem data) Avenida Conde da Boa Vista, em 1943, em um período de reurbanização do bairro (Acervo Benício Dias, Fundaj) VEJA TAMBÉM

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