Arquivos Z_Destaque-principal - Página 48 de 54 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Z_Destaque-principal

O Recife diante da emergência dos eventos extremos do clima

(Bairro de Coqueiral, na Bacia do Rio Tejipió. Foto: Instituto Solidare / Igreja Batista em Coqueiral) *Por Francisco Cunha Segundo o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima), o Recife é a 16ª cidade mais ameaçada do planeta pelas mudanças climáticas provocadas pelo aumento do aquecimento global, tanto no que diz respeito à subida do nível do mar quanto em termos de aumento do volume das precipitações pluviométricas como tudo indica ter ocorrido no mês de maio passado. A análise pluviométrica do que aconteceu, aponta precipitações de mais de 400 mm (mais ou menos 1/4 das precipitações previstas para um ano inteiro na cidade) em quatro dias e de mais de 500 mm (mais ou menos 1/3 das precipitações anuais) em uma semana. Ou seja, em quatro dias choveu 25% do previsto para o ano e em uma semana mais de 30%. Nenhuma cidade do mundo aguenta uma carga dessas em tão curto espaço de tempo sem passar por sérios apertos. Resultado: a catástrofe se abateu sobre o Recife traduzindo- -se na trágica contabilidade de perdas de vidas humanas, nas quedas de barreiras dos morros e nas inundações da planície. A julgar pelo ocorrido recentemente em outras regiões do País, o que aconteceu no Recife não foi um caso isolado de precipitações extraordinárias mas, pelo contrário, a evidência de que eventos extremos do clima estão reduzindo o intervalo de tempo entre eles e ampliando sua frequência. Se isso é verdade, como tudo até então faz crer que sim, a questão relevante que se coloca é a seguinte: como se preparar para enfrentar uma realidade climática radicalmente diferente daquela à qual nos acostumamos ao longo de nossas vidas e a cidade ao longo de sua cinco vezes centenária existência? Outro dia, conversando com o secretário de Segurança Cidadã do Recife, Murilo Cavalcanti, a propósito da velocidade das mudanças que estão acontecendo na cidade de Medellín na Colômbia, em termos de melhoria da qualidade de vida urbana, e as que estão acontecendo na cidade do Recife, as de lá muito mais intensas e aceleradas que as nossas, tive oportunidade de dizer que, enquanto eles foram empurrados pelo crime, tenho a impressão que nós seremos acelerados pelo clima. Ou seja, será a marcha inexorável das mudanças climáticas que farão com que avancemos mais rápida e profundamente na melhoria da qualidade das mudanças urbanísticas assim como o foi a exautão da sociedade com o crime organizado e os desmandos criminosos liderados pelo mega narcotraficante Pablo Escobar que promoveu o turnpoint de Medellín. A partir desta constatação, estamos, portanto, todos os recifenses, cidadãos e autoridades, desafiados a inventar um novo futuro que nos proteja de deslizamentos cada vez mais frequentes dos morros e das inevitáveis inundações da planície pelo aumento do nível do mar. A sorte climática, portanto, está lançada! *Francisco Cunha é consultor e arquiteto

O Recife diante da emergência dos eventos extremos do clima Read More »

"População que mora em área de risco pode ser realocada ao longo do Metrô"

Adriano Lucena, Presidente do Crea-PE, fala sobre o posicionamento da instituição de voltar-se mais para os problemas que afetam a sociedade, como os prejuízos causados pelas enchentes, a questão habitacional, os congestionamentos no trânsito, o transporte público e a seca no semiárido. R uas alagadas em dias de chuva, trânsito congestionado, agravamento das secas prejudicando a agricultura no semiárido, engarrafamentos na BR-101. As soluções para todos esses problemas envolvem a engenharia. Foi pensando no papel social dos engenheiros que a nova direção do Crea-PE (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco) decidiu voltar-se mais para a sociedade. Nesta conversa com Cláudia Santos, o presidente Adriano Lucena detalhou esse posicionamento e abordou problemas, como as enchentes, o sucateamento do Metrô Recife e a não conclusão das obras da Transnordestina. Ele também afirmou que há alternativas para realocar as pessoas residentes em áreas de risco, que correm perigo nas chuvas intensas. Elas poderiam ser transferidas para terrenos ao longo da via férrea do Metrô ou na Agamenon Magalhães, próximo ao Shopping Tacaruna. Confira a entrevista: Com as catástrofes ocorridas em razão das chuvas intensas, identificou-se que um dos problemas chaves é a moradia da população residente nos morros e nas margens dos rios. Como o Crea-PE analisa esse problema e qual a solução? Por muito tempo, o Crea vem desempenhando um papel muito voltado para dentro da casa e de sua burocracia. Talvez isso tenha sido um grande erro, porque a sociedade espera muito mais do Crea. Por que temos um dos piores trânsitos do mundo, não temos moradia digna, o escoamento da água não é feito de forma correta? Todas as soluções para essas situações passam pela engenharia. Ao longo do tempo o Crea não debateu com a sociedade, agora queremos implantar esse debate que obrigatoriamente envolve as políticas públicas que precisam estar voltadas para promover o bem-estar da população. Precisamos, por exemplo, cobrar o Plano Diretor de Drenagem que está pronto desde 2016. A partir do plano chegou-se à conclusão de que essas obras gerariam um impacto financeiro na casa de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão. Não dá para implantar o plano em um ano, mas dá para fazer em 15. Qual é o cronograma das obras ao longo desses 15 anos? Precisamos cobrar e ser fiscal dessas intervenções para saber se elas foram feitas. Quanto à questão da moradia, não estou com o número exato da área e de quantas pessoas foram atingidas pelas chuvas, mas sabemos que somos 1,5 milhão de habitantes com 1/3 morando em áreas de risco. Então temos aproximadamente 500 mil pessoas morando nos morros. Cabem 500 mil nos morros? Não cabem. Mas talvez caibam 150 mil de forma digna. E onde a vamos colocar essas 350 mil pessoas? Podemos criar algumas alternativas. Essa população que mora em área de risco pode ser realocada ao longo da via férrea do metrô. Elas poderão se deslocar por meio desse transporte e nessa área há espaço onde podem ser construídas moradias para absorver parte dessa população. Existem também algumas a área na Agamenon Magalhães, nas proximidades do Tacaruna, em Santo Amaro, na Ilha de Joaneiro. Conseguimos ter algumas construções mais verticalizadas? Talvez sim. Se não conseguirmos verticalizar a moradia com 20 andares, conseguimos com três a quatro andares. Mas essa realocação não deve ser feita como nos anos 1980, quando colocaram pessoas em áreas muito distantes da cidade, como Muribeca e Maranguape. Naquela época havia uma dificuldade de deslocamento nessas áreas. Ao realocar as pessoas ao longo da via férrea do Metrô, elas poderão se deslocar por meio desse transporte e nessa área de Santo Amaro elas morariam próximo a um shopping, do centro, de padarias, de supermercados e com opção de transporte. Mas essas pessoas têm hábitos, costumes de não morar num espaço que é socializado. Ao residirem em edificações verticalizadas, elas precisam mudar a sua cultura. Como é que fica a questão do condomínio, de dividir o espaço, do pagamento de contas que não é só do indivíduo, mas que passa a ser coletiva? Então, mesmo que se encontre espaço para colocar as pessoas, tem que haver um monitoramento ao longo do tempo para adaptar essa mudança de cultura. Qual a viabilidade dessa proposta, como ter acesso a essas áreas, elas são valorizadas? São áreas que não são tão valorizadas quanto outras que tenham transporte fácil. A primeira coisa a fazer é identificar esses terrenos, segundo saber quais são os custos de investimentos. O que eu posso garantir é que hoje, economicamente, eles oferecem um custo menor do que colocar essas pessoas em outras áreas dentro da cidade que estão extremamente adensadas. Ao longo da linha férrea no mínimo 80% dos bairros podem ser voltados para essa realocação. Basta você olhar no Google ou pegar o metrô para identificar que não há área verticalizada, existem muitos espaços não ocupados, ou edificações ocupadas de forma desordenada. Então é a oportunidade para ocupar de forma organizada e planejada. O Crea tem atuado no debate sobre a privatização do Metrô do Recife. Qual o posicionamento da entidade e como resolver o crescente sucateamento desse importante meio de transporte? Parece que tudo virou uma questão simples que o setor privado resolve. O setor privado resolve problemas relativos à iniciativa privada, mas existem situações que pertencem ao setor público. Quando o Metrô recebia recursos, tínhamos um dos melhores metrôs do País, em termos de prestação de serviço. Mas houve a política de retirar recursos e prestar esse serviço com a mesma qualidade tornou-se impossível. Identificamos que precisávamos fazer um fórum permanente de discussão sobre o Metrô que envolve não só a sua não privatização, mas criar alternativas de investimento e também para a sua ampliação. Apenas uma parte da população é atendida por esse transporte. Fizemos um investimento no Metrô em 1985 e só viemos fazer novamente próximo do ano 2000. De lá para cá, não fizemos mais nada. O Metrô gera déficit do ponto de vista financeiro em qualquer lugar do mundo. Qual o empresário

"População que mora em área de risco pode ser realocada ao longo do Metrô" Read More »

À flor da pele: Covid-19, chuvas intensas e eleições aumentam a ansiedade da população

*Por Rafael Dantas Os transtornos relacionados à ansiedade cresceram 25,6% no planeta, em 2020, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. O isolamento social, a perda de entes queridos pela Covid-19 e toda desordem econômica que a pandemia deixou estão entre as raízes desse mal que está ainda longe de ser enfrentado de forma efetiva. Neste ano, ao menos no Brasil e no Estado, há novos fatores nessa conta. Toda a tensão envolvendo as eleições que acontecerão em outubro e, no caso pernambucano, os traumas deixados pelas chuvas que inundaram a Região Metropolitana e parte da Zona da Mata, também contribuem para esse contexto de pressão sobre a saúde mental da população. Rosa (nome fictício), 38 anos, não conseguiu lidar bem com o aumento do volume de trabalho no home office em meio à pandemia, o medo acerca do futuro profissional em um mercado em crise e o afastamento da interação social. Ela não havia percebido que as preocupações se tornaram tão excessivas que já prejudicavam sua saúde. Até que começou a ter crises. “Eu comecei a me angustiar até com problemas pequenos, pensamentos recorrentes, que se juntavam com tristezas do passado. Ao mesmo tempo em que não conseguia parar de me preocupar com o futuro, perdia também minha concentração no trabalho e a minha produtividade foi caindo. Isso me deixava cada vez mais angustiada”, afirma a profissional, que procurava trabalhar cada vez mais como uma forma de escape das suas preocupações. Sem horários definidos de quando começar ou terminar o expediente, ela passou a reduzir o cuidado com ela mesma, gerando um ciclo que comprometia gradativamente a saúde. “Quando estava ficando insuportável, eu dormia e não sabia que tinha dormido. A mente estava o tempo todo acelerada, mesmo com coisas bestas. Foi quando caiu a ficha que isso não era normal e que era preciso fazer alguma terapia para sair dessa crise. A psicóloga me ajudou a driblar um pouco esse contexto e ficar mais no presente do que na ansiedade do futuro e nos problemas do passado”.

À flor da pele: Covid-19, chuvas intensas e eleições aumentam a ansiedade da população Read More »

Novas variantes da Ômicron são detectadas no Nordeste

(Da Agência Brasil) O Instituto de Medicina Tropical (IMT) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) detectou dois novos tipos de variantes Ômicron da covid-19 coletadas, em maio, de pessoas em Natal. A pesquisa foi feita com participação do Laboratório Getúlio Sales Diagnóstico e o Instituto Butantan. O estudo sequenciou e analisou amostras coletadas pelas unidades de saúde da prefeitura de Natal e pelo IMT, detectando a circulação das variantes Ômicron (BA.5-like) e Ômicron (BA.4-like). De acordo com a diretora do IMT, Selma Jerônimo, as novas variantes indicam ser mais transmissíveis, em razão do aumento no número de pessoas infectadas com covid-19 nas últimas semanas. A diretora ressaltou a importância da vacina contra a covid-19, para evitar a forma grave da doença, bem como orientou sobre o uso de máscaras em locais fechados, além das demais medidas de biossegurança, como a higiene frequente das mãos.

Novas variantes da Ômicron são detectadas no Nordeste Read More »

Volume de Serviços em Pernambuco cresceu 15,5% no ano, mas caiu em abril

(Do IBGE) A pesquisa mensal de serviços de abril registrou uma queda de 3,9% no volume de serviços em PE em relação ao mês anterior. Na comparação com abril de 2021 houve crescimento de 18,5%. Esta queda no mês vem após uma alta de 13% no mês anterior, o que fez com que a base de comparação ficasse bastante elevada.  No acumulado do ano a taxa de crescimento do estado é de 15,5%, a 6ª maior do país. Com o avanço das flexibilizações e autorização para realização de eventos de grande porte, os serviços prestados às famílias foram mais uma vez destaques no movimento de recuperação, com crescimento de 35,8% em relação a abril de 2021. As atividades de transportes, serviços auxiliares de transportes e correio também foram apresentaram alta significativa de 31,3%. Já as atividades turísticas apresentaram resultado positivo de 2,3% em abril na comparação com março. Na comparação com abril de 2021 a alta é muito expressiva, 70,4%. O que se tem observado é que a retomada da atividade econômica no setor de serviços tem sido fortemente impactada pelas taxas de desocupação e redução do rendimento médio do trabalhador. Somado a isso há o impacto da inflação que reduz o poder de compra da população que precisa repensar e priorizar suas decisões de consumo. A Pesquisa Mensal de Serviços produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do setor de serviços no País, investigando a receita bruta de serviços nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, que desempenham como principal atividade um serviço não financeiro, excluídas as áreas de saúde e educação.

Volume de Serviços em Pernambuco cresceu 15,5% no ano, mas caiu em abril Read More »

Mais idosos no mercado de trabalho no Brasil

*Por Rafael Dantas, repórter da Algomais Em dias de intensa transformação digital e que a geração Z, dos jovens que já nasceram em um mundo conectado, é tão badalada, o mercado de trabalho observa um crescimento da participação dos profissionais da terceira idade. De acordo com dados do Ilostat (Departamento de Estatísticas da Organização Internacional do Trabalho), 23,8% da mão de obra ativa no País é composta por pessoas com mais de 60 anos. Um cenário que tem várias causas e efeitos diversos no mundo corporativo e na qualidade de vida da população. “No Brasil tivemos uma elevação da taxa de participação dos idosos na última década de aproximadamente dois pontos percentuais. Hoje são mais de 7 milhões de profissionais acima dos 60 anos. O País tem uma população com maior longevidade, que faz parte do movimento da demografia brasileira. A depender da trajetória ocupacional, muitas pessoas chegam aos 60 anos em plenas condições de continuar suas atividades e com desejo de manter uma interação social via trabalho. Mas isso não é maioria”, afirma Lúcia Garcia, coordenadora de Pesquisa e Mercado de Trabalho do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). Leia a reportagem completa na edição 195.2 da Revista Algomais: assine.algomais.com

Mais idosos no mercado de trabalho no Brasil Read More »

6 fotos de Pernambuco Antigamente para homenagear o Dia de Portugal

Pernambuco foi apontado como o terceiro local do País com maior influência portuguesas. Essa distinção foi feita em 2019, pelo Fundação Calouste Gulbenkian, sediada em Lisboa, especialmente acerca das cidades de Recife e Olinda que congregam juntas 45 exemplares do urbanismo ultramarino português. Apontamos abaixo algumas das imagens do passado dessa arquitetura do Recife que foi preservada. Parte do patrimônio preservado é do campo militar, em que se destacam os fortes do Brum e das Cinco Pontas. Forte do Brum Forte das Cinco Pontas A Academia Pernambucana de Letras é outra preciosidade da arquitetura portuguesa no casario do Recife A Matriz da Boa Vista, a Igreja Nossa Senhora do Carmo e a Concatedral de São Pedro são algumas das peças em destaque da arquitetura portuguesa religiosa no Recife

6 fotos de Pernambuco Antigamente para homenagear o Dia de Portugal Read More »

80,8% dos pernambucanos se disseram endividados, segundo pesquisa da Fecomércio

Pernambuco registrou entre abril e maio de 2022 um recuo de 2 pontos no percentual de famílias que se declaram endividadas, saindo de 82,8% para 80,8%. Ainda assim, esse é o maior percentual para o mês na série histórica iniciada em janeiro de 2010, superando os 80,1% observados em maio de 2021. Compondo o quadro de endividamento, 19,3% das famílias se disseram muito endividadas em maio, 34,3% se declararam moderadamente endividadas e 27,2% se declararam pouco endividadas, enquanto 19,2% relataram não ter nenhum tipo de dívida no momento da pesquisa. O tempo médio de comprometimento com as dívidas, por outro lado, avançou de 7,3 meses em maio de 2021 para 7,7 em maio de 2022. Também com relação a maio de 2021, observa-se um aumento na parcela média da renda comprometida com as dívidas, que passou de 28,6% para 30,5%. Na comparação com o mês imediatamente anterior, os valores ficaram estáveis. A proporção de famílias com dívidas em atraso, com cartões de crédito, cheque especial, empréstimos e financiamentos, também recuou em maio, tanto na comparação com o mesmo mês no ano anterior quanto na comparação com o mês de abril, ficando em 30,2%. Por outro lado, o tempo de atraso das contas a pagar em maio deste ano é maior que no mesmo mês do ano passado, tendo aumentado em média 5 dias (de 53 para 58 dias de atraso). Esse movimento continua refletindo o encarecimento do crédito e mesmo do refinanciamento das dívidas, em cenário de elevação frequente dos juros, sobretudo no cartão de crédito, que é o principal vetor das dívidas. Não obstante realmente seja o vetor de endividamento mais citado pelas famílias, é importante destacar que a menção ao cartão de crédito vem desacelerando substancialmente. No período de um ano, comparando a maio de 2021, a proporção de famílias endividadas que citaram o cartão de crédito como um dos componentes caiu de 96,7% para 91,5%. O mesmo se aplica ao cheque especial, cuja menção caiu de 14,4% para 10,7%. Ambas as modalidades, frequentemente acessadas pelas famílias em períodos de dificuldade financeira, apresentam as taxas mais elevadas no crédito livre, ultrapassando 300% ao ano no caso do rotativo no cartão e 100% a.a. no caso do cheque especial. A tendência de queda em ambas as modalidades ocorre em momento de aceleração da taxa básica de juros, que é uma referência para os ajustes do risco do crédito às pessoas físicas calculado pelas instituições financeiras. Nesse cenário, as famílias buscam reduzir a participação desse tipo de crédito no comprometimento da renda mensal. Na contramão, modalidades como crédito pessoal e carnês ganham mais participação entre famílias, que buscam saldar os débitos de juros mais elevados.

80,8% dos pernambucanos se disseram endividados, segundo pesquisa da Fecomércio Read More »

"Existe um fator ambiental na disseminação das infecções"

Quem acompanha o noticiário deve estar espantado com a quantidade de notícias sobre doenças infecciosas que passaram a estampar as manchetes. Infecções até então desconhecidas do público, como a varíola dos macacos e a chamada “hepatite misteriosa” passaram a dividir espaço na mídia com a Covid-19 e sua repercussão na pandemia. Mas também velhas conhecidas dos pernambucanos, como a dengue, voltam a causar preocupações em razão do aumento no número de casos de até 800% no semiárido, quando se compara 2021 e 2022. Para explicar as possíveis causas do surgimento dessas infecções, seus sintomas e tratamentos, Cláudia Santos conversou com Paulo Sérgio Ramos, infectologista, professor associado de doenças infecciosas do HC/UFPE e pesquisador da Fiocruz-PE. Assistimos ao aumento de casos da Covid em algumas cidades, onde escolas orientaram alunos a voltarem a usar máscaras. A suspensão das medidas de proteção foi muito precoce ou o fato de haver pessoas que não completaram o esquema vacinal explicam esse aumento? Acho que existe um pouco de cada uma dessas variáveis. Possivelmente as autoridades governamentais podem ter sugerido o não uso das máscaras em ambientes fechados em um momento ainda não muito oportuno, quando havia um grande quantitativo de adultos sem tomar as doses de reforço, assim como há crianças em fases etárias em que as vacinas ainda não estão aprovadas, nem mesmo na forma emergencial. Acredito, e essa é a opinião da grande maioria dos meus colegas, que uso da máscara ainda é muito importante para ambientes fechados, onde haja aglomeração de pessoas, sobretudo transporte coletivo, shopping centers, escolas. Uma pessoa que tomou a dose de reforço, foi infectada pela Covid, pode se contaminar novamente? Acompanho de perto três casos de pessoas, em torno dos 60 anos, são adultos saudáveis e que, mesmo imunizados, estão agora no seu segundo episódio de Covid. São episódios leves, sem trazer nenhuma grande repercussão. Isso reforça aquilo que alertamos desde o início da pandemia: a vacina tem o objetivo de prevenir formas graves de Covid-19, evitar que os indivíduos sejam hospitalizados e internados em UTI, mas ela não tem o poder de impedir que as pessoas adquiram formas leves. E, ao adquirir formas leves, muitas vezes, contaminam indivíduos que não podem ter Covid, como os idosos de extrema idade, pessoas que fazem quimioterapia, com HIV/Aids. Essas populações, mesmo vacinadas, são mais vulneráveis do que as outras populações. Essa reinfecção seria por uma nova variante do coronavírus? Pode ser uma outra variante, mas não necessariamente, porque uma pessoa pode ter adquirido a Covid pela segunda vez pela mesma variante e apresentou outra vez a doença porque a vacina não tem a propriedade de impedir que haja uma nova infecção ou para aquela ou por outra variante do vírus. Em vários locais do mundo, inclusive em Pernambuco, têm surgido casos de hepatite de causa desconhecida que acomete crianças e adolescentes. O que já se sabe sobre a doença? O que chama a atenção da comunidade científica internacional é que os casos foram reportados à Organização Mundial de Saúde começando pela Europa, depois alguns países da América do Norte e também no Brasil, de crianças que apresentam hepatite aguda viral não A. Sabemos que a causa mais comum de hepatite viral é a causada pelo vírus da hepatite A, inclusive as crianças são vacinadas contra essa infecção quando completam um ano de idade e ficam protegidas por toda a vida de apresentar formas leves ou graves da doença. Existem outros vírus que também têm a característica de causar comprometimento das células hepáticas, provocando a hepatite, como os adenovírus e o vírus da dengue. Existem vários modelos teóricos que têm sido estudados para conseguir compreender qual é o agente (ou se é na verdade uma confluência de agentes infecciosos virais) que está causando, num mesmo momento, em locais diferentes, essas hepatites nessa faixa etária pediátrica. Leia a entrevista completa na edição 195.1 da Revista Algomais: assine.algomais.com

"Existe um fator ambiental na disseminação das infecções" Read More »

Como evitar o drama das chuvas

*Por Rafael Dantas, repórter da Algomais A s águas baixaram. Mas as dores do número de vítimas e de todo o prejuízo deixado pelas enchentes e deslizamentos permanecerão por um longo tempo. Os seis mil desabrigados e mais de 100 mortes no Estado trouxeram à memória dos pernambucanos as cheias da década de 70, mas também as catástrofes que assolaram o nosso território após os anos 2000. Diante das mudanças climáticas, esses eventos, que já são sazonais, se tornaram mais frequentes. Fenômenos que exigirão maior infraestrutura das cidades e preparação da população para conviver com eles. Todos os especialistas entrevistados consideram que os problemas agudos que vivemos nas últimas semanas não representam uma surpresa, mas são uma tragédia anunciada. Na maioria das grandes cidades brasileiras, eventos mais intensos de chuva deixam seu rastro de desastres, mas no Recife, especialmente, devido ao seu relevo e ao conjunto de rios e canais que serpenteiam por praticamente todos os bairros, esse problema se torna mais dramático. A maior parte do território em áreas planas, praticamente no nível do mar e com condições de moradia muito inadequadas para uma parcela significativa da população compuseram o triste drama que presenciamos nos últimos dias. Leia a reportagem completa na edição 195.1 da Revista Algomais: assine.algomais.com

Como evitar o drama das chuvas Read More »