Colunistas - Página: 273 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Confira 6 concursos abertos com vagas para Pernambuco

Ao todo são 1.127 vagas em disputa em sete concursos abertos em Pernambuco. Além das prefeituras de Camaragibe, Paulista, Orobó, Quixaba e Agrestina, destacamos também os concursos da UFRPE e da Secretaria de Defesa Social. Confira quais as oportunidades e as datas de cada seleção. Prefeitura de Paulista Vagas: 149 Oportunidades: Nível fundamental (Motorista, Auxiliar de Serviços Gerais e Cozinheira), nível médio (Recepcionista, Educador Social, Facilitador de Oficinas, Supervisor Administrativo, Coordenador de Núcleo, Supervisor Operacional, Técnico em Manutenção e Agente Social e Auxiliar de Arquivo/ Entrevistador), nível superior (Coordenador, Assistente Social, Psicólogo, Pedagogo e Advogado). Salários: Até R$ 2.100 Inscrições: dias 30 e 31 de março de 2017 no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS): Avenida Claudio Gueiros Leite, nº 2000, Janga, Paulista). Baixe o edital: Seleção da Prefeitura de Paulista Prefeitura de Camaragibe Vagas: 60 Oportunidades: Psicólogo, Assistente Social, Pedagogo, Advogado, Sociólogo, Assistente Social; Educador Social; Auxiliar Administrativo Nível I (Digitador); e Auxiliar Administrativo Nível II. Inscrições: Salários: R$ 937 a R$ 1.750 Baixe o edital: Seleção da Prefeitura de Camaragibe Prefeitura de Agrestina Vagas: 749 Oportunidades: Professores (áreas de Pedagogia, Letras, Inglês, Artes, Educação Física, Religião, Matemática, Ciências, Geografia e História); fisioterapeuta, nutricionista, Advogado, Auxiliar de Serviços Gerais; Assistente Administrativo; Motorista; Monitor; e Vigilante, agente Comunitário de Saúde, auxiliar de Serviços Gerais, Agente de Endemias, Assistente Administrativo, Motorista, Pedreiro, Vigilante e Técnico em Enfermagem. Assistente Administrativo, Auxiliar de Técnico em Contabilidade, Biólogo, Engenheiro Ambiental, Serviços Gerais, Contínuo, Fiscal de Tributos, Motorista, Vigilante, Advogado, Assistente Social, Digitador, Orientador Social, Pedreiro, Operador de Máquinas Leves/Pesadas, Técnico em Agropecuária, Tratorista, Veterinário, Recepcionista, Arquiteto, Coveiro, Eletricista, Engenheiro Civil, Mecânico, Técnico em Informática e Agente Social. Inscrições: Entre 21 a 24 de março (candidatos sem deficiência). De 27 a 28 (candidatos portadores de deficiência). Das 7 até às 13 horas, na Secretaria de Administração (Rua Capitão Manoel Matulino, nº21, Centro, Agrestina). Salários: Entre R$ 937 a R$ 2.500 Baixe o edital: Seleção da Prefeitura de Agrestina Prefeitura de Quixaba Vagas: 27 Oportunidades: Eletricista, Farmacêutico, Nutricionista, Psicólogo CRAS, Auxiliar de Saúde Bucal, Técnico de Enfermagem, Médico ESF, Professor I das Séries Iniciais e Professor II das disciplinas de Ciências/Biologia, Educação Física, Matemática e Língua Portuguesa. Inscrições: na sede da Secretaria Municipal de Administração da Prefeitura de Quixaba, entre os dias 21 de março e 07 de abril de 2017 Salários: De R$ 937,00 a R$ 5.500,00, mais gratificação de R$ 4,5 mil em alguns cargos Baixe o edital: Seleção da Prefeitura de Quixaba Universidade Federal Rural de Pernambuco Vagas: 22 Oportunidades: Língua Espanhola / Literatura de Língua Espanhola, Processos de Fabricação Metálica, Termodinâmica e Transmissão de Calor, Estruturas, Fisiologia e Farmacologia / Fisiologia Animal, Química Analítica, Bioquímica/Biofísica. Inscrições: Entre os dias 27 de março e 25 de abril, no site www.concurso.ufrpe.br Salários: entre R$ 4.446,51 e R$ 9.570,41 Baixe o edital: Concurso da UFRPE Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) Vagas: 8 Oportunidades: Fiscal de Topografia, Engenheiro Civil, Engenheiro Elétrico, Engenheiro Eletrônico, Engenheiro Mecânico e Arquiteto Inscrições: De 23 de março a 06 de abril, na Gerência de Arquitetura e Engenharia – GAE, da Secretaria de Defesa Social, localizado na Rua São Geraldo, n°110, 1° andar, no bairro de Santo Amaro. Salários: de R$ 1.800 a R$ 4.590 Baixe o edital: Seleção simplificada da SDS-PE

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Ganhador do Sundance chega à Netflix

No último dia 24 entrou no catálogo da Netflix o filme "Já Não Me Sinto em Casa Nesse Mundo", mais uma de suas produções originais. O longa levou o grande prêmio do juri no Festival de Sundance 2017, conhecido como um dos maiores e mais importantes festivais de cinema independente do mundo. Tem no elenco o ator Elijah Wood, o eterno frodo do Senhor dos Anéis e a atriz Melanie Lynskey, mais conhecida por interpretar Rose, a vizinha maluca de Charlie na serie "Dois Homens e Meio". Na história, Melanie interpreta Ruth, uma auxiliar de enfermagem meio deprimida que tem sua casa invadida por bandidos. Com a ajuda do vizinho metido a roqueiro, Tony (Wood), ela decide ir à caça dos criminosos. O ator e roteirista Macon Blair estreia na direção. Antes, escrevera o roteiro de Pata de Macaco (2013) e atuara no filme Sala verde (2015). Apesar de ter o prêmio no Sundance como referência, confesso que o filme não me empolgou. O roteiro é carregado por um humor negro que não funciona, além de ser cheio de personagens mal desenvolvidos. A protagonista não tem muito carisma e Melanie não ajuda, com uma atuação apenas burocrática. Já o personagem de Elijah Wood entra e sai da história sem despertar no espectador um mínimo de apego ou identificação. Destaco também o desfecho ruim. O roteirista-diretor foi infeliz ao recorrer a soluções típicas dignas de filmes da sessão da tarde, com situações soando inverossímeis. O filme abriu a boa fase de prêmios conquistados pelas produções originais do serviço de streaming no começo do primeiro semestre. Além dele, outros filmes da empresa também alcançaram êxito por onde passaram. No César, o Oscar do Cinema francês, "Divinas", de Houda Benyamina, levou os prêmios de melhor filme de estreante, melhor atriz coadjuvante (Deborah Lukumuena) e melhor revelação feminina (Oulaya Amamra). No Oscar deste ano, a Netflix recebeu três indicações: melhor documentário (13ª Emenda) e melhor documentário curta - metragem (Extremis e Capacetes Brancos). Capacetes Brancos levou o prêmio.   Confira abaixo o trailer *Por Wanderley Andrade, jornalista e crítico de cinema  

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Os 6 passos de nossa cerveja de cada dia (por Rivaldo Neto)

A produção de cervejas vem ganhando diariamente cada vez mais rótulos e com isso invadindo o mercado e diversificando estilos e ganhando cada vez mais novos adeptos e amantes da bebida. Esse momento especial que vive o mercado se dá muito pela mudança de comportamento dos consumidores que ao se depararem com cervejas especiais, importadas, com melhores insumos e, consequentemente, fazendo com que nosso paladar fique mais apurado e exigente. Mas você sabe quais são os passos básicos para a produção de uma cerveja? São 6 passos que que vamos descrever abaixo para que nós, amantes da bebida possamos ter uma noção básica e assim conhecê-los. 1 – Maltagem: Antes de seguir para o processo de produção, os grãos passam por um outro processo que damos o nome de maltagem. O açúcar presente nos grãos serve de alimentos para as leveduras durante o processo de fermentação. Esses açúcares ficam presos nas moléculas de amido e daí os grãos são levados ao malteador e molhados. Depois a mistura é aquecida lentamente para assim estimular a germinação. Quando a semente dá os primeiros sinais de que vai crescer, o amido é quebrado em uma substâncias mais simples. Posteriormente após essa fase a germinação é interrompida para o malte secar. Ele é colocado no forno e quanto mais aquecido for, mais escuro se tornará o malte.   2 – Moagem: Nessa outra fase da produção, já na cervejaria os grãos de cevada e outros cereais (os quais depende da cerveja que se quer produzir), são triturados para obter o grist (grão quebrado). Essa quebra facilita a liberação dos açucares no momento em que for molhado, durante o processo da brassagem. A escolha dos grãos é muito importante, eles que irão determinar o teor alcoólico, cor da bebida e o seu sabor. Maltes claros, torrados em temperaturas baixas dão origem as cervejas de baixa fermentação (Lagers, Pilsens...), já grãos com mais torra e escuros dão origens as cervejas da alta fermentação (Ales, Stouts, Porters...).     3 – Brassagem: Tem também o nome de mashing e quando o grist se mistura com a água quente no recipiente para produzir o mosto, que é como se fosse uma papa e que deve descansar durante algum tempo. No momento em que descansa o calor da água no malte libera os açucares. Isso é a brassagem propriamente dita. Podendo ser feita por infusão, como nesse caso, como pode ser também por decocção, que é o quando alguns cervejeiros retiram um pouco do líquido, passando para outro recipiente e esquentam em temperaturas bem mais altas. E logo depois devolver ao mosto. Quando as temperaturas são mais altas, se extraem açúcares mais doces e com mais complexidade. 4 – Cozimento: Logo depois da brassagem, o mosto, que a essa altura está rico de açucares, é coado através de um fundo de resíduos de grãos. Enquanto o mosto vai saindo, os grãos são lavados com água quente e liberam o que se resta de açúcares. E depois é fervido. É nesse processo que muitos cervejeiros incluem mais lúpulo, em um processo que chamamos de dry hopping. Este processo também impede a atividade bacteriana.       5 – Fermentação: Após o processo de cozimento e o mosto coado e o lúpulo residual removido e os demais ingredientes também, então se dá um banho de serpentina rapidamente para esfriar. Após o resfriamento do mosto, o mesmo é posto no tanque de fermentação. A temperatura posta no tanque de fermentação irá ter uma importante finalidade e por isso deve-se ter bastante cuidado nesse processo, pois se for alta demais o fermento morre, se baixa demais levará tempo para agir. Essa é a fase mágica da transformação, onde são incluídas as leveduras. O fermento se alimenta dos açúcares e produzem dióxido de carbono, álcool e milhões de novas células de fermento. É comum as cervejarias terem suas próprias cepas e as reutilizarem sempre que desejarem.   6 – Maturação: Com o final da fermentação, o que muitos chamam de “cerveja verde”, o fermento é removido do líquido posto em outro recipiente para maturar e evoluir com o tempo, causando assim uma fermentação secundária das leveduras restantes e os sabores e aromas começam a se sobressair. O tempo desse processo é variável. Depois disso ela pode ir para o envase em barril, lata ou garrafa. Daí a bebida é levada para filtrar e pasteurizar ou não, dependendo do que se quer atingir e o objetivo do tipo da cerveja produzida, como seus estilos ou subestilos.         MUNDO CERVEJEIRO O bairro da Madalena ganhou um novo espaço para os amantes das boas cervejas. A Ponto Capunga Conveniência conta com uma pequena Beer Cave com serviços de bar e petiscaria. Um espaço agradável e bem localizado, excelente para um bom happy hour. Endereço: Ponto Capunga Beer Conveniência - Rua José Osório, 153 – Madalena    *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e apreciador de boas cervejas nas horas vagas

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Novo filme de M. Night Shyamalan chega aos cinemas (Por Wanderley Andrade)

É fato que, na indústria do cinema, altos orçamentos não garantem bons filmes, nem sucessos de bilheteria. Às vezes, sujeitar-se às amarras dos grandes estúdios pode trazer marcas difíceis de apagar à carreira de um diretor. "Difíceis de apagar, não impossíveis", pode dizer hoje M. Night Shyamalan, diretor indiano que, após lotar salas de exibição com os filmes Sexto Sentido (1999) e Corpo Fechado (2000), envolveu-se em projetos caros e ruins, como os criticados Fim dos Tempos (2008) e Depois da Terra (2013). O retorno a boa fase aconteceu em 2015, com o surpreendente A Visita. Detalhe: um filme de baixíssimo orçamento, considerando os padrões hollywoodianos. Custou US$ 5 milhões, faturando mais de US$ 90 milhões. E nesta quinta-feira estreia nos cinemas brasileiros o novo filme do diretor: Fragmentado, produção que se tornou febre nos EUA, liderando as bilheterias por três semanas consecutivas.   Fragmentado também teve baixo orçamento, na verdade custou pouco mais que A Visita: US$ 9 milhões. Para termos uma melhor noção da boa recepção, nas três primeiras semanas de exibição nos EUA, o filme somou cerca de US$ 98,4 milhões. O longa conta a história de Kevin (James McAvoy), um homem que sofre de transtorno dissociativo de identidade, problema que leva o indivíduo a ter múltiplas personalidades. No caso de Kevin, 23, para ser mais exato. Ele sequestra três adolescentes, que farão de tudo para tentar escapar de um possível fim trágico. James MacAvoy não decepciona, mesmo com um desafio de tamanha proporção. Interpretar um personagem tão complexo não deve ter sido tarefa simples. E pensar que, antes de MacAvoy, Joaquin Phoenix era o ator mais cotado para o papel. Outra personagem de grande importância para a trama é a Dra Fletcher, psicóloga de Kevin, interpretada com excelência por Betty Buckley. É através dela que nos aprofundamos nas múltiplas personalidades do antagonista. Para os papéis das adolescentes Claire, Marcia e Casey, foram escaladas, respectivamente, Haley Lu Richardson, Jessica Sula (bem fraquinhas, por sinal) e a boa atriz Anya Taylor-Joy, mais conhecida por sua atuação no filme A Bruxa. M. Night Shyamalan entrega ao público personagens complexos, muito bem construídos. Além do próprio Kevin, outra que chama a atenção é Casey, que já no início do longa recebe das amigas o estigma de problemática. Descobriremos, no decorrer da história, que por trás de seu mau comportamento há um difícil segredo do passado que poderá, inclusive, selar seu destino na trama. A boa montagem interpõe à narrativa principal flashes de momentos vividos por Casey ainda criança, da traumática relação com o tio. A opção amarra bem o roteiro, evitando possíveis pontas soltas na história. Com Fragmentado, M. Night Shyamalan mostra que definitivamente está de volta à boa forma, que ainda não perdeu o jeito de surpreender o espectador, nem o fôlego para trazer às telas grandes thrillers. *Por Wanderley Andrade é jornalista e crítico de cinema (7wanderley@gmail.com) LEIA TAMBÉM Cinema argentino na Netflix  

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O traduzir dos sentimentos em Lunátipos

André de Sena é um desses autores que discorre sobre cenários e personagens com absoluta precisão. Em seu livro de contos Lunátipos - Edições Bagaço – 2014, é patente a observação. No conto História de Mar, por exemplo, assim destaca o protagonista em dado momento da narrativa em primeira pessoa: “Quando criança, eu descobri que de qualquer lugar da cidade poderia ver o mar. Aos poucos ele passou a olhar mais para mim do que eu a ele, gigantesca hidra cujos tentáculos de rios dominam a cidade e se espraiam pelo interior das residências e fui me incomodando com isso até ser envolvida pela gaze escura do medo”. Aqui combina com sutileza símile e metáfora com total consciência.   Ainda em História de Mar, adere ao imaginário discursando sobre sonhos assustadores, quando a colocação de cada palavra vislumbra sua função e o efeito compatível com a poética desejada. “Há uma estranha visão de cidades antigas e clássicas, templos de mármore que servem de âncoras para galeões que descansam mansamente no mar, atracados às suas colunas por pesadas cordas, sugerindo contraditoriamente ao espírito uma sensação de extrema inquietude... Observo o movimento intenso, mas tranquilo, desses portos luxuriantes e as ondas não são ameaçadoras; antes borrifam os degraus de mármores a brincar como crianças... Mas um sentimento opressor toma vulto vindo talvez daquele próprio lugar, que sinto já ter realmente existido”. No conto Ilha de Cipango, ao lado do personagem Tomás, percorre as alamedas do inusitado com vontade de abraçar o horizonte: “Agora todas as coisas são nossas e só com o nosso desaparecimento deixarão de existir. Sinto a ilusão entre os dedos, acaricio árvores, encho a mão com grãos de areia, movo o braço dentro das ondas, tal o médico que estuda a anatomia de Deus”.   Mas é em Lunátipos, conto que dá título ao livro, que Sena anda de mãos dadas com o fantástico e nos apresenta o melhor de sua verve ficcional, exercitando criatividade na concepção dos peixes-monstros, com feitio feminino, habitando um cenário que alterna ondas encrespadas, odores de mangue, com ventos gélidos paridos nas noites de uma praia inóspita. A escrita nos envolve tal serpente malfazeja, mas que se torna cúmplice das expectativas do leitor. Num dos trechos também dá as mãos à loucura imaginosa: “Nesse dia estive no inferno... Após destruir aqueles monstros, comecei a correr pelo terreno perigoso dos arrecifes, sem sentir mais dor alguma... mas as chuvas e furiosas ondas lavavam minhas feridas... Tive a impressão que outras entidades me seguiam para me destruir, emitindo sons inexplicáveis. O oceano inteiro estava contra mim e não sei se era o vento responsável por aquelas notas”.   *Paulo Caldas é escritor

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As curiosas cervejas africanas (por Rivaldo Neto)

Quando falamos de cervejas praticamente endereçamos o foco para as europeias, americanas e, logicamente, as nacionais artesanais de boa qualidade. Com isso, mercados e países que passaram a ser destaques na produção de vinhos, como é o caso da África do Sul, são deixados em segundo plano, tanto por importadores, quanto de nós consumidores e entusiastas da bebida. Tal “erro” não se justifica. E se na cartilha do cervejeiro o lema número 1 é variar, provar e experimentar. Países que não olhamos como grandes mercados produtores de cervejas passam a ter um importante papel na procura por rótulos até então desconhecidos por nós brasileiros. E foi justamente usando esse raciocínio que consegui três cervejas africanas muito interessantes. Mas realmente não foi fácil. Começando justamente pela África do Sul, onde a produção de cervejas é praticamente toda em cima da gigante SABMiller (South African Breweries). Ela praticamente domina o mercado do continente. As mais populares da empresa são as Castle, a Lion e a Carling Black Label, encontradas facilmente em qualquer lugar por lá. Mesmo com essa concorrência de um gigante como a SAB, algumas cervejarias infinitamente menores produzem boas cervejas e que merecem destaque.       A cervejaria Boston Breweries foi criada por Chris Barnard que ao experimentar cervejas europeias decepcionou-se com as produzidas em sua terra natal e aprendeu o preparo da bebida sozinho. Ele criou essa cervejaria na Cidade do Cabo. Pois bem, ela produz a Johnny Gold, uma weiss estilo bávaro, bem turva e com notas frutadas e bem surpreendente. Não tem muito lúpulo, como a maioria das weiss, mas bastante aromatizada deixando uma sensação muito gostosa na boca e com uma leve acidez.                 Da Pretória vem a Emperor India Pale Ale, que é fabricada pela cervejaria Drayman's, seu fundador Moritz Kallmeyer, é um incansável produtor, antes das tradicionais cervejas de milho africanas e vinhos de frutas e que se entusiasmou com a produção de cervejas artesanais. Ele conseguiu fazer uma IPA leve, com 4,0%, mas bem cítrica, com um equilíbrio marcante entre o doce do malte e a acidez cítrica. Possuindo uma cor âmbar e um bom retrogosto.                 Finalizando com a Mitchell's, primeira microcervejaria da Africa do Sul, datando de 1983. Na época mal se falava em produção de cervejas em pequena escala. Lex Michell fundou a cervejaria e, posteriormente, vendeu em 1989. Mas deixou um portfólio interessante, principalmente com uma Strong Lager de 7,0%, a Mitchell”s Old Wobbly. Lembra muito as ALE inglesas pelo seu corpo, essa cerveja é uma grata surpresa, um amargor delicioso e frutado. Vale muito a pena.             MUNDO CERVEJEIRO E nunca se é tarde para parabenizar as cervejarias pernambucanas Debron e Ekaut, pelos prêmios conquistados no Festival Brasileiro de Cervejas, que ocorreu em Blumenau, Santa Catarina. A Debron arrebatou ouro com a Imperial Stout, que já foi citada aqui na coluna e bronze com a Golden Ale e a Witber. A Ekaut ganhou a prata com a American Pale Ale (APA) 1817. Parabéns a todos os envolvidos.      *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e apreciador de boas cervejas nas horas vagas

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11 anos da Algomais (por Francisco Cunha)

Onze anos atrás, circulou o número 1 da Revista Algomais, uma associação empresarial da Engenho de Mídia (Sérgio Moury Fernandes e Luciano Moura) com a TGI. Na verdade, o projeto começou meses antes e teve até um número zero que foi lançado como teste no final do ano de 2006. Participo do projeto da revista desde o início e escrevo esta Última Página desde o número zero. Neste tempo, a Algomais, como o antigo Repórter Esso, foi “testemunha ocular da história” recente de Pernambuco e acompanhou o Estado deixar a zona de “baixo astral”, transformar-se na terra das “oportunidades extraordinárias” e, depois, mergulhar na crise que atingiu todo o País e arrastou a economia estadual ladeira abaixo. Procuramos sempre fazer uma cobertura equilibrada e o contraponto dos extremos. Nem estávamos nem estamos no fundo do poço nem, muito menos, tínhamos nos transformado, de repente, na terra prometida do desenvolvimento. A revista procurou analisar a conjuntura e reportar os fatos relevantes, sem entrar na ciclotimia característica do nosso sempre tão extremado Estado. No final do ano passado, com a saída da Engenho de Mídia do projeto, a TGI assumiu integralmente a condução da revista e iniciou uma mudança que no presente número ganha uma nova marca e uma roupagem clean mais contemporânea. Muita coisa mudou nesse caminho mas uma permaneceu e permanecerá no novo tempo: nosso compromisso inarredável com o desenvolvimento do Estado e do Recife. Além, claro, de nosso compromisso de berço com a seriedade jornalística expresso de forma inequívoca na nossa Missão que nunca é demais repetir: “Prover, com pautas ousadas, inovadoras e imparciais, informações de qualidade para os leitores, sempre priorizando os interesses, fatos e personagens relevantes de Pernambuco, sem louvações descabidas nem afiliações de qualquer natureza, com garantia do contraditório, pontualidade de circulação e identificação inequívoca dos conteúdos editorial e comercial publicados.” No mais, é agradecer penhoradamente a quem nos acompanhou até aqui: os leitores, os colaboradores, os anunciantes. Em especial, a Sérgio e a Luciano pela parceria e convivência fraternas. Vamos em frente! A crise está se revertendo lentamente e vamos sair dela mais fortalecidos do que quando entramos. Francisco Cunha é urbanista, arquiteto e consultor da TGI

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Péricles, o estagiário

A primeira audiência realizada por Péricles, um grande amigo, foi traumática. Ele ainda era estagiário. O escritório onde trabalhava o designou para que realizasse uma audiência inicial na Justiça do Trabalho. Chegou lá nervoso, suado. Tremia mais que vara de bambu. O juiz pediu os documentos pessoais das partes, incluiu as informações iniciais na ata de audiência, perguntou se havia possibilidade de acordo, obtendo resposta negativa dos dois lados. Em seguida, olhou para Péricles e pediu a contestação que lhe foi prontamente entregue, em mãos. Naquela época os processos eram físicos. O juiz perguntou, dirigindo-se a Péricles: - Quantas laudas, doutor? - Hã? - Quantas laudas? - Como assim, excelência? Aumentando o tom de voz, irritado, o juiz praticamente gritou: - Quantas fooooolhas, doutor? Quantas fooooolhas tem a sua contestação? Me diga! - Pois não, excelência. Enquanto Péricles contava as folhas, mais perguntas: - Você é estagiário ou advogado? - Estagiário. - É inscrito na OAB? - Não, excelência. - Mas então você sequer poderia estar sentado aqui. - Mas, excelência... - Mas nada! Levante-se! Será possível!? - Gostaria de consignar os protestos... - Você não pode protestar nada, meu filho. Você simplesmente não está nesta audiência! - Estou sim. Olha eu aqui! - Você está em carne e osso, mas não está t-e-c-n-i-c-a-m-e-n-t-e nesta sessão!! - Como posso não estar tecnicamente aqui? Eu sou eu. Eu estou aqui. Seja em carne, seja em osso, seja espiritualmente, seja tecnicamente. - Você quer que eu chame a polícia judiciária para lhe tirar daqui à força? - Posso pelo menos pedir prazo para juntada de documentos? - Meu amigo, você aqui não pode pedir N – A –D – A!!! - Pelo amor de excelência, Deus. Digo, pelo amor de Deus, excelência, me deixe pelo menos assistir, então, quietinho aqui a audiência. O preposto pode conduzir o restante, não é mesmo!? - A propósito, qual o seu nome? - Péricles Lindoso Amado. ...pausa de uns dez segundos... - Você “é o quê” de Eduardo Lindoso Amado? - Filho! - Sou amigo de infância do seu pai. - Poxa...que sorte a minha. - Ele roubou minha namorada quando éramos adolescentes. - Poxa...que azar o meu. - Mas gosto muito do seu pai. - Ahã...imagino. - Ele me fez um grande favor quando eu estava na faculdade. Arranjou-me o meu primeiro estágio. Eu era assim, inexperiente que nem você. Qual o seu período? - Terceiro. - Tinha que ser. Nem Direito Processual do Trabalho I você pagou ainda. Sente ali e assista a audiência quietinho, meu filho. Mande um abraço para o seu pai. - Ah...vou mandar sim, excelência. Sinto muito pela sua namorada. Meu pai às vezes faz umas besteiras. - A namorada a que me referi, rapaz, casou com o seu pai e hoje é a sua mãe. E a única besteira, pelo que vejo, foi você ter nascido. - Excelência, acho melhor eu ir embora mesmo. Bateu a porta e saiu. Hoje Péricles é parecerista tributário e, traumatizado, nunca mais fez audiência na vida.

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Fatos e emoções

Os analistas que descrevem e interpretam os fenômenos históricos, sociais e econômicos se atêm geralmente aos fatos. Todavia, fatos não se constituem apenas em temas para análise, eles contêm emoções porque envolvem fenômenos coletivos, alguns trágicos, que se entranham na existência de cada pessoa. Guerras e revoluções e, mesmo transformações que não causam rupturas bruscas, trazem consigo um caudal de experiências humanas que eventualmente são registradas por observadores, sejam eles jornalistas ou literatos, entre outros, que têm um olhar diferenciado sobre a aventura da humanidade. Transições políticas e econômicas violentas também produzem grande impacto sobre as vidas das pessoas. As guerras civis e insurreições na África e no Oriente Médio são fatos que alimentam os temas dos analistas políticos, mas o drama humano dos milhares de refugiados é algo que parece fugir, na sua inteireza, ao nosso alcance. Isso se aplica ao desemprego. No caso da economia brasileira, a maior recessão já registrada na história, legado de anos de irresponsabilidade fiscal e monetária do Governo Dilma, causou enormes perdas para os brasileiros. A maior delas foi o desemprego, manifestada objetivamente pelo rompimento ou dificuldade de acessar o mercado de trabalho de onde as pessoas retiram, pela venda dos seus serviços, o sustento do dia a dia. O fato é que hoje 12,6% da força de trabalho brasileira, cerca de 13 milhões de pessoas, estão buscando emprego. Desses, alguns milhões perderam seus empregos, outros milhões se incorporaram à procura por trabalho para compensar a desocupação de familiares ou simplesmente porque chegou o momento, no ciclo da vida, de entrar no mercado. A história de vida de cada um deles é pontuada por aflições, ilusões, esperanças e decepções. Uma trajetória repleta de emoções que não são captadas pelos números nem iluminadas pela análise das causas da crise econômica. Temos agora o fato da minha despedida e a emoção de não lhe ter mais como meu leitor nesta revista onde pretendi ser formador de opinião. Durante os 11 anos em que escrevi mensalmente na Algomais, acompanhei de perto os fatos econômicos do Estado e do País, analisei os ciclos de subida e descida da economia, aplaudi iniciativas, critiquei omissões, apontei erros, avaliei propostas e falei também dos sonhos e das realizações dos brasileiros, em geral, e dos pernambucanos, em particular. Tratei também das emoções que nos atingiram quando o imponderável da vida e da morte atravessou-se na nossa frente e dos enormes desafios que ainda temos de enfrentar: a violência que agora volta a nos assustar, a desigualdade que continua sendo o maior estigma da nossa sociedade, a educação das nossas crianças e jovens que persiste em nos provocar e a assistência à saúde da população que apresenta tantas deficiências. Esses foram temas, associados de alguma forma à economia, que também abordei nessa coluna. Agradeço aos leitores, à direção da revista que me convidou em caráter pessoal para assumir a coluna de Economia e à Ceplan- Consultoria Econômica e Planejamento da qual tive que furtar algumas horas mensais de trabalho como sócio-diretor para escrever os artigos. Foi um privilégio compartilhar com vocês, leitores, fatos e emoções. Vamos nos encontrar em outro espaço. Até logo.

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A disrupção digital pode fechar 40% das empresas. A sua será uma delas?

A disrupção digital vem sendo muito comentada nos últimos tempos. Mas o que realmente significa e por que devemos observar com atenção esse debate que ganha cada vez mais força? Disrupção é o fenômeno que ocorre quando inovações transformam de modo contundente um determinado mercado ou até mesmo criam um novo mercado. Normalmente, tais inovações melhoraram a qualidade do produto ou serviço, permitem preços mais competitivos e aumentam a abrangência de atuação. A disrupção não é novidade. Sempre ocorreu ao longo da história. Inovações como a imprensa, motor a vapor, energia elétrica, penicilina, computador, entre outras, transformaram ou criaram novos mercados em suas épocas. A grande diferença para os tempos atuais está baseada em dois aspectos que não existiam no passado: o avanço muito rápido da tecnologia e a popularização da internet, que permitem um grande alcance de público a um baixo custo. E por que devemos prestar muita atenção na disrupção digital? Um estudo do IMD (International Institute of Management Development da Suíca) patrocinado pela Cisco – realizado com 953 executivos de primeiro escalão de 12 segmentos em 13 países, incluindo o Brasil – aponta que 40% das empresas, como conhecemos hoje, vão deixar de existir nos próximos 20 anos. Essas organizações não conseguirão ajustar ou criar novos modelos de negócios na velocidade necessária para acompanhar as transformações de mercado. No entanto, a maioria dos executivos entrevistados vê a digitalização como um fator positivo. Entre os pesquisados, 75% acreditam que a disrupção digital é uma forma de progresso. Apesar disso, apenas 25% das companhias entrevistadas estão tomando medidas proativas para lidar com esse cenário. E o mais assustador: quase um terço das empresas está adotando uma abordagem de “esperar para ver”, na esperança de seguir os concorrentes que tiveram sucesso. Um comportamento arriscado. Porque uma coisa é certa: se a sua empresa não fizer a própria disrupção digital, o concorrente vai fazer por você. Desenvolvidos Cerca de 75% dos executivos de empresas sediadas em países desenvolvidos afirmaram que a disrupção digital é uma preocupação discutida nos conselhos de administração. Isso mostra que mercados mais maduros, nos quais a disrupção já é realidade, o assunto está sendo tratado de maneira estruturada e com mais relevância. Um outro dado interessante do estudo do IMD mostra que 40% dos entrevistados acreditam que as principais mudanças nos modelos de negócios virão da própria indústria, ou seja a disrupção vai acontecer de dentro para fora. Apenas 24% acreditam que elas surgirão pelas mãos de startups. Emergentes Entre os executivos dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), apenas 48% afirmaram que o tema disrupção digital é discutido em reuniões de conselho. Isso mostra que esses executivos sabem que as coisas vão mudar, mas ainda não sabem como reagir porque não estudaram o assunto com a devida importância. Já sobre de onde virão as mudanças nos modelos de negócio para reagir à disrupção digital, os executivos dos países emergentes pensam de maneira oposta aos seus colegas dos países desenvolvidos: 40% acreditam que as startups irão liderar esse processo, enquanto apenas 24% acreditam que as ideias virão de dentro do próprio negócio. *Bruno Queiroz é presidente da Abradi e colunista da Algomais

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