Arquivos Rivaldo Neto - Página 4 de 10 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Rivaldo Neto

A magia defumada das Rouchbiers

Sabemos que não existem mais limites quando se diz respeito ao universo do mercado de cervejas. Já vimos de cervejas exóticas feitas com águas de icebergs ou com insumos extravagantes como formigas. Mas nem tanto ao céu, nem tanto à terra, não é? Mas você já experimentou uma cerveja “defumada”, com aquele típico aroma de bacon ou linguiça? Pois é, elas existem sim e tem muitos apreciadores no mundo cervejeiro. Como se sabe, o processo de defumo dos alimentos, e que está presente em carnes e embutidos, é usado com o intuito de aumentar sua durabilidade. O que pode atingir anos. Isso porque a fumaça faz o papel de bactericida e ainda “empresta” o seu sabor aos alimentos, dando-lhes uma característica extremamente peculiar. O seu nome vem do alemão e são conhecidas como “Rauchbier”. Então “Raunch” quer dizer “fumaça” e  “Bier”, cerveja. Existem muitas histórias de como surgiram as também chamadas Smoked Beers. Em uma delas é que houve um incêndio em uma cervejaria, onde o malte foi contaminado pela fumaça, fazendo com que o mesmo ficasse defumado, como o cervejeiro tinha pouco recursos, resolveu mesmo assim produzir a bebida. Para sua surpresa a novidade caiu no gosto de quem a experimentou. O que sabemos com certeza é que sua origem vem da era pré-moderna. Isso porque os primeiros fabricantes de cerveja utilizavam o sol ou o fogo gerado pela queima da madeira para secar o malte. Tal ação chancelava o toque defumado no produto produzido. Com a industrialização foram desenvolvidas técnicas ainda mais novas, baseadas em combustíveis fósseis (carvão e óleo). Esses processos eram mais simples e baratos e livravam o produto malteado do contato com a fumaça. Mesmo assim algumas cervejarias mantiveram a antiga tradição como na cidade de Bamberg, como por exemplo a Schlenkerla que produz a Aecht Schlenkerla Rauchbier. A bebida tem coloração castanho avermelhado e o malte é secado de forma tradicional proporcionando assim fortes notas defumadas e com características muito marcantes. No Brasil, a cervejaria Bamberg produz uma das melhores Rauchbiers que provei, a Bamberg Rauchbier onde os maltes passam por defumação em fornos à lenha, além de “casar” muito bem com pratos intensos como embutidos, porco e feijoada. Este estilo da bebida a harmonização é por semelhança. Linguiças e carnes defumadas tornam a experiência intensa e memorável. Se você nunca provou uma cerveja do estilo Rauchbier, aconselho que não perca tempo, é com certeza uma experiência bastante curiosa e de uma riqueza sensorial incrível.  Confira! *Rivaldo Neto é designer e apreciador de boas cervejas (neto@algomais.com)

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Cerveja e "Buteco", casamento perfeito

Nada mais brasileiro, e porque não dizer pernambucano, que frequentar "buteco". Apreciar os pratos dessa culinária tão especial faz com que a gente tenha motivos de sobra para perpetuar ainda mais essa tradição. Não só pelo papel de socialização que esses estabelecimentos representam, os butecos estão presentes em nosso DNA e são programação certa para os nossos finais de semana. Com a finalidade de valorizar esse tipo de culinária tão especial, surgiu em 2000 o concurso "Comida Di Buteco", que acabou se transformando em um movimento, se podemos dizer assim “gastronomicamente democrático”, pois agrega diversas classes sociais, de todas as idades, e em todo Brasil. Abril é quando se dá o “start” do concurso que esse ano terá 21 cidades, com a inclusão de Florianópolis, alcançando as cinco regiões do País. Pelo terceiro ano consecutivo o teto de R$ 25,90 foi mantido, unificado para todos os participantes, com a criação do prato livre. Nessa primeira etapa serão conhecidos 21 campeões. Depois teremos a etapa nacional, com o campeão de cada localidade, e que contemplará o melhor Buteco do Brasil. 26 estabelecimentos localizados na região metropolitana do Recife estão participando. A coluna experimentou 5 pratos participantes e como não podia deixar de ser, escolheu 5 cervejas para serem com eles harmonizadas. O Sarapatel de Porco, extremamente popular da cozinha nordestina, do “Pra quem Gosta”, em Olinda foi o primeiro prato a ser provado. Segundo Jô, a proprietária do local, a receita era de sua avó, o que dá um toque ainda mais tradicional ao prato. Muito aromático, com um sabor intenso e textura tenra. Experimente com uma IPA, os aromas se destacarão, e assim terá um destaque exótico e delicioso. O segundo prato veio do bar do Cabo, em Brasília Teimosa, campeã da etapa 2017. Um camarão ensopado em um molho especial, chamado de Sabor do Nordeste. Vem servido com uma farofa molhada com o próprio molho. Com tempero mais leve que o anterior, uma Witbier é a pedida certa e dará ainda mais sabor a comida. Uma cerveja refrescante e cítrica com frutos do mar dá o equilíbrio perfeito. O terceiro veio do mercado da Boa Vista, mas com um toque mineiro. O Bar do Vizinho serviu um irretocável prato chamado “Porco Virado na Lata”. Tostado na medida certa. Ele vem com uma crosta da carne do porco bem crocante frita na banha. Como acompanhamento uma macaxeira com molho de tomate e torresmo, e alecrim fresco dando o toque final, turbinando osaromas. Um Double IPA ou uma Imperial IPA casam muito bem com o prato. A gordura da carne de porco pede uma cerveja mais potente. Do Ipsep vem o quinto prato, do Armazém 433. Uma panelinha com filé mignon, com textura de queijo coalho como se fosse um chip crocante e muito gostoso, acompanhado de uma cestinha com pães caseiros para se “melar” no molho. Batizado de “Panela Velha é que faz Comida boa”. Nesse vamos com uma tradicional Pilsen. Como é uma cerveja leve, vai combinar com o “salgadinho” do queijo. E pra finalizar um prato digno de ter na receita o personagem principal da coluna que é cerveja. Diretamente do Armazém Centenário, no Espinheiro, veio o prato “Boi Atolado”. Bem servido é um escondidinho de macaxeira com queijo gratinado. A costela na cerveja preta é um espetáculo a parte, bem exótico. A carne vem mergulhada no molho de queijo. Uma Pale Ale por exemplo. Por ser encorpada, de amargor profundo com aroma frutado e complexo fecha com louvor essa harmonização. Pratos é que não faltam no concurso Comida Di Buteco para “casar” com boas cervejas, agora é entrar no embalo e ser feliz e manter a tradição. Butecos: Pra Quem Gosta Cidade: Olinda Endereço: Rua Ary Barroso, 111 - Monte - Olinda Telefone: (81) 3429-9275 Funcionamento: Quarta a domingo: 11h às 17h Bar do Cabo Cidade: Recife Endereço: Rua Nanuque, 37 - Brasilia Teimosa - Recife Telefone: (81) 98873.0451 Funcionamento: Terça a domingo: 11h às 16h Bar do Vizinho Cidade: Recife Endereço: Rua da Santa Cruz, s/n - Box 2 e 3 - Mercado da Boa Vista – Recife Telefone: (81) 99890.5851 Funcionamento: Quarta a sábado: 11h às 18h e Domingo: 11h às 17h Armazém 433 Bar Cidade: Recife Endereço: Rua Rio Amazonas, 433 - Loja A - Ipsep - Recife Telefone: (81) 99709.0393 Funcionamento: Terça a quinta: 17h à 00h; Sexta e sábado: 17h à 01h Armazém Centenário Cidade: Recife Endereço: Rua Barão de Itamaracá, 10 - Espinheiro - Recife Telefone: (81) 3033.4002 Funcionamento: Terça a quinta: 17h à 00h; Sexta e sábado: 12h à 01h; Domingo: 12h às 18h

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Qual os estilos da cervejas pra Páscoa?

Na Semana Santa a pedida são os frutos dos mar. Principalmente os peixes e as comidas ao coco, onde se harmoniza tradicionalmente com vinho. Mas hoje temos uma variedade de cervejas que combinam e harmonizam perfeitamente com os mais variados gostos. Cervejas mais leves e até mais encorpadas combinam com pratos tradicionais, deixando essa época do ano ainda melhor. E ainda tem aquele chocolate de páscoa que pode também ser apreciado com uma boa cerveja. Vamos as dicas? Cerveja, diferentemente do vinho, harmonizamos mais por aproximação. Vinho é mais por contraste. Sabores mais fortes e intensos, cervejas mais alcoólicas. Pratos mais leves, cervejas mais refrescantes. No caso de um bacalhau. Escolha uma cerveja mais leve. Se não quiser ousar muito e seu paladar é mais tradicional, uma pilsen cai muito bem. Se gosta de dar intensidade ao sabor cheio de personalidade que o bacalhau possui, abra uma Witbier. Essa cervejas são de trigo, mas são mais leves e aromáticas. E deliciosamente cítricas com sua tonalidade amarelo palha. É um casamento perfeito. Pratos com camarão também são muito bem-vindos. Aquela maravilhosa posta de peixe frito também é um grato convite a ser combinado com uma Lager. São bebidas bem leves e suaves, e por isso harmonizam muito bem com frutos do mar de sabores menos intensos, como peixe frito, camarão e caranguejo.   Mas de vamos para sabores mais intensos e complexos. A dica é que sua cerveja siga essa mesma linha. Moquecas, pratos que levem sardinhas, paellas vão muito bem com IPAs e APAs. Experimente uma ostra crua com uma Stout. A complexidade dos dois sabores dão uma sensação realmente muito gratificante. Mas evite muito tempero para não mascarar o paladar e os maltes torrados se misturaram com o característico sabor dessa iguaria marinha.   E uma Stout também pra finalizar em grande estilo combinando com a tradição dos ovos de páscoa. Escolha um chocolate amargo e experimente a combinação. Os maltes torrados dão uma deliciosa sensação quando combinado com o amargor do chocolate. Se preferir um chocolate branco, harmonize com uma fruitbier, o aroma fica absurdamente gostoso. Imperdível. Agora é curtir todas essas dicas e ser feliz. Para que a fertilidade caracterizada pelo coelho de páscoa permita que se estenda a nossa cerveja para que nunca falte. Amém! MUNDO CERVEJEIRO Campanha da Itaipava revela que “O Verão Vive Dentro Das Pessoas” A cerveja Itaipava acredita que o verão é muito maior que uma estação do ano: é uma forma de viver a vida. Para comprovar a ideia“dentro da gente é sempre verão”, a cerveja lança nova campanha, composta por cinco filmes, além de ações em mídia digital. O projeto brinca com a temperatura corporal, fazendo referência ao verão interior de cada um, que pode durar o ano inteiro. “Se o verão é um jeito de viver a vida, ele nunca deve acabar, independente do clima. Por isso, para este ano, a Itaipava trabalha com a proposta de que não importa qual é a temperatura lá fora, nosso corpo está a 36,5º”, explica Eliana Cassandre, gerente de propaganda da marca. Intitulada “Em Você, É Verão O Ano Todo”, a campanha foi criada em parceria com a Y&R e tem início com o teaser que instiga as pessoas à medirem a sua temperatura. De forma bem-humorada, a chamada instiga para o segundo filme, que reforça a necessidade de continuar vivendo, o ano inteiro, com a mesma intensidade do período de dezembro a março. Assista em: https://www.youtube.com/watch?v=l1JnwWZE8a8&feature=youtu.be  

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Salve São Patrick e o Dia da Cerveja Verde!

  Cervejeiro que se preze adora uma festa, uma comemoração. Afinal de contas são nesses momentos em que celebramos a vida na companhia dos amigos e logicamente entornando fartos e deliciosos goles da bebida. Agora no mês de março temos mais um “motivo” para brindarmos a vida e homenagear um santo. Trata-se do dia padroeiro da Irlanda, São Patrick, ou Sait. Patrick's Day. Então vamos por partes, quem foi São Patrick? Nascido na Grã-Bretanha no final do século IV, era filho de uma família abastada e acredita-se que tenha morrido no dia 17 de março de 461 e foi enterrado na cidade de Downpatrick. Até sua adolescência o mesmo se considerava pagão. Foi sequestrado e tratado como escravo por 6 anos e durante o cárcere se voltou para o lado religioso. Ao escapar estudou em um mosteiro em Gauls (região onde hoje fica a França). Permaneceu lá por aproximadamente 12 anos, voltou a sua terra natal e se tornou bispo da igreja católica e em 432 declarou ter recebido um chamado divino que o mandava voltar à ilha irlandesa e converter celtas pagãos irlandeses ao Cristianismo. E porque o verde? Porque as pessoas se vestem de verde e tomam bebidas dessa cor para comemorar o dia? A Irlanda é conhecida como Ilha Esmeralda, onde se chove muito deixando a paisagem sempre bastante verde. Outro motivo atribuído é que na Rebelião Irlandesa de 1798, os soldados assim se vestiam para chamar a atenção da opinião pública para o conflito, tudo isso ajudou a ter a cor verde como símbolo nacional. Inclusive dos símbolos de São Patrick é o trevo de três folhas, considerado pelos povos nativos como símbolo de sorte. Ele usava a planta e a comparava a Santíssima Trindade, pois a mesma dividia-se em três e caraterizava Pai, Filho e o Espírito Santo. Uma das lendas atribuídas a São Patrick é que na Irlanda não existem cobras, e que as mesmas foram expulsas pelo Santo, já os os cientistas sugerem que a falta de cobras na Irlanda é obra da última Era Glacial. Segundo acreditam, o frio teria tornado a ilha um local inóspito para répteis que, ao serem animais de “sangue frio”, dependem do calor do ambiente para sobreviver. Mas prefiro ficar com a primeira opção e dar moral ao milagre do Santo. Aliás na Irlanda é proibido beber nas ruas, mas para a alegria de todos, essa proibição é suspensa no St. Patrick’s Day, único dia do ano em que os irlandeses podem beber sossegadamente sua cerveja pelas ruas das cidades. MUNDO CERVEJEIRO Rota do Chope Verde E aqui no Recife pra comemorar o Dia de São Patrick, nos dias 16/03 e 17/03, teremos a Rota do Chope Verde, com o intuito de fortalecimento da cerveja artesanal na cidade. O evento conta com os seguintes participantes: Mr Hoppy Beer, Apolo Beer Cafe, Emporium Brewer, A Caverna, Confraria Hopfen Haus, Capitão Taberna Cervejas Especiais, Marcolino Tap House, Cervejaria Laborada, Garage Food Trucks e Empório Quilombo. Ekäut conquista novo prêmio em festival nacional de cerveja A cervejaria pernambucana Ekäut foi premiada mais uma vez no Festival Brasileiro de Cerveja, que está sendo realizado em Blumenau-SC até o próximo sábado (10). A cerveja premiada foi a “Ekäut Extra Stout”, que levou a medalha de bronze na categoria “Export – Style Stout”. Na competição, foram inscritos cerca de três mil rótulos que concorreram em 148 estilos diferentes. A Ekäut foi a única pernambucana que conquistou prêmio no evento deste ano. Apenas 8% das cervejarias que concorreram ao concurso foram premiadas. Lançada o ano passado, a “Ekäut Extra Stout” é a primeira cerveja escura da cervejaria pernambucana. Após muito estudo e vários testes nas receitas criou-se uma bebida encorpada, de coloração escura e elaborada a partir de oito tipos de maltes especiais importados, e de diferentes torras, unindo corpo aveludado com aromas que remetem ao café e ao chocolate. A cerveja foi produzida em parceria com a Agraria Malte, maltearia brasileira, e desenvolvida internamente pelo time da Ekäut Recentemente a Ekäut anunciou que está triplicando a produção, passando dos atuais 30 mil litros por mês para 90 mil litros, para atender a demanda do mercado. A nova fábrica irá contar com uma estrutura de maior tecnologia permitindo o aprimoramento da qualidade e do frescor das cervejas. A expectativa é que a expansão da fábrica, localizada na Estrada da Mumbeca, em Guabiraba, fique pronta em meados do mês de maio. Viagem ao passado das Copas A Brahma começa a caminhada deste ano lançando uma edição especial que resgata seus cinco rótulos dos anos em que o Brasil foi campeão. Os rótulos comemorativos trazem uma releitura do visual de Brahma em cada época e chegam aos mercados do Brasil neste mês acompanhados pelo filme “Rótulos Campeões”. Com estreia no último sábado, 10, o filme propõe ao público uma viagem no tempo com a história de um único bar que serve de cenário para as comemorações das conquistas brasileiras nos anos de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. A passagem de tempo é protagonizada pelos cinco icônicos rótulos campeões de Brahma acompanhados das camisas e cenas de jogos contemporâneos a cada época. A campanha tem criação da agência Africa. “Cada um desses rótulos carrega a mesma história, a lembrança do momento em que o brasileiro se sentiu o Nº1. É esse sentimento que queremos despertar novamente nos torcedores e mostrar que Brahma estará mais uma vez ao seu lado nessa jornada rumo ao título”, afirma Pedro Adamy, diretor de Marketing de Brahma. *Rivaldo Neto é designer e apreciador de boas cervejas (neto@algomais.com)

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Uma cerveja para pensar melhor (por Rivaldo Neto)

“Uma cerveja antes do almoço é muito bom pra ficar pensando melhor”. Essa célebre frase que está contida na música “A praeira”, do cantor e compositor pernambucano Chico Science, sugere muito claramente que a cerveja, como dizem os pernambucanos “clareia as ideias”. Mas será que essa afirmação que foi imortalizada na composição é verdade? Cerveja tomada moderadamente ajuda em nossa atividade cerebral. Uma pesquisa realizada em Helsinki, na Finlândia afirmou que beber cerveja protege o cérebro dos acúmulos de proteínas que desencadeiam os sintomas do Alzheimer. O estudo abrangeu 125 homens com idades entre 35 e 70 anos. E funcionam mais ou menos assim, os homens mais velhos tinham uma quantidade maior de beta-amilóides, isso é normal, pois a doença afeta geralmente a partir de 65 anos, tais placas envolvem neurônios que impedem a comunicação mútua que possuem. Com isso os neurônios presos ficam atrofiados com essa “barreira”, ocasionando assim distúrbios de comportamento, memória e personalidade. Mas o que realmente surpreendeu na pesquisa é que os homens que tinham por hábito beber cerveja continham uma concentração menor dessas tais placas e tal “feito” foi atribuído a cevada contida na bebida, isso porque vinhos e destilados não apresentavam essa redução. Essa relação ainda não ficou clara como funciona, mas sabem que é justamente pelo acúmulo dessas placas que o mal de desenvolve. E para fortalecer esse conceito afirma-se que para se ter uma boa ideia ou uma ideia inicial, em muitas situações, é bom estar relaxado. O álcool tem esse papel no relaxamento da mente, deixando o indivíduo menos preocupado, diminuindo a pressão do dia a dia. É aí onde entra a questão que os neurocientistas chamam de “Momento Eureka”. Ou seja, para produzir esses insights, o fator primordial é justamente esse tipo de momento happy hour. Então é daí que a frase no começo do texto faz todo o sentido. Um outro estudo referenda isso, dessa vez pela Universidade Austríaca de Graz, que afirmou que tais efeitos produzidos ajudam a limpar certos bloqueios mentais e geram assim um pensamento com mais criatividade. Foram usados 70 voluntários no estudo onde alguns bebiam cerveja com álcool e sem álcool, de forma que os mesmos não sabiam qual teor continha na bebida. Daí foram feitos testes com associação de palavras, os que estavam um pouco mais “altos” alcançou um resultado 40% superior as outras pessoas. Ao jornal inglês The Telegraph, Mathias Benedek, do Instituto de Psicologia e responsável pelo estudo acima, revelou que os efeitos com doses leves da álcool desbloqueiam os pensamentos e dão estímulos às ideias repentinas ou como chamei acima, os insights. Mas um alerta que a pesquisa afirma é que os efeitos benéficos provavelmente se restringem a quantidades muito modestas de álcool, enquanto o consumo excessivo geralmente prejudica a produtividade. Por isso, beba sempre com moderação. Sempre! *Rivaldo Neto é designer e apreciador de boas cervejas

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Acabou a cerveja? Gele mais usando ciência!

A largada para a folia de Momo foi dada. O carnaval começou e agora é cair na folia e tomar aquela cerveja pra matar o calor. Com toda essa sede, com todo esse frevo e uma “lua” escaldante logo será necessário botarmos mais cerveja pra gelar, o pique não pode parar, são “só” quatro dias não é? Então como podemos fazer com que a cerveja fique gelada rapidamente para não deixar os ânimos esfriarem? O que vamos precisar? Vamos fazer uma conta menor, podendo aumentar com o tamanho do seu grupo e porque não dizer da sua sede. Então separe: 1 kg de sal Dois sacos de gelo 1 litro de Álcool E prepare assim. O ideal é fazer com uma caixa de isopor larga e com um tamanho que possa comportar um bom número de latinhas ou long necks. Acomode a bebida de uma forma em que fique um pequeno espaço para que a mistura possa entrar em contato com a superfície da embalagem.   Isso é um pouco de ciência, é só disso que você precisar para fazer a mágica acontecer. O sal se dissolve facilmente na água reduzindo o seu ponto de congelamento. A água pura congela em cerca de 0ºC, já quando inserimos sal essa temperatura muda para menos, podendo alcançar algumas dezenas abaixo de zero. Ao incluir o gelo, este quando entra em contato com o sal o mesmo derrete-se. Na realidade o que ocorre é que essa parte que derreteu “rouba” o calor durante a troca do estado físico esfriando toda a mistura, o sal provoca também uma reacão “endotérmica”. O papel do álcool é semelhante e diminui ainda mais a temperatura. Como o sal dissolve e tem um papel de acelerador, ele perde o efeito mais rápido, mas isso não ocorre com o álcool. É importante prestar atenção em dois pontos. Se a bebida for em garrafas long necks a tendência é que leve um pouquinho mais de tempo para gelar, mas se forem latinhas que em sua maioria são feita de uma liga metálica de alumínio, esse processo é muito rápido correndo o risco até do congelamento da bebida. Então essa receita é simples e prática e vai deixar a sua cerveja do carnaval, no ponto certo muito mais rápido. Diferente da bebida, essa receita pode usar sem moderação. Boa folia! *Rivaldo Neto é designer e apreciador de boas cervejas (neto@algomais.com)

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O Carnaval está chegando, de que cerveja você vai?

“Que Calor!” Com certeza será uma das palavras que você vai mais ouvir das pessoas que fazem parte da atmosfera que se forma ao redor de Pernambuco no período carnavalesco. Troças, blocos, festas e o folião fica em êxtase com a quantidade de opções para se divertir. De festas privadas ao melhor Carnaval de rua do mundo, tem para todos os gostos e bolsos. Mas então, para você que vai de cerveja no Carnaval, qual os melhores estilos para se beber no calorão? Opções não vão faltar, hoje temos um leque bem maior de cervejas para curtir a festa de Momo. Mas vale a pena então optar por alguns estilos que de certa forma, se encaixam melhor nas altas temperaturas da terra do frevo. Uma dica importante é que com esse calor é interessante se beber bastante líquido, então é bom optarmos por cervejas mais leves e refrescantes, isso não quer dizer que não vale uma IPA ou outra nos intervalos, mas com prudência. Então veja aqui alguns estilos: Pilsens: O estilo mais popular do Brasil é a “refrescância” em pessoa. Muito leve e clara e dourada, tem o sabor suave e equilibrado para o sobe e desce das ladeiras de Olinda ou nas ruas do Recife Antigo. Vienna Lager: Esse estilo que o nome já sugere vem de Viena, na Áustria, e segue a linha da tcheca Pilsen. Igualmente leve e refrescante tem um final mais seco, mas é igualmente gostosa. Witbier: Cítrica e refrescante por conter raspas de frutas como laranja, em sua composição, as wits cabem muito bem no calor, dos estilos das cervejas de trigo é a mais indicada para a folia. Pale Ale: Mesmo sendo cervejas da alta fermentação e ter uma graduação alcoólica maior que as cervejas acima, ela é mais leves que uma IPA por exemplo. Tem muito aroma e sabor e com boas doses de malte, o que lhe dá mais intensidade, deixando para o lúpulo presente fortemente nesse estilo fazer o seu papel no que diz respeito aos aromas característicos. Saison IPA: Ok, você não descola de uma boa IPA, então vá desse estilo que é menos alcoólico, tem mais suavidade sem deixar o amargor nas alturas. Nesta época do ano nada combina tanto quanto os três “Cs”: Calor, Carnaval e Cerveja! *Rivaldo Neto é designer e apreciador de boas cervejas (neto@algomais.com)

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O Guia do Cervejeiro Artesanal Pernambucano

Em 2011 fiz uma viagem onde tive a oportunidade de experimentar muitos estilos de cervejas. Alguns até então já tinha ouvido falar, mas a limitação de rótulos no Brasil era muito grande. Tínhamos uma escassa lista da bebida, com pouquíssimos estilos. Sempre tive predileção sobre bebidas fermentadas, mas a cerveja sempre fui disparadamente a minha preferida. Um tempo depois alguns espaços foram aberto em Recife, o Espaço Gourmet, na rua José Maria e a Beercode, um quiosque no Shopping Center Recife, e o Snaubar em Parnamirim onde tinha uma excelente carta de cervejas. Lojas e bar que infelizmente não existem mais, Comecei a frequentar com alguns amigos e com isso também praticamente “engoli” muita literatura que falava sobre cervejas e seu incrível universo. Posteriormente comecei a frequentar e ainda frequento o Capitão Taberna, um lugar icônico e um dos melhores ambientes para se degustar uma boa cerveja artesanal ou importada na cidade. Depois vieram alguns outros, como destaque para a Beerdock e o Apolo Beer Café. Alguns anos depois o mercado de cervejas artesanais em Pernambuco entrou em ebulição, com o surgimento de várias cervejarias. A princípio sendo envasados como chopp, depois em garrafas, mas o padrão da bebida evoluía para melhor. Em 2016, por sugestão de minha editora Cláudia Santos, comecei a escrever em uma coluna no site da Algomais e assim o espaço passou a ter uma boa aceitação dos leitores que se mostravam ávidos em conhecer um pouco mais sobre a bebida. Em 2017 tivemos a ideia de lançar em janeiro de 2018 uma publicação que falasse das cervejas artesanais pernambucanas, tendo em vista o papel da Algomais em apoiar o sentimento de pernambucanidade e de orgulho das coisas produzidas na nossa terra. Então, na última terça-feira, dia 23, na Beerdock de Boa Viagem a Algomais fez o lançamento do Guia do Cervejeiro Artesanal Pernambucano onde apresentamos a revista e o guia aos leitores e integrantes do mercado de cervejas artesanais de Pernambucano. Trata-se de uma publicação leve, introdutória e divertida sobre alguns assuntos básicos do universo cervejeiro. Na abertura do guia vem com uma matéria feita por Rafael Dantas que trata do panorama do mercado no Estado, onde foram ouvidas as principais cervejarias do setor e suas perspectivas de um mercado ainda inexplorado, mas que traça passadas largas para se consolidar rapidamente como o principal do Nordeste. Quando o guia se inicia, falamos do protagonismo de se produzir cervejas, quando trazido pelo príncipe Maurício de Nassau, o cervejeiro Dick Dicx, vindo da cidade Haarlem, na Holanda, criou a primeira cervejaria das Américas. Tratamos do que é na verdade cervejas artesanais, o que caracteriza uma cervejaria para ser assim chamada e quais processos se diferenciam em uma cadeia de grande produção e de uma produção mais “caseira”. Falamos também das famílias e estilos das cervejas, passando pela parte sensorial da experiência em degustar a bebida nos copos e taças corretos. E por fim um perfil das 15 principais cervejarias do Estado com um breve histórico e os estilos que cada uma dela produz. É uma oportunidade de aproveitar para conhecer as melhores cervejarias artesanais do mundo, todo pernambucano sabe que é assim. Boa leitura!

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As cores da cerveja

Nossa percepção em relação aos sabores e aos estímulos que sentimos em relação ao que consumimos é diretamente ligado às cores. Se vamos ao supermercado, restaurantes ou qualquer outro estabelecimento que nos exponha ao que queremos beber ou comer, a apresentação é fundamental. As cores têm um papel muitas vezes determinante no que desejamos e traça um rumo do que devemos ou não “embarcar”, e muitas vezes, até o subconsciente trabalha silenciosamente nessa escolha. Com as cervejas isso não foge à regra. Com uma quantidade tão grande de estilos, marcas e rótulos, é plenamente natural que exista uma gama de variações de cores e tonalidades para assim causar o melhor impacto visual possível e assim estimular o nosso paladar. Mas e  o porquê de tantas cores? Afinal para alguns que começaram a curtir o universo das cervejas, “é apenas cerveja”, certo? De forma alguma, essa pluralidade dos tons é pura arte. Digamos que é a “noiva”, quando junto com os aromas dão uma largada e determinam qual tipo de cerveja queremos produzir ou consumir. Então o que define as cores? O que ela dizem? Vamos tentar explicar um pouco. A cor, como disse anteriormente, está ligada ao tipo de cerveja ou, podemos dizer também, ao tipo de receita. Ela mostra qual malte utilizado, nível de torrefação. Tal grau não interfere necessariamente na cor, muito mais no sabor. Então o equilíbrio nesse processo é fundamental para o sucesso das receita, mas a grosso modo podemos dizer que a combinação dos maltes vai dar a tonalidade da bebida. Outra coisa fundamental é que a cor não é determinante na graduação alcoólica. Podemos ter cervejas escuras, com graduação mais baixa que cervejas claras como as Pilsens. Dando um exemplo. Uma cerveja duble IPA é uma cerveja essencialmente alcoólica, ela pode ser clara e mesmo assim bastante forte. Uma cerveja com um tom bastante fechado e escuro, como uma Stout, pode ser bem mais leve. Cervejas escuras podem ter mais complexidade e serem mais densas, mas não obrigatoriamente mais fortes. Em se tratando do controle formal dessas cores existem duas escalas utilizadas para medir as cores da cerveja. A EBC, da Europa e a SRM dos EUA. No Brasil a escala usada é a EBC. A EBC, que quer dizer European Brewing Convention (Convenção de Cervejeiros da Europa) é aplicada a cerveja e também ao malte. Nessa escala, a cerveja clara tem que ter menos de 20 unidades de EBC, e quem tiver mais de 20 EBC, é definida como cerveja escura. A escala SRM tem como base a espectrofotometria, que usa a absorção da luz e a mede em certos comprimentos de onda. Existe uma diferença de 40% dos valores a escala EBC, nessa conta, 10 unidades de EBC, é equivalente a 4 de SRM, como explica o infográfico abaixo. Essas duas escalas mais formais é mais para os produtores de cerveja enquadrarem suas produções. Nós amantes e consumidores temos mais é que experimentar todas elas.

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E aí? Qual seu tipo de cerveja? (Por Rivaldo Neto)

De vez em quando em uma conversa com amigos quase sempre sou abordado com a seguinte pergunta: Qual tipo de cerveja artesanal eu devo começar? A pergunta parece de fácil resposta, mas não é. Isso também não quer dizer que existe dificuldade em respondê-la, também não é o caso. A grande questão é a complexidade da pergunta, pois isso gira muito em torno do que é mais simpático ao seu paladar. Podemos assim dar alguns passos básicos, dicas simples para descomplicar esse processo de descoberta dos estilos e sabores do variado mundo cervejeiro e assim o “iniciante” começa um delicioso caminho até escolher os tipos, estilos, harmonização e até qual cerveja cai bem em alguns tipos de climas. O interessante nesse processo é equilibrar e ir abrindo o leque. A maioria das pessoas já experimentou cervejas Pilsens, até porque era o tipo de cerveja fartamente mais encontrada nos bares, restaurantes e supermercados. Isso não quer dizer que devemos deixar a “loira”, de lado, muito pelo contrário, ela funciona como uma espécie de “farol guia”. Mesmo tendo esse ponto de partida, que podemos chamar de ponto de equilíbrio, abra sua mente para o que está por vir. Não seja muito ousado no começo, vá com rótulos mais leves e menos robustos, mas não tenha preconceitos. As cervejas artesanais tem sabores muito mais diversificados do que a maioria está acostumado a provar. Quando for a um local que venda esse tipo de bebida, procurar se informar. Se estiver em uma loja especializada, procure o vendedor para que o ele possa fazer uma breve descrição do rótulo escolhido. Existe muita literatura sobre cervejas hoje na internet, descrevendo as famílias e os estilos. Uma leitura mais profunda sobre o assunto vai agregar muito as suas escolhas e assim delimitar um caminho. Esse conhecimento permite que ela seja escolhida de forma mais direcionada e que possa ser julgada de acordo com a família à qual pertence. Se seu ponto de partida, depois desse processo, foi iniciar com uma Pilsen ou Lager, vá passando por etapas. Depois de familiarizado, a ideia é embarcar em rótulos mais intensos com sabores mais amargos por exemplo. Um ponto fundamental nesse processo são as taças e copos, adquira alguns. Tenho visto em lojas kits para cerveja com ao menos 4 tipos para determinados estilos de cerveja. Isso eu posso garantir, faz toda diferença. Apenas citando um exemplo: Se por exemplo, você quiser optar por uma cerveja Weiss, aquele longo copo vai proporcionar a você uma experiência totalmente diferente pelas características que ele possui e as necessidade que o estilo necessita para que os aromas da bebida sejam aproveitados da melhor forma possível. São dicas simples que vai ampliar seu paladar e o seu conhecimento cervejeiro, pode apostar. MUNDO CERVEJEIRO O golaço da Babylon Fui ao lançamento da Kaffe Amber Lager , da Cervejaria Babylon, que ocorreu na Kaffe Torrefação e Treinamento. De antemão posso dizer que foi um golaço da Babylon. Ela é uma mistura de malte com o cold brew feito na própria Kaffe. O cold brew é uma forma de extração do café a frio, sem contato algum com água quente. Tal processo é bem mais lento e cuidadoso e pode chegar a 18 horas. O resultado é uma cerveja deliciosamente leve, refrescante com uma espuma intensa, densa e de excelente cremosidade. Um show!    

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