Da Cepe
Duas importantes figuras do Carnaval de Pernambuco fazem aniversário em fevereiro: os compositores Jota Michiles e Getúlio Cavalcanti. E como este ano não tem aglomeração, não tem bloco, orquestra ou folião nas ruas para comemorar, o Circuito Cepe de Cultura convidou os dois para um bate-papo mediado pelo jornalista e escritor Carlos Eduardo Amaral. Haverá até parabéns pra você, na live que acontece hoje (10) no dia do aniversário de Getúlio, às 15h. A programação reserva ainda outras grandes atrações para o Evoé!
Logo pela manhã, com a ajuda dos responsáveis, a criançada poderá confeccionar sua própria fantasia para brincar o Carnaval em casa e em segurança, nestes tempos de pandemia. Uma oficina de estandarte e flabelo (grande leque de folhas ou plumas) ajudará a criar o clima e soltar a imaginação.
Às 17h, os pequenos terão um encontro cheinho de música, história, dança e fantasia, com Ylana Queiroga e sua banda. A artista revisitará grandes clássicos do Carnaval pernambucano no show musical Mergulho na Folia. É uma forma de curtir a festa de uma maneira diferente e com criatividade.
O encontro entre Jota Michiles, que fez aniversário no dia 4, com Getúlio Cavalcanti e Carlos Eduardo, será no meio da tarde, às 15h. Eles conversarão sobre compositores, inspirações e evocações. Infelizmente a conversa também seguirá pela tristeza de ter um Carnaval sem a alegria de um bloco na rua, sem Galo da Madrugada, sem Homem da Meia-Noite. “Acredito que os reflexos dessa pandemia serão sentidos ainda por muito tempo”, diz Getúlio.
Michiles também lamenta. Mesmo assim não deixa de comemorar os 35 anos do frevo Bom demais, que compôs em 1986 e estourou na voz de Alceu Valença. “O frevo estava adormecido e Alceu nem cantava Carnaval. O sucesso foi tão grande que a música reacendeu a alegria do frevo e é cantada até hoje nos clubes, nas ruas, pelas orquestras e pelos foliões”, relembra.
No dia de seu aniversário, 4 de fevereiro, Jota Michiles distribuiu entre os amigos, uma mensagem com o relato da lembrança feliz de seus 10 anos de idade e no final do texto, os seguintes versos: “Nessa longa caminhada, chego hoje aos 78, em plena desolação; sem Carnaval, sem folia, no massacre da pandemia, esperando vacinação”.
Depois desse emocionante encontro, à noite, às 19h, haverá uma roda de conversa sobre maracatu, com representantes das seguintes agremiações: Maracatu Leão Coroado, Maracatu Nação Pernambuco, Maracatu Porto Rico e Maracatu Piaba de Ouro. O mediador desse bate-papo é o músico, pesquisador e professor do Conservatório Pernambucano de Música e do Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade Federal de Pernambuco, Climério de Oliveira. Na roda, a diversidade de grupos representados pelo baque virado, pela tradição e a renovação.
E às 21h Alessandra Leão e o Bloco Ilusão farão show percussivo, com destaque para o ilu, tambor tocado nos ritos de candomblé. Em determinado momento da apresentação ela e os dois músicos vão interagir com o público via meet. “Em seu terceiro ano de existência, o bloco sairá em edição virtual levando alegria e leveza para todos, com a participação dos músicos Daniel Leão e Guga Santos. No repertório, cocos, afoxés, samba de roda e macumbas”, conta Alessandra.
Programação do Dia 10 de fevereiro (Quarta-feira)
10h – Oficina
Estandarte e flabelo, com a Família Pernambuco
12h – Cineminha
Que baque é esse? (Direção de Climério de Oliveira e Nilton Pereira)
15h – Bate-papo
Compositores, inspirações e evocações – Com Jota Michiles e Getúlio Cavalcanti. Mediação de Carlos Eduardo Amaral
17h – Atração Infantil
Mergulho na folia. Com Ylana Queiroga e banda.
19h – Roda de Ritmos – Maracatu
Karen Aguiar (Maracatu Leão Coroado), Bernardino José (Maracatu Nação Pernambuco), Chacon Viana (Maracatu Porto Rico) e o representante do Maracatu Piaba de Ouro. Mediação de Climério de Oliveira.
21h – Show
Alessandra Leão e o Bloco Ilusão