Crítica Literária: As deliciosas torturas de amor

*Paulo Caldas

Uma ideia original atiçou a iniciativa do escritor Bruno Gaudêncio, mais um arguto “galo de campina” (da espécie Bráulio Tavares, Jessier Quirino e Zé Teles), que dirige os periscópios de bons autores (alguns já consagrados) para a música, quem sabe a mais expressiva das manifestações artísticas.

Torturas de amor, uma coletânea de contos produzidos pela editora Penalux (editoração eletrônica de Karina Tenório), foge do comum pois não contempla, digamos, os mestres, os virtuosos, mas o outro extremo.

O conteúdo abriga composições de harmonias comuns, melodias sofríveis, nascidas de letras concebidas por apelos vulgares. Porém, nesse horizonte reside o paradoxo: não obstante reunir tantos elementos de qualidade discutível, o tema sentimental “brega” é celebrado por legiões de seguidores, gente da gente, amantes insaciáveis da cerva gelada, dos recantos junto às radiolas de ficha nas mesas de bares das periferias, palco consagrado para carpir desilusões.

E dentre as joias de amores frustrados, Gaudêncio escolheu dentre outras, essas pérolas para o leitor. Os antológicos “Eu não sou cachorro não” e “Torturas de amor”, estrondosos hits do também antológico Waldick Soriano; “Garçom” de Reginaldo Rossi; “Fuscão Preto” de Almir Rogério; “Se o meu amor não chegar (Eu hoje quebro essa mesa)” de Carlos André; o enfático “Você é doida demais”, de Lindomar Castilho e “Eu vou tirar você desse lugar”, que projetou o cantor Odair José para o universo sentimentalóide da MPB.

O livro pode ser encontrado no site https:www.editorapenalux.com.br./loja/torturas-de-amor


*Paulo Caldas é escritor

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