Arquivos Cultura E História - Página 132 De 370 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

Além das circunstâncias

*Por Paulo Caldas As circunstâncias descritas por Bruna Estima Borba, neste “Vivendo as circunstâncias” (Novoestilo-Edições do Autor; edição, capa e projeto editorial Salete Rego Barros), não foram mero exercício de memória, mas surgiram da criatividade, tantas vezes bem-humorada, mesmo em situações adversas concebidas pela autora, numa dinâmica que envolve o leitor. A diversidade vocabular acompanha a época em que nasceram as cenas, um truque sutil, sem falar no primoroso desdobramento das tramas, em confrontação ou sequência, como se Bruna estivesse na sua alça de mira as letras de Lygia Fagundes Telles. Tal recurso cede ritmo e mantém a toada que ressoa ao longo da escrita. A escritora lida com as palavras com invejável intimidade, como se fossem amigas de infância. Assim amplia o mundo restrito da pensão de dona Lia num universo de pessoas de perfis insólitos, quando, por exemplo, encontra vestígios do fantástico num papagaio fofoqueiro que vira confidente da cozinheira em troca de guloseimas. Este animal, estimulado pelo hóspede Heitor, torna-se “leitor assíduo” e repete frases emblemáticas: “O poeta é um fingidor” ... Embora sem revelar detalhes do perfil físico dos personagens (deixa a critério do leitor), a autora vai além do psicológico, e no exótico revela cacoetes, manias inusitadas, como as da personagem Stelinha, que coleciona calçolas, fetiche e símbolo do seu matrimônio. *Paulo Caldas é Escritor

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3ª Jornada de Estudos do Documentário debate cinema, cultura e educação

Com o mote "Documentário e Educação", a Jornada de Estudos Documentais (JED) realiza a sua III edição, entre os hoje (22) e o dia 26, com programação totalmente gratuita e online. A JED deste ano conta com mesas acadêmicas, conferências e exibição de filmes da Mostra Competitiva, Mostra Cinema - Educação, além da exibição do longa metragem convidado “Muribeca”, de Camilo Soares e Alcione Ferreira, aclamado pela presença em renomados festivais nacionais e internacionais. Inicialmente, a jornada despontou como simpósio acadêmico e de extensão universitária, mas desde a sua segunda edição vem expandido a programação, tornando-se um evento de âmbito nacional. A JED hoje abrange tanto o público em geral e pesquisadores interessados no estudo mais profundo do domínio audiovisual em suas múltiplas práticas. O mote deste ano, "Documentário e Educação", é motivado pelo centenário de nascimento de Paulo Freire. A Jornada de Estudos Documentais é promovida pelo Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), por meio do Bacharelado em Cinema e Audiovisual, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM), e produzido pela Jaraguá Produções. Mostra Competitiva - A Mostra Competitiva contará com exibição de 57 curtas e médias documentais, divididos em oito sessões temáticas. A primeira sessão é a “Janelas da Pandemia”, que são filmes ambientados no momento pandêmico; “Os caminhos que trouxeram até aqui” traz obras que abordam ancestralidade e espiritualidade; “Costura de Afetos” com filmes que retratam trajetórias pelo olhar afetivo; a “Bem-Te-Vi” conta com obras de temáticas LGBTQIA+; “A Ficção do trabalho” apresenta filmes sobre as atividades humanas do trabalho; “Ruínas do presente” contém obras sobre memórias e o tempo, “De qualquer maneira, vou ficar na história” reúne filmes com histórias de personagens encantadores do cotidiano; e “O que insiste” apresenta documentários sobre a ditadura militar. Mostra Cinema Educação - A JED deste ano terá a Mostra Cinema-Educação, reunindo 26 filmes produzidos em diversos contextos educativos. São obras que foram produzidas em disciplinas ou cursos voltados para o cinema, que abordam temas que debatem a relação entre cinema e educação ou que fazem reflexões sobre processos educativos. Entre as obras estão os filmes do programa “Andanças”, iniciativa que promove a democratização do cinema através da exibição de filmes, debates sobre gênero e diversidade dentro das escolas públicas. Serão exibidos os filmes “Por um vôo” e “Mudanças”, produzidos por alunas da Rede Pública que fizeram parte da formação oferecida pelo “Andanças” sobre produção de narrativas audiovisuais. Outro destaque na temática educação é o projeto Coque Vídeo, que promove arte periférica por meio de formação e experimentação audiovisual voltado para crianças e adolescentes da Comunidade do Coque, em Recife. Serão uma série de oito filmes produzidos pelos estudantes do curso de formação do projeto. Uma delas é o “Brega Protesto”, filme criado em parceria com o Grupo AdoleScer e outros movimentos sociais, vencedor do FestCine - 2019, na categoria videoclipe. Os filmes da mostra estarão disponíveis para serem assistidos gratuitamente de 22 de novembro no site do evento (https://jornadadocumentario.com.br/). Além da exibição das obras, durante todos os dias da JED ainda terão debates com os realizadores dos filmes, em dois horários diferentes, às 18h e às 19h. Na sexta-feira (26), às 19h, a programação documental encerrará com o longa convidado “Muribeca”, de Camilo Soares e Alcione Ferreira, que marcou presença em diversos festivais do Brasil e do Mundo. O filme retrata como os moradores do Conjunto Residencial Muribeca, no bairro de Jaboatão dos Guararapes, sentem o apagamento da comunidade e suas histórias, laços afetivos e memórias vividas naquela região. Mesas e Debates – A jornada também conta, nos cinco dias de evento, com 15 mesas que irão debater temas diversos que abordam a relação do cinema documentário com pedagogia; processos criativos; propaganda e retórica; fricções, paisagens e temporalidades; questões indígenas; lutas sociais e coletivos; práticas cinematográficas experimentais; entre outros. A programação dos debates está disponível no site e todas as mesas serão transmitidas online por meio da plataforma Zoom. Conferências - A programação também terá duas conferências com convidados especiais. Na terça-feira (22), às 19h, será com Amaranta César. Renomada professora do Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), ela acumula inúmeras participações como curadora, membro de júri, palestrante e conferencista. Já na sexta-feira (26), às 10h, será com Cezar Migliorin, professor de Cinema e membro do Programa de Pós-Graduação em Comunicação na Universidade Federal Fluminense (UFF). Coordenador do projeto nacional de cinema, educação e direitos humanos: Inventar com a Diferença. As duas conferências serão transmitidas por meio de Zoom e pelo Youtube do evento. O evento é incentivado pelo Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), via Fundação de Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) da Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco. A inscrição para assistir às mesas é única, sendo válida para todas as atividades acadêmicas e podem ser realizadas gratuitamente pelo formulário do festival até dia 22 de novembro. A organização da III Jornada de Estudos do Documentário também confere certificado de participação. Para mais informações sobre a programação de filmes, debates ou conferências, basta acessar o site ou Instagram do evento. III JORNADA DE ESTUDOS DO DOCUMENTÁRIO Data: 22 a 26 de novembro Inscrições: https://bityli.com/hKymLZ Site: https://jornadadocumentario.com.br/ Instagram: https://www.instagram.com/jornadadocumentario/

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Exposição celebra 80 anos de Maximiano Campos

Da Fundaj Muitos escritores e poetas sonharam ao longo da História da Humanidade com a imortalidade de seu nome e obra. Com a exposição “O Domador de Sonhos: 80 anos de Maximiano Campos”, lançada na última sexta-feira (19), o escritor e contista pernambucano alcança este feito. A montagem produzida pela Biblioteca Blanche Knopf, da Fundação Joaquim Nabuco, ocupa a Sala de Leitura Nilo Pereira até 31 de janeiro de 2022. As visitas acontecem de segunda a sexta-feira, 10h às 17h. Amigos e admiradores comemoraram a vida de Maximiano Campos, falecido desde agosto de 1998, aos 57 anos. Uma perda precoce, mas cujo tempo foi suficiente para lançar mão de uma obra profunda e que seria acolhida por tantos nomes importantes. Atestam isso Raimundo Carrero, Gilberto Freyre, Carlos Drummond de Andrade, Ariano Suassuna e Frederico Pernambucano de Melo, cujos depoimentos estampam uma das paredes da sala. Filho de Maximiano, o presidente da Fundaj, Antônio Campos, escolheu falar de seu pai pela vocação e paixão nutridas em vida. “Ele foi antes de tudo um escritor, mas era também um profundo leitor”, disse. Antônio recordou os títulos lançados com edição sua: “Do amor e outras loucuras” e “Lavrador do tempo”; revelou que ainda existem dois romances a serem publicados e confidenciou que costuma ir a biblioteca da casa do pai em busca de discernimento. Em vida, Maximiano cravou um de seus títulos na seleta lista de grandes obras pernambucanas, com “Sem lei nem rei”. Mas não são poucos os contos que impressionaram leitores e críticos literários. Ele foi um assíduo colaborador do Diario de Pernambuco, como atestou o jornalista e chefe de Gabinete da Fundaj, Marcos Prado. “O seu texto era impecável e não se encontrava o menor deslize literário." Era reconhecido como um dos melhores colaboradores do jornal, de acordo com ele. "Em Maximiano as palavras abstratas adquirem um tom agreste, tornam-se quase palpáveis, como é próprio do Nordeste. Ele continha um lirismo e magia próprio do Movimento Armorial”, descreveu o diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte, da Fundaj, Mario Helio, que dedicou parte de sua fala à leitura do conto “A força do mágico”, do homenageado. Presente na solenidade, o secretário de Cultura de Pernambuco, Gilberto Freyre Neto lembrou da relação de amizade de seu pai com o “Tio Max”. Ainda entre as presenças ilustres, a antropóloga e escritora Fátima Quintas, representando a Academia Pernambucana de Letras (APL), e o servidor aposentado da Fundaj Marcelo Peixoto, amigo de Maximiano da Geração de 1965. O lançamento da exposição contou, ainda, com performances do grupo Literatrupe. “Do amor e outras loucuras” e trechos de “Sem lei nem rei”. Encerrando sua participação com versão do frevo “Serpentina Partida”. A obra de Maximiano Campos pode ser conferida nesta mostra e na Biblioteca Blanche Knopf, da Fundaj, em Apipucos, no Recife. Uma de suas colaborações mais conhecidas é o prefácio que fez para A Pedra do Reino, de Ariano Suassuna. No poema “Domador de sonhos”, que nomeia a exposição, ele se descreve como “guardião de uma loucura mansa e um profeta sem seguidores”. Contrariando o público significativo que se reuniu para celebrar sua vida e obra que continua a reverberar e agora alcançará novos leitores.

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Dia Internacional da Pesca é comemorado em Jaboatão dos Guararapes

O Dia Mundial da Pesca será no próximo domingo (21) e para comemorar esta data, o Coletivo Ocupe a Peixaria faz trabalho de conscientização. Na pauta com os pescadores da colônia Z-25 e membros do Coletivos falaram sobre preconceito racial, melhorias da pesca artesanal em Jaboatão dos Guararapes e como Governo Federal e municipal são ausentes em dados sobre a pesca, também o papel da universidade na pesquisa sobre a pesca e os trabalhos com a comunidade pesqueira. O Dia Internacional da Pesca foi estabelecido em 1998 como uma oportunidade para a reflexão sobre o estado dos oceanos, peixes, pescadores e comunidades costeiras. Para celebrar esta data, o Ocupe a Peixaria – coletivo em defesa dos pescadores e pescadoras artesanais de Jaboatão dos Guararapes – fez uma visita para poder conversar com os pescadores entendendo as suas dificuldades em trabalhar durante a pandemia e o preconceito que sofrem. Porque de acordo com dados do Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2019, mais de 80% das pescadoras e pescadores são negras e negros, o que revela um profundo racismo ambiental e institucional no processo de desmonte das políticas públicas e assistência à categoria. Fábio é pescador da Z-25 e faz alguns bicos de pedreiro para complementar a renda, ele relata sobre o preconceito por ser negro que sofreu e a dificuldade de viver da pesca artesanal “Eu e minha esposa que também é negra já fomos barrados de entrar num certo estabelecimento. A discriminação é muito grande por ser nego e isto precisa diminuir, pois somos todos iguais. Desejaria que a nossa batalha aqui dos pescadores pudesse melhorar e essa discriminação contra a nossa cor acabasse” A pesca artesanal é importante para a economia e subsistência dos que vivem no litoral pernambucano e é por meio do mar que os pescadores tiram seu sustento como fala o engenheiro de pesca Vanildo Souza Oliveira, Prof., Dr. do Departamento de Pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), “A produção de alimento da pesca artesanal tem o papel social importantíssimo de dar esse suporte a essas comunidades. No estuário norte onde está localizado o canal de Santa Cruz, Ilha de Itamaracá que é o município que tem o maior número de pescado de Pernambuco. A pesca artesanal é importante para a economia, mesmo que uma pessoa esteja desempregada aquele indivíduo sabe que na maré vai conseguir pescar um caranguejo ou sururu e depois vender para ter o que comer. A pesca artesanal é importante também para as mulheres que são maioria em Itamaracá na coleta dos mariscos e estas conseguiram ter o reconhecimento e a valorização como profissional pelo INSS. No entanto, deve-se ter atenção para a exploração excessiva e é um fator que preocupa tanto as autoridades, como ambientalistas para manter o equilíbrio desses ambientes tão sensíveis atualmente.” A ausência do Governo brasileiro com os pescadores artesanais vai na falta de dados sobre a atividade pesqueira, já que o último levantamento foi em 2011. Contudo, a pesquisa mais recente é da Auditoria da Pesca no Brasil 2020, documento realizado pela ONG Oceana, mapeou os 118 principais estoques pesqueiros do país. Destes, apenas 7 dispunham de avaliações atualizadas, o que representa 6% do total explorado comercialmente, ou seja, o Brasil não tem ideia de 94% de sua produção pesqueira. Sobre essa falta de dados, de acordo com Vanildo Oliveira, a falta de informação prejudica a pesca em Pernambuco e no país “o Brasil é um dos poucos países do mundo que não coleta dado sobre a pesca no país, com essa desinformação não tem como estimar o quanto e o que pode ser explorado. Quando tinha o Ministério da Pesca houve a tentativa de estruturação e de manter os dados coletados pelo IBAMA e por questões políticas com o encerramento do Ministério o setor pesqueiro é uma secretaria do Ministério da Agricultura que não tem corpo técnico suficiente para tocar um setor tão importante quanto esse no Brasil e isso reflete justamente na situação que a pesca artesanal se encontra atualmente”. O Ocupe a Peixaria tem seu trabalho como de conscientização e trazer informação, Allen Jerônimo, Idealizador e diretor do coletivo fala um pouco do seu trabalho com os pescadores de Jaboatão dos Guararapes “A parceria com a colônia dos pescadores e pescadoras da Z-25 e de todo Jaboatão ela já acontece há muito tempo. Desde a minha adolescência vivo neste ambiente costeiro e na pesca artesanal, após a criação do Ocupe a Peixaria em 2019 a união se consolidou e se iniciou uma série de atividades com esta e outras associações pesqueiras, abraçando a causa e a luta na comunidade dos pescadores. Porque esta classe fica à mercê de políticas públicas e ficam isoladas sem apoio nenhum, nosso papel enquanto ativistas é trazer informações sobre seus direitos e levar para a população em geral as ações que a comunidade pesqueira vem fazendo. Com isso, nosso coletivo percebeu esta dificuldade e resolveu criar o documentário ‘Rede de Arrasto’, com o objetivo de trazer essas informações, denúncias e contações de vitórias da classe pesqueira. Também foi idealizado para escutar a voz da mulher pescadora na orla de Jaboatão e ausência de ações do município com estes trabalhadores e documentar tudo isso para que a sociedade conheça mais de perto este mundo tão lindo que é a pescaria”. Sobre o Dia Mundial da Pesca, Jerônimo complementa “Esta data é para comemorarmos bastante nossas conquistas e nossos avanços. Tanto na colônia quanto também no Ocupe a Peixaria, nós passamos por uma pandemia e foi muito difícil seguir com esse trabalho voluntário, mas eu sinto que é momento festejarmos, procurar a valorização e chamar a atenção da sociedade que existe uma classe pesqueira forte” Para o Dia Internacional da Pesca é importante ressaltar o trabalho que a universidade vem fazendo com os pescadores e a sociedade, mas para isso faltam recursos e políticas públicas como relata o Prof. Vanildo Oliveira “a academia tem o papel importante em estudar os seus comportamentos, suas técnicas, tradições

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Lanterna Mágica: projeto reúne textos e ilustrações inspirados em jornais pernambucanos do século XVIII

Ser um canal de ruptura de narrativas tradicionais é um dos objetivos do novo projeto do artista visual Fernando Rezel, o Lanterna Mágica. Com ilustrações construídas digitalmente, o projeto, lançado oficialmente no último dia 10 de novembro e que segue até o final de 2021, trabalha expressões artísticas que se traduzem em textos poéticos com identidades visuais próprias. O nome “Lanterna Mágica” surge a partir de um dos jornais publicados em Recife, no século XVIII, e encontrados a partir de uma pesquisa artística no acervo da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). Como jornal satírico, os textos e charges se concentravam em discursos críticos sobre as ações de personagens no centro da política pernambucana da época, sobre questões sociais como a escravidão, acontecimentos sociais como bailes e horários de trens que andavam pelo estado. “O nome permanece neste projeto não pela sua característica histórica que envolve o jornal, mas pelo sentido que representa. Nosso objetivo é formar uma série de obras que ilustrem a relação entre a época e a realidade política atual, além de trazer elementos sobre religião, regionalidade, entre outras temáticas”, explica Fernando. Lançadas digitalmente, as obras estão presentes no Instagram oficial do projeto. Rezel, nascido no interior Pernambucano, no município de Garanhuns, entende que arte serve não apenas para romper barreiras sociais, mas físicas. “Mesmo com todas as narrativas enfrentadas enquanto artista LGBTQI+ morando no interior, lanço o Lanterna Mágica propondo a arte digital como um canal de quebra; um veículo que reflete a arte não em um espaço físico, como uma galeria de arte, que também é fundamental para a criação e conhecimento, mas um espaço liberto de paredes, fluido e de maior acessibilidade”, comenta o artista visual. Com a construção textual, conceito e ilustrações inéditos, o Lanterna Mágica reúne 11 ilustrações e 11 poemas. Conheça os títulos das obras: 1) Tardígrado; 2) O sólido espaço da incerteza; 3) O descanso; 4) O ato de abrir a boca e não falar nº1; 5) O ato de abrir a boca e não falar nº2; 6) Leitura do destino noturno; 7) Diário. 14 de outubro, 2019; 8) Mary V., Mary V.!; Cangaço Cyberpunk Cut [(9) O sol; (10) Mãe; (11) Recife em Chamas]. A obra Cangaço Cyberpunk Cut possui três ilustrações que serão complementares. O projeto é contemplado pelo Prêmio Armando Rocha, incentivado pela Lei Aldir Blanc de Garanhuns no ano de 2021.

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Tatuagem, da ideia até a montagem

Da Cepe A Cepe publica um livro fundamental para jovens cineastas e interessados na nova produção audiovisual brasileira: A invenção de Tatuagem. Ricamente ilustrado, o título aborda o processo criativo do cineasta pernambucano Hilton Lacerda, Tatuagem (2013), que em 2015 entrou para a lista da Associação Brasileira de Críticos de Cinema entre os 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. A publicação é resultado de pesquisa feita pelos autores: Paulo Cunha, Marcos Santos e Georgia Cruz. Eles narram o processo criativo em todas as etapas do primeiro longa de Hilton, desde a ideia inicial até a montagem. O lançamento será no próximo dia 20, às 17h, no pátio térreo da Fundaj do Derby. O evento acontece logo após a exibição do filme, às 15h, na Sessão Cinemateca no Cinema da Fundação. A entrada é gratuita, mas terá limite de 100 espectadores na sala. A Fundaj adotará o protocolo anti-Covid. "A Cepe tem se interessado cada vez mais em abordar a produção audiovisual pernambucana no seu catálogo, e A invenção de Tatuagem faz parte desse caminho. É um livro que traz o efervescente processo criativo e as várias etapas de elaboração do longa de Hilton Lacerda, com um mergulho não só no filme como produto final, mas também nas pesquisas, discussões e histórias que fomentaram a obra", define o editor da Cepe, Diogo Guedes. Para quem não assistiu ao filme, Tatuagem conta o romance entre Clécio, líder de um grupo teatral, o Chão de Estrelas, e Fininha, um soldado do Exército brasileiro. A história se passa em Olinda, em 1978, nos primeiros anos da ditadura militar. No livro os autores contam que a obra faz referências afetivas ao grupo de teatro Vivencial, ao ator Pernalonga, ao pop-filósofo Jomard Muniz de Britto e ao diretor Guilherme Coelho. Quando ainda elaborava a ideia do longa, o cineasta chegou a pensar em fazer um filme baseado no romance Orgia, do escritor argentino Túlio Carella, que viveu no Recife nos anos 1960. Outra possibilidade era um documentário sobre o escritor Jomard Muniz de Britto, que segundo Hilton é o maior articulador entre a vida boêmia, marginal e a vida acadêmica. Numa conversa com o escritor João Silvério Trevisan, o diretor foi aconselhado a abordar ficcionalmente o universo do Vivencial, conhecido como o território da diferença na época em que existiu, ocupado por transformistas, favelados, gays e héteros, professores e estudantes universitários, militantes de esquerda e gente do povo. Uma vastidão humana e a oportunidade de contar várias histórias em uma só, abordar vários temas que vinha estudando, como sexualidade, contracultura, a importância do próprio Jomard num cenário de resistência e a vida recifense. Todo esse universo faz parte do livro, a força da prosa poética de Jomard no prefácio, a construção do argumento, a discussão cinematográfica sobre o âmbito do Super-8, enfim, um filme contemporâneo a partir da ótica passada. Os três autores leram diferentes tipos de tratamentos do roteiro, estudaram fotografias de cena, consultaram materiais da direção de arte, como cenografia, figurinos e adereços, assim como retornaram às obras que inspiraram o diretor: livros, filmes e histórias. A pesquisa foi realizada no campo dos programas de pós-graduação em comunicação e em design da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Diretor e roteirista de Tatuagem, Hilton Lacerda diz que o livro é uma janela interessante para compreender processos e escolhas e criar a sensação de proximidade na realização do filme. "Pessoalmente, e acredito que para todos que participaram do projeto, adiciono uma forte dose de paixão por ver as memórias eclodirem de maneira tão viva no livro. E isso nós precisamos muito: manter-nos atentos e provocadores, mesmo sob as nuvens cinzas que pairam sobre o nosso País", enfatiza. A invenção de Tatuagem é ricamente ilustrado, com fotos do diretor de fotografia Ivo Lopes, do fotógrafo Flávio Gusmão e do autor Marcos Santos, sem falar das imagens anteriores às filmagens que são de outros fotógrafos, como Ana Farache, que cedeu imagens do Vivencial. O projeto gráfico da designer Sandra Chacon, traz para o leitor a estética do filme. "A Cepe é provavelmente a única editora no Brasil com coragem para bancar uma edição dessas a preço acessível. O catálogo da Cepe demonstra um cuidado todo especial com o cinema feito em Pernambuco, publicando livros com roteiros e pesquisas relevantes", enfatiza Paulo Cunha, autor de Geneton - Viver de ver o verde mar (Cepe 2019), em coautoria com a jornalista e fotógrafa Ana Farache. O escritor tem ainda outro título pela Cepe, também com a abordagem do audiovisual, A aventura do Baile Perfumado: 20 anos depois (2016), escrito em parceria com a jornalista Amanda Mansur.

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Os novos baianos e os anos 1970 são temas do Sonora Coletiva

Acontecimentos políticos ocorridos no final dos anos 1960 e ao longo da década de 1970 marcaram a história do país pelo endurecimento da repressão imposta pelos militares. Sobretudo a partir da edição do AI-5, em 1968, que estabeleceu a censura e o fim das liberdades individuais e de manifestação política. Mas também entraram para a história como o ponto alto da contracultura a partir do surgimento do Tropicalismo e, na esteira do movimento, de muitos outros artistas e grupos musicais. Um dos grupos mais importantes criados na época foi o ‘Novos Baianos’, formado por Moraes Moreira, Galvão, Baby, Paulinho Boca de Cantor, Pepeu e outros grandes músicos. Com uma musicalidade original, que misturava samba, sons regionais e rock and roll, e uma atitude culturalmente transgressora, que flertava com o modo de vida dos hippies norte-americanos, os Novos Baianos criaram alguns dos álbuns mais cultuados da nossa MPB, a exemplo do clássico Acabou Chorare. E experimentaram na prática esse novo estilo de vida. Essa história será o tema do bate-papo com a produtora e escritora paulista Marília Aguiar, que participou ativamente da trajetória do grupo e a contou no delicioso livro ‘Cai na estrada com os Novos Baianos’, na hoje (dia 18/11), às 19h. O livro é um dos finalistas do Prêmio Jabuti 2021 na categoria Biografia, Documentário e Reportagem. O novo episódio do Sonora será transmitido pelo Canal multiHlab, no YouTube, como parte das atividades do Sonora Coletiva, vinculado à Revista Coletiva, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Participarão da conversa os editores Allan Monteiro, Cristiano Borba e Túlio Velho Barreto. Segundo o diretor, autor e produtor Caco Hamburger, “as Novas e os Novos Baianos tiveram a coragem de quebrar paradigmas, de enfrentar a barra pesada da ditadura militar e ainda fazer música da mais alta qualidade que até hoje é referência. Marília viveu essa história com a mesma intensidade e paixão com que a recontou no seu primeiro livro”. Com o livro, destacam os editores do Sonora, Marília Aguiar deu outra dimensão ao protagonismo feminino na história dos Novos Baianos, até então praticamente resumido à presença de Baby Consuelo (hoje, do Brasil) no grupo. SERVIÇO LIVE – OS NOVOS BAIANOS E OS ANOS 1970 SONORA COLETIVA conversa com MARÍLIA AGUIAR Autora do livro ‘Caí na estrada com os Novos Baianos’ 18 NOVEMBRO (quinta-feira) - 19h - Canal do multiHlab no YouTube Participações - Allan Monteiro, Cristiano Borba e Túlio Velho Barreto (Fundaj)

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Circuito Aurora Instrumental retorna ao Teatro Arraial

O Circuito Aurora Instrumental volta ao palco do Teatro Arraial Ariano Suassuna, na Rua da Aurora, Centro do Recife, para uma nova temporada de concertos presenciais. Consolidado como um espaço de expressão da diversidade, tradição e renovação da música instrumental pernambucana, o festival retorna com uma edição de espetáculos inéditos para o público: o Aurora Convida. Grupos e artistas se apresentarão com instrumentistas convidados, encontros que possibilitarão criar novas sonoridades, dinâmicas e desafios, agregando diferentes linguagens. O evento, que foi contemplado pela seleção pública do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), vai promover oito concertos entre os dias 19 de novembro de 11 de dezembro, com programação às sextas-feiras e sábados, sempre a partir das 19h30. “O Aurora permanece com a proposta de valorizar os artistas de vanguarda da música instrumental assim como os jovens talentos de alta qualidade técnica, e que estão ativos em seus respectivos processos criativos”, explica o produtor executivo do Aurora Instrumental, Félix Aureliano, que ao lado de Gilú Amaral também é responsável pela idealização e curadoria do circuito. O Henrique Albino Quarteto abre a temporada de shows no dia 19. Liderado pelo talentoso compositor e multi-instrumentista Henrique Albino, o grupo vai tocar composições do disco recém-lançado “Música Tronxa”, trabalho que traz um novo conceito para analisar as músicas que unem a intuição e a matemática para gerar novas sensações e estéticas. É esperado do quarteto um show sofisticado de música instrumental, que terá como convidado o guitarrista e violonista Breno Lira. Professor do Conservatório Pernambucano de Música e do Centro de Educação Musical de Olinda, Breno é integrante da Orquestra do Maestro Duda, Treminhão e do Ave Sangria, e mestre em Música/Performance em Jazz pela Universidade de Aveiro (Portugal). Há um bom tempo na estrada, a Joinha’s Band vai mostrar seu repertório autoral, que mistura punk, hardcore, groove e free jazz. O trio de músicos excelentes, conhecido na cena instrumental underground de Recife, vai tocar ao lado do trompetista Márcio Oliveira, que apresenta no instrumento uma linguagem expressiva, regional e inovadora, e já lançou um disco solo e acompanhou artistas como Otto, Di Melo e Maestro Forró. Amigos e parceiros, eles vão mostrar uma interação sinérgica e intensa no palco do Aurora. Para quem sente saudades da música da Saracotia não pode perder a apresentação do grupo no Aurora. “Conhecida por ser uma banda de identidade própria, embora tenha influências do choro, forró e do jazz, Saracotia promete um show carregado de memórias afetivas e também com muita energia e uma sonoridade diferente, já que terá como convidado o incrível Cláudio Rabeca. Eles nunca tocaram juntos. Cláudio é um músico experiente, ele explora toda versatilidade da rabeca brasileira e mostra que pode tocar qualquer coisa com o instrumento”, explica o diretor artístico do Aurora, Gilú Amaral. Laís de Assis, que vem desenvolvendo uma linguagem singular e vibrante em relação a viola de dez cordas brasileira, apresentará ao público do Aurora um passeio sonoro pelo seu repertório autoral e por releituras das obras de grandes compositoras e compositores nordestinos. A artista terá como convidado especial o trombonista Nilsinho Amarante, referência nacional na linguagem do trombone para a música popular brasileira, com destaque para o frevo pernambucano. Já a Mabombe promete um show dançante e cheio de groove para esta edição do Aurora Convida. O grupo, que já está há 12 anos na estrada e dois discos gravados, tem como característica a experimentação sonora livre. A Mabombe vai dividir o palco com o multi-instrumentista Júnior do Jarro – pela primeira vez - abrindo ainda mais as possiblidades sonoras para o concerto. Experimental - O Aurora também abraça a música instrumental do interior do estado. De Garanhuns, o circuito trouxe o percussionista Nino Alves. Inventivo, intuitivo e criador de instrumentos musicais, Nino apresentará temas do seu show "ExperimentaSons" e também composições do repertório do seu convidado, o saxofonista, arranjador e compositor Parrô Melo, que é fundador da Orquestra Bomba do Hemetério. Muitas expectativas em torno desse show que vai unir a criatividade percussiva de Nino com a experiência musical de Parrô. Uma das apostas dos curadores é a Makamo Quinteto, formada por musicistas, compositoras, alunas e professoras do Conservatório Pernambucano de Música. O grupo lançou um EP neste ano e vai mostrar um repertório autoral, que passeia pelo frevo, forró, baião, choro, maracatu e ciranda, incluindo arranjos inéditos de novas composições. O grupo vai tocar com a percussionista Aishá Lourenço, veterana e dona de uma vivência musical amplificada, que agregará elementos eletro percussivos ao show. Será um encontro inédito, que deve elevar a potência sonora da Makamo. Encerramento – O concerto derradeiro desta temporada do Aurora será apresentado por Gilú Amaral e Rimas.INC (Clécio Rimas). Pode-se sintetizar a parceria entre o percussionista e o DJ e produtor como a música tecnológica e orgânica em perfeita harmonia, que mescla os instrumentos percussivos com as batidas eletrônicas da MPC – duas vertentes que estão em alta no mundo todo. A dupla vai mostrar um show essencialmente dançante, mas também experimental, misturando essas duas vertentes que serão reforçadas pelo convidado DeCo N., artista sonoro e compositor de música eletrônica. DeCo N é professor do curso de Tecnologia em Produção Fonográfica de Música Eletrônica da Universidade Anhembi Morumbi. SERVIÇO: Aurora Convida Período: às sextas-feiras e sábados, de 19 de novembro a 11 de dezembro de 2021. Horário: às 19h30 Local: Teatro Arraial Ariano Suassuna (Rua da Aurora, nº, Boa Vista, Recife – PE) Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia). Vendas: Bilheteria do Teatro Arraial (abre 1 hora antes do show) e no https://www.sympla.com.br/aurorainstrumental **PROGRAMAÇÃO AURORA CONVIDA** 19/11 – Henrique Albino Quarteto convida Breno Lira 20/11 - Joinha’s Band convida Márcio Oliveira 26/11 – Makamo Quinteto convida Aishá Lourenço 27/11 – Saracotia convida Cláudio Rabeca 03/12 – Mabombe convida Júnior do Jarro 04/12 – Laís de Assis convida Nilsinho Amarante 10/12 – Nino Alves convida Parrô Melo 11.12 – Gilú Amaral feat Rimas.INC convida Deco N

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As histórias e atrativos do Mercado Público de Garanhuns

*Por Caio Mateus Pessoa, especial para a Algomais O Mercado Público de Garanhuns 18 de Agosto comemora 54 anos de atividades. Fundado em 15 de novembro de 1967, o espaço é conhecido por oferecer a população produtos que os garanhuenses fornecem. Fora do Mercado, há um complexo que contém o Mercado Público de Farinha, feira livre, venda de artesanatos e o Beco do Fumo. O equipamento tem importância econômica, cultural e turística no Agreste Meridional. O Mercado 18 de Agosto foi fundado pelo então prefeito, Amílcar da Mota Valença, para oferecer aos produtores de carne e outros gêneros alimentícios um local para vender suas mercadorias. O nome do mercado tem a data da vitória de Valença nas eleições municipais de 1963. Naquele mesmo ano foi iniciada a construção do espaço como fala o historiador e pesquisador Cláudio Gonçalves. “Ao assumir o cargo em 15 de novembro de 1963, Amílcar da Mota Valença tinha em sua plataforma de governo a construção de duas obras de relevantes serviços para população: o mercado público e um colégio de grande porte para os estudantes garanhuenses. O local escolhido para construção pelo prefeito foram alguns antigos prédios onde funcionavam um pequeno mercado e o Empresa de Melhoramentos de Garanhuns (Serviços de Abastecimento de Água e Luz de Garanhuns – SAALG e atual Mercado de Farinha). Esses edifícios eram pertencentes ao município. Já a denominação Mercado Público Municipal 18 de Agosto, ou simplesmente Mercado 18 de agosto, foi uma escolha do próprio prefeito Amílcar da Mota Valença. A data foi marcante em sua vida política, o dia em que foi eleito prefeito de Garanhuns, 18 de agosto de 1963, derrotando o respeitável professor Petrônio Fernandes da Silva”. . . Atualmente o 18 de Agosto tem 163 boxes e destes 80% estão em funcionamento. Os clientes podem encontrar no local serviços e produtos como: lanchonete, carnes, roupas, sapatos, café, feijão, milho e etc. Tudo com preço popular. Givaldo Calado, Secretário de Turismo e genro do ex-prefeito Amílcar Valença complementa um dado histórico do espaço: “O Mercado 18 de Agosto tem uma história linda e exemplar que começa na Alemanha. De repente, um prefeito da nossa cidade estava naquele país a convite de seu governo, conhece mercados como o “18” e diz a si mesmo ou aos seus botões: 'Vou levar a ideia pra Garanhuns e, lá, vou construir um'. Foi assim que nasceu o que a gente boa de Garanhuns passou a chamar de 'Shopping de Garanhuns'. O prefeito da época, Amílcar da Mota Valença, notabilizou-se pelo muito que fez em sua cidade nas duas de suas gestões (1963 a 1968 e 1973 a 1977) , mas o '18' não saía de sua cabeça. Ele teria sido sua obra maior e futurista. Por certo, à posteridade” . Sobre o que comemorar no aniversário do Mercado, José Luís de Andrade, administrador do 18 de Agosto nos fala um pouco sobre o que esse equipamento significa para ele e relata como foi dirigir este local durante a pandemia. “Comemoramos nestes 54 anos de existência do Mercado 18 de Agosto o seu tradicional comércio em seus mais variados segmentos. E também seus comerciantes, alguns deles estão desde a fundação em 1967, demonstrando  dedicação e carinho pelo mercado, como é o caso de seu Né marchante, Zito Santos entre outros. Mesmo aqueles que não mais comercializam vez por outra estão visitando o mercado para matar a saudade. E também comemoramos o fato de boa parte da população durante essas cinco décadas preferir fazer suas compras no Mercado 18 de Agosto, esse estabelecimento comercial tão importante para a nossa cidade. Foi difícil, mas conseguimos administrar seguindo os protocolos e orientações da nossa prefeitura através da Secretaria da Saúde de Garanhuns e a Vigilância Sanitária”. Próximo dali tem Mercado Municipal de Farinha, antiga Empresa de Melhoramentos de Garanhuns. Em matéria da Revista Ilustração Brasileira de 1924, o prédio já existia e a reportagem ressaltava o esforço do coronel José d’Almeida Filho para Garanhuns ter o abastecimento de água, luz e telefone com linhas urbanas e rurais. Neste ano,  o Mercado de Farinha foi interditado pelas más condições estruturais e os feirantes que ali trabalhavam foram transferidos para o 18 de Agosto. No mesmo complexo também existe o icônico Beco do Fumo, local que de início vendia somente fumo de corda ou conhecido também como “fumo de Arapiraca”. É possível encontrar também neste local ervas medicinais, temperos de cozinha, lambedores, garrafadas, colheres de pau até artesanato. O Beco serviu também de inspiração para elaborar um documentário homônimo do local e que foi produzido pelos alunos dos Professores Wilson Freire e Tiago Lira, na oficina Memória do Lugar (Audiovisual), dentro da Programação do 22º Festival de Inverno de Garanhuns. . . ESPERANDO POR UMA REFORMA Fora do 18 de Agosto tem uma feirinha onde é possível encontrar hortaliças, comidas típicas, café artesanal e até mel. Vendendo algum desses produtos há três anos, Betânia Lima vem de Miracica, Zona Rural de Garanhuns. Ela fala um pouco sobre a atuação da Prefeitura de Garanhuns e o potencial turístico que não é aproveitado. “Aqui já tivemos diversas conversas para algumas melhorias, mas ficou em promessas. A região daqui do Mercado 18 de Agosto poderia ter um olhar melhor das autoridades e enxergar aqui como um ponto turístico já que a gente tem coisas que os turistas gostam, mas até agora não vi mudanças por aqui.” . . Sobre a revitalização do Mercado 18 de Agosto, o secretário Givaldo Calado revela que há um planejamento dentro do poder municipal. “Temos, sim, um planejamento! O prefeito Sivaldo Albino conseguiu reunir um time muito bom, que conhece a sua cidade e que sabe dar o valor que ela merece, que sonha no dia a dia com seus encantos e, um deles, não tenham dúvida, é o '18'. O nosso gestor vive atrás de recursos para conferir à sua cidade as obras capazes de incrementar o turismo, fonte de geração de emprego e renda em todo o mundo, e nós estamos

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Museu de Poço Comprido celebra Semana da Consciência Negra

As comemorações alusivas ao Dia da Consciência Negra, no Museu Comunitário Poço Comprido, Zona Rural de Vicência, têm início a partir da próxima terça-feira (16), com encerramento oficial no dia 20. Este ano, a programação traz várias ações culturais, como oficinas, seminários, exibição de filmes, mostra gastronômica e apresentações de grupos de cultura popular. Desde 2008, o evento é realizado no local. A proposta é enaltecer a história e a produção dos artistas negros da região da Zona da Mata Norte, interior de Pernambuco. Este ano, o evento traz como tema: “Porque a arte nos faz viver e nos enche de esperança” - como forma, também, de celebrar a retomada das atividades culturais do museu, que ficou por quase dois anos sem atendimento ao público por conta da pandemia. Serão cinco dias de atividades, incluindo a primeira exposição permanente voltada à temática racial, que será instalada no museu, e também circulará por escolas da cidade. Trata-se da mostra “As memórias afro-brasileiras”, que busca retratar fatos vividos pela população negra no século XVI e XIX, na região do Vale do Sirigi, localizadas entre as cidades de Vicência (Mata Norte) e São Vicente Ferrér ( Agreste Setentrional). A iniciativa tem a curadoria dos professores, pesquisadores e produtores culturais, Joana D’ Arc Ribeiro e Uenes Gomes. Entre as atividades oferecidas estão as oficinas de artesanato da fibra da bananeira, ministrada pelas artesãs do Ponto de Cultura Poço Comprido; e também de dança-afro com o Mestre Meia-Noite. A primeira delas têm como público-alvo os idosos, e estudantes de escolas públicas da localidade. Na programação, uma diversidade de ritmos, sons, movimentos e artistas locais, regionais e internacional. Entre eles, o Grupo de Xaxado Cabras de Lampião, Assisão e o Coco Raízes de Arcoverde, de cidades do Sertão pernambucano. Também participar o Maracatu Raízes de Pai Adão, do Recife, entre outros. Há, ainda, apresentação híbrida do grupo africano, Grupo Netos de Bandim da Guiné Bissau, da África, que promete abrilhantar a festividade. Entre as atividades, também está prevista a realização do Seminário: “Respeito não tem cor, tem consciência”. Encontro terá a participação especial de Vera Baroni, feminista e ativista negra dos direitos humanos. A iniciativa é realizada pela Prefeitura de Vicência, por meio da Secretaria de Assistência Social, com apoio da Associação Filhos de Vicência (AFAV). É necessário realizar inscrição (https://forms.gle/dF89ccmJuxe2EDtV8) Escolas, instituições sociais, culturais, entre outros, que quiserem aproveitar para conhecer o museu, vão poder contar com visitas guiadas. De terça-feira, 16 até o dia 17, é cobrado uma taxa social, de R$10. Na sexta-feira, 19, a visitação será gratuita. Para agendar, basta entrar em contato com a responsável Joana D’Arc Ribeiro pelo telefone: (81) 9 9798.7117. Além disso, o evento abre espaço para gastronomia local e regional, com com receitas, pratos e delícias da cozinha afro, de origem da Zona da Mata e região. O cardápio é assinado pela chef e consultora em gastronomia, Andrea Hunka. Produções artesanais, de artistas da cidade e do entorno, vão integrar as atividades culturais, durante os dias da programação, em uma feira de artesanato. Uma das novidades desta edição da festividade da Celebração da Consciência Negra, é atrair o público interessado em acampar no Museu Poço Comprido. Experiência que une conhecimento, cultura e turismo. Neste caso, é necessário pagar taxa de R$40, que equivale a cinco dias de atividades. Agendamento pode ser feito pelo telefone: (81) 9 9638.2471. Dia da Consciência Negra - é celebrado em todo o território nacional, dia 20 de novembro. Evento tem como objetivo lembrar às lutas do negro Zumbi dos Palmares, morto por lutar contra a escravidão no Nordeste. A programação tem como proposta refletir sobre a importância dos negros na sociedade, elecando o protagonsimo do povo afro-brasileiros, que ainda tem que conviver com o preconceito e violência racial. O Museu Poço Comprido é um equipamento cultural oitocentista e remanescente do século XVIII. Desde de 2004, quando foi restaurado, a Associação dos Filhos de Vicência (AFAV) tem feito a gestão do espaço, com articulação de captação de recursos, atuando nas ações de políticas culturais de ocupação cultural do museu. Graças ao empenho da comunidade local e de instituições parceiras, vem conseguindo manter-se conservado, possibilitando a participação popular através das formações e dos eventos de cultura popular, educação patrimonial e cultura negra. O museu também é ponto de cultura, ponto de memória, e tem registro no IBRAM. Em 2004, abriu as portas oficialmente para visitação turística, sendo um dos principais produtos turísticos da região da Mata Norte, divulgando a história da “civilização do açúcar” de forma internacional, onde anualmente recebe cerca de cinco mil visitantes, entre nacionais e internacionais. *<<<<< Programação >>>>>>*  Datas: 16 a 20 Oficina da fibra da bananeira com as mestras Cosminha, Cida e Mazé. Público-alvo: Grupo de idosos do Povoado de Borracha, Zona Rural de Vicência. 17/11 - Quarta -feira Seminário: “Respeito não tem cor, tem consciência”. Apresentação  de Vera Baroni, feminista e ativista negra dos direitos humanos. Local: Auditório Frei Caneca, instalado dentro do Museu Poço Comprido. Horário: 9h 18/11 - Quinta-feira Encontro Afro Mirim Horário: 13h30 Público-alvo: Alunos da Creche Maria de Lourdes Monteiro, e do Centro Educacional Mãos de Luz, Vicência. 15h - Apresentação cultural Mamulengo Flor Mimosa, de Vicência. 19/11 - Sexta-feira 8h30 - Mostra Gastronômica afro-brasileira. 9h30 - Apresentação cultural Cacá Violeiro em um bate-papo “Discutindo racismo”, com  grupo “Sankofa” da Escola de Referência Padre Guedes, Vicência. 10h30: Seminário” As memórias afro-brasileiras do Vale do Siriji”. A mediação é da produtora cultural, Joana D’ Arc Ribeiro. Já a apresentação é do pesquisador, professor, Uenes Gomes. 12h30 - Entrega dos certificados do s cursos “Vale do Siriji e seus remanescentes engenhos de açúcar” e “Dança afro: identidade nossa” 15h - Visita guiada pelo Museu Comunitário Poço Comprido. 20h - Apresentação cultural do Maracatu Leão da Floresta de Vicência. 20h30 - Apresentação cultural híbrida do Grupo Cultural Netos de Bandin. 21h - Apresentação cultural do Coco Raízes de Arcoverde. 22h-  Apresentação cultural da Ciranda Bela Rosa, do Mestre Bi, de Nazaré da Mata. 20/11 - Sábado

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