Arquivos Cultura E História - Página 174 De 367 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

Escritor português publicará Diário em parceria com a Fundaj

Da Fundaj Antes mesmo de completar meio século, o escritor português Gonçalo M. Tavares, 49 anos, já imprimia sua marca neste mundo ora conturbado e sensível, arrancando elogios de nomes como José Saramago. Suas produções superam a casa das quatro dezenas, arrebatam leitores, chocam aos clássicos e causam rebuliço no mercado editorial. Pelo menos 45 países já acessaram uma de suas 220 traduções. Do mesmo modo está no teatro, nas artes visuais, em vídeo e ópera. A partir deste sábado (20), a Fundação Joaquim Nabuco, por meio da Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca), publicará, diariamente, no site oficial www.fundaj.gov.br e nas redes sociais uma reflexão inédita do autor. A iniciativa se dá em meio ao isolamento social adotado como medida para conter a crise sanitária que assola o globo, causada pelo novo coronavírus (Covid-19). “Neste momento, precisamos promover outras formas de intercâmbio. O convite a Gonçalo M. Tavares integra esse esforço no qual a Fundação Joaquim Nabuco vem operado para continuar presente, proporcionando debates e reflexões para atravessar este e outros momentos”, explicou o também escritor e presidente da Instituição, Antônio Campos. “Permanecemos comprometidos com a preservação histórica, mas atentos à atualidade. Gonçalo é um destes como Fernando Pessoa e Valter Hugo Mãe. Um nome para ser ainda mais conhecido, de olhos atentos e dedos afiados em um mundo em cheque — como na sua Jerusalém”, concluiu. O diretor da Dimeca, Mario Helio Gomes, ressalta que "Em tempos sombrios como os atuais, a arte que mescla inteligência e sensibilidade é a ferramenta ideal para que as cores, os ritmos, as linhas, volumes e luzes entrem na casa de cada um de nós”. A escolha pelo português, explica, se deu por se tratar de um dos melhores escritores da atualidade, que há meses desenvolve trabalhos com reflexões a respeito do assunto. No YouTube, há uma série de vídeos na qual o autor de títulos como Aprender a Rezar na Era da Técnica (Caminho, 2007) e Uma Menina está Perdida no seu Século à Procura do Pai (Porto Editora, 2014) sugere leituras e fala da experiência do confinamento. Todos os dias, escreve ao site do semanário lusitano Expresso o seu Diário da Peste. “Leio que algumas formigas conseguem comer e guardar algo no estômago sem digerir. Quando a comunidade precisa, elas regurgitam o alimento intacto para todos comerem. É um ‘estômago social’, dizem”, publicou na segunda-feira, também sobre protestos e festas escondidas. Na parceria, o autor publica o Diário Visual e Gráfico. Assim, reúne elemento imagéticos e organizacionais para experimentar outros tipos de poética. Como em O senhor Swedenborg e as investigações geométricas (Caminho, 2009), na qual mistura versos às figuras de triângulos, quadrados e círculos. Agora, diz compor uma literatura feita do material visual do mundo. “Em tempos estranhos, é necessário utilizar o material da estatística, das notícias e colocá-los no centro da criação. Apontamentos rápidos sobre os humanos e suas tragédias, amores e alegrias, micronarrativas e aforismos”, revela Gonçalo M.Tavares. Para se ter ideia, a edição europeia de 1001 livros para ler antes de morrer incluiu Jerusalém (Caminho, 2004), ao ‘guia cronológico dos mais importantes romances de todos os tempos’. Não por acaso, o título recebeu o Prêmio Literário José Saramago, em 2005. “Gonçalo M. Tavares não tem o direito de escrever tão bem apenas aos 35 anos. Dá vontade de lhe bater”, disse o próprio Saramago, durante o discurso de entrega do prêmio. Também promoveu o livro ao conjunto de obras da ‘grande literatura ocidental’. Em 2007, Jerusalém levou o Prémio Ler/Millenium e o brasileiro Telecom de Literatura (atual Oceanos).

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Crítica Literária: O espetáculo da ausência

*Por Paulo Caldas Respeitável público! Vos convido a assistir ao “O espetáculo da ausência”, sequência de contos de Ney Anderson, lançado este ano pela Editora Patuá, com Ilustração, projeto gráfico e diagramação de Leonardo Mathias. A partir de "Máscara Rasgada", conto de abertura, o autor envolve os detalhes com discrição, mas apego aos axiomas de uma refinada técnica, percebida em sutis passagens de tempo, por exemplo.  Ney despreza os atalhos que conduzem ao happy end, inverte a bússola e vai à realidade e é este o conteúdo dos seus textos; o clima de um cotidiano sem doçura, esculpido ao cinzel do normal, e o normal é assim: o duro gemido do mundo. Neste espetáculo de ausências não se assiste à interpretação de meros atores literários, porém personagens legítimos, vivos, bentos pelo infortúnio, imiscuídos à perversão do conviver, da solidão, essa fera voraz devoradora do tempo, que faz os relógios caminharem lentos no entender do poeta Alceu. O livro de Ney faz morada no Recife, virtude que motiva o leitor a caminhar com ele pelas praças, ruas e becos desse Burgo Maurício, presença marcante nas letras de Pena, Bandeira, Mota, Domingos, Jordão, Gilvan Lemos, Carrero e nem sei quem mais. O fim de cada conto (notável pela construção do clímax narrativo) aflora a expectativa de que a história seguinte traga o mesmo abraço de emoção que o autor oferece na história anterior. Ao nascer, “O espetáculo da ausência” recebeu merecidas bênçãos de notáveis da literatura daqui, a exemplo dos acadêmicos Cícero Belmar e Raimundo Carrero, além dos cumprimentos gaúchos do prestigiado escritor Luiz Antonio de Assis Brasil. *Paulo Caldas é escritor

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Cepe faz live para celebrar o cinema brasileiro

A pandemia causada pelo novo coronavírus e a atual política de restrição e liberação de verbas impostas pelo governo federal à Agência Nacional do Cinema (Ancine) praticamente paralisaram um dos setores que mais cresceu na economia brasileira nos últimos dez anos: o cinema brasileiro. Já que o calendário reserva o dia 19 de junho para celebrar o audiovisual nacional, a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) fará uma live para conversar sobre a situação do cinema nacional e o seu futuro pós-pandemia. “Estávamos em um momento crescente de alimentação da cadeia produtiva cinematográfica quando começou o desmonte da Ancine ainda no Governo Temer. Agora nem recursos de projetos que já foram contemplados estão sendo liberados”, lamenta o diretor, produtor e roteirista Camilo Cavalcante. Ele é autor do livro História da eternidade - roteiro publicado recentemente em livro pela Cepe. A editora também publicou este ano outra obra dedicada à sétima arte: Antologia da crítica pernambucana - Discursos sobre cinema na imprensa (1924-1948), organizado pelo jornalista e crítico André Dib e pela realizadora Gabi Saegesser. André e Camilo participarão do bate-papo mediado pela repórter especial da Revista Continente, Débora Nascimento, às 17h30, no canal da Cepe no Youtube (https://bit.ly/LiveCepeCinema). Débora ressalta que está sendo um ano especialmente difícil para o cinema nacional e internacional devido à pandemia. “São perdas de bilhões para o mercado cinematográfico por causa dos cinemas fechados, estreias adiadas, canceladas ou remanejadas para plataformas de streaming”, pontua a jornalista da Continente. Nesse cenário, assim como Camilo, Débora avalia que o cinema brasileiro sofre ainda mais “com o descaso do Governo Federal e sua política de desmonte da área”. Uma crise dessa magnitude não ocorria na indústria do cinema nacional desde o Governo Collor, nos anos 1990, como lembra Camilo. Na época foi extinta a Empresa Brasileira de Filmes (Embrafilmes). “Por causa disso muitos profissionais do audiovisual migraram temporariamente para as produções destinadas à publicidade como forma de sobrevivência”, recorda o realizador. Mas agora a pandemia afetou a todos. “É essencial que o setor audiovisual volte a se movimentar, com apoio governamental. Isso terá impactos positivos na cultura, na imagem interna e externa do país, como também na economia, mantendo milhares de empregos”, analisa Débora. “A curto prazo não vejo solução. A não ser quando os editais da Ancine começarem a ser liberados e a iniciativa privada também voltar a apoiar essa cadeia que gera tanto emprego e renda”, espera Camilo, vencedor de 27 prêmios em festivais no Brasil e no exterior pelo seu História da eternidade (2014). Filmado em 2012 em Santa Fé, Distrito de Pau Ferro, Sertão de Pernambuco, o filme conta a história de três mulheres: a adolescente Alfonsina (interpretada por Débora Ingrid) cujo maior desejo é conhecer o mar; Querência, de 40 anos (vivida por Marcélia Cartaxo), que enterra o filho e o amor, logo na primeira cena; e a idosa Das Dores (Zezita Matos) que reprime a sexualidade com devoção cristã. Já Antologia da Crítica Pernambucana - Discursos sobre cinema na imprensa (1924-1948) é uma pesquisa sobre a maneira como a imprensa pernambucana escrevia sobre cinema na primeira metade do século passado. O objetivo, segundo os organizadores, é tornar acessível ao leitor um panorama dos principais autores e ideias, e mergulhar no imaginário e nas formas de pensar cinema em Pernambuco na primeira metade do século XX. HISTÓRIA Em 19 de junho de 1898 foram feitas as primeiras imagens cinematográficas no Brasil. O autor da proeza foi o italiano Afonso Segreto. Carregando consigo um cinematógrafo, ele embarcou no navio Brésil, que fez o trajeto de Bordeaux, na França, até o Rio de Janeiro. Antes de desembarcar, Segreto registrou sua chegada e, de quebra a Baía de Guanabara. Serviço: Live Dia do Cinema Brasileiro Quando: 19 de junho Horário: 17h30 Endereço: Canal da Cepe no Youtube (https://bit.ly/LiveCepeCinema) Contato para entrevistas: Camilo Cavalcante - (81) 99282-9076 André Dib - (81) 9.9675-6252 Débora Nascimento - (81) 99999-8686

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São João do Recife 2020 começa hoje (16), com rodas de conversa com quadrilheiros

Para celebrar as raízes culturais pernambucanas e nordestinas, respeitando os protocolos sanitários impostos pela pandemia, o São João 2020 começa virtual na capital pernambucana. Impedidos pelo coronavírus de desfilar suas histórias, coreografias, figurinos e força pelos arraiais, os quadrilheiros estão sendo convidados pela Prefeitura do Recife a se dedicar pelo menos à teoria de uma das mais bonitas e emocionantes manifestações do ciclo junino. A partir de hoje (16), os brincantes que sempre abrem alas para os festejos no Sítio Trindade protagonizarão uma série de três encontros online, para conversar sobre origens e impactos sociais das quadrilhas, além de possíveis futuros para a colorida tradição na cidade. Promovidas pela Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura Cidade do Recife, em articulação com as entidades que representam o movimento quadrilheiro, a Liga Independente de Quadrilhas Juninas do Recife (Liquajur) e a Federação de Quadrilhas e Similares do Estado de Pernambuco (Fequajupe), as conversas serão realizadas hoje (16), amanhã (17) e quinta (18), das 20h às 23h, abertas ao público, com a capacidade máxima de 100 pessoas por encontro. “A gestão sempre promove ações formativas nos ciclos culturais e, em parceria com as entidades representantes do movimento quadrilheiro não poderia - nesse novo jeito de fazer São João - deixar de oportunizar o diálogo sobre as questões sociais, econômicas e culturais das quadrilhas juninas e suas possibilidades de práticas futuras", diz Williams Santana, Gerente Geral de Gestão Cultural da Secretaria de Cultura do Recife e coordenador das rodas de conversa. “A Organização do Movimento Quadrilheiro e os impactos Sociais e Econômicos das Quadrilhas Juninas nas comunidades” será o tema de abertura das rodas de conversa, na noite de hoje, com mediação de Perácio Gondim, do Cais do Sertão, e participação de Hugo Menezes (quadrilheiro e professor do Departamento de Antropologia da UFPE), Michelly Miguel (presidente da Fequajupe), Rodrigo de Oliveira (quadrilheiro e Secretário Executivo da Liquajur), e Marcone Costa (quadrilheiro, educador e militante do movimento LGBTQI+) como provocadores da discussão. O link do primeiro dia será: meet.google.com/xjv-kfed-jho. O segundo dia de debates será dedicado ao tema “As Origens, as Devoções e as Festas” e terá como mediador o representante da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Paulo Mafe, que vem produzindo, há muitos ciclos juninos, um vastíssimo acervo de fotografias de apresentações de quadrilhas e quadrilheiros nos diversos concursos promovidos no estado. Os provocadores serão: Mário Ribeiro (pesquisador e professor do Departamento de História da Universidade de Pernambuco), Perácio Gondim (coreógrafo, educador e quadrilheiro), Jadenilson Gomes (ator e quadrilheiro) e Fábio Andrade (diretor de arte e quadrilheiro). O link do segundo dia de programação será: meet.google.com/nhw-pabr-aax. Na quinta-feira (18), as rodas de conversa encerram, tendo como derradeiro tema “Os Concursos, as Transformações e a Quadrilha do Futuro”. Com mediação de Albemar Araújo, da Fundação de Cultura Cidade do Recife, a conversa terá como provocadores os encenadores, cenógrafos e quadrilheiros Fábio Costa e Américo Barreto, além de Wérison Fidélis (quadrilheiro, bailarino e coreógrafo) e da também quadrilheira Cristiane Menezes. O link para o terceiro e último dia de conversas será: meet.google.com/ccu-sdkw-fmc. (Da Prefeitura do Recife)

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9 fotos da Ponte Duarte Coelho Antigamente

  A Ponte do Galo da Madrugada. A conexão entre a Avenida Conde da Boa Vista com a Avenida Guararapes. Um dos cartões-postais do Centro do Recife. A Ponte Duarte Coelho foi construída inicialmente em 1868, com uma estrutura metálica. De acordo com informações da Fundação Joaquim Nabuco, ela foi desativada apenas em 1915 e reconstruída para ser entregue à população no ano de 1943. Construção da Ponte Duarte Coelho, entre 1941 e 1942, segundo as informações do registro das fotos (Acervo Benício Dias/Fundaj)       . Vista da Ponte Duarte Coelho, em 1957 (Biblioteca do IBGE) . Vista a partir da calçada do atual prédio dos Correios (Biblioteca do IBGE, sem data informada) . Fotos a partir da Rua do Sol, com vista para o prédio do Cinema São Luiz (Biblioteca do IBGE) . . Registro fotográfico da ponte, com vista para o prédio dos Correios (Biblioteca do IBGE) *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais  

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Quadrinhos na luta contra o Racismo

*Por Eduardo Martins “Todos os crimes, que a imaginação pode conceber, desde o lançamento ao mar de centenas de homens vivos até a morte, tudo cai como uma responsabilidade enorme de sangue sobre nossa cabeça. Eis por que hoje quando queremos livrar-nos sem abalo desse mal, não o podemos. Ele tem a idade de nosso país: nascemos com ele, vivemos dele. Foi como um vírus que se embebeu longos séculos em nosso sangue.” A citação foi retirada do primeiro capítulo do livro “A Escravidão”, do pernambucano Joaquim Nabuco, que ele começou a escrever quando retornou ao Recife em 1869, com seus vinte anos ainda incompletos. Ainda hoje, 151 anos depois do que foi escrito pelo célebre abolicionista, o vírus do preconceito racial continua vivo e encarangado em nossa sociedade. Infelizmente, os fatos mais recentes contribuem para isso. Nos EUA, o ex-segurança norte-americano George Floyd, homem negro de 46 anos, morreu asfixiado em 25 de maio de 2020, depois que Derek Chauvin, então policial de Minneapolis, ajoelhou-se no pescoço dele por pelo menos sete minutos. Aqui, no Brasil, o menino Miguel Otávio, de 5 anos, morreu após cair do 9º andar de um prédio de luxo no Centro do Recife na última terça-feira (2). O endereço é onde a criança, filho da empregada doméstica Mirtes Renata Santana de Souza, morreu depois de ser enviado sozinho de elevador pela patroa da mãe, Sarí Côrte Real, a um andar mais alto e cair de uma altura de 35 metros enquanto a procurava.  Autuada por homicídio culposo, a patroa pagou 20 mil reais de fiança para responder o processo em liberdade. A cor da pele não deveria nos diferenciar uns dos outros, mas casos como estes nos mostram exatamente o contrário. Milhares de pessoas foram às ruas nas duas últimas semanas, no mundo inteiro, e ainda continuam indo, para lutar contra o preconceito racial e atrocidades cometidas por alguns policiais. #BlackLivesMatter ou #VidasNegrasImportam se tornaram o nosso lema atual. Mesmo passando por um dos piores momentos da nossa história recente, por conta da Pandemia da Covid-19, não podemos baixar a cabeça contra o racismo, que ainda ruge nos quatro cantos do planeta. Além dos protestos*, o saber, o aprendizado e a informação correta pode mudar toda uma cultura. Toda uma sociedade. E, inserido no mesmo cenário, as histórias em quadrinhos tornam-se um poderoso instrumento de educação e de transformação social. Contudo, assim como em outras formas de expressão artística – principalmente no cinema feito em Hollywood – os quadrinhos também possuem obras pejorativas e carregadas de preconceitos que mancharam um período passado de sua história. Desde dos primórdios da arte sequencial, pessoas negras vêm sendo retratadas de forma equivocada. Nos quadrinhos norte-americanos de super-heróis, a integração de personagens negros sempre foi motivo de controvérsia. Homens e mulheres negras foram durante décadas relegados a meros coadjuvantes, impregnados de estereótipos, as vezes na selva, outras na periferia. Inverter a ordem do protagonismo do herói nos quadrinhos americanos mainstream aconteceu com mais vigor no final dos anos 60 e ao longo da década de 70, quando explodiu nos Estados Unidos o movimento cinematográfico conhecido como Blaxploitation. Influenciando uma geração inteira, não apenas no cinema, mas também no campo da música, pintura, teatro e literatura, o movimento também acertou em cheio o universo dos quadrinhos. Em junho de 1972, Luke Cage faz sua primeira aparição em “Luke Cage - Hero for Hire #1”, se tornando o primeiro super-herói negro como protagonista a ter um título próprio com o nome estampado na capa. Criado durante o auge da blaxploitation, Luke Cage é um ex-presidiário preso por um crime que não cometeu. Após ser submetido voluntariamente a um procedimento experimental, ele adquire uma força sobre-humana e sua pele se torna inquebrável. Livre da prisão, ele se torna o “Herói de Aluguel” da Marvel Comics, combatendo o crime nas ruas de Nova Iorque. Já a editora DC Comics também surge com seu primeiro super-herói negro e protagonizando seu próprio quadrinho: John Stewart, O Lanterna-Verde, co-estrelado pelo Arqueiro-Verde. O preconceito racial, o tráfico de drogas e a violência urbana transformam o arquiteto John Stewart no paladino no combate às injustiças acometidas ao povo afro-americano. O movimento Blaxploitation surgiu para confrontar o modelo de cinema Hollywoodiano da época, porém não deixou de ser tema de discussão sobre como os seus protagonistas ainda carregavam alguns estereótipos raciais. O que nos leva a outro super-herói da Marvel, O Pantera Negra. Um personagem que não é ajudante e não tem sua origem preconcebida em preceitos de cor ou raça. Criado em 1966, um pouco antes da Blaxploitation, o Pantera foi o primeiro herói negro que conquistou o público jovem e na direção certa quando se discute a representação do negro na narrativa gráfica de super-heróis. A história do Pantera Negra é essencialmente ambientada em Wakanda, um reino africano fictício – altamente rico e com tecnologia avançada, livre dos clichês associados aos personagens negros daquela época – que eventualmente apareciam em guetos escuros, sujos ou em cenários urbanos degradados. Além de invocar poderes místicos ancestrais, o Pantera conseguiu unir inteligência acima da média e habilidade física fora do comum para combater seus inimigos. Saindo um pouco do campo dos quadrinhos de super-heróis, existem diversas obras mais realistas e/ou biográficas, que mostram como o racismo sujou e continua sujando a história da humanidade até os dias atuais. Uma graphic novel em particular, merece menção: A Marcha, Livro 1: John Lewis e Martin Luther King em uma história de luta pela liberdade. Lançada no Brasil em 2018 pela editora Nemo. Este quadrinho surgiu depois que o assessor Andrew Aydin descobriu que seu chefe, o parlamentar John Lewis, um ícone nos Estados Unidos e uma das principais figuras do movimento pelos direitos civis, foi influenciado pelo quadrinho de 16 páginas conhecido como “Martin Luther King & The montgomery story”, de 1950. A partir disso, ele ajudou o próprio John Lewis a escrever a trilogia A Marcha. O quadrinho retrata a longa batalha de Lewis pelos direitos humanos e civis,

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Afoxé Alafin Oyó recebe título de guardião da Pedra de Xangô

O Afoxé Alafin Oyó em parceria com a Prefeitura de Olinda realiza transmissão online do Seminário Internacional: Pedra de Sango, Nzazi, Sogbo na Encruzilhada da Diáspora. O evento acontece nesta quinta-feira (11/06), a partir das 18h no auditório da Prefeitura. Na ocasião o Afoxé Alafin e seu local de trabalho serão reconhecidos pelos Guardiões da Pedra de Xangô como espaço de celebração ao orixá Xangô fora do continente africano. O Afoxé, fundado em 1986 na cidade Olinda, será o primeiro do País a receber tamanha honraria. A transmissão acontecerá simultaneamente na página do Facebook e Instagram do grupo e no YouTube da Prefeitura de Olinda. O seminário é um movimento ancestral diaspórico que nasce com a finalidade de unir esforços em defesa dos patrimônios afro-brasileiros. Já estão confirmados, além do Brasil, países como a Nigéria, Argentina eGuiana Francesa. Faça sua inscrição no link: https://bit.ly/3h2Y8n3. O Afoxé Alafin Oyó após mais de 30 anos de trabalho recebeu da atual gestão municipal uma sede definitiva. O espaço é utilizado para ensaios e reuniões do afoxé, além de atuar como um local de ações afirmativas dentro do calendário cultural de Olinda. A sede funciona na Rua do Sol, no Carmo, nº 284. Links de Transmissão Página do Facebook do Alafin: https://www.facebook.com/alafineusou/ Instagram Alafin: https:[//instagram.com/alafineusou?igshid=1itflqcmj02wn]//instagram.com/alafineusou?igshid=1itflqcmj02wn YouTube da Prefeitura de Olinda: https://www.youtube.com/http://portal.idireto.com/wp-content/uploads/2016/11/img_85201463.jpg/PrefeituraOlinda _

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Muhne lançará plataforma digital de fomento à arte popular nordestina

Para dar visibilidade aos artesãos e artesãs, a Fundação Joaquim Nabuco, por meio do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), lançará em julho o projeto “Artesão em Rede”, 1ª etapa. Será uma plataforma digital integrada ao site da Fundaj que promoverá o acesso e o conhecimento da população à arte popular da região Nordeste. Já a 2ª etapa terá o nome de “Arte em Rede”. A ideia é a mesma, mas nesse segundo momento haverá a divulgação de artistas plásticos e outros tipos de arte. A data do lançamento ainda não foi definida pela instituição. “O projeto digital vai enriquecer e ampliar ainda mais o acervo da casa. A plataforma que está sendo desenvolvida é uma ferramenta de pesquisa, divulgação e reconhecimento dos trabalhos artísticos nordestinos. O exercício da arte pode ser representado através de várias formas, como iremos mostrar na plataforma”, afirmou o presidente da Fundaj, Antônio Campos. Em seu site, a Fundaj disponibilizará uma aba exclusiva para o “Artesão em Rede”, onde o público terá informações sobre artesãos e artesãs nordestinos e suas respectivas obras. A plataforma ainda permitirá que o artesão ou a artesã faça um autocadastro para a divulgação da sua ficha técnica e esculturas. A ideia da ação é justamente mostrar os trabalhos artesanais artísticos e estimular a venda de peças, além da criação de um banco de dados com as informações dos mestres e das mestras. Com isso, é possível fazer um mapeamento das diversas tipologias do artesanato e arte popular. “O projeto é de inclusão. O intuito é ajudar a fomentar o comércio da arte popular, fazendo com que a população chegue mais próximo do artesão/sã. Vamos criar uma plataforma que o artesão pode se autocadastrar. Com isso, faremos uma primeira seleção dos artesãos e depois disponibilizaremos no site da Fundaj para o público em geral. A outra questão é que o site não é momentâneo, ele vai além por ter todo um processo de cadastro e seleção. Então, pretendemos torná-lo permanente”, destacou o coordenador do Museu do Homem do Nordeste, Fred Almeida. A partir de uma seleção prévia, o projeto “Artesão em Rede” também possibilitará a realização de exposições virtuais pelo Museu do Homem do Nordeste. A instituição é responsável por proporcionar ações educativas e culturais voltadas para o interesse público, destacando-se o incentivo e a promoção da produção artística da cultural popular e do artesanato. “Além de aproximar o contato entre a população e o artesão, a plataforma é um facilitador para o desenvolvimento do museu, até porque a arte popular é um dos nossos temas. Com o projeto, podemos fazer exposições e toda uma catalogação dos artesãos de todo o Nordeste”, pontuou Fred Almeida.

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5 fotos da Caxangá Antigamente

Selecionamos hoje uma sequência de imagens da Avenida e do Bairro da Caxangá. A avenida teve seu primeiro trecho concluído ainda em 1842, em um percurso que começava na Madalena e terminava na povoação da Caxangá. Ela foi mencionada por Louis Léger Vauthier, em um relatório no ano seguinte, em 1843, que tratava da importância da abertura dela e de outras estradas do Recife na época. De acordo com a Fundaj, "Hoje marcado pelo concreto da avenida, a povoação, por volta de 1830, já foi considerada um dos locais mais belos e aprazíveis do Recife. Na época, era banhada pelas água cristalina do Capibaribe, possuía clima agradável e terreno fértil. Era um dos locais preferidos de veraneio da cidade, com direito, inclusive, a uma fonte de água mineral, procurada por supostas propriedades medicinais". Clique nas fotos para ampliar. . Avenida Caxangá, em 1940. Foto de Benício Whatley Dias (Acervo da Villa Digital) . . Rio Capibaribe, Caxangá, carimbo datado de 1912. (Acervo Josebias Bandeira/Villa Digital) . Arruado, identificado como sendo na Caxangá, na descrição do Acervo Manoel Tondella, em 1905 (Villa Digital) . Hotel na Caxangá, em foto identificada no ano de 1910 (Acervo Josebias Bandeira/Villa Digital) . Avenida Caxangá, em 1969, no bairro da Madalena (Recife Antigamente)

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The Raulis e Felipe S. lançam single hoje

Documentar um momento histórico em forma de música. Foi com essa proposta que os Raulis, trio pernambucano de sufcumbia instrumental, convidou o conterrâneo Felipe S., que é vocalista do Mombojó, para uma parceria inédita. O desafio era construir, produzir e gravar uma música à distância, devido ao novo cenário de pandemia. E deu certo, a faixa "Distante Desejo" vem com o balanço inconfundível do surfcumbia dos Raulis e a composição certeira de Felipe S.. O resultado já está nas plataformas digitais para esquentar os corações. Distante Desejo vem refletir sobre esse atual momento de forma descontraída, usando e abusando da tecnologia para amenizar saudades e fazer música. A faixa, que faz parte da sequência de lançamentos da banda para o ano de 2020, vem de forma dançante, divertida e poética fazer um apelo à quarentena, ao distanciamento social, trazendo a mensagem de acalanto e esquentando os corações dos saudosos. Seguindo a estética sonora da Mixtape "Raulis apresenta o SURFCUMBIA", lançada em fevereiro deste ano, a música vem com a presença de fortes elementos eletrônicos, beats ousados e reefs ardidos. A influência da cúmbia, dos ritmos latinos como o brega e seus desdobramentos, o reggaeton e o surfmusic fazem o single cumprir os requisitos do surfcumbia, que é influenciar o balanço dos corpos a cada batida. O som quente, colorido e muito dançante é fruto de uma profunda pesquisa e experimentos dos integrantes durante os oito anos de existência da banda. Produzindo à Distância Sem a possibilidade de realizar shows e lives, a banda agora aponta para um caminho de criação e novos lançamentos. Para isso, The Raulis segue experimentando novas texturas musicais, se debruçando em novas pesquisas estéticas e também tecnológicas, que permitam a criação e a produção de uma faixa à distância, cada um de sua casa. "Foi uma experiência completamente nova. Primeiro tivemos que encontrar a tecnologia adequada e depois encaixar em uma dinâmica de grupo. Mas, o resultado foi bem interessante porque trouxe novas possibilidades de produção", explicou o DJ Rauli, Gabriel Izidoro. A parceria dos integrantes dos Raulis e Felipe S. já é antiga, mas é a primeira vez que compõem juntos para uma produção da banda. Juntou-se a admiração pelo artista e amigo, com a importância de dar uma voz para essas batidas e nasceu "Distante Desejo", uma história emocionante de saudade e o uso de tecnologias para amenizá-las. Ação de Lançamento Para incrementar esse lançamento, a marca Raulis se juntou em uma collab com a Big Car Crew e a Cervejaria Central para desenvolver a "Distante Desejo". A Cerveja é um estilo Saison para agradar todos os gostos, com toque refrescante, moderadamente amarga, com um final seco e frutado de malte suave. A ação, vem acompanhada do apelo de presentear a sua maior saudade com a música em primeira mão e uma boa cerveja gelada para brindar pelas telas. Sobre The Raulis A banda nasceu em Recife/PE há oito anos e soma o EP The Raulis 2015, o Disco The Raulis 2017, single "Sem Querer Sonhar", uma parceria com Samuel Samuca, em 2019 e Mixtape "Raulis Apresenta o Surfcumbia", em fevereiro de 2020. Radicada em São Paulo desde 2016, a banda hoje conta com o mascarado, Arthur Dossa na guitarra, o DJ Rauli, Gabriel Izidoro nos teclados, guitarra e samples e o Dj Rauli Arquétipo Rafa na bateria eletrônica e Synths. Os Raulis já passaram por importantes festivais como Coquetel Motolov, Festival de Inverno de Garanhuns, Jack Daniel's Festival, Piknic, Forró da Lua Cheia, Timbre Instrumental, show case da Porto Musical e outros, como também em Unidades Sescs como Belezinho (SP), Bom Retiro (SP), Campinas (SP) e São José dos Campos (SP).

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