Arquivos Cultura E História - Página 177 De 367 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

Macunamassa antecipa lançamento do single "Carol Carambola"

A banda escadense Macunamassa lança neste dia 30 de abril, via Bandcamp, o single “Carol Carambola”, uma das músicas de trabalho que irão integrar seu novo álbum “Abrasileirada”, com lançamento previsto para o segundo semestre deste ano. A liberação do single foi antecipada em função do cenário de isolamento social pela pandemia de COVID-19 e o áudio vai estar disponível no link: https://macunamassa.bandcamp.com/. O single, que vem sendo apresentado no repertório ao vivo da banda, tem fortes características do Stoner Rock e Desert Rock, com influências da musicalidade brasileira. “As misturas de sonoridades e as composições majoritariamente instrumentais são nossa marca, e trazemos influências do que a gente consome, individualmente, que passa pela música brasileira, pelo metal e nomes como ZZ Top, Queens of the Stone Age, Macaco Bong e Nação Zumbi”, destaca João Marinho Chinaski, baterista e designer responsável pela comunicação visual da banda. O fomento à produção local e a promoção da visibilidade da cena da Mata Sul, geralmente apagada da cobertura musical no Estado, também são característica marcante do trabalho da banda que se reflete no processo de produção do single. “Carol Carombola” foi inteiramente gravada, mixada e masterizada no HS Studio, no município de Escada, envolvendo profissionais da cidade. Com Tomás Azevedo na guitarra (e na autoria e declamação dos versos que finalizam a faixa), Thiago Tardelli no contrabaixo e João Marinho Chinaski na bateria, “Carol Carambola” conta com o reforço das guitarras de Magno Leão como músico convidado. São 4 minutos que alternam riffs enérgicos com passagens cadenciadas em uma viagem que promete agradar os fãs do stoner rock e que faz jus ao slogan da banda de “rock instrumental etcetera e tal”. FICHA TÉCNICA CAROL CARAMBOLA – Single Duração: 4:02 Tomás Azevedo (guitarra e voz/declamação) Thiago Tardelli (contrabaixo) João Marinho Chinaski (bateria) Composição: Tomás Azevedo, Thiago Tardelli, João Marinho Chinaski Músico convidado: Magno Leão Produção: Hilquias Souza e Macunamassa Mixagem e Masterização: Hilquias Souza Gravado no HS Studio - Escada/PE MACUNAMASSA É: Tomás Azevedo (guitarras e voz/declamação) Thiago Tardelli (contrabaixo) João Marinho Chinaski (bateria e percussão)

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Crítica literária: O delicado texto de Maria

*Por Paulo Caldas Episódios nos quais pernambucanos lutaram para expulsar os invasores estrangeiros e buscaram a libertação de Portugal são momentos emocionantes, entremeados com histórias fictícias. Interessante simbiose entre fatos de natureza histórica e tramas ficcionais criadas pela autora oferece um toque de encantamento a este Casamento Inglês (Edições Bagaço. Projeto gráfico de Bel Caldas). Aqui vivenciamos o Recife dos mascates, ruas, becos, vielas, pontes e fontes, escutam-se as vozes batavas ressonando nas paredes dos sobrados aristocráticos de Olinda, o eco das pisadas rudes nas pedras do chão, sente-se o cheiro ocre-doce do moer dos engenhos de cana, ante a opulência da riqueza açucarada de então. O texto de Maria Batista Almeida é afável, delicado. Os cenários da época são assim descritos, bem como usos, enredos e conspirações e os costumes cotidianos das famílias, tolhidos pelo rigor austero de antanho. O Rio Capibaribe e seus encantos, o navegar dos batelões carregados de coisas e gentes, as cadeirinhas sobre os ombros escravos pelas ladeiras e alamedas floridas, o passear silencioso das sinhazinhas. O conteúdo do livro revela o clima das ganâncias, conspirações, revoltas, prisões, traições, inconfidências sob lei do arcabuz, alheio à justiça, mas fiel à sanha dos poderosos. *Paulo Caldas é Escritor

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Anjo Gabriel lança disco inédito gravado com tecnologia analógica

Por Yuri Euzébio A Anjo Gabriel, destaque nacional e internacional na cena psicodélica contemporânea, antecipou o lançamento digital do primeiro disco de inéditas em 7 anos em função do isolamento social. É o primeiro disco c de inéditas desde 2013. Saiu hoje o lançamento nas plataformas online o auto-intitulado “Anjo Gabriel”, seguindo os cuidados de prevenção do COVID-19, através da plataforma Bandcamp. O disco, que receberá um financiamento coletivo - crowdfunding - para lançamento em vinil e cassete, foi inteiramente gravado usando apenas equipamentos e técnicas analógicas. “O conceito principal foi de relação com a natureza através dos quatro elementos – água, terra, fogo e ar - ligados às músicas, que estão todas interconectadas como se fosse uma obra só. Com isso tentamos transmitir os conceitos de transformação e conexão que permeiam a natureza, e do amor como instrumento para construir esses conceitos”, destaca Marco da Lata, fundador da banda. Terceiro álbum da trajetória da banda (que já lançou os discos “O Culto Secreto do Anjo Gabriel”, de 2011, e “Lucifer Rising”, de 2013, além do single 7’’ “Resiliência / Claralice”, de 2017), “Anjo Gabriel” tem 4 faixas de experimentos em um Kraut Rock Psicodélico Brasileiro, mixando referências de clássicos europeus com a essência do Udigrudi pernambucano. Suíte Claralice é a faixa que abre o disco, com 20 minutos de duração, e inclui uma reedição do movimento de 6 minutos já apresentado aos fãs no compacto de 2017. Ela é seguida pelas duas partes de Resiliência, com 6 minutos e 27 segundos e 6 minutos e 24 segundos, respectivamente. Coroando o lançamento, Mantra II, já disponível como single no Bandcamp, encerra o play com elementos orientais orquestrados, fruto da participação do Álgebra Trio. “Anjo Gabriel” também é um marco de nova fase da banda, que tem de volta aos teclados, sintetizadores e teremim o músico André Sette, que divide com Diego Drão (ghost member do grupo) as gravações de sintetizadores e teclados no disco. Marco Da Lata (baixo e voz), Júnior Do Jarro (bateria) e Phillippi Oliveira (guitarra) completam a formação da banda. Carlos Amarelo, também ghost member, cuidou das percussões. Como convidados especiais, participaram Rodrigo Gondão (oud), Rodrigo Félix (percussão) e Maísa Nascimento (violino), do Álgebra Trio, Rama Om (didjeridu), Lucas Brandão (vocal no coro) e Schelly Santiago (coro). Ao todo, são 38 minutos e meio de música, que prometem aplacar a ansiedade dos fãs da banda por um novo lançamento e agradar aos fãs do gênero. Banda referência no movimento de retorno a psicodelia, que vem se fortalecendo e multiplicando expoentes em Pernambuco nos últimos anos, a Anjo Gabriel consegue unir elementos regionais ao psicodelismo anos 70 que marca o som do grupo, numa mistura única e envolvente. Uma mesma música do conjunto pode te levar direto pra algum lugar do Nordeste dos anos 70 ou pra alguma cultura oriental, ou ainda uma comunidade hippie isolada do mundo e do tempo. O novo disco é um sopro de esperança para os amantes do bom e velho rock progressivo, carregado de psicodelia e um alento nesses tempos de isolamento social da pandemia do Coronavírus. É o retorno triunfal de um gênero musical que faz parte da história de Pernambuco e que vem ganhando espaço de novo nessa nova geração, com grupos como o Avoada. Te convido a ouvir esse disco como quem te oferece uma maravilha. Vá por mim, vale muito a pena. “ANJO GABRIEL”, 2020 Lançamento digital em 28 de abril de 2020, via Bandcamp. https://anjogabriel.bandcamp.com/album/anjo-gabriel Produzido no Estúdio Casa do Kaos por Adriano Leão, Marco da Lata e Júnior do Jarro Engenharia de Gravação: Adriano Leão Mixagem: Adriano Leão e Marco da Lata Masterização: Adriano Leão Produção Executiva: Marco da Lata LISTA DE FAIXAS 1. Suíte Claralice (20:00) 2. Resiliência Parte 1 (06:27) 3. Resiliência Parte 2 (06:24) 4. Mantra II (05:30) FICHA TÉCNICA Marco da Lata - Baixo Junior do Jarro - Bateria André Sette - Órgão, Sintetizadores e Teremim Phillippi Oliveira - Guitarra Ghost Members: Diego Drão - Órgão e Sintetizadores Amarelo - Percussão Participações Especiais: Rodrigo Gondão - Oud (Álgebra Trio) Rodrigo Félix - Percussão (Álgebra Trio) Maísa Nascimento - Violino (Álgebra Trio) Rama Om - Didjeridu Schelly Santiago - Vocal no coro Lucas Brandão - Vocal no coro    

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Quadrinhos x Covid-19

*Por Eduardo Martins No último domingo (26), em boletim divulgado pela Organização Mundial de Saúde, o número de infectados pelo COVID-19 ultrapassa mais de 3 milhões e mais de 208 mil mortes em consequência do vírus. No Brasil, são mais de 63 mil casos confirmados e mais de 4 mil mortes. Em Pernambuco, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, há 4.898 casos confirmados, além de 415 óbitos. O estado tem o terceiro maior número de mortes pelo COVID-19. Na estréia da Coluna Gibitown, espaço totalmente dedicado a nona arte, infelizmente, esse assunto não poderia passar em branco. Como a indústria, profissionais, lojas e vendedores de quadrinhos estão lidando com a pandemia e toda crise econômica desencadeada por ela? Quais são as alternativas e o que vai mudar daqui pra frente no mercado editorial? São inúmeras dúvidas e perguntas ainda sem respostas. Indubitavelmente, parece que estamos vivendo o que éramos acostumados apenas em livros, filmes e quadrinhos de ficção científica. Quadrinistas ao redor do mundo sentaram em suas pranchetas e prestaram homenagem às vítimas e também aos profissionais, sobretudo aqueles que estão na linha de frente do combate. Através das redes sociais reverências em forma de desenho, do artista italiano Milo Manara, do americano Frank Miller, entre muitos outros.  Dentro do universo dos quadrinhos, o lamento por duas perdas irreparáveis: o ilustrador argentino Juan Giménez, conhecido pelo seu trabalho para as revistas Heavy Metal e pela cultuada saga de ficção-científica Metabarons e o brasileiro Daniel Azulay, famoso principalmente na década de 1980, pela criação da Turma do Lambe Lambe e pelas aulas de desenho destinadas ao público infantil em canais de televisão. Ambos morreram por complicações devido ao COVID-19.  Para pequenas empresas, bancas de revistas e lojas especializadas em quadrinhos, o momento é bastante delicado e novas estratégias estão sendo criadas para atravessar a crise financeira causada pela pandemia. A Diamond, maior distribuidora de quadrinhos dos Estados Unidos, ainda continua com as atividades suspensas. Responsáveis pela distribuição de quadrinhos das maiores editoras norte-americanas - Marvel, DC, Image e DarkHorse - o último envio às lojas foi feito em 25 de março. As editoras, um pouco antes disso, começaram a pausar ou reagendar novas edições. Tanto material impresso, quanto digital. As famosas comic-shops, sem lançamentos e por conta da quarentena, viram-se com o faturamento quase nulo.  Na sexta-feira (17), a Diamond enviou uma carta para os vendedores de quadrinhos, onde explicam que estão monitorando toda a situação e que provavelmente no final de maio a distribuição volte a acontecer. Em trecho do comunicado, eles afirmam que “esse é um momento delicado e é necessário o equilíbrio entre gerenciar as preocupações de saúde e segurança, e atender à demanda reprimida por produto”. Separadamente do anúncio da Diamond, a DC anunciou que novas publicações impressas serão enviadas em 28 de abril, contudo em um número limitado de títulos e tiragem menor. De acordo com uma nota publicada pela editora, a decisão de voltar a lançar alguns títulos surgiu depois de pesquisar mais de 2.000 lojas nos EUA e no Canadá. Eles observaram que "muitos proprietários de lojas de quadrinhos estão encontrando maneiras novas e criativas de levar os quadrinhos para os fãs mais fiéis." A medida está sendo criticada pela maioria dos revendedores e pequenas livrarias independentes que ainda estão fechadas durante a quarentena.  Enquanto isso, diversos artistas consagrados internacionalmente começaram a leiloar desenhos originais em prol das comic-shops americanas. Encabeçado por Jim Lee, artista e editor-chefe da DC Comics, os leilões acontecem no eBay e toda renda será destinada aos pequenos varejistas. Uma imagem do Batman que Ri obteve 64 lances e o vencedor pagou 10.800,00 dólares, aproximadamente 56.937,70 reais. Com o reforço da hashtag #Creators4Comics, doações em dinheiro estão sendo organizadas pela Fundação Binc, para ajudar livreiros e revendedores de quadrinhos afetados pelo COVID-19.  Eventos ligados aos quadrinhos e a cultura geek, que rendem milhões em receita, também já estão sendo afetados. A mais tradicional delas, A San Diego Comic-Con foi cancelada devido a pandemia do coronavirus. A próxima convenção vai ocorrer de 22 a 25 de julho, em 2021. Em 50 anos de história, essa é a primeira vez que o evento é cancelado.  Aqui no Brasil, o 11º FIG! - Festival Internacional de Quadrinhos também foi adiado como medida de controle de transmissão do vírus. A Comic Con Experience, CCXP, ainda não comunicou o cancelamento da edição brasileira deste ano. Já a versão alemã da convenção foi cancelada.  Postergados para 2021, os maiores eventos geeks do planeta movimentam o mercado e são nestes locais que os artistas independentes e as editoras usam como vitrine para expor novos trabalhos e interagir com o público-alvo. E aqui, no Brasil, sem esse elo de sustentação, o bicho vai pegar, ou melhor, a gente vai precisar se reinventar.  Não é de hoje que o mercado editorial de livros no Brasil está em crise. São pelo menos cinco anos de livrarias fechadas e declínio nas vendas. O COVID-19, veio para acentuar ainda mais essa queda. As editoras tentam estratégias focadas em descontos e no comércio virtual. O problema é que a grande maioria não estava preparada tecnicamente para vender via e-commerce. Faltam mais investimentos em arquitetura de informação e desenvolvimento de uma loja virtual de fácil acesso e usabilidade. Porém, mesmo assim, essas alternativas ajudam, e muito, a fortalecer o comércio de quadrinhos. As pequenas e médias editoras conseguem ter um público mais fiel e nessas horas acabam ajudando e fortalecendo a marca, com posts de seus livros favoritos e comentários positivos nas redes sociais. Também pelas redes sociais, lojas especializadas e bancas de revistas estão mais próximas dos clientes, porém para Orlando Oliveira, 63 anos, dono da Banca Guararapes HQ, O Templo dos Quadrinhos em Recife, sem a distribuição de novos lançamentos na região, a situação ficou bem mais complicada “Nós, da Guararapes HQ, já estamos fechados há um mês. Quadrinhos é um produto diferente e está sempre se renovando quanto aos lançamentos; não adianta eu tê-los na banca e não ter novidades”,

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8 fotos do Cais do Apolo Antigamente

Uma das principais vias do Bairro do Recife, nascedouro da capital pernambucana, o Cais do Apolo abriga prédios públicos de destaque, como a Prefeitura Municipal, a Superintendência da Polícia Federal e o Tribunal Regional Federal da 5ª Região, além de uma das principais empresas do Porto Digital, o Cesar, e do tradicional Teatro Apolo. Confira abaixo algumas imagens dessa região histórica da cidade. As fotos são da Biblioteca do IBGE e da Fundaj Clique nas imagens para ampliar. . Cais do Apolo, em 1905 (Fundaj/Acervo Benício Dias) O registro da foto informa ao fundo está a Ponte Sete de Setembro . Cais do Apolo em 1910 (Fundaj/Acervo Benício Dias) . Embarcações e a Ponte Maurício de Nassau, em 1920 (Fundaj/Acervo Benício Dias) . Vista do Cais do Apolo, em 1939 (Fundaj/Acervo Benício Dias) . Cais do Apolo, em 1940, com vista da Avenida Rio Branco (Fundaj/Acervo Benício Dias) . Casas e depósitos no Cais do Apolo, em Recife, em 1957 . Prefeitura do Recife . Cais do Apolo, em 1940 (Fundaj/Acervo Benicio Dias) . . *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com | rafaeldantas.pe@gmail.com)

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Festa Digital do Livro, da Fundaj, fez homenagem a Clarice Lispector

É certo que a Festa Digital do Livro, uma promoção da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) para celebrar o Dia Mundial do Livro, já nasce bem sucedida. A programação, que está disponível, foi transmitida ao vivo por meio de diversas plataformas virtuais ganhou projeção, contabilizando mais de 2.800 acessos em território nacional e países como Estados Unidos, Austrália, Portugal, Argentina, França, Reino Unido, Colômbia, Espanha, Índia, Japão, dentre outros. A iniciativa aponta, também, uma direção para a TV Fundaj, projeto que vem sendo alinhado pela Instituição pernambucana. Os comentários são positivos. Em Pernambuco, universidades tornaram o evento a aula do dia. O evento teve uma maratona de 18 horas. Homenageada da edição inaugural, a escritora brasileira Clarice Lispector (1920–1977) se fez presente logo cedo. Foi do sobrado 387 da Praça Maciel Pinheiro, na Boa Vista, área Central do Recife, que o presidente da Fundaj, Antônio Campos, fez sua saudação inicial. Defensor da literatura em Pernambuco, ele reforçou a urgência no tombamento e recuperação do imóvel onde Clarice viveu sua infância. “Ela reconhecia que Recife foi sua geografia fundadora, sua memória afetiva. Vamos abraçar Clarice como pernambucana e colocá-la na geografia literária, artística, turística e cultural de Pernambuco”, defendeu Campos. Por isso, cobrou da Assembleia Legislativa o Título de Cidadã Pernambucana in memorian para a autora. No bloco da manhã, os espectadores a programação com curadoria do gestor da Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Casa, Mario Helio. “Ao decidir celebrar Dia Mundial do Livro em uma festa 100% digital, a eleição da homenagem foi algo muito fácil. Nenhuma autora sintetiza melhor que Clarice Lispector um Brasil internacional, não apenas por haver nascido na Ucrânia e se naturalizado brasileira quando já adulta, aos 23 anos, e sim pela temática e universalidade de sua obra”, festejou o diretor. A fim de reforçar com o público a disponibilidade de espaços de conhecimento, a Biblioteca Blanche Knopf, no Recife, e a Biblioteca Oliveira Lima, em Washington, nos EUA, foram apresentadas pelas suas gestoras. Na função de âncora, o jornalista Ivan Júnior conversou, ao vivo, com a professora da UFRPE Sherry Almeida, que falou sobre a presença fundamental do não dito e a presença do cotidiano nas obras de Clarice. “Para ler qualquer texto dela, é preciso entender o sentido que as linhas e entrelinhas dão e como formam uma relação. O que ela torna inusitado, além de atrativo e estranho a alguns, é a transformação dos acontecimentos do cotidiano em algo muito mais importante. Ela potencializa isso”, explicou. Defendeu também, na conversa, que a capacidade de leitura não está necessariamente relacionada à idade ou experiência e, sim, à liberdade de permitir um mergulho em si, que é o que a escritora propõe. Abrindo as palestras, a agente literária Luciana Villas-Boas e fez uma análise do mercado editorial contextualizada a partir da pandemia da Covid-19. Ela falou sobre os impactos nas grandes feiras, que foram repensadas, e a reinvenção do setor brasileiro e mundial. Lembrou que o segmento é estimulado a se reformular há mais de vinte anos. “Desde a substituição do papel pelo cd rom”, brincou. Luciana comentou, também, a quebra de grandes redes, como a Cultura e Saraiva, o consequente comprometimento às editoras e a poderosa chegada dos e-books. “Esses fatores já eram a realidade dos players da literatura, ao contrário, por exemplo, do cenário das empresas de aviação que, hoje, vivenciam a perda de passageiros com o isolamento social”, refletiu. Em entrevista, a professora universitária na Paraíba, Zuleide Duarte, divagou sobre a importância da efeméride e refletiu sobre como a realidade brasileira impacta o hábito da leitura. “Faltam leitores porque falta aprendizado de leitura. Temos uma ausência de incentivo às publicações e à leitura, de política de tradução, de pesquisa e curiosidade. Há muito para se ler e há muito para dizer”, apontou. Já a escritora Andrea Nunes homenageou o escritor e ensaísta Rubem Fonseca, falecido no último dia 15. Andrea leu trecho de “Agosto” para mostrar a influência da carreira de Rubem como comissário de polícia nas suas obras. “Ele tinha preocupação de trabalhar com a violência como matéria-prima e a linguagem coloquial da realidade brasileira. Trouxe uma qualidade de texto que extrapola os rótulos”, afirmou. Além das palestras e entrevistas, o público assistiu ao recital de trechos da obra de Clarice Lispector por personalidades como a antropóloga Fátima Quinta, a atriz Maria Fernanda Cândido e o cineasta Marcelo Gomes. A Cinemateca Pernambucana exibiu clássicos do Ciclo do Recife, produzidos na década de 1920, a exemplo de Retribuição, Jurando Vingar e Revezes. O documentário O Rochedo e A Estrela, da cineasta Katia Mesel, trouxe um panorama da cultura judaica em Pernambuco, um dos eixos da Festa. Ao longo da transmissão, os espectadores elogiaram a iniciativa. “Estou acompanhando a live o dia inteiro. Belíssima e merecida homenagem a Clarice Lispector”, comentou Ana Karla Farias. “A arte sempre nos mostrando a direção a tomar: para dentro de nós mesmos”, disse Samuel Nunes. A Festa Digital do Livro pode ser conferida em flidfundaj.com.br.

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8 fotos do Cais do Apolo Antigamente

Uma das principais vias do Bairro do Recife, nascedouro da capital pernambucana, o Cais do Apolo abriga prédios públicos de destaque, como a Prefeitura Municipal, a Superintendência da Polícia Federal e o Tribunal Regional Federal da 5ª Região, além de uma das principais empresas do Porto Digital, o Cesar, e do tradicional Teatro Apolo. Confira abaixo algumas imagens dessa região histórica da cidade. As fotos são da Biblioteca do IBGE e da Fundaj Clique nas imagens para ampliar. . Cais do Apolo, em 1905 (Fundaj/Acervo Benício Dias) O registro da foto informa ao fundo está a Ponte Sete de Setembro . Cais do Apolo em 1910 (Fundaj/Acervo Benício Dias) . Embarcações e a Ponte Maurício de Nassau, em 1920 (Fundaj/Acervo Benício Dias) . Vista do Cais do Apolo, em 1939 (Fundaj/Acervo Benício Dias) . Cais do Apolo, em 1940, com vista da Avenida Rio Branco (Fundaj/Acervo Benício Dias) . Casas e depósitos no Cais do Apolo, em Recife, em 1957 . Prefeitura do Recife . Cais do Apolo, em 1940 (Fundaj/Acervo Benicio Dias) . . *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com | rafaeldantas.pe@gmail.com)

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A história de Pernambuco pelos livros da Cepe

"Nada é mais triste do que a cidade, sobretudo a península do Recife. Todos os armazéns estão fechados, as casas e as ruas desertas, só se encontram raros transeuntes que passam como sombras errantes." Essa frase até poderia definir a capital pernambucana nos dias de hoje, com a imposição da quarentena em março para conter o avanço do novo coronavírus. Mas na verdade foi escrita no século 19, por um viajante francês, para descrever a cidade no dia 6 de março de 1817, quando teve início a Revolução Pernambucana. O relato de Louis-François Tollenare e de outros três estrangeiros sobre o Recife de 203 anos atrás compõe o livro 1817 e Outros Ensaios, lançado pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) em 2017. A publicação faz parte de uma lista bem variada de livros que contam a história de Pernambuco e se apresentam como fontes de consulta para estudantes, pesquisadores e estudiosos do tema que estão em casa cumprindo o isolamento social. As versões impressa e e-book podem ser adquiridas pelo link da editora (www.editora.cepe.com.br) ou diretamente nas lojas virtuais do leitor digital da pessoa interessada na compra (Amazon, Kindle, Kobo, Google Play Sotre, Apple, Livraria Cultura, entre outras), informa o gerente de Marketing da Cepe, Rafael Chagas. Em 1817 e Outros Ensaios, Louis-François Tollenare e os ingleses Henry Koster, Maria Graham e James Henderson narraram hábitos e costumes da sociedade recifense, principalmente das famílias mais ricas, no ano da revolta que instalou um governo republicano em Pernambuco (mesmo que de pouca duração, apenas 75 dias), contra o absolutismo do governo português no Brasil. O relato dos viajantes está no capítulo elaborado pela historiadora Sylvia Costa Couceiro e intitulado Entre banquetes e batuques: a visão dos viajantes sobre um Recife em tempos de revolução. Maria Graham, por exemplo, anotou maneiras à mesa do pernambucano que ela considerava estranha, observa Sylvia Couceiro no ensaio. A viajante descreve um jantar festivo com poucos talheres e copos para os convidados e se espanta ao ver as pessoas compartilhando os mesmos utensílios. "Todas as espécies de pratos foram misturados e tocados por todas as mãos", comenta Maria Graham. Já Henry Koster registra o hábito de lavar as mãos antes e depois das refeições em todas as camadas da população. O livro é organizado por Antônio Jorge Siqueira, Flávio Teixeira Weinstein e Antônio Paulo Rezende. Disponível na versão e-book, custa R$ 18,50. Ainda sobre os movimentos libertários, a Cepe oferece a publicação ABCdário da Revolução Republicana de 1817, organizado por Betânia Corrêa de Araújo. "É um dicionário de palavras usadas à época e a estética do livro também reproduz a tipografia e as cores desse período", informa Betânia Araújo. "O livro traz o lado mais popular da revolução, um movimento inspirado nas ideias francesas iluministas, de direitos iguais às pessoas", afirma o historiador Marcus Carvalho. Professor da Universidade Federal de Pernambuco, ele participou das pesquisas para a elaboração do ABCdário com os historiadores Mateus Samico e Sandro Vasconcelos. Para o verbete Escravidão, os autores reproduzem a definição do dicionarista Morais Silva, de 1789, (estado de escravo, cativeiro, servidão) e trazem importantes informações sobre o tema. "É uma das instituições mais antigas do mundo. A propriedade privada de uma pessoa sobre a outra precede a propriedade privada da terra. Em todos os lugares, algum dia, houve escravidão. Eventualmente, as sociedades saem dela", diz o texto que acompanha a definição da palavra na publicação, lançada em 2017 pela Cepe. "É um livro diferente, lúdico, amplo e de leitura dinâmica", comenta Marcus Carvalho. O ABCdário, disponível na versão impressa, custa R$ 30,00. Leitores que gostam de história também podem explorar a publicação A Recriação do Paraíso: Judeus e Cristãos-Novos em Olinda e no Recife nos Séculos 16 e 17, do arquiteto José Luiz Mota Menezes. No livro, lançado em 2015, o autor revela como fez a reconstituição e a recuperação da memória judaica daquele período, incluindo o resgate do prédio onde funcionou a Primeira Sinagoga das Américas, a Kahal Zur Israel, na Rua do Bom Jesus, no Bairro do Recife, situado no Centro da capital pernambucana e que funciona como museu. Está disponível apenas na versão e-book e custa R$ 9,50. Outra opção é Barléu - História do Brasil sob o governo de Maurício de Nassau (1639-1644) lançado em 2018 e considerado um dos mais importantes documentos para se entender o Brasil do século 17 e o período holandês no Nordeste do País. É uma versão inédita para o português, a partir da tradução do original em latim para o inglês, elaborada pela pesquisadora holandesa radicada nos Estados Unidos Blanche T. van Berckel-Ebeling Koning (1928-2011). No livro há hábitos dos núcleos urbanos, relatos de batalhas entre holandeses e luso-brasileiros e registros de fauna e da flora locais, entre outros temas. Custa R$ 90,00 (impresso) e R$ 27,90 (e-book) . Veja outros títulos sobre a história de Pernambuco no catálogo da Cepe: http://editora.cepe.com.br/catalogo/historia/

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Arte Plural Galeria (APG) e Renato Valle criam o Retratos da Quarentena

No atual momento de distanciamento social, a Arte Plural Galeria (APG), em parceria com o artista Renato Valle, inicia uma nova ação dentro do projeto #aartenãopodeparar. “Retratos de Quarentena" são obras exclusivas, criadas sob encomenda, tendo como inspiração o personagem que encomendou o trabalho. O projeto que está sendo lançado começa hoje  (20.04) e vai funciona da seguinte maneira: o interessado manda imagens para a APG que vai concentrar as informações sobre entrega e outros detalhes. O material será compartilhado com o artista, que irá produzir a obra, em interpretação livre, preservando, claro, as características do retratado. “Esta é uma forma, nesse inusitado período de isolamento, de não deixarmos a arte parar”, diz Renato Valle. O trabalho será produzido em grafite sobre papel com a entrega da obra em tamanho 21 x 15. O personagem precisa enviar de três a cinco fotos seguindo as orientações técnicas (de perfil, sem uso de flash). A iniciativa faz parte do movimento #aartenãopodeparar lançado pela APG no início da quarentena, como forma de movimentar o cenário das artes. Semanalmente a galeria posta em suas plataformas digitais, trabalhos de dois artistas integrantes do seu acervo, com forma de fomentar a arte.

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Adeus a Moraes Moreira, um baiano de Pernambuco

Por Yuri Euzébio Nessa altura do campeonato todo brasileiro vivo deve saber que morreu na última segunda-feira (13/04) um dos gênios da Música Popular Brasileira, Moraes Moreira, e não podia tratar de outro assunto essa semana. O baiano ficou conhecido após formar o conjunto Novos Baianos ao lado de Luiz Galvão, Paulinho Boca de Cantor, Pepeu Gomes e Baby do Brasil (Baby Consuelo na época). Após a estreia em 1970 com “É Ferro na Boneca”, um bom disco de rock, mas a grande obra do grupo seria o segundo disco “Acabou Chorare” de 1972, O trabalho congregava samba, rock, bossa nova, frevo, choro e baião e representou a modernidade, um novo passo na música brasileira. Já é célebre a história da visita de João Gilberto, o pai da bossa-nova, ao apartamento que o conjunto dividia no Rio de Janeiro e como ele mudou a história da banda. Reconhecido como clássico e como um dos melhores, senão o melhor, álbum de música pop brasileira, o cd foi redescoberto nos anos 90 e depois nos anos 2010 e influenciou um sem número de jovens que, assim como eu, se encantaram com aquela mistura genuinamente brasileira. Moraes entrou cedo na minha vida, tenho um tio que é fissurado pelo cantor e passava o dia ouvindo ou cantarolando suas músicas, foi ele que, após me apresentar os Novos Baianos, me introduziu também a bem-sucedida obra solo do artista baiano, isso mesmo, engana-se quem pensa que o cantor ficou marcado apenas pela trajetória com o grupo. Não consigo mensurar quantas vezes ouvi clássicos como “Chão da Praça”, “Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira”, “Pombo Correio”, “Sempre Cantando” e outras. Recentemente fomos juntos, eu e o meu tio, pra um show dos Novos Baianos aqui e ele estava lá com seu violão a mesma força e potência no palco de sempre. Moraes Moreira conseguia reunir ritmos diferentes e enfeitá-los com uma brasilidade própria e um jeito único e ritmado de tocar o violão. Era um representante legítimo do Nordeste e tinha uma relação singular com o carnaval, foi um dos artistas que melhor representou a folia de momo. Mudou completamente o carnaval baiano ao ser o primeiro cantor de trio elétrico, participando ao lado de Dodô e Osmar no carro que até então só se prestava a música instrumental, já pensou como seria a festa baiana hoje sem a ousadia de Moraes Moreira? Tinha uma relação especial com Pernambuco, sempre guardava espaço para um frevo nos compactos que gravava e foi um dos poucos de fora do Estado a participar do carnaval daqui e não parecer um intruso, absorvia a energia da festa se juntando aos foliões. Foi com muita tristeza que recebi a notícia de seu falecimento, Moraes Moreira partiu cedo e deixou uma legião de fãs famosos e anônimos órfãos de sua ginga e da sua música. Meu tio me ligou aos prantos afirmando que nunca mais vamos ter outro igual a Moraes e tem certa razão no seu pranto. Eu mesmo demorei um pouco pra absorver tudo e consegui escrever aqui uma singela homenagem. Ainda estou digerindo tudo isso. A música pernambucana e brasileira devem muito a ele e eu também, fica aqui o agradecimento e o reconhecimento da sua importância. A saudade é enorme, mas a música ajuda a diminuir.

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