Arquivos Cultura E História - Página 267 De 375 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

As poéticas de r/existência de artistas afro-brasileiro

No próximo dia 19 de outubro, o Museu da Abolição recebe a exposição coletiva Os da Minha Rua: Poéticas de R/existência de Artistas afro-brasileiros, que reúne a  produção visual de dez artistas negras e negros contemporâneos – Ana Lira (PE), Dalton Paula (GO), Edson Barrus (PE), Izidoro Cavalcanti (PE), José Barbosa (PE), Maré de Matos (MG/PE), Moisés Patrício (SP), Priscila Rezende (MG), Renata Felinto (SP/CE), Rosana Paulino (SP). A mostra, que conta com o patrocínio do Funcultura e tem curadoria de Joana D´Arc, levanta importantes questões sobre a cultura africana e a cultura afro-brasileira e questionamentos em relação ao lugar da negra e do negro na sociedade brasileira. Além da exposição, cujo título faz referência a obra do escritor angolano Ondjaki, o projeto comporta a realizaç&at ilde;o de uma oficina/performance, ministrada por Moisés Patrício entre 16 e 19 de outubro, e de um curso realizado por Rosana Paulino, no sábado dia 20. A concepção da exposição surgiu em 2016 quando a professora e pesquisadora Joana D´Arc Souza Lima realizava uma pesquisa sobre arte africana e começou a se confrontar com a ausência do corpo negro nas exposições, nos acervos, nas escolas, nos museus, na academia. E essa ausência apontava para uma presença enorme do epistemicídio das culturas e das histórias dos negros e negras no Brasil, e sobretudo para o preconceito velado que existe em nossa sociedade. Nesse momento ela se aproximou de Rosana Paulino que, além de artista negra, é também pesquisadora e ativista do movimento negro. “Foi a partir desse estudo e dessa aproximação com a arte negra, e de um diálogo intenso com Rosana, que pensei em trazer para o Recife essa exposição. Escolhi artistas contemporâneos negros e negras, que trabalham em diferentes dimensõe s das questões que subjazem ao tema da cultura africana e da cultura afro-brasileira, passando pela mitologia Uoruba, pelas religiosidades afro-brasileiras, pela crítica social, pela oralidade e ancestralidade, para ocupar esse espaço museológico”, explica Joana, destacando que assim seria possível mostrar os impasses e tensões em relação à ausência de visibilidade que esses sujeitos sofrem. Rosana Paulino expõe trabalhos que dialogam com sua vasta produção ligada às questões sociais, étnicas e de gênero. A posição da mulher negra na sociedade brasileira e os diversos tipos de violência sofridos por esta população decorrente do racismo e das marcas deixadas pela escravidão são elementos centrais na sua poética. A pesquisadora também ministrará o minicurso, no sábado dia 20, intitulado Arte Afro-brasileira: Novos Lugares, Novas Falas que discutirá a produção artística qualificada como africana e afro-brasileira. Moisés Patrício vai apresentar fotografias da série Aceita?, nas quais tenta quebrar o preconceito existente contra o Candomblé no Brasil. Além disso, o artista comanda uma oficina de quatro dias sobre Processos de criação em rituais de performance negra. Aberta ao público em geral, mas com maior apelo aos artistas, a proposta é circular e criar percursos no entorno do Museu da Abolição e a partir dessas vivências conceber performances que tragam elementos da cultura afro-brasileira, em especial do candomblé. O artista Dalton Paula apresenta duas fotos da série fotográfica Cor da Pele e outra imagem de Corpo Receptivo – todas trazem o corpo negro do artista como protagonista. Ele exibe também o vídeo O batedor de bolsa, performance em que novamente seu corpo negro é ressignificado junto aos outros elementos ali postos (uma bolsa feminina preta, um cassetete policial, uma calça social marrom, uma botina bege e uma venda preta nos olhos). Edson Barrus traz ao Recife a obra Cão Mulato, um lambe-lambe que confronta os discursos puristas, ensinando numa bula como produzir um cão vira-lata geneticamente. O lambe-lambe é parte de um projeto intitulado, Base Central Cão Mulato, desenvolvido pelo artista: o artista toca em questões de um mundo de espaços e indivíduos híbridos. O artista busca meios para dar concretude e visualidade ao que considera a idéia-síntese de Brasil: o Cão Mulato, o cachorro sincrético, o vira-lata tirado do lixo e ungido a raça nacional. “O artista se coloca no papel de um cientista e liquidifica, com mordacidade, ideias de pureza de raça e de evolução genética através do uso da tecnologia. Tomando o cão mulato por símbolo de brasilidade, enxerga o país – assim como o seu próprio trabalho – como um espaço mesti&cced il;o, transacional e para sempre in progress", escreveu Moacir dos Anjos. Ele também apresenta o vídeo Formigas Urbanas que reflete sobre a presença do corpo híbrido, mestiço, negro de brasileiros em condição  informal nos grandes centros urbanos. A pernambucana Ana Lira, que há tempos vem desenvolvendo trabalhos de forte cunho político e investido nas ações colaborativas, a exemplo da obra Letreiro, que  desenvolveu como site specific, no projeto comissionado para a exposição Agora Somos Todxs Negrxs da Associação Cultural VídeoBrasil, em São Paulo.  Agora, a artista vai realizar uma proposta de vivência performática objetivando articular uma dinâmica de compartilhamento e escuta sobre invisibilidade como ferramenta de poder. Em que cenários estar nas entrelinhas pode nos ajudar a fortalecer as articulações coletivas?, esse será o questionamento básico da vivência, com duração de 60 minutos. A artista vai propor para nove pessoas presentes, entre o público, dinâmicas de ancestralidade e micro-política, cujos saberes compartilhados circularã o entre silêncios. Além disso, vai exibir uma série de carimbos intitulado, Saia Livre. Um trabalho que pede a participação do visitante. Saia Livre é um poema elaborado a partir de uma provocação feita para a edição #11 da revista de teatro Trema cujo tema era Censura. A proposição consistia em debater atos de cerceamento às artes no atual cenário do país. Pensando no contexto das expressões culturais de matriz africana e das festas populares em Pernambuco, uma das formas de construir um silenciamento lento vem sendo por meio da redução ou da interrupção de financiamento dos grupos, agremiações e cortejos de maracatus e escolas de samba dos bairros populares das cidades. Estamos atravessando outra fase semelhante agora e como resposta elaborarei um poema para livre circulação - que pode ser veiculado inteiro o u em pedaços, como

As poéticas de r/existência de artistas afro-brasileiro Read More »

7 fotos aéreas do Recife Antigamente

Do acervo da Biblioteca do IBGE conseguimos uma seleção de 7 imagens aéreas do Recife Antigamente. As fotos revelam uma cidade com menos prédios e mais árvores. Uma dinâmica menos intensa que nos dias atuais. Confira abaixo. Clique nelas para ampliar e contemplar com detalhes de cada retrato. 1. Destaque para a Praça da República e para os palácios do Governo e da Justiça   2. Rua da Aurora. Foto tirada do alto do edifício Capelinha, em 1957   3. Rio Capibaribe, em 1957   4. Ponte Buarque de Macedo   5. Bairro da Boa Vista   6. Avenida Guararapes, em 1952. (Foto: Faludi, Stivan; Santos, Lindalvo Bezerra dos) . . 7. Vista a partir do Forte das Cinco Pontas   *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)

7 fotos aéreas do Recife Antigamente Read More »

Exposição Natureza Gigante, no Riomar

Para educar e divertir as crianças neste mês de outubro, o RioMar Recife inaugura a partir do dia 6 de outubro, a exposição Natureza Gigante, que retrata de forma lúdica e interativa, com movimentos, curiosidades, ecologia e biodiversidade a importância dos pequenos habitantes da terra. Serão dez insetos animatrônicos, em exposição no Piso L3, com dispositivos robóticos desenvolvidos com o objetivo de reproduzir um ser vivo. Cada uma das espécies estão entre nós, em todos os lugares. Suas adaptações os permitiram viver nos mais diferentes ambientes da Terra, seja na água ou sobrevoando por aí. A atração alia conhecimento com diversão e demonstra a importância de cada inseto em seus diversos aspectos. Irá funcionar de segunda a sábado, das 14h às 22h, e domingos e feriados, das 12h às 20h. Os ingressos custam a partir de R$ 20 (meia entrada) de segunda a sexta-feira. O diretor da Smartmix Brasil, Lúcio Oliveira, responsável pela produção da exposição, explica que o gigantismo é o diferencial do evento. “A mostra retrata a natureza como se as pessoas tivessem encolhido enquanto os animais se tornaram gigantes. Isso tudo numa cenografia especial, que passa a impressão aos visitantes de estarem numa florestconclui Lúcio. A gerente de Marketing, Denielly Halinski diz que esta exposição, além de divertir, é uma verdadeira aula de ciência, ótima oportunidade para grupos de estudantes e seus professores tanto de escolas públicas como privadas. A mostra exibe: Formigas, Joaninha, Borboleta Azul, Besouro Rinoceronte, Vagalume, Louva-a-Deus, Centopeia, Gafanhoto interativo para fotos, além de dois de seus predadores, a Aranha Caranguejeira e o Escorpião Negro. A visita é guiada por monitores preparados para informar, divertir e acompanhar os visitantes de todas as idades. O evento também conta com ações interativas como encenação, realidade virtual , dentre outros. A Exposição conta com placas informativas sobre cada uma das espécies, retratando além de suas características, os diversos efeitos positivos que estes animais proporcionam aos seres humanos, nos fornecendo alimentos, consumindo materiais em decomposição melhorando o solo, ajudando na polinização das plantas e distribuindo sementes. Elas mostram que os insetos também podem ser usados no controle de pragas e até mesmo em alguns compostos usados em medicamentos. A produção fica a cargo da Smartmix Brasil, empresa com mais de 40 anos de mercado, pioneira em Entretenimento Familiar para shoppings. A empresa também é responsável por outras grandes exposições de sucesso que circulam pelo país, como: O Corpo Humano, Mundo Jurássico, Xperience – Ciência e Diversão, Supergames, Exposição Internacional Dragões, Mundo Marinho , Brinquedoteka, Mar – Mistérios e Aventura, Nave Planetária entre outros. Serviço Exposição NATUREZA GIGANTE Quando: de 06 de outubro a 04 de novembro de 2018 Onde: Shopping Rio Mar Recife – Piso L3 Horários: de segunda a sábado das 14h às 22h e domingos e feriados das 12h às 20h Promoções de pacote família - ingresso especial para grupos de 3 a 5 pessoas, desde que ingressem na exposição Ingressos: de segunda a sexta feira, R$ 20,00 (meia-entrada) e R$ 40,00 (inteira); sábados, domingos e feriados, R$ 25,00 (meia-entrada) e R$ 50,00 (inteira) Promoções de pacote família - ingresso especial para grupos de 3 a 5 pessoas, desde que ingressem na exposição juntos: Essas promoções não são cumulativas com outras que já existirem ou vierem a existir. Preços Pacote família promocional : SEGUNDA A SEXTA : 3 pessoas R$ 60,00 4 pessoas R$ 80 ,00 5 pessoas R$ 100,00 SABADOS, DOMINGOS E FERIADOS : 3 pessoas R$ 75, 4 pessoas R$ 100 5 pessoas R$ 125 Valores para grupos e Escolas Valor único - R$ 15,00 Venda de Ingressos especiais para grupos de no mínimo 30 pessoas. Visitas em horários diferenciados. Vendas e agendamentos pelo email: naturezagigante@lojadoshow.com.br / (81) 98699-7461

Exposição Natureza Gigante, no Riomar Read More »

Teresa Montero convida para lançamento de O Rio de Clarice em Recife

A Autêntica Editora, a Livraria Praça de Casa Forte e a autora Teresa Montero convidam para o lançamento do livro O Rio de Clarice: passeio afetivo pela cidade. O evento acontecerá no dia 20 de outubro (sábado), a partir das 18h, na Livraria Praça da Casa Forte, e contará com um bate-papo sobre o Rio e o Recife de Clarice Lispector, entre Teresa Montero e a pernambucana Taciana Oliveira, diretora do documentário A descoberta do mundo, com mediação da entrevistadora Vera Barroso. Resultado de um projeto cultural idealizado pela especialista e biógrafa de Clarice Lispector (1920-1977), o livro conduz o leitor em um passeio literário por sete caminhos da escritora durante os 28 anos que viveu no Rio Janeiro: os bairros onde morou, estudou e desenvolveu sua atividade profissional. Serviço do evento: Data: 20 de outubro Horário: 18h Local: Livraria Praça de Casa Forte Praça de casa Forte, 454 Recife - PE Serviço do livro: Autora: Teresa Montero Páginas: 192 Formato: 16 x 23 Acabamento: brochura ISBN: 978-85-513-0412-9 Preço: R$ 54,90 Editora: Autêntica Grupo Autêntica www.grupoautentica.com.br

Teresa Montero convida para lançamento de O Rio de Clarice em Recife Read More »

8 imagens do Cais da Alfândega Antigamente

Situada entre a Ponte Maurício de Nassau e a Ponte 12 de Setembro, a Rua Cais da Alfândega possui uma das vistas mais agradáveis do Centro do Recife. De acordo com Marcos Albuquerque e Veleda Albuquerque (Revista Noctua, 2017), "Até a primeira metade do século XVII a área onde hoje existe a Avenida Cais da Alfândega, se encontrava sob as águas do rio Capibaribe. Nas proximidades do local já começava a se formar um extenso banco de areia. Embora não se constitua em uma das áreas de ocupação mais antiga da cidade do Recife, o seu entorno, já no século XVI, passara a integrar o conjunto da cidade. Os pescadores que primeiro se instalaram no istmo fronteiriço aos arrecifes, já em 1587 cuidaram de construir uma ermida dedicada ao santo protetor dos marinheiros, São Frei Pedro Gonçalves ou Santelmo. Ermida que futuramente daria origem à capelinha e em seguida à igreja do Corpo Santo. As boas condições de porto, o acesso às águas calmas onde as embarcações podiam ser reparadas, logo tornariam as poucas terras emersas, o “povo dos arrecifes”, um local cobiçado, a porta de entrada para Pernambuco. Logo cedo se construíram armazéns para onde convergiam as mercadorias a serem embarcadas, mormente o açúcar." Selecionamos imagens antigas do local no acervo da Villa Digital (Fundaj) e do IBGE. Confira as fotos abaixo. 1. Grande Hotel O Grande Hotel, de 1940, atualmente abriga o Fórum Thomaz de Aquino. Foi no Grande Hotel que, em 1942, Dorival Caymmi começou a escrever Dora. (Fotografia cedida por Luiz Timotheo da Costa)   2. Ao fundo, ainda em construção o edifício do IPASE (Inst. de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado) e IAPI (Inst. de Aposentadoria e Pensões dos Industriários). Foto: Tibor Jablonsky, em 1957.   3. Embarcações no cais   4. Embarcações no Cais   5. O Cais em 1880 (Autor: Constantino Barza)   6. Cartão Postal do Cais da Alfândega (Acervo Josebias Bandeira)   7. Cais do Alfândega, com foto com dedicatória de 1921   8. Desembarque de açúcar no Cais da Alfândega, em 1937 (Acervo Benício Dias) *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)

8 imagens do Cais da Alfândega Antigamente Read More »

Quilombo sem estereótipos

A identidade e o cotidiano da comunidade quilombola Barro Branco é a inspiração do artista Carlos Mélo para a produção do média metragem Barro Oco. A obra já foi exibida na cidade de Belo Jardim, onde o filme foi rodado, e começa a circular em eventos e exposições, incluindo o Recife. A obra é um dos frutos do trabalho de residência artística promovida pelo Instituto Conceição Moura, que anualmente tem levado uma experiência de arte contemporânea para o município do Agreste pernambucano. O ponto de partida da relação entre o artista e a comunidade começou há cinco anos, quando Mélo esteve em Belo Jardim participando de uma mostra artística. "Aquele povo que vive ali" era a maneira como a população se referia aos quilombolas. Dessa informação dispersa e quase de desconhecimento da identidade dos moradores do Barro Branco, ele iniciou uma pesquisa que resulta numa intervenção artística na cidade e no filme. Quem imagina uma comunidade quilombola, com fogueira, cabanas e roupas típicas não é isso que vai encontrar na leitura de Carlos Mélo. “Uma das minhas preocupações foi de não trazer estereótipos. Embora seja um povo tradicional, os seus adolescentes estão com celular na mão e conectados”, exemplifica. A instalação de uma cerca construída com mais de quatro mil ossos de animais, que atravessava a área da comunidade e parte de uma propriedade privada na região, foi uma das peças que compõem o projeto artístico. Para essa obra, Mélo contou com a participação das pessoas da comunidade na coleta dos ossos. A cerca, que media quatro metros de altura por 20 metros de extensão, entre a vegetação e o sol intenso da região, representa no imaginário do artista a resistência e o sentimento de pertencimento ao território. Outra obra erguida na comunidade no período da residência artística foi uma tenda, que representa o lugar de reuniões comunitárias. No esforço de reconstituição da história do quilombo, o artista se deparou com o fato dessa tenda ter sido destruída duas vezes, por motivos não explicados. Na pesquisa sobre a origem da comunidade, Mélo ressalta que pouco se sabe sobre os ancestrais que chegaram no território que fica distante 10 km do centro de Belo Jardim. O filme caminha entre o documentário, para narrar a história da comunidade, e uma experiência de vídeoarte, que é uma das facetas do artista nascido em Riacho das Almas. Carlos Mélo tem trabalhos que vão do desenho, fotografia à filmografia, além das performances e instalações. Uma obra que passeia entre a arte e a filosofia. Premiado em diversos salões artísticos, ele desenvolve sua atividade de forma permanente, com exposições tanto no Brasil como no exterior. Você pode conferir o trailler de Barro Oco no link: https://vimeo.com/278804617. O trabalho de Mélo foi a segunda edição da Residência Belojardim, idealizada por Mariana Moura, presidente do Instituto Conceição Moura, e conta com a curadoria de Cristiana Tejo e Kiki Mazzucchelli. O objetivo do projeto é expandir as ações culturais do instituto para o campo das artes visuais, contemplando um artista a cada ano para desenvolver projetos especialmente comissionados que dialogam com as diferentes dinâmicas culturais, econômicas, políticas e sociais da região do Agreste de Pernambuco. A edição 2018 da residência contou ainda com uma exposição individual de Carlos Mélo no Sesc-Belo Jardim. A mostra apresentou ao público um pequeno recorte da produção de Mélo, permitindo à população local um maior diálogo com o trabalho do artista que passou três meses na cidade. O Instituto Conceição Moura, mantido pelo Grupo Moura, é ainda o responsável por outras iniciativas culturais na cidade, como o Cine Jardim. O festival anual exibe uma grande variedade de longas e curtas metragens, além de promover oficinas gratuitas para crianças e jovens sobre produção cinematográfica. Festivais, como o Virtuosi Belo Jardim, e a oferta de cursos de música também integram a programação anual da organização.

Quilombo sem estereótipos Read More »

Marcelino Freire lança obra de "ensaios de ficção" pela José Olympio

A literatura de Marcelino Freire não tem nada de ordinária. O pernambucano nascido em Sertânia – e hoje radicado em São Paulo – contou recentemente que tem dois romances engavetados. Decidiu não publicá-los ainda porque estavam “muito donos de si”. Veio, no lugar, com este “Bagageiro”, que chega às livrarias pela José Olympio em outubro. A forma mais ordinária de definir “Bagageiro” seria como um livro de contos. Mas, como previamente dito, essa forma não cabe. O livro é uma coleção de “ensaios de ficção”, como define o próprio escritor, inquieto, passional e sempre disposto a rir do próprio umbigo. Em Pernambuco, o bagageiro é onde se leva todo tipo de coisa em cima da bicicleta: mercadoria, botijão de gás, criança, etc. Nas páginas, são textos com o pulso vivo e vozes múltiplas que erguem mundos. Uma coletânea de pequenas histórias, entremeadas por comentários – por vezes mordazes – sobre a escrita, o país, o mundo, a vida literária e a não literária também. “Minha pontuação de estimação é a interrogação. Mas não tenho muita certeza disto”, escreve Marcelino em uma dessas tiradas. “Neste livro de ‘ensaios de ficção’, eu estou lá me divertindo. Indo sem ir. Sem apontar o dedo. Quando aponto, baixo o dedo e sigo me perguntando, sigo ironizando, não me levando a sério. Chamei meus contos de ‘ensaios’ porque nunca chamo meus contos de contos. Chamo de ladainhas, improvisos, cirandas”, explica o autor em entrevista ao Blog da Record. TRECHO: “Antigamente, eu só de olhar sabia a medida do quadril, a anca da noiva, agora é só nos instrumentos de medida, 18 a 23 cm abaixo da cintura, olha se não é, me ajuda, que é muito número, prefiro dar de ouvido ainda à experiência, aqui amarro um fio ao redor do tronco, a curva natural de tua cintura, ô, minha filha, a primeira que vai sair de casa, Bernarda, teu futuro marido não pode te ver antes da igreja, minha laranjeira, vai sentir a falta da tua mãezinha aqui, vai, não vai?” Marcelino Freire nasceu no ano de 1967, em Sertânia, Pernambuco. Vive em São Paulo desde 1991. É autor de “Angu de sangue” (Ateliê Editorial, 2000), “Contos negreiros” (Prêmio Jabuti, Editora Record, 2005), “Rasif” (Editora Record, 2008), entre outros. Em 2013, lançou “Nossos ossos”, vencedor do Prêmio Machado de Assis da Biblioteca Nacional, também pela Record.

Marcelino Freire lança obra de "ensaios de ficção" pela José Olympio Read More »

Recreio ao som de Mozart

Para muitos jovens a música erudita pode ser um gênero musical ligado às pessoas mais velhas e de gosto mais refinado. Mas o Conservatório Pernambucano de Música (CPM) propõe a estudantes adolescentes uma outra visão desse estilo musical. Iniciado em 2013, o Projeto de Circulação de Música de Câmara, idealizado pelo CPM e pela Orquestra Vicente Fittipaldi e realizado em parceria com o Governo do Estado, traz para o horário do intervalo de escolas da rede estadual de ensino a música de câmara. São apresentações mais reduzidas de um concerto de peças clássicas do repertório das orquestras, mas combinadas com a música popular. Roseane Hazin, gerente geral do CPM, destaca a importância do projeto, que já tem seis anos de existência: “É um eficiente curso de apreciação musical e de formação estética, bem como uma bem-sucedida ação de sensibilização, que alcançou milhares de alunos no Recife e na Região Metropolitana”. Na maior parte das vezes instrumental, a música de câmara é uma excelente introdução ao repertório erudito. Ao oferecer ao espectador um número menor de músicos integrantes, traz maior possibilidade de interação e de atenção, especialmente para as crianças e os jovens, que são os contemplados dessa atividade do Conservatório. “A escola foi o ambiente ideal que encontramos para fazer esse trabalho. Trazemos uma formação com instrumentos eruditos, mas mostrando uma proposta de música que é a que eles estão acostumados a ouvir. Prendemos a atenção deles ao trazer aquela sonoridade de um instrumento erudito para a música popular”, conta Jean François Bourgeois, coordenador da orquestra. Atrelado a isso está o concerto-aula, uma forma de introduzir informações sobre a história da música. “Em seguida, apresentamos a sonoridade de cada um dos instrumentos da orquestra, para então mostrar uma música realmente do dia a dia dos alunos, como um funk, por exemplo. Sempre procurando trazer algo que eles conhecem, na sonoridade daquele instrumento. E aí é sucesso”, relata o coordenador. Semestralmente o repertório é modificado, tanto na parte erudita quanto na popular, trazendo mais diversidade e atraindo o público. A escolha para as próximas apresentações foram as peças de Vivaldi e Tchaikovsky, conhecido pela peça Quebra-Nozes. Pela forma mais dinâmica de apresentação, a maneira de assimilar o conteúdo e o interesse pela música ficam mais efetivos e perceptíveis entre os alunos. “O feedback deles é bastante positivo, até porque essa proposta é algo inovador ao que eles costumeiramente vivenciam. Nem sempre todos conseguem esse contato com orquestras com facilidade, veem mais na televisão, e não ao vivo”, diz o professor do concerto-aula, o flautista Ecenilson Dias. Com apresentações no Recife e na Região Metropolitana, o projeto já conseguiu levar a orquestra para cerca de 100 colégios, com duração de 50 minutos cada concerto-aula. A Escola Manoel Borba, localizada em Boa Viagem, foi a mais recente contemplada. Reunindo todos os estudantes do ensino médio no pátio para assistir à apresentação, o momento foi de conhecer um pouco mais do universo da música clássica e se divertir com as adaptações dos sucessos da atualidade, como por exemplo, a adaptação ao violino do hit Despacito. A estudante Renata Xavier, de 17 anos, conta que a experiência foi muito enriquecedora para ela e os colegas: “foi uma oportunidade maravilhosa pra gente, principalmente pra quem é jovem, que está acostumado a ouvir músicas que muitas vezes não enriquecem a nossa personalidade, o nosso intelecto. Foi uma oportunidade única que nós tivemos de conhecer mais sobre a música erudita”. A música já faz parte do cotidiano pedagógico da Manoel Borba, por meio da interdisciplinaridade das matérias estudadas em sala de aula. “Tanto os estudantes como os professores, estamos lisonjeados, porque a música faz parte da nossa vida, do nosso cotidiano, e ela vai para além dos muros da escola. Nós trabalhamos música nas aulas de arte e em diversas outras disciplinas. Então, a apresentação da orquestra para nós é um presente”, emociona-se Ivana Carvalho, educadora de apoio da instituição. Os alunos Jonnatha Dantas e Daniele Belmiro, que estão concluindo o ensino médio na Manoel Borba, compartilharam da mesma alegria em terem recebido no seu ambiente de estudo um evento bem diferente. “Foi algo inesquecível, inovador. Vai acrescentar bastante na nossa educação. Fico grato por nosso colégio ser prestigiado por essa apresentação”, conta Jonnatha. “Achei o evento muito construtivo porque ele mostra a arte clássica de uma forma diferente. Mostra que não é só Beethoven, não é só Mozart que podem ser tocados em violinos, em flautas... eu achei fantástico. Uma nova roupagem para a gente que considerava esse som chato. Mas ele não é chato!”, revê Daniele. *Por Laís Arcanjo

Recreio ao som de Mozart Read More »

Filme pernambucano sobre o Forró na Europa será exibido no Festival Rota, no Rio

Existem cerca de 20 festivais musicais exclusivamente de forró e shows cada vez mais demandados em vários países na Europa. Esse é o cenário vivido hoje pelo forró brasileiro de raiz no continente, um mercado que já voltava seus ouvidos há algum tempo para essa música, mas que nos últimos anos entrou num processo de consolidação. Tal movimentação está registrada no documentário Quanto Mais Longe Vou, Mais Perto Fico, dirigido por Daniel Ortega, com produção do coletivo pernambucano LA Sangre Mamute Produções, com estreia marcada para o próximo sábado (29), no ROTA - Festival de Roteiro Audiovisual, no MAM, no Rio de Janeiro. As filmagens foram realizadas em 2013, durante a segunda turnê do Quarteto Olinda pelo Velho Continente, em que Daniel Ortega assinou também a fotografia com Yuri Rabid. Quanto Mais Longe Vou, Mais Perto Fico mescla registros das experiências dos quatro músicos (Cláudio Rabeca, Guga Amorim, Carlos Amarelo, além de Rabid), que compunham a banda, com entrevistas com pessoas que movimentam essa cena cultural, como professores, músicos e alunos. O grupo levou o forró tocado com Rabeca com um repertório de canções próprias, de outros artistas da música nordestina e clássicos do Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Um trabalho importante na disseminação do forró é desenvolvido por professores e grupos brasileiros de dança que atuam na Europa. Durante todo o ano, esses grupos fomentam a cultura do forró em apresentações e aulas. O filme aborda a preservação da história de artistas do forró, dando destaque às danças e aos bailarinos desta manifestação popular. Os festivais de forró no Velho Continente atraem cada vez mais participantes interessados em aprender a dança e os ritmos, tornando-se um ponto de encontro cultural entre brasileiros e estrangeiros. Há russos, italianos, franceses, alemães, formados por brasileiros. O modelo desses eventos demonstra que os europeus estão muito interessados em conhecer a fundo as raízes do ritmo que se desenvolveu mais fortemente no Nordeste Brasileiro. Em boa parte dos festivais, além de shows musicais, são promovidas oficinas de dança e instrumentos musicais e workshops em que o debate enfoca a natureza e as origens do forró. A turnê teve início em Lisboa e, em seguida, percorreu Munique, Berlim, Colônia, Londres, Dublin, Paris, Nantes, Bordeaux, São Petersburgo, Genebra e Roma.

Filme pernambucano sobre o Forró na Europa será exibido no Festival Rota, no Rio Read More »

Filme pernambucano sobre especulação imobiliária estreia no MAM do Rio de Janeiro

Curta metragem escrito e dirigido por Juliano Valença, Cavalo Concreto estreia na mostra competitiva do ROTA - Festival de Roteiro Audiovisual, no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, no próximo domingo (30). O filme foi elaborado como um exercício de direção de atores, que se desenvolveu até tornar-se filme. A ideia de utilizar a temática do Cavalo Marinho, folguedo pernambucano, amadureceu para uma concepção em que este festejo se misturou com o discurso da especulação e verticalização da cidade do Recife. De forma lúdica, conta a estória de um grupo de teatro que encena sua nova peça numa fazenda em ruínas. O curta foi rodado na cidade de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro. Parte do elenco é formado por atores do coletivo Lá Vai Maria, grupo carioca de teatro independente que bebe de fontes pernambucanas, como dos versos do poeta Miró da Muribeca. Contemporizando o Cavalo Marinho, onde é realizada a venda do boi, o roteiro gira em torno da venda de um apartamento na área nobre da cidade da capital pernambucana. Capitão, interpretado por Christian Manos, tenta enrolar os compradores. Ao passo que denigre quem vive na parte pobre da cidade, enaltece a área verticalizada, sinal de status. Na contramão do discurso elitista, surge o poeta, vivido por Túlio Baia. Seu pensamento utópico se revela nas poesias, que compõe grande parte do texto.  A quebra entre real e imaginário vem na forma do Diabo (Bruno Leão), que causa um choque no que esta sendo contado. O diabo e personagem fundamental nos conflitos que vem a seguir. A segunda ruptura no status quo vem a partir da polícia, que reprime o ensaio dos artistas com o uso do abuso de autoridade. A trilha sonora, toda original, é outro fator importante. Composta por Valença e Viola Luz, ela interage com os diálogos em rima, criando uma sensação de fluidez, misturando a guitarra elétrica com o peso da percussão pernambucana. Elaborados pelo Estudo Greda, o figurino e maquiagem estão em destaque dentro da estória, que foi filmada em preto e branco. Inspiradas na vestimenta dos brincantes da folia de reis de Pernambuco, as roupas ganham vida na trama. Cavalo Concreto é um curta contemporâneo, que bebe de várias vertentes do cinema nacional do Cinema Novo ao melhor do cinema pernambucano.   Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=DGoRZvPrkTo

Filme pernambucano sobre especulação imobiliária estreia no MAM do Rio de Janeiro Read More »