Todo professor carrega uma história de desafios e de conhecimentos. Seja na vida, na profissão, no dia a dia com os alunos, estando na sala de aula ou até mesmo remotamente. A partir dessa interação, surge a troca de experiências e de aprendizados. É uma construção de memórias e de vivências, que a contadora e professora Maristela Moura, do curso de Administração do Centro Universitário Tiradentes (Unit Pernambuco), sabe bem como o que isso significa. Ela vem escrevendo uma trajetória ao longo do tempo e realizando o que tanto traz sentido à sua vida: ensinar.
Mas quem a vê dando aula, nem imagina a sua história de superação. Hoje, com 30 anos na área da Contabilidade e professora universitária há 16 anos, sendo 11 de vivência na Unit PE, Maristela começou seu sonho de verdade nas ruas, quando pedia esmolas. Ela tinha vindo do interior, de Belém de Maria (na Mata Sul de PE), há 46 anos, para tentar a vida na capital. De lá pra cá, ralou muito. E cada esforço, cada minuto era valioso para seu aprendizado. Cada desafio vivido era, na verdade, um estímulo para ela seguir adiante. Ainda com mais força. Aos poucos, foi conquistando seu espaço e, com muita determinação e foco, construiu uma vida e carreira no Recife.
“A contabilidade salvou a minha vida”. Esse é o resumo de tudo para Maristela, já que sua área de trabalho foi a responsável pelas mudanças principais na sua trajetória de forma geral. “A educação é amor e uma mudança de vida. A minha história é de superação, assim como a de outros professores”.
A educação em primeiro lugar
Além de ensinar, ela também é empresária, mas a vida como educadora, para ela, ultrapassa todos os limites do amor e do carinho. “Eu tenho lojas na CEASA daqui de Pernambuco, além de lojas de roupa e de ração. Eu pago para administradores tomarem conta da minha vida, porque a educação está em primeiro lugar, porque eu acredito na educação e que nós podemos mudar nossas vidas”, salientou Maristela.
Seu primeiro contato e lembranças com o Centro Universitário Tiradentes foi a partir de observações. “A Unit virou amor. Ela tem uma história linda na minha vida. Na rua, onde eu pedia esmola, tinha uma unidade da faculdade no bairro de Casa Amarela. Onde fui lá dar aula e devolver o que aquela comunidade tinha feito. Então, a Unit tem uma história na minha vida e um lugar no meu coração”, contou a professora.
Maristela ensina no curso de Administração e é responsável por matérias das Ciências Contábeis: Contabilidades Básica, Introdutória, Tributária, Gerencial, Atuária e também Perícia. “São áreas incríveis, com muitas oportunidades para os contadores, com salários altíssimos”, ressaltou.
Pandemia e Inovação
Com o período pandêmico, várias mudanças aconteceram e Maristela precisou fazer adaptações e mudar o seu jeito de ensinar e de fazer suas atividades, além de, é claro, pensar em reinvenções. “Tive que aprender a trabalhar em plataformas como Meet, Teams e Zoom. Precisei me habilitar a conhecer, no mínimo, três a quatro sistemas. Com a internet no Brasil, que é muito arcaica, precisei aprender muita coisa”, contou.
A professora se orgulha dos alunos e de suas turmas. Mesmo com a pandemia, o interesse, o contato e as participações não deixaram de acontecer. “Eu consigo ter 36 alunos em sala de aula, mesmo com tudo de forma remota. Isso é muito vitorioso. Às vezes, chega a 42 alunos, e são disciplinas difíceis, como a Contabilidade Atuária. Foram muitas mudanças de forma geral, mas, a cada dia, vamos melhorando”, revelou.
Dia do Professor
Neste Dia do Professor, comemorado em 15 de outubro, Maristela deixa uma reflexão de emoção e carinho, sentimentos que convivem com ela diariamente após a sua escolha de educar e compartilhar conhecimento.
“Eu espero que essa chuva passe e que nós possamos voltar às salas de aula. Este ano eu fui dar uma aula em uma pós-graduação de forma presencial e me emocionei ao ir a uma sala de aula. Eu amo a educação. Ela mudou a minha vida, a da minha família e do ambiente que eu tinha e vivenciava. Também financeiramente e emocionalmente. A todos os meus colegas professores, eu passo meu respeito. Porque, afinal, ser professor é ter amor. Eu dedico só meu respeito a todos que estão lutando e sobrevivendo com isso”, dedicou Maristela.
(Do site da Unit-PE)