O Borsói Clube é uma boa pedida para quem aprecia café e artes. Situado em Boa Viagem, no térreo do Edifício Califórnia, famoso por ter sido projetado pelo arquiteto Acácio Gil Borsói, nos anos 50, o lugar, embora pequeno, oferece uma variedade dessa que é a bebida mais consumida pelo brasileiro depois da água. Na ambientação moderna, chamam a atenção os postes embutidos na parede, que iluminam o espaço junto às mesas, além de exposição de quadros que são colocados à venda. No balcão, ainda é possível observar os vários processos com que é feito o café.
“A ideia é trazer um pouco da experiência de cafeterias de outros países, um ambiente diferente e ao mesmo tempo ter um link com a arquitetura, por causa do edifício”, justifica a fotógrafa Paloma Amorim, sócia da casa, junto com o marido, o barista George Gepp, que trabalha no ramo há 10 anos.
Tudo começou quando se conheceram num evento de café. “A bebida, de certa forma, permeou tudo ao nosso redor, inclusive, nosso relacionamento”, conta Amorim. Como forma de treinar para o campeonato nacional de barista, o casal realizava várias noitadas em casa e aproveitava para convidar os amigos para experimentar a bebida. “Era muito café para desperdiçarmos. Os amigos, depois que provavam, queriam saber onde consumir esse tipo de café”, conta Paloma. De olho nessa demanda, há oito meses decidiram inaugurar o Borsói.
No cardápio, entre as muitas opções está o café da casa (o tradicional café com leite e o cappuccino) e do visitante, servido em pequenas quantidades para o cliente experimentar. “Essas opções são para pessoas que nunca tomaram café ou o que provaram em outro lugar e não gostaram. Com a escolha do café do visitante, o cliente pode ainda receber atendimento personalizado dos baristas com explicações sobre o produto”, destaca Paloma.
Entre os drinques, o queridinho dos frequentadores é o autoral Califórnia (R$ 15), obtido sob extração, concentrado com gelo, açúcar mascavo e gengibre. Há ainda o Dom Acácio, que leva uísque Chivas e café, homenagem a Gil Borsói. Ao todo são 17 opções, entre clássicos, filtrados e autorais, com e sem álcool. O café especial é produzido em Serra Negra, no cerrado mineiro.
Para quem deseja tomar café com algum acompanhamento, o Borsói oferece 20 opções, como os sanduíches de pão de queijo. “São dois tipos: um leva blade de quatro queijos e o outro fit, com base de batata-doce, ricota e linhaça para atender o público que busca algo mais leve”, explica Paloma. O preço varia entre R$ 11 e R$ 15. Aberto na hora do almoço, a casa também dispõe de saladas acompanhadas de massas artesanais italianas, como nhoque. Aos fins de semana, traz um cardápio de comidas veganas, sanduíche com abacate, além de salmão defumado.
“Nossa ideia é ser uma cafeteria e trazer uma gastronomia diversificada e moderna, mas com alimentos desenvolvidos em prol do café e não colocá-lo como produto secundário. Tanto é que as pessoas vêm para tomar o café”, ressalta Gepp. A clientela varia de acordo com o horário. “No café da manhã, o ambiente é mais família, durante o dia, masculino, e no final da tarde, composto por casais, senhoras e a noite é predominantemente feminino”, observa Paloma Amorim. Geralmente são pessoas que têm conhecimento e que participam de clubes de café. “Elas geralmente viajam, tem o hábito de tomar café no dia a dia e tem estação de cafeteria em casa”, completa.
A prova de que tudo gira em torno do café no Borsói é que eles procuram resgatar os drinques clássicos da coquetelaria e harmonizar com o café durante a “Quinta Ordinária”, projeto que os sócios realizam uma vez ao mês. Na ocasião, eles convidam a banda de jazz Clave de Fá para animar a noite e o mixologista João Morandi, para escolher os drinques da festa.
Além desse projeto mensal, a cada três meses, a cafeteria lança uma exposição de arte em que os quadros são colocados à venda, numa parceria com a Expoart, uma plataforma virtual para artistas. “A ideia é que as paredes sirvam como uma exposição, como uma galeria de arte”, conta a fotógrafa. Eles também oferecem uma lojinha em que comercializam utensílios para extração da bebida, cafés em grãos de 250 gramas, que são moídos na hora, conforme a granulometria que o cliente deseja.
O Borsói também mantém uma parceria com o CoffeeBar, uma distribuidora de café e equipamentos, para ministrar o curso de barista (ao preço de R$ 550) e oficina de preparo de cafés filtrados (R$ 120). “Essas oficinas não são feitas na cafeteria, mas em uma sala de estudo na Imbiribeira, futuramente estamos pensando e trazer um workshop de chá”, antecipa Paloma.
Serviço:
Borsói Café Clube: Edifício Califórnia, R. Artur Muniz, 82 - Boa Viagem, Recife. Funcionamento: Terça a sexta: das 9h às 22h; e cafés da manhã sábado e domingo das 8h às 22h. Informações na rede social da casa: @borsoicafeclube.
*Por Paulo Ricardo Mendes - algomais@algomais.com