Do Recife para o mundo (por Isabella de Roldão) - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Do Recife para o mundo (por Isabella de Roldão)

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Nos últimos anos, o Recife se consolidou como uma cidade global. Os 44 consulados instalados por aqui tornaram a nossa cidade a Capital da Diplomacia Consular do Norte e Nordeste, atraindo investimentos e parcerias internacionais. Cidade estratégica para essa projeção mundial, sete das 10 maiores economias globais possuem Consulados Gerais instalados na cidade: Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, França, Reino Unido e Itália. Sem falar que ainda sediamos o Consulado Geral da Argentina em nossa cidade. Como coordenadora de Relações Internacionais da Prefeitura do Recife, tenho consciência da importância de continuar esse trabalho de internacionalizar o nosso município e torná-lo uma ponte para o mundo.

Primeiro hub consular no Nordeste e o segundo do Brasil, o Recife também é um importante polo tecnológico e logístico, o que potencializa ainda mais esse protagonismo. Não à toa, o Consulado de Carreira de Portugal está retornando para a capital pernambucana.

Agenda TGI

O trabalho desenvolvido na Prefeitura também está dando resultados. Estamos consolidando e fortalecendo a cooperação técnica entre Recife e Nantes, na França, que são cidades-irmãs há 20 anos. Nosso foco é promover, cada vez mais, parcerias, investimentos e ações bilaterais, além de possibilitar uma troca de conhecimento e políticas públicas entre as duas cidades.

O Recife também está com as tratativas avançadas para se tornar cidade- irmã de Luján, na Argentina, com a articulação construída diretamente com o prefeito Leonardo Boto. Com esse novo irmanamento, haverá um intercâmbio de experiências eficaz em setores como Cultura, Desenvolvimento Social e o Turismo, principalmente o Turismo Religioso, uma vez que a história da cidade de Luján se mistura com a nossa. Em 1630 a imagem de Nossa Senhora de Luján, em terracota, foi feita em Pernambuco e enviada à Argentina, com intuito de restaurar a fé católica.

A capital pernambucana também se tornou estratégica para as relações diplomáticas e internacionais porque é onde as sedes do Erene (Escritório de Representação no Nordeste do Itamaraty) e do Escritório do Nordeste da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) estão localizadas. O Recife também se diferencia por ter um dos principais aeroportos do Brasil e da América do Sul, considerado o quarto melhor do continente pelo World Airport Awards 2020. A cidade também tem conexão direta com os principais portos do mundo, através do Porto do Recife.

Nossa multiculturalidade, aliada com o senso de pertencimento e acolhimento típico do recifense, nos fez ter essa amplitude internacional sem perder a própria identidade. Tudo isso garantiu o Selo Migracidades 2022 para o Recife. Concedido pela OIM (Organização Internacional pela Migração), vinculada à ONU, o selo atesta a boa política para migrantes em situação de vulnerabilidade social que chegam à nossa terra.

Outro ponto que faz o Recife ter essa dimensão global é o compromisso da Prefeitura com a Agenda de Desenvolvimento Sustentável e das Mudanças Climáticas. Sabendo da urgência em debater o tema, o Recife se tornou o primeiro município brasileiro a reconhecer a emergência climática e a firmar o compromisso para reverter esses impactos ambientais. Afinal, vivemos numa das cidades mais vulneráveis às mudanças climáticas no mundo, de acordo com o Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas da ONU. Inclusive, firmamos uma cooperação com a Holanda que permitirá a elaboração de estudos técnicos para mitigar efeitos de desastres naturais relacionados à elevação do nível do mar. Nosso objetivo, junto com a equipe de consultores do DRR (Dutch Risk Reduction Team), é propor estratégias e intervenções para controlar o risco de inundação e ter a gestão de bacias hidrográficas. Os desafios mundiais exigem ações locais eficazes!

E são essas mudanças que estamos promovendo com o Plano Recife 500 anos, planejamento estratégico para o desenvolvimento da cidade até 2037, quando nos tornaremos a primeira capital brasileira a completar 500 anos. O objetivo geral do plano é tornar o Recife uma cidade-parque, inclusiva, conectada e sustentável, o que dialoga diretamente com o processo de internacionalização que está sendo desenvolvido até aqui.

Queremos não somente transformar o Recife para as recifenses e os recifenses, o nosso povo, mas sim, tornar nossa cidade uma referência para o mundo. Como vice-prefeita, coordenadora de Relações Internacionais da Prefeitura e apaixonada pela nossa cidade, trabalho incansavelmente pelo desenvolvimento, valorização e internacionalização do Recife. Acredito muito na importância dessa transformação, afinal, vivemos numa sociedade conectada e que cada vez mais está integrada com as pautas do futuro.

*Isabella de Roldão É vice-prefeita do Recife e coordenadora de Relações Internacionais da Prefeitura.

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