Doce cooperação: Cooates investe em biofábrica na Zona da Mata Sul - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Doce cooperação: Cooates investe em biofábrica na Zona da Mata Sul

Revista algomais

*Por Rafael Dantas, repórter da Algomais

A produção de mel e própolis está unindo trabalhadores junto à Cooperativa de Trabalho Agrícola e Assistência Técnica e Serviços (Cooates). Com sede em Barreiros, na Mata Sul pernambucana, a organização está perto de inaugurar a Unidade de Extração e Envasamento do Mel Vale do Una, uma biofábrica dos produtos derivados das abelhas. Essa é a primeira etapa de um projeto ambicioso, de promover o desenvolvimento com participação comunitária e valorização dos produtos naturais.

Agenda TGI

A cooperativa atua tanto na produção, como no envasamento do mel. A Cooates trabalhará com três floradas. Uma do bioma da Mata Atlântica, outra da Caatinga e ainda uma do ecossistema do manguezal. “Decidimos investir no mel porque é um produto muito valorizado no mercado e de fácil comercialização e aceitação. Além do consumidor final, podemos integrá-lo em programas como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) para colocá-lo na merenda”, explica o presidente José Cláudio da Silva.

Além desses canais, a cooperativa comercializará a partir de um perfil no Instagram, num sistema de e-commerce, e também planeja a participação de feiras de produtos agrícolas brasileiras e mesmo algumas internacionais, com apoio da Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Estão nos planos também a construção de uma loja física.

A unidade fabril, que teve financiamentos da Adepe de R$ 300 mil, irá gerar 6 postos de trabalho diretos. A quantidade de trabalhadores envolvidos, porém, é muito maior. “Em torno de 2 mil e 400 famílias deverão e poderão ser beneficiadas no trabalho de entorno das nossas biofábricas. São potenciais fornecedores de matéria prima, beneficiários dessa geração. A maioria deles, inclusive, estão ligados aos assentamentos da reforma agrária e comunidades rurais”, explicou o presidente da cooperativa. Além das colméias da própria região, parte do mel a ser envasado na cooperativa virá dos produtores de Moreilândia e de Sertânia, no Moxotó.

Estima-se que em plena capacidade, no horizonte de um ano e meio, a biofábrica produza 30 toneladas de mel por ano.

NOVOS PROJETOS

Para o futuro, a cooperativa planeja também a inauguração de uma Unidade de Biocosméticos. A primeira fase (de construção estrutural) está prevista para julho, enquanto a inauguração das operações devem acontecer em novembro. “Pretendemos começar na alta temporada do final de ano, iniciando com a produção de sabonetes. No futuro serão produzidos shampoos, condicionadores e óleos essenciais da mata atlântica”.

Os sonhos da cooperativa não param por aí. José Cláudio menciona que há outros projetos em fases mais embrionárias germinando na Cooates. Um deles é desenvolver o plantio de cacau. A ideia é atuar em um novo segmento, envolvendo produtores, unidades de secagem e de beneficiamento. Estão nos planos ainda a estruturação de uma unidade de filetagem de tilápia para piscicultura, a instalação de uma cachaçaria focada em exportação e a abertura de um centro de tecnologia da mata sul, para incentivar a formação dos jovens do município. “Pretendemos ter um cenário mais proativo no desenvolvimento de ferramentas para formação tecnológica”.

Mais do que o mel, os projetos da cooperativa prometem adoçar o futuro da juventude local com novas oportunidades e criar um ecossistema de desenvolvimento sustentável na região.

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