As doenças que atingem os órgãos urinários normalmente são associadas a adultos e idosos. Mas, ao contrário do que muitos pensam, elas também acometem os mais jovens. Problemas como insuficiência renal, cálculo renal e infecção urinária estão, inclusive, acontecendo com mais incidência nos últimos anos em crianças e adolescentes.
Segundo o urologista Guilherme Maia, do Hospital Santa Joana Recife, as principais causas desse aumento é que os jovens não costumam tomar água suficiente e consomem uma grande quantidade de produtos industrializados ricos em sódio. “A origem das doenças renais na juventude podem ter origem em fatores genéticos, anatômicos e infecciosos. Mas, estudos comprovaram que as crianças e adolescentes estão mais vulneráveis devido à dieta desequilibrada, com ingestão de muito fast food e pouco consumo de água”, explica. Outro problema comum nos jovens são as complicações renais causadas por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
No caso dos cálculos renais, que são bastante comuns, a obesidade também é um fator de risco. De acordo com pesquisadores da Universidade de John Hopkins, nos Estados Unidos, crianças acima do peso têm 2,5 mais chances de apresentar o quadro. “A melhor forma de prevenir é mudar os hábitos com alimentos saudáveis, com menos sódio, e ingerir muita água sempre”, ensina Maia. “O ideal é beber de dois a três litros por dia”, recomenda. Entre os alimentos indicados para incluir na dieta estão os sucos cítricos, como limão, laranja e tangerina. É que estudos mostraram que a vitamina C e o citrato das frutas ajudam a combater os radicais livres e a regular o pH da urina.
O médico alerta que os pais devem prestar uma atenção especial nesse ponto com os filhos, pois as pedras nos rins são quase sempre assintomáticas e são descobertas apenas quando a criança reclama de dor abdominal ou sangramento urinário. A cólica intensa, normal no caso em adultos, às vezes não aparece nos jovens. “Esse é o perigo porque o quadro pode se transformar numa infecção renal grave”, adverte Maia.
Além dos exames de sangue e urina, os grandes aliados no diagnóstico dos cálculos renais são os exames de imagem, como a ultrassonografia e a tomografia computadorizada. “Com a ultrassonografia é possível identificar a presença das pedras, a quantidade, a localização, o tamanho e, se existe ou não, inflamação ou obstrução renal associada. Já a tomografia computadorizada registra todos esses achados com uma maior riqueza de detalhes, ajudando a identificar, sobretudo as "pedras" de tamanhos reduzidos”, esclarece o médico radiologista Ricardo Maranhão Filho, da Lucilo Maranhão Diagnósticos.