No primeiro semestre de 2018, eventos como Copa do Mundo e o Dia dos Namorados ajudaram a impulsionar o e-commerce. O faturamento do comércio eletrônico foi de R$ 23,6 bilhões, alta de nominal de 12,1%. No mesmo período, 54,4 milhões de pedidos foram registrados. Os dados são da 38ª edição do estudo Webshoppers, realizado pela Ebit desde 2001. Para a pesquisa, a empresa focada em mercado online coletou mais de 30 milhões de avaliações realizadas com os consumidores, em mais de 25 mil lojas virtuais.
Já para o segundo semestre deste ano, no entanto, pode ser afetado por conta da eleição presidencial. Segundo a pesquisa, o que auxiliará no crescimento do setor é a tríade Dia das Crianças, Black Friday e Natal. Com isso projeta alta de 12% no faturamento, de 8% no número de pedidos e de 4% no tíquete médio em 2018.
Investir nessa forma de venda tem cada vez mais gerado interesse de grandes empresas, seja começando o seu negócio online apenas ou unindo com a forma física também para atrair novos consumidores. É o caso da Le Infance, Dot Paper e Gads Brasil, marcas que investiram nas compras online como forma de ampliar seus públicos, além de sempre criarem novidades para estimular a venda no espaço virtual.
Há cinco anos no mercado de alta-costura infantil nacional, a grife capixaba Le Infance, com sede em Vitória, também atua no e-commerce. A marca aposta em transformar o sonho das mamães em peças customizadas e sob medida para meninas de 0 a 10 anos. Por ser referência no segmento infantil de luxo no país, a label conquistou muitas clientes famosas e, com isso, a partir do instagram, as vendas não param de subir.
Uma das estilistas da marca, Bella Vasconcelos, explica que no instagram, a cliente pode visualizar um modelo pronto da coleção que gostaria de comprar e a venda é realizada imediatamente. Quando o desejo é um modelo exclusivo, 100% personalizado e sob medida, o contato é diferente. "Quando é customizado, o contato é através do Whatsapp e fazemos uma pesquisa do que a cliente deseja. A criação costuma durar em média uma semana, já para a confecção e entrega, depende do tipo de tecido, a localidade etc", explica.
Já a Dot Paper, papelaria de luxo, decidiu em unir as duas formas de venda para atrair mais consumidores. Fabiani Christine, proprietária da marca, começou com a aquisição do domínio Dot Paper, feito por uma jornalista de São Paulo. De cara, adicionou mais produtos ao portfólio do site e começou a vendê-los. Dois anos depois, a empreendedora investiu na criação da sua primeira loja física, em 2005, em Brasília. Em 2007, com o número de clientes só crescendo, a empreendedora decidiu trocar de loja, indo para um espaço maior na capital federal.
Quando trata-se do ecommerce, a empresária tem a oportunidade de ampliar seu canal de vendas e explica que isso é muito importante para consolidar a marca. "Com os produtos à venda pelo site, consigo alcançar pessoas que, por muitos motivos, não conseguiriam ir à loja e amam meu trabalho", explica.
No caso da Gads Brasil, marca especializada em produtos de beleza e lifestyle no segmento de luxo, criada no começo de 2017, em Brasília, apostar no ecommerce também foi uma forma de levar os lançamentos da marca em uma escala muito maior. "Nascemos com o intuito de trazer mudança ao estilo de vida e percepção do mundo de todos que tiverem uma experiência com a marca. Não nos contentamos com o óbvio e nos preocupamos com os mínimos detalhes", garante Carlos André, sócio da Gads. Para os próximos lançamentos, além das bases, a marca aposta em produtos de beleza, joias e acessórios. Porém, a marca também aposta em vender seus produtos em pontos de venda selecionados pelo país, para quem também não abre mão da venda direta e do contato com os produtos em mãos.