Arquivos Economia - Página 128 De 396 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Economia

eduarda entrevista

"Repensar a cultura da empresa dentro da perspectiva da ODS agrega valor ao empresário"

Neste mês foi instalado em Pernambuco o HUB ODS do Pacto Global da Organização das Nações Unidas. A chegada dessa iniciativa acontece no momento em que há um debate em vários setores da sociedade sobre as mudanças climáticas, as questões de gênero e raciais e também sobre a ESG, as melhores práticas ambientais, sociais e de governança dentro das organizações. O HUB chega com a missão de envolver o empresariado com os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) estabelecidos na Agenda 2030 da ONU. Cláudia Santos conversou com a coordenadora do HUB Eduarda Chaves a respeito de como pretende atuar para conquistar a adesão dos empresários pernambucanos. “Vamos conversar com o poder público e o setor privado para entender e definir junto com eles as métricas que possam estabelecer quais são os principais ODS críticos no nosso Estado”, planeja. Formada em administração, com 32 anos e experiência no terceiro setor, nos movimentos sociais e na iniciativa privada (na área de tecnologia e inovação), Eduarda acredita que um dos maiores desafios que vai enfrentar serão as resistências para modificar a mentalidade dos empresários mais conservadores. Porém, acredita que poderá mostrar aos gestores que eles têm muito a ganhar ao fazer mudanças na sua cultura organizacional. “Um grande exemplo é Luíza Helena Trajano, que implementou políticas para mulheres negras dentro da própria organização e, por isso, o valor do capital humano dela cresceu drasticamente”. Confira a seguir a entrevista. O que é o HUB ODS Pernambuco? O HUB é parte da iniciativa do Pacto Global, criado por Kofi Annan, então Secretário Geral da Organização das Nações Unidas, no início dos anos 2000. O intuito era convocar as empresas a alinharem suas estratégias e operações aos Dez Princípios Universais nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção. O Pacto Global entende que os países signatários devem convocar a iniciativa privada a aderir a esses conceitos universais que na Conferência da ONU de 2015 (COP 21) passa- ram a ser os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O Pacto Global atua nos países por meio de redes e a Rede Brasil do Pacto Global é a segunda maior do mundo. O Programa HUB ODS da Rede Brasil do Pacto Global tem como objetivo acelerar, por meio de parcerias regionais, o envolvimento do setor empresarial com a Agenda de Desenvolvimento Sustentável da ONU até 2030 e os 17 ODS. O Brasil é um país de dimensões continentais e cada região apresenta culturas e realidades econômicas e sociais diferentes. Por isso, a Rede Brasil do Pacto Global percebeu que seria mais efetivo criar iniciativas em cada Estado, a partir dos HUBs, que pudessem entender e abranger o contexto de cada local, com suas nuances, dificuldades e potencialidades. Além disso, trabalhar com o empresariado daquele estado com o intuito de promover o incentivo para que as práticas empresariais sejam norteadas pelos ODS. O HUB foi criado pela Rede Brasil mas pode ser que outros países venham a incorporar essa ideia também. As empresas que fazem parte desse HUB não são necessariamente signatárias do Pacto Global. Mas o intuito é que todas, em algum momento, venham fazer parte do Pacto por ser uma iniciativa que colabora com a transformação social. Quais são as primeiras ações do HUB aqui em Pernambuco? Ainda estou montando o plano de ação. Assinamos a parceria com o IATI (Instituto Avançado de Tecnologia e Inovação), que será a empresa receptora do Pacto e que vai alocar o HUB dentro dela. Mas a gente começou gigante, como foi dito por Carlo Pereira, o CEO da Rede Brasil do Pacto Global, durante o lançamento do HUB ODS Pernambuco. Fomos o primeiro HUB que já começou, no primeiro dia, com mais de 30 adesões, entre organizações, secretarias e iniciativa privada. Então houve, de fato, um sucesso nesse lançamento. Os próximos passos são: conversar com o poder público e o setor privado para entender e definir junto com eles as métricas que possam estabelecer quais são os principais ODS críticos no nosso Estado. Com certeza, a erradicação da fome é um deles. Em seguida, vamos entender dentro de cada perspectiva empresarial, dentro de cada setor da economia e até das organizações, das universidades, do terceiro setor também, quais são as ODS que eles precisam praticar mais, onde está o ponto crítico deles. Acredito que esses sejam os primeiros passos para definirmos as ações a se- rem realizadas e as temáticas que serão mais estimuladas. Durante o lançamento, a vice-prefeita Isabella de Roldão trouxe a temática da questão de gênero para o nosso Estado. Trata-se de tema forte, que pode ser mensurado pelos índices de violência contra a mulher que são muito altos em Pernambuco. Já a questão da saúde mental foi trazida na ocasião do lançamento pelo CEO da Rede Brasil do Pacto da ONU, Carlo Pereira, principalmente as psicopatologias do trabalho. É um problema muito discutido e antigo, existe desde quando começaram as primeiras indústrias, o filme Tempos Modernos já abordava isso. A síndrome de burnout já está enquadrada na CID (Classificação Internacional de Doenças) de número 11. Então essa temática da saúde mental acho que deve entrar também em pauta. Essas 30 empresas que já fazem parte do HUB pertencem a quais setores? É bem variado. Existem organizações do terceiro setor, secretarias do Governo do Estado e do município que aderiram ao Pacto, como a Secretaria de Meio Ambiente estadual, a Secretaria Municipal de Tecnologia e Inovação, além da Prefeitura de Vitória de Santo Antão, que já entrou em contato comigo e solicitou uma reunião. A iniciativa é voltada, de fato, para criar um link intersetorial, do primeiro, segundo e terceiro setor, mas ela foi criada, a princípio, nos anos 2000, para a iniciativa privada, para que esses líderes enxerguem e tragam os ODS para fazerem parte da cultura organizacional da sua empresa. Com relação ao setor privado, temos a adesão da Baterias Moura, empresas da construção civil, do setor de óleo e gás, do setor de energia elétrica que é a Neoenergia, do setor

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Mercado financeiro eleva projeção da inflação de 5,88% para 5,91%

(Da Agência Brasil - Foto: Marcello Casal Jr) A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 5,88% para 5,91% para este ano. A estimativa consta do Boletim Focus de hoje (28), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos. Para 2023, a projeção da inflação ficou em 5,02%. Para 2024 e 2025, as previsões são de inflação em 3,5% e 3%, respectivamente. A previsão para 2022 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional, a meta é de 3,5% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2% e o superior de 5%. Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de 2023 também está acima do teto previsto. Para 2023 e 2024, as metas fixadas são de 3,25% e 3%, respectivamente, também com os intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual. Ou seja, para 2023 os limites são 1,75% e 4,75%. Em outubro, a inflação subiu 0,59%, após três meses de deflação. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,7% no ano e 6,47% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para novembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que é a prévia da inflação, também teve aumento de 1,17% [https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2021-11/ipca-15-previa-da-inflacao-sobe-117-em-novembro]. Taxa de juros Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar. Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre o ano nos mesmos 13,75%. Para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica caia para 11,5% ao ano. Já para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 8,25% ao ano e 8% ao ano, respectivamente. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica. PIB e câmbio A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano também variou, de 2,8% para 2,81%. Para 2023, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 0,7%. Para 2024 e 2025, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 2%, respectivamente. A expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,27 para o final deste ano. Para o fim de 2023, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,25.

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francisco martins

Diretor-presidente de Suape integra grupo de transição do governo federal

O diretor-presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, Francisco Martins, passou a integrar o grupo de transição no setor da infraestrutura do novo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que tomará posse no dia 1º de janeiro de 2023. Com vasta experiência na área portuária, o titular da autarquia pernambucana já participou da primeira reunião com técnicos da Secretaria Nacional de Portos. Além da área de portos, poderá contribuir na área de ferrovias por ter participado ativamente das discussões sobre a Transnordestina, além de ter contribuído com o marco ferroviário estadual que instituiu a Política Estadual de Transporte Ferroviário e o Sistema Ferroviário Estadual. O convite para integrar os trabalhos de transição, que vão até o final do ano, partiu da coordenadora do grupo, a ex-ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão de Dilma Rousseff, Miriam Belchior, designada por Lula para encabeçar este tema e subsidiar a próxima gestão federal em relação às carências e estratégias para a infraestrutura do país. “Me sinto ao mesmo tempo honrado e muito motivado pela oportunidade de contribuir com a transição. Esse é um momento histórico para a democracia brasileira e muito esperado por todos. O destaque de Suape e seu papel estratégico no cenário logístico nacional certamente contribuíram para esse convite. Nos últimos anos discutimos com o Ministério da Infraestrutura, não apenas assuntos de Suape mas também a necessidade de estimular o setor portuário e as políticas que resultassem em seu fortalecimento, pois o modal marítimo e o ferroviário podem contribuir muito com a competitividade do país”, afirmou Francisco Martins.

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petnor

Feira de negócios Pet movimenta Centro de Convenções de Pernambuco

A Petnor, feira focada em negócios do mercado Pet, volta a acontecer no Centro de Convenções de Pernambuco de 30 de novembro a 2 de dezembro, das 14h às 22h. Serão mais de 130 expositores e 250 marcas de todo o Brasil. Para quem já empreende ou deseja ingressar na área, trata-se de uma oportunidade para conhecer fornecedores e tendências do mercado. O Nordeste representa a segunda região em faturamento com 20% de todo o consumo do mercado e 22% da população pet no país. O levantamento foi realizado pelo IPB – Instituto Pet Brasil. A quinta edição da Petnor terá uma vasta variedade de expositores, como clínicas; hospitais; pet shops; distribuidoras e representantes;  franquias; redes varejistas e atacadistas; empresas de máquinas, equipamentos, produtos e utensílios; empresas de tecnologia e de automação; pet food e cosméticos; higiene e estética; médicos veterinários, entre outros.“Apesar da pandemia, o mercado pet foi um dos que mais se desenvolveu, alcançando recordes de vendas e dando ao Nordeste a segunda posição nacional, atrás apenas do Sudeste. Hoje, crescemos mais que o mercado de beleza e cosméticos. Então, diante deste cenário, resolvemos também ampliar em 20% a nossa feira este ano. Somos o único evento profissional (B2B) para o Norte/Nordeste”, afirma o organizador Paulo André Moura. O evento é uma realização da Agência de Pernambuco com o apoio do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-PE), da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa), do Governo de Pernambuco e da NN Pessoa. Informações pelo site https://www.feirapetnor.com.br

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Carlos Cavalcante diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Porto de Suape Easy Resize.com

Quatro arrendatários do Porto de Suape recebem selo Terminal Amigo do Oceano

A certificação concedida pela estatal pernambucana busca sensibilizar os arrendatários quanto ao papel relevante no cuidado com o meio ambiente em que estão inseridos (Do Complexo de Suape) O Complexo Industrial Portuário de Suape concedeu o selo “Terminal Amigo do Oceano” a quatro empresas arrendatárias do Porto Organizado. A solenidade, realizada na Base Mar, contou com a participação de representantes da autarquia portuária, das empresas contempladas e de autoridades de órgãos de fiscalização do setor.  Este ano, em sua segunda edição, a certificação recebeu o nome de Selo “Terminal Amigo do Oceano - Professor Fábio Hazin”, em homenagem ao renomado docente e pesquisador, que dedicou sua carreira ao estudo e à conservação da fauna marinha. Ele faleceu em 2021 em decorrência de complicações da covid-19. Dos nove terminais aptos à candidatura, cinco pleitearam a certificação e os que alcançaram a pontuação exigida para a obtenção do selo foram Tecon Suape, Pandenor, Ultracargo e Temape. A comissão julgadora, composta por representantes das Diretorias de Meio Ambiente e Sustentabilidade, da Presidência e de Gestão Portuária, avaliou 27 critérios que contemplam a gestão ambiental portuária, incluindo o uso de água e de energia, e de práticas de combate ao lixo no mar. Na análise, itens como licenciamento ambiental, prevenção e resposta a emergências, certificações voluntárias, recursos humanos e treinamentos dedicados à pauta em questão também foram pontuados. Segundo o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da estatal, Carlos Cavalcanti, a certificação foi concebida para ser realizada anualmente, a fim de estimular a implementação, por parte dos terminais, de ações com foco nas boas práticas de sustentabilidade das operações. “Eles têm papel relevante no cuidado com o meio marinho da área na qual estão inseridos. A concessão da certificação é um reconhecimento pelo cumprimento das legislações ambientais e um incentivo às instalações que adotam gestão responsável, proativa e em consonância com os objetivos da Década dos Oceanos e da Agenda 2030”, ressaltou. “Esta é mais uma ação que reforça o nosso compromisso com o equilíbrio entre o crescimento econômico e a preservação da natureza. Incentivando as boas práticas ambientais entre nossos parceiros, nós garantimos a sustentabilidade do porto e a proteção dos oceanos”, pontuou o diretor-presidente de Suape, Francisco Martins. A certificaçãodigital, com validade de um ano, faz parte das iniciativas globais da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, aprovada pela assembleia-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Na solenidade, marcaram presença os representantes dos terminais agraciados com o selo: Paulo Cruz, gerente de Pessoas e Organização do Tecon Suape; Pedro Renato, coordenador de Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança da Pandenor; Rodrigo Araújo, gerente de Terminal da Ultracargo; e Sebastião Oliveira, gerente-executivo do Temape. Ainda compareceram presentes integrantes dos órgãos do setor, como da Secretaria de Meio Ambiente do Estado, Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) e Ibama. Na primeira versão da premiação, as empresas classificadas foram Decal Brasil, Tecon Suape e Pandenor. VIDA NA ÁGUA - Em 2015, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a Agenda 2030, na qual foram estabelecidos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), entre os quais destaca-se o Objetivo 14 - Vida na Água -, que visa conservar e promover o uso sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos. Posteriormente, em 2016, a ONU concluiu a primeira Avaliação Mundial dos Oceanos, cujos resultados apontaram a urgência de gerenciar com sustentabilidade as atividades no ecossistema. Um ano depois, a instituição internacional proclamou o período de 2021 a 2030 como a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (ou simplesmente, Década dos Oceanos), cujos objetivos incluem o cumprimento da Agenda 2030 com foco no ODS 14 e correlatos.

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capa 200.4

Desafio do Desenvolvimento da RMR é o equilíbrio social e econômico

*Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais Os potenciais e desafios da Região Metropolitana do Recife são tão extensos quanto a diversidade de atividades econômicas presentes nos seus 14 municípios. A RMR responde por aproximadamente 57% do PIB pernambucano, abrangendo simultaneamente os investimentos bilionários do Complexo Portuário-Industrial de Suape, o conjunto de fornecedores de referência global da Stellantis, em Igarassu, o parque tecnológico do Porto Digital e o robusto polo médico da capital. Esses são apenas alguns dos protagonistas da dinâmica dessa metrópole que, em contraponto, também apresenta taxas históricas de extrema pobreza, desemprego e indicadores preocupantes de moradia e mobilidade urbana. As tendências high tech e alguns problemas que se mantêm desde o período colonial convivem com poucas ruas de distância no mesmo território. Mesmo surfando em atividades de ponta, que nortearão os avan- ços globais nas próximas décadas, como a tecnologia digital ou a estruturação do polo de hidrogênio verde em Suape e de energias renováveis, o crescimento da RMR acontece em paralelo ao incômodo fenômeno da concentração de renda. “Desemprego, pobreza, miséria, violência urbana são a tatuagem da RMR. A região incha em termos populacionais, cresce economicamente, mas não se desenvolve e muito menos distribui a renda advinda desse crescimento. A concentração de renda, advinda do crescimento econômico da região, é um dos grandes problemas a ser enfrentado pelo novo governo”, aponta o economista Sandro Prado, conselheiro do Corecon-PE (Conselho Regional de Economistas). A DIFÍCIL FORMAÇÃO DOS TRABALHADORES Com uma área restrita, o Recife não é um destino recomendado para atividades industriais, mas focadas nos serviços. Um dos esforços públicos e privados para elevar o valor agregado dessas atividades nas últimas décadas foi o investimento no parque tecnológico do Porto Digital. Além de contribuir para criar uma nova dinâmica e recuperação do Centro Histórico do Recife, esse polo conecta a capital pernambucana com a economia do futuro, em um setor intensivo em mão de obra. O gargalo, porém, é que a demanda é por profissionais com uma qualificação elevada. Romero Maia, gestor de pesquisas do IBGE, traça dois cenários bem distintos para o futuro da RMR. Ele avalia que a região, principalmente o Recife, Olinda e Jaboatão, já estão conectados à economia do futuro e antenados com as principais tendências globais. Porém, ao observar os indicadores sociais, ele constatou que a maioria da população atual estará excluída das oportunidades que serão geradas nessas cidades. “Uma minoria do Recife conseguirá atender as demandas das tendências globais do mercado e participar desse futuro da RMR. Mas, no mínimo, dois terços da população não terão condições de se inserir nisso. O desenvolvimento chegou aqui em uma velocidade que ainda não atingiu as outras regiões do Estado, mas só para quem conseguir aproveitá-lo”. De acordo com os dados do IBGE, o rendimento médio real dos trabalhadores desses dois terços da população mais pobre da Região Metropolitana do Recife é menor do que o das regiões de Maceió e de João Pessoa. “Se observarmos os que não trabalham, os índices da RMR também são maiores do que os dos nossos vizinhos. Hoje, a taxa de desocupação é de 17,2% (pessoas de 14 anos ou mais de idade, no terceiro trimestre de 2022). Se observarmos os indicadores educacionais, cerca de metade da população só tem até o ensino fundamental completo. Enquanto isso, as oportunidades que estão surgindo no Recife, na área de TI, exigem pelo menos uma formação específica tecnológica. Apenas 18% da população tem hoje ensino superior incompleto ou completo. Não chega a duas para cada 10 pessoas”. Para minimizar os dramas sociais no curto e médio prazo, Romero Maia defende que o único caminho é um programa de renda mínima, além de seguir investindo forte na educação da população, com formação gratuita e ligadas ao mercado de trabalho do futuro. “O que vai crescer no futuro são oportunidades em inteligência artificial, big data, metaverso. Há uma grande demanda por profissionais de programação. Outro segmento que é a grande aposta da geração de oportunidades é o hub logístico de Suape. Mas a população mais pobre não terá tempo para ter capacitação suficiente para participar desse desenvolvimento. Devido aos indicadores sociais da RMR, no futuro, provavelmente será necessário um programa de renda básica universal. Não tem nada mais atual. A inovação é inevitável, mas nunca gerou desconcentração de renda”. Diante desse desafio e dessa oportunidade, os esforços do Porto Digital, das organizações empresariais do polo e do poder público têm sido no sentido de acelerar a formação de mão de obra no setor de tecnologia. Mais recentemente, esse foco está voltado, inclusive, para a juventude de baixa renda do Recife, conforme defendeu Pierre Lucena, em recente entrevista à Revista Algomais: “Queremos levar o jovem de periferia para o Porto Digital” . As ações nessa direção estão no Embarque Digital, que é a grande aposta da Prefeitura do Recife para inclusão dessa população. Frente a esse cenário de distância entre as oportunidades da economia do futuro geradas no Recife e a reduzida qualificação da população que mora na RMR, o gestor do IBGE indica ser fundamental o desenvolvimento das demais regiões pernambucanas para abraçar parte dos profissionais que não conseguirão se inserir no mercado. “O desenvolvimento sustentável da RMR depende das demais regiões. Não só para atender a demanda de consumo no Recife mas, também, para abarcar a sua população que não encontrará trabalho na capital e nas cidades da região”. Em outras palavras, o gestor de pesquisas observa nas próximas décadas, caso haja um processo de desenvolvimento do Agreste, Zona da Mata e Sertão, haverá uma tendência de que parte das populações de baixa renda e baixa escolaridade migre para regiões do interior, onde a transição tecnológica tende a ser menos veloz. COMÉRCIO E SERVIÇOS Com uma intensa atividade comercial, seja nas centenas de lojas de rua ou nos diversos shoppings espalhados pela RMR, o varejo é um setor que requer atenção especial nas discussões sobre o desenvolvimento local. De acordo com Fred Leal, presidente da CDL Recife, os desafios de revitalização

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camisa brasil torcedor

Inflação da Copa do Mundo pode inibir festa do torcedor

Alta dos preços de itens como carnes, cerveja, televisores e a camisa da seleção é de até 100% A seleção brasileira faz sua estreia na copa do Catar nesta quinta-feira (24), com a seleção da Sérvia, no Estádio Nacional de Lusail, em Lusail no Catar e o torcedor se prepara para reunir família e amigos para torcer pela seleção brasileira. No entanto, uma pesquisa realizada pela XP investimentos mostra que torcer pelo Brasil em 2022 está 100% mais caro que na última Copa. O levantamento indica que os itens mais consumidos durante o período como cerveja, carnes e televisores, chegaram a dobrar de preço. Registrando inflação de dois dígitos desde 2018. O que explicam as altas? Para assistir ao jogo, como a grande maioria dos torcedores não irá até o Catar em novembro, a televisão é quase indispensável – são poucos aqueles que ainda acompanham pelo rádio ou assistem na tela pequena do celular. E se o brasileiro quiser trocar a TV por um modelo maior ou melhor, deve desembolsar em média 17% mais que em 2018. Curioso é que este é o único item a registrar quedas consistentes de preço desde 2006, por conta dos ganhos de produtividade e mudança rápida da tecnologia. Com os efeitos da pandemia, porém, o aumento da demanda e o setor severamente impactado pela disrupção da cadeia global de suprimentos, os preços passaram a subir. E se a ideia é fazer um churrasco para acompanhar o jogo, o brasileiro vai desembolsar em média 80% mais para comprar a carne, 18% para cerveja e 24% para o refrigerante e a água. "O aumento no valor de mercado do primeiro item está associado a uma maior demanda global após a recessão provocada pela crise da pandemia. Além disso, a alta das exportações, e a elevação dos custos de grãos e queda da área de pastagens com a crise hídrica de 2020/21. Já a cerveja e o refrigerante, em paralelo, tiveram alta relevante de custos, especialmente por conta das embalagens, com cotação em dólar", afirma Paulo Pereira Filho, líder regional da XP em Pernambuco. Além dos torcedores caseiros, existem também aqueles que preferem acompanhar os jogos fora de casa, num bar, por exemplo. Se este é o seu caso, você vai gastar cerca de 15% a mais para comprar a cerveja e +20% para água e refrigerante. "Neste caso, a inflação é levemente menor se fizermos um comparativo em relação à compra no supermercado. No entanto, vale lembrar que, de maneira geral, consumir fora do domicílio acaba sendo, em média, 15% mais caro", ressalta o líder da XP. Se você não deixa de se uniformizar para assistir aos jogos, se prepare: para adquirir uma camisa oficial da Seleção Brasileira você vai desembolsar R$ 349,99 (site oficial da Nike), superando em 40% o valor pago em 2018, e bem acima da inflação acumulada no período (26,8%). Em relação a isso, é importante lembrar que o setor de vestuário vem batendo seus recordes para variação em 12 meses – a maior desde 1995, em meio ao Plano Real – e chegou a alcançar 16,66% em julho em decorrência de dois fatores (1) desajustes nas cadeias que fornecem matéria prima para o setor, forçando o repasse do aumento de custos para os consumidores, e (2) retomada do consumo com a reabertura da economia em meio ao motivo anterior. Por fim, o aumento e volatilidade do câmbio tem parte nisso, dado que o produto é tabelado (tem o mesmo valor em dólares para todo o mundo). Se além de comemorar você quiser participar da tradição de trocar figurinhas com os amigos em busca de completar o álbum, os preços podem assustar: o álbum oficial (versão tradicional) subiu 16,5%, enquanto o pacote com cinco figurinhas dobrou de preço (variação observada também em relação à última Copa). Como foi nos outros anos?

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GRUPO JCPM

JCPM lança Fast Date para gerar negócios com startups

O Grupo JCPM lançou o Fast Date, que serão encontros para se aproximar das startups. A proposta é que elas apresentem tanto soluções para questões do cotidiano das unidades de negócio, como inovações de maior impacto. A iniciativa faz parte do programa C.R.I.A.R, que dá suporte a diversas inciativas estruturantes para a inovação sistemática nos negócios do grupo, que tem atuação nos setores de shopping center, imobiliário, comunicação e compromisso social, nos estados de Pernambuco, Bahia, Sergipe e Ceará. Os encontros do Fast Date começam em janeiro. Os interessados podem inscrever suas soluções e projetos no link https://lp.jc.com.br/fastdate. Após a inscrição geral e a seleção das soluções, as startups terão a oportunidade de fazer uma apresentação em formato de pitch das startups para as lideranças dos negócios. “Um dos grandes ganhos com esse tipo de iniciativa é gerar uma conexão maior com o ecossistema, criando uma dinâmica constante de interação”, comenta Sérgio Barretto, gerente de Inovação do Grupo JCPM.

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xp selecao

Faculdade XP oferece 400 vagas para cursos de tecnologia 100% gratuitos 

A Faculdade XP, da XP Inc. (Nasdaq: XP), abriu as inscrições do segundo processo seletivo para os cursos de graduação em tecnologia a custo zero: Análise e Desenvolvimento de Sistemas; Ciência de Dados; e Sistemas de Informação, todos chancelados pelo MEC. Das 400 vagas ofertadas, 50% serão destinadas a mulheres e pessoas que se autodeclaram negras. O candidato deve escolher a categoria na qual se enquadra no ato da inscrição, tendo em vista que são aplicadas três “esteiras”, contemplando, além da diversidade de gênero e raça, a ampla concorrência.   Os interessados devem se candidatar até o dia 12 de janeiro por meio do link: www.xpeducacao.com.br. Após a inscrição, os candidatos passam por um processo seletivo dinâmico de duas etapas. Na primeira fase, o aluno escolhe o modelo de avaliação teórica (prova de conhecimentos gerais da própria XP Educação ou via ENEM), responde um questionário de motivação, participa de um minicamp de duas semanas e, por fim, aqueles que forem certificados pelo minicamp têm seus perfis avaliados (teste comportamental e cognitivo). Na segunda fase, é realizada a prova de conhecimentos gerais ou é utilizada a nota do ENEM, de acordo com a opção efetuada na inscrição.   Os três cursos com inscrições abertas são conectados ao ecossistema da XP Inc., o que permite o aprendizado prático dos alunos de forma integrada às demandas de uma grande empresa, e, consequentemente, do mercado de trabalho. O modelo de ensino é a distância, ao vivo e com interações em tempo real, criando as condições para uma educação superior sem fronteiras.

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ponti s

Grupo mundial Point S investe R$ 2 milhões na primeira operação em Pernambuco

Com investimento de R$2 milhões, o Point S, grupo empresarial do segmento de oficinas com presença em mais de 49 países, inaugura nesta terça (22) sua primeira unidade em solo brasileiro, no Recife, no bairro do Prado. São previstas a abertura de 15 unidades pelos próximos cinco, com investimento total de R$ 175 milhões e criação de milhares de empregos diretos. A chegada da Point S no Brasil é fruto do consórcio formado por dois gigantes do segmento automotivo – a pernambucana ADTSA, e Orletti, do Espírito Santo, que criaram a ATO. Ainda neste ano de 2022, além do Recife, mais dois pontos de vendas da marca serão inaugurados, um em São Paulo e outro em Vitória, no Espírito Santo. “A cadeia automotiva sempre trabalhou com players globais, como é o caso de montadoras, sistemistas, autopeças, seguradoras. Nós, que atuamos nesse segmento e o conhecemos muito bem, sabíamos que havia essa lacuna e concentramos todos os esforços para trazer a maior empresa do setor no mundo. Temos um plano de negócios agressivo, que visa abrir mais de 200 pontos de venda até 2027 só no nosso país”, detalhou o empresário Bruno Tude, da ADTSA. Cada unidade da Point S gera em média, 25 novos postos de trabalho diretos. Ao longo dos próximos cinco anos serão cerca de 5 mil empregos gerados com as novas operações do grupo. Os interessados de todo o País em fazer parte do grupo, podem enviar seu currículo para o e-mail: vagas@pointsbrasilcom.br

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