Arquivos Economia - Página 5 De 404 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Economia

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Confiança dos empresários do comércio recua no Recife e reflete cautela com economia nacional

Índice da Fecomércio-PE aponta queda nas percepções sobre as condições atuais do setor, com destaque para a avaliação negativa da economia O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) registrou leve queda de 0,1% em maio no Recife, marcando 101,4 pontos. O resultado, divulgado pela Fecomércio-PE com base em levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC), representa uma retração de 6,9% em relação a maio de 2024. O recuo sinaliza um enfraquecimento das percepções dos empresários sobre o cenário atual da economia e do próprio setor comercial. O principal responsável pela retração no índice foi o componente de Condições Atuais, que caiu 7,4% no mês e acumula queda de 15,9% em 12 meses. A percepção sobre a economia nacional teve destaque negativo, com recuo expressivo de 23,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior, atingindo 53,2 pontos. A avaliação do comércio local também contribuiu para o resultado, com queda de 10% no mesmo intervalo. Segundo o presidente do Sistema Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto, os empresários estão mais cautelosos diante do cenário macroeconômico. “Os empresários estão mais cautelosos diante do ambiente econômico nacional, ainda pressionado por uma taxa Selic elevada e por um mercado de trabalho que perdeu dinamismo em abril. Esse conjunto de fatores afeta diretamente as decisões de investimento e contratação pelo empresário”, afirmou. Na avaliação do economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima, o ambiente de restrição monetária segue como entrave para o crescimento do setor. “Com a inflação acumulada em 12 meses em 5,53%, acima do teto da meta de 4,5%, a taxa Selic em 14,75% ao ano restringe o acesso ao crédito e impõe obstáculos à expansão do consumo das famílias. Esse ambiente de restrição monetária compromete a percepção das empresas sobre o momento atual, ainda que haja expectativa moderada de recuperação no médio prazo”, pontuou. A Fecomércio-PE realiza mensalmente estudos conjunturais e recortes locais de indicadores nacionais, como os da CNC e IBGE, por meio de sua Assessoria em Economia e do Instituto Fecomércio-PE, contribuindo para o entendimento do ambiente econômico e das expectativas do setor comercial pernambucano.

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Como superar estagnação no uso de IA nas empresas brasileiras?

A última pesquisa TIC Empresas, divulgada pelo Cetic.br, constatou que apenas 13% das empresas utilizaram aplicações de Inteligência Artificial (IA) em 2024, mantendo o percentual de 2023. Ela também revelou que 76% dessas empresas adquiriram softwares ou sistemas prontos para uso, enquanto apenas 20% desenvolveram internamente suas próprias soluções.  Para Leandro Saran, COO da Objective, multinacional brasileira especializada em digitalização, esses números refletem um desafio global relacionado à implementação de IA nas empresas. Trata-se do fenômeno ‘Vale da Desilusão’, caracterizado por expectativas inflacionadas seguidas de resultados decepcionantes. Embora 90% das empresas afirmem que suas compras de software incluem capacidades de IA Generativa, apenas 25% relatam ter alcançado resultados de negócios de alta qualidade  “Para superar esse vale, deve-se ter uma mudança de abordagem e não apenas aquisição de tecnologia, mas construir uma estratégia de dados robusta. É crucial recalibrar os indicadores, entendendo que o retorno sobre o investimento (ROI) da IA vai além da simples redução de custos. Ele abrange a criação de valor em diversas áreas da organização", explica Saran

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Trabalho remoto por plataformas digitais expõe precarização global, aponta pesquisa

Relatório internacional revela falta de direitos, baixa remuneração e invisibilidade de trabalhadores online; pesquisadores e MPT cobram regulação urgente O crescimento do trabalho remoto via plataformas digitais — modalidade que vai do suporte técnico à produção de conteúdo e serviços profissionais como contabilidade e arquitetura — vem acompanhado de graves denúncias de precarização. Segundo o relatório Fairwork Cloudwork Ratings 2025, realizado por uma rede de pesquisadores da Universidade de Oxford e do instituto WZB Berlin, 6 em cada 10 trabalhadores online têm nessas plataformas sua principal fonte de renda, muitas vezes recebendo menos que o salário mínimo local, sem segurança social nem contrato claro. A pesquisa avaliou 16 plataformas utilizadas globalmente, incluindo Amazon Mechanical Turk, Fiverr, Freelancer e Upwork, e ouviu cerca de 750 trabalhadores em 100 países, incluindo o Brasil. A pontuação média das plataformas foi de apenas 3,5 em uma escala de 0 a 10, o que revela condições muito distantes de padrões mínimos de trabalho decente. Apenas quatro empresas conseguiram demonstrar que pagam ao menos o salário mínimo local, e uma em cada três pessoas entrevistadas afirmou ter deixado de receber por algum serviço prestado. Além da remuneração instável, o relatório denuncia práticas abusivas, como pagamentos em cartões-presente e cláusulas contratuais vagas que dificultam a compreensão sobre regras e formas de remuneração. "Gostaria de poder receber meu dinheiro em minha conta bancária em vez de cartões-presente", relatou um trabalhador da Nigéria. Casos como o de uma profissional peruana, que sofreu danos à retina após longas jornadas e foi dispensada sem assistência, evidenciam os riscos à saúde e o descaso das empresas. No Brasil, o Ministério Público do Trabalho alerta para o avanço da precarização nesse tipo de ocupação e atua no monitoramento das denúncias por meio do Projeto Plataformas Digitais. O procurador Rodrigo Castilho critica o enquadramento desses trabalhadores como autônomos, o que os exclui de direitos garantidos pela CLT, como 13º salário, férias e descanso remunerado. "Temos denúncias diversas que questionam a ausência total e completa de direitos a esses trabalhadores", afirma. A ausência de fiscalização, somada à dispersão dos trabalhadores em diversos países, exige, segundo os pesquisadores do Fairwork, uma regulação mais rigorosa tanto em nível nacional quanto internacional. O relatório recomenda a criação de leis específicas e diretrizes globais para assegurar condições mínimas de trabalho, atingindo os cerca de 400 milhões de pessoas estimadas pelo Banco Mundial que atuam nesse setor. O projeto brasileiro de regulação (PL 12/24), que hoje abrange apenas motoristas de transporte privado, é considerado insuficiente. Até agora, apenas três das plataformas investigadas — ComeUp, Scale/Remotasks e Translated — responderam à pesquisa reconhecendo falhas e prometendo melhorias. Enquanto isso, os pesquisadores alertam: “Sem ação, milhões de pessoas vão continuar presas em postos de trabalho digital inseguro e mal remunerado, sem voz, sem direitos e sem proteção”.

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Consumo das famílias recua no Recife em maio, pressionado por emprego e inflação

Índice segue acima da linha do otimismo, mas mostra sinais de cautela diante do cenário econômico estadual O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) do Recife caiu 0,6% em maio de 2025, alcançando 101,6 pontos, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) com recorte local da Fecomércio-PE. Embora permaneça acima da linha dos 100 pontos — que marca o limite entre otimismo e pessimismo — o índice registra sua segunda queda consecutiva, refletindo um ambiente de maior incerteza para o consumo. Entre os fatores que puxaram o resultado para baixo estão o recuo no nível de consumo atual (-2,6%), no acesso ao crédito (-1,8%) e na aquisição de bens duráveis (-3,6%). O único avanço relevante foi observado na percepção sobre a renda atual, com alta de 2,0%, ainda insuficiente para conter a tendência geral de acomodação. A perda de dinamismo do mercado de trabalho tem afetado diretamente o humor das famílias. Em março, Pernambuco eliminou 3.478 empregos formais, acentuando a insegurança entre os trabalhadores, sobretudo os que recebem até 10 salários mínimos. A inflação, especialmente no grupo de alimentos e bebidas, também contribui para o aperto no orçamento familiar, com alta de 0,64% em abril e de 5,06% nos últimos 12 meses. Apesar do cenário desafiador, o presidente da Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto, destaca a resiliência das famílias recifenses, que mantêm intenção de consumo moderadamente positiva. Já o economista Rafael Lima observa que, embora a confiança esteja em reavaliação, há possibilidade de reação nos próximos meses, caso haja melhora nas condições de trabalho, crédito e inflação.

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PIB bate recorde pelo 14º trimestre, impulsionado por agropecuária e serviços

Apesar de indústria em queda, consumo das famílias, exportações e investimentos registram alta no início de 2025 A economia brasileira segue em trajetória de crescimento, com o Produto Interno Bruto (PIB) atingindo um novo recorde no primeiro trimestre de 2025. Segundo dados divulgados pelo IBGE, houve avanço de 1,4% em relação ao trimestre anterior, marcando o 14º trimestre consecutivo de resultados positivos — uma série iniciada no fim de 2021. O destaque ficou com os setores da agropecuária e dos serviços, que também bateram recordes históricos no período. O bom desempenho da agropecuária, que cresceu 12,2%, foi determinante para o avanço do PIB. De acordo com a pesquisadora do IBGE, Rebeca Palis, “a agro tem dois efeitos principais este ano: um é a questão climática que está favorável e a outra é que as colheitas que estão crescendo muito, como a soja, que é a nossa principal lavoura, está concentrada no primeiro semestre”. Outros cultivos com safra forte neste início de ano foram milho, fumo e arroz. Os serviços, responsáveis por cerca de 70% da atividade econômica nacional, também mantêm ritmo de crescimento, com alta de 0,3% no trimestre. Atividades como informação e comunicação puxaram o setor para cima, com crescimento de 3%. Já a indústria sofreu retração de 0,1%, pressionada pelas quedas na construção (-0,8%) e na indústria de transformação (-1%), ambas impactadas pelos juros elevados. Na análise pela ótica da demanda, todos os componentes apresentaram variações positivas. O consumo das famílias cresceu 1%, os investimentos (formação bruta de capital fixo) subiram 3,1%, as exportações avançaram 2,9% e o consumo do governo teve ligeira alta de 0,1%. “Mas o consumo das famílias poderia ser mais alto se a gente não tivesse uma política monetária restritiva”, pondera Rebeca Palis. Apesar disso, fatores como programas de transferência de renda, mercado de trabalho em recuperação e crédito em expansão têm sustentado a atividade. Mesmo com os avanços, o nível da indústria ainda está 4,7% abaixo do pico registrado em 2013, e os investimentos continuam 6,7% abaixo do recorde de 2013. Ainda assim, os sinais positivos nos setores agrícola e de serviços, além da resiliência do consumo interno, apontam para uma continuidade da recuperação econômica ao longo de 2025. Para os analistas, o desafio permanece no destravamento do crescimento industrial e na redução sustentável dos juros.

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Contas públicas registram superávit de R$ 14,2 bilhões em abril

Melhora nas receitas federais impulsiona resultado positivo, apesar de déficits em estados e estatais As contas do setor público consolidado — que incluem União, estados, municípios e estatais — fecharam abril com superávit primário de R$ 14,2 bilhões, segundo dados divulgados pelo Banco Central. O número representa um avanço significativo em relação ao mesmo mês de 2024, quando o superávit foi de R$ 6,7 bilhões. A melhora é atribuída principalmente ao desempenho do Governo Central (Tesouro, Previdência e Banco Central), que registrou superávit de R$ 16,2 bilhões no mês. O resultado reflete o crescimento das receitas em ritmo superior ao das despesas. No acumulado de 2025 até abril, o setor público tem superávit de R$ 102,8 bilhões. Apesar do desempenho positivo no âmbito federal, os governos estaduais apresentaram déficit de R$ 1 bilhão, e as estatais — excluindo Petrobras e Eletrobras — também contribuíram negativamente com R$ 1,4 bilhão. Já os municípios tiveram saldo positivo de R$ 358 milhões, revertendo o déficit registrado em abril de 2024. Os gastos com juros somaram R$ 69,7 bilhões no mês, influenciados por ganhos com operações de swap cambial. Com isso, o déficit nominal — que inclui o pagamento de juros — foi de R$ 55,5 bilhões em abril, abaixo dos R$ 69,6 bilhões de igual mês do ano anterior. A dívida bruta do governo geral atingiu R$ 9,2 trilhões, ou 76,2% do PIB, enquanto a dívida líquida chegou a R$ 7,4 trilhões (61,7% do PIB). Esses indicadores são observados com atenção por agências de risco e investidores.

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Sebrae impulsiona setor de beleza e estética na Hairnor 2025 com programa inédito e apoio a empreendedores

Feira conta com lançamento nacional, caravanas de todo o estado e estandes de pequenos negócios apoiados pela instituição Com um mercado em crescimento constante e o Nordeste se consolidando como polo estratégico para o setor, a Hairnor 2025 reúne, até o dia 3 de junho, milhares de profissionais da beleza no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. O Sebrae Pernambuco participa ativamente do evento, não apenas como apoiador, mas também com diversas ações voltadas ao fortalecimento dos pequenos negócios do ramo. A principal novidade é o lançamento do Programa Agente de Mercado – Beleza, uma iniciativa nacional com foco em ampliar a atuação B2B dos empreendedores do setor. Nesta edição, cerca de 30 pequenos negócios pernambucanos terão estandes subsidiados pelo Sebrae/PE, o que garante maior visibilidade para as marcas, estímulo a vendas diretas e ampliação das redes de contatos. “A Hairnor é muito mais que uma feira, é uma oportunidade estratégica para alavancar negócios, promover capacitação e atualizar profissionais sobre tendências do mercado”, destaca Gabrielle Carvalho, analista do Sebrae na Região Metropolitana do Recife. Além da presença do Sebrae Nacional, o evento inclui a participação de caravanas com mais de 300 empreendedores vindos da Zona da Mata, Agreste e Sertão. “A vinda de caravanas viabiliza acesso a produtos com melhores preços, fortalece o elo da cadeia produtiva e amplia o alcance da feira no estado”, afirma Alane Guimarães, gestora estadual de Beleza e Bem-estar do Sebrae/PE. Outra atração apoiada pela instituição é o Barber Pro Nordeste, congresso voltado a barbeiros que ocorre nos dias 2 e 3 de junho no Teatro Guararapes, com destaque para workshops do renomado empreendedor Elias Torres, o Seu Elias, referência no conceito de barbearia moderna no país. ServiçoHairnor 2025📍 Pavilhão do Centro de Convenções de Pernambuco, Olinda🗓 1º a 3 de junho, das 11h às 22h🔗 hairnor.com.br Barber Pro Nordeste📍 Teatro Guararapes Chico Science – Centro de Convenções de Pernambuco🗓 2 e 3 de junho, das 9h às 19h🔗 evento.barberpronordeste.com/venda

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AMCHAM CEO FORUM 2024 Foto @lucas emanuel

CEO Fórum 2025 debate alta performance como motor da sustentabilidade corporativa

Evento promovido pela Amcham Recife reúne líderes empresariais para discutir estratégias de performance, liderança e inovação nos negócios. Foto: Lucas Emanuel A alta performance será o ponto de partida para reflexões sobre sustentabilidade e competitividade no CEO Fórum 2025, promovido pela Câmara Americana de Comércio (Amcham Recife), no dia 9 de junho, no Teatro RioMar Recife. Consolidado como o principal encontro de lideranças empresariais em Pernambuco, o evento trará debates sobre cultura organizacional orientada à entrega, protagonismo, foco e adaptabilidade — temas centrais para empresas que buscam resultados duradouros em um mercado em constante transformação. Com vagas limitadas, a programação do CEO Fórum deste ano inclui nomes de destaque no cenário nacional e internacional. Um dos principais convidados é Rami Goldratt, CEO da Goldratt e referência global na aplicação da Teoria das Restrições. Ele abrirá o evento com a palestra "Desbloqueando o Sistema", propondo reflexões sobre como eliminar gargalos e liberar o potencial produtivo das organizações. Em seguida, Renata Rivetti, CEO da Reconnect, apresentará a palestra "Não Existe Performance Sem Pessoas Inteiras", abordando a importância do bem-estar, propósito e saúde emocional como pilares da performance sustentável. Outro momento de destaque será o painel "Alta Performance Começa no Topo: Liderança que Inspira, Transforma e Prepara o Futuro", mediado por Nathália Grizzi (Martorelli Advogados) e com participação de executivos como Amanda Capucho (Campari), Carlos Guilherme (FESA Group), Adriana Alcântara (Audible Brasil) e Vaninho Antônio (Real Hospital Português). O encerramento trará a sessão "Uma Jornada Real de Transformação e Impacto", com cases apresentados pelos fundadores da GZero, Dante Freitas e Renan Hannouche. Além das palestras e painéis, o CEO Fórum 2025 também divulgará a Pesquisa Amcham sobre perspectivas e estratégias empresariais para o futuro dos negócios. O evento oferece ainda oportunidades de networking entre executivos, empreendedores e gestores interessados em transformar suas organizações por meio de práticas inovadoras e lideranças engajadas. ServiçoCEO Fórum 2025 – Amcham Recife📅 Data: 9 de junho de 2025🕐 Horário: A partir das 13h📍 Local: Teatro RioMar Recife – Av. República do Líbano, 251 – Pina, Recife – PE📧 Informações: eventos.recife@amchambrasil.com.br

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Embrapa, uma ideia magistral

*Por Geraldo Eugênio A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), oficialmente completou 50 anos em 2023. Há de se reconhecer, inicialmente, que junto com a Fiocruz, a Embraer e a Petrobras, a Embrapa constitui-se entre as mais prestigiadas e reconhecidas instituições do governo brasileiro, aqui e no exterior. Surgiu em um momento crítico da história do País que se defrontava com um endividamento crítico após o "milagre brasileiro". Na primeira metade da década de 1970, o mundo testemunhava as consequências da Guerra do Yom Kippur (a quarta das guerras árabe-israelenses) com a formação da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), quando o preço do barril do petróleo cru saltou de US$ 4 para US$ 40. Para o Brasil isto representava uma catástrofe. Dependente da compra de gasolina e diesel do exterior, atingiu um estágio falimentar. Por outro lado, a acelerada urbanização e a industrialização em algumas regiões metropolitanas demandavam alimentos para uma massa numerosa de trabalhadores, o que também não havia. A agricultura nacional ainda era centrada em produtos como o café e o açúcar, que representavam mais da metade do mercado exportador, mas débil na produção de gêneros alimentícios o que fazia do País um costumaz freguês no mercado internacional de alimentos, incapaz de alimentar sua população e expondo o Brasil como um caso grave de insegurança alimentar.  O diagnóstico de alguns pensadores econômicos, entre os quais o engenheiro agrônomo Eliseu Roberto de Andrade Alves, de que a principal limitação da agricultura brasileira era de base tecnológica, parecia surpreendente para alguns, mas sua hipótese prevaleceu no Governo Federal liderado pelo então presidente Emílio Médici. Ele concordou com seu ministro da Agricultura, o gaúcho Luiz Fernando Cirne Lima, em criar um grupo de trabalho para redesenhar a pesquisa agropecuária do País. Daí, surgiu a ideia de contar com um novo arranjo institucional, uma empresa pública de direito privado, que contasse com maior flexibilidade de gestão, uma nova dinâmica de formação de seus quadros e com amplitude em todo o País. A Empresa herdou parte da estrutura existente do DNPEA (Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuária do Ministério da Agricultura), com autonomia para proceder a escolha de uma nova equipe. Centenas de jovens foram contratados, enviados para programas de pós-graduação em universidades brasileiras e estrangeiras, o que demonstra como se deu a gênese dessa nova entidade, o que coincide com um momento de inflexão na agricultura brasileira.  Dentre os novos centros de pesquisas, a decisão técnica e política pela instalação do CPATSA  (Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semiárido), atual  Embrapa Semiárido, em Petrolina, foi uma iniciativa singular para o semiárido brasileiro, para Pernambuco e para a região semiárida do Brasil que passou a contar com uma das unidades mais estratégicas e emblemáticas de seu conjunto de mais de 40 ambientes de pesquisa e difusão tecnológica. Nesse momento, a Embrapa Semiárido comemora seu cinquentenário com todos que fazem essa empresa, Pernambuco e o Nordeste, participando desta conquista. CONTRIBUIÇÕES PARA O SEMIÁRIDO A história da Embrapa normalmente é associada à transformação do Cerrado, uma vitória de tal monta que alterou a geopolítica da segurança alimentar em todo mundo. O Brasil, antes um cliente obrigatório do mercado de alimentos, tornou-se o terceiro mais importante parceiro comercial em commodities agrícolas. Hoje, dezenas de países contam com as safras brasileiras crescentes para assegurar o abastecimento de produtos como carnes de frango e bovina, milho, grão e farelo de soja, açúcar, café, suco de laranja, melão, manga e uva, por exemplo. Esse caminho, em se tratando da região semiárida, tem a impressão digital da Embrapa Semiárido na criação de uma base técnica para agricultura irrigada em condições tropicais e em tornar o submédio São Francisco um dos centros produtores de frutas irrigadas mais importantes do planeta. São centenas de empresas, milhares de empregos e uma fração substancial da exportação nacional de frutas que caracteriza a fruticultura regional. Não é exagero dizer que a tecnologia empregada condiz com o que de mais moderno se encontra em regiões irrigadas da Espanha, Israel ou Estados Unidos. Foram batalhas difíceis de superação, contando com o reconhecido esforço de empresários locais, de outros estados e do estrangeiro que para lá foram atraídos e de um grande número de entidades técnicas e de fomento, destacando-se a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco) e a Embrapa Semiárido. Importante não esquecer que a Embrapa Semiárido contou, durante mais de uma década, com a Unidade de Execução de Pesquisa de Solos, no Recife, atualmente vinculada a Embrapa Solos, com um conjunto de colaboradores dedicados a estudos de pedologia, zoneamento agroclimático e modelagem ambiental. Esse time realizou o Zoneamento Agroecológico do Nordeste e presenteou ao Estado de Pernambuco, na virada do Século 20 para o Século 21, com o zoneamento pedológico (do solo) de todo território do Estado na escala de 1:100.000, um fato inédito e o primeiro a contar com um instrumento dessa magnitude entre todas as unidades da Federação. PRÓXIMOS PASSOS A questão que fica é severa. E para o semiárido que não se encontra próximo aos rios São Francisco e Parnaíba, qual foi a contribuição? Essa questão remete a uma forte discussão de caráter estratégico que é o objetivo da Embrapa Semiárido: apoiar a agricultura irrigada ou a de sequeiro? Em primeiro lugar, é importante chamar a atenção para contribuições isoladas ou em parceria com universidades, associação de produtores, instituições de pesquisa no desenvolvimento de tecnologias voltadas ao aproveitamento das águas pluviais e o aproveitamento de águas salobras, de manejo da Caatinga, da introdução de espécies forrageira como a leucena, a gliricídia, os sistemas consorciados, o monitoramento das alterações do bioma e do clima, o manejo do gado em condições de secas  e, em especial, inserir a agropecuária regional na quadro de controle das demandas estratégicas para a nação. Há muito o que ser feito e a Embrapa Semiárido, as demais unidades da Embrapa no Nordeste, a exemplo: da Embrapa Cocais, em São Luiz; da Embrapa Agroindústria Tropical, em Fortaleza; da Embrapa Caprinos e Ovinos, em Sobral; da Embrapa Meio

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Renata Escobar especialista em Direito Tributario

Declaração do Imposto de Renda entra nos últimos dias com mais de 10 milhões pendentes

Com novas exigências, como cruzamento de dados internacionais e regras mais rígidas para bens e imóveis, Receita Federal intensifica a fiscalização na reta final do IRPF 2025, cujo prazo se encerra nesta sexta; Advogada Renata Escobar alerta para riscos de inconsistência e reforça importância da organização A pouco mais de dois dias do fim do prazo para envio da declaração do Imposto de Renda Pessoa Física 2025, a Receita Federal ainda aguarda cerca de 11 milhões de contribuintes. Até a manhã desta terça-feira (27), aproximadamente 35,1 milhões de declarações haviam sido enviadas. A expectativa do Fisco é receber 46,2 milhões até esta sexta-feira (30), data limite para o envio do documento. O período deste ano trouxe mudanças importantes e ampliou a obrigatoriedade da declaração. Devem prestar contas ao Leão os contribuintes que, em 2024, tiveram rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888, rendimentos isentos superiores a R$ 200 mil, realizaram operações na bolsa de valores acima de R$ 40 mil ou com lucro tributável, possuem bens no valor total superior a R$ 800 mil, obtiveram receita rural acima de R$ 169.440 ou se tornaram residentes no Brasil até 31 de dezembro de 2024. Também devem declarar quem atualizou bens com alíquota reduzida, possui trust ou optou por detalhar bens no exterior. “Essas novas regras não são apenas técnicas. Elas afetam diretamente quem precisa declarar. A Receita está mais integrada com bases de dados internacionais, especialmente no que se refere a bens no exterior”, explica a advogada Renata Escobar, especialista em Direito Tributário e sócia do escritório Escobar Advocacia, com atuação no Recife e em Lisboa. Uma das principais novidades em 2025 é a ampliação da declaração pré-preenchida, que agora traz dados de contas bancárias no exterior por meio do intercâmbio com fiscos estrangeiros. “Se alguém nunca declarou uma conta fora do país e esse dado aparece automaticamente, a omissão anterior pode ser identificada e resultar em autuação”, alerta Renata. Além disso, a nova versão do aplicativo Meu IR, lançada para facilitar o preenchimento da declaração, tem limitações: não pode ser usada por contribuintes que operaram na bolsa de valores, tiveram ganho de capital ou receita rural. Segundo a Receita, 61,3% dos declarantes até agora receberão restituição - o que equivale a pouco mais de 20 milhões de pessoas. O primeiro lote, com pagamento previsto para o dia 30 de maio, contemplará 6,2 milhões de contribuintes e soma R$ 11 bilhões, valor recorde segundo o órgão. MULTA E DOR DE CABEÇAMas o que acontece com quem não declarar até o prazo? A multa mínima é de R$ 165,74 e pode chegar a 20% do imposto devido, além de impedir a emissão de certidões negativas e impactar em pedidos de crédito e até em concursos públicos. “A dor de cabeça vai muito além do valor da multa. É um risco desnecessário. Com a Receita mais tecnológica, inconsistências são detectadas com mais facilidade”, pontua Renata. Para ela, a declaração não é uma simples tarefa anual. “Declarar o imposto de renda exige responsabilidade e conhecimento, especialmente para quem possui patrimônio, renda variável ou ativos no exterior. Quanto mais cedo o contribuinte se planejar, menores os riscos de erros, autuações e atrasos na restituição”, finaliza. A declaração do IRPF 2025 pode ser feita até as 23h59 do dia 30 de maio, quinta-feira. FIQUE ATENTO – IRPF 2025 PRAZO FINALAté 23h59 de 30 de maio de 2025 BALANÇO PARCIAL35,1 milhões de declarações enviadas até 28/05Faltam cerca de 11 milhõesExpectativa da Receita: 46,2 milhões no total RESTITUIÇÃO61,3% dos declarantes receberão valores1º lote: 30 de maio, com 6,2 milhões de contribuintesValor total do 1º lote: R$ 11 bilhões QUEM PRECISA DECLARAR O QUE MUDOU E SE NÃO DECLARAR?

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