Editora Peirópolis e Observatório de Histórias em Quadrinhos lançam a obra O negro nos quadrinhos do Brasil - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Editora Peirópolis e Observatório de Histórias em Quadrinhos lançam a obra O negro nos quadrinhos do Brasil

Revista algomais

A Editora Peirópolis, em coedição com o Observatório de Histórias em Quadrinhos da ECA-USP, lança O negro nos quadrinhos do Brasil (344 págs, 72 reais), do pesquisador Nobu Chinen. Na obra, com mais de 400 figuras, fruto de minuciosa pesquisa, o autor busca compreender a construção da imagem do negro nas narrativas gráficas, desde as artes visuais em seus primeiros registros da presença dos africanos no Brasil, sequestrados e escravizados para servir ao propósito colonizador, até a produção atual, incluindo do mainstream às produções autorais.

Ao mesmo tempo em que expõe, como o próprio autor diz, “a verdadeira face de um país preconceituoso e racista, mas que resiste em admitir essa característica”, Nobu promove um justo resgate de parte importante de nossa historiografia, em que a crescente, porém insuficiente, marca de autores negros vem influenciando positivamente a forma de representação do negro nessa mídia, restituindo-lhe o papel fundamental na formação de nosso país como nação política independente.

Agenda TGI

“O Brasil é, segundo o IBGE, um país de maioria afrodescendente. Somam 54% o número de pessoas que se autodeclaram pretas ou pardas, que compõe o segmento denominado negro. Onde estão, então os pretos e pardos nos meios de comunicação? A pergunta serve para diversas áreas: teatro, cinema, televisão, publicidade e, obviamente as histórias em quadrinhos. Desta inquietação, da percepção de que a quantidade de personagens afro-brasileiros parecia perturbadoramente baixa, é que nasceu este trabalho”, afirma o autor.

Para o jornalista, professor e pesquisador Paulo Ramos, a obra é resultado de rigoroso trabalho de investigação científica: “Nobu Chinen passeia com eficiência e precisão por variados personagens e publicações brasileiras. Quem conhece o autor sabe o que esperar do conteúdo. Pesquisador de mão cheia, ele tem neste trabalho talvez sua contribuição mais significativa ao campo de estudos das histórias em quadrinhos, tanto dentro quanto fora do país. Contribuição plural, que se ramifica por diferentes áreas do conhecimento, em particular as que dialogam com as humanidades.”, diz.

No prefácio na obra, o Prof. Dr. Waldomiro Vergueiro, do Observatório de Histórias em Quadrinhos da ECA-USP, conta que quando apresentou seu projeto de pesquisa, Nobu defendia que os negros e afrodescendentes eram subrepresentados nos quadrinhos brasileiros, uma vez que seu aparecimento na produção nacional estava aquém de sua participação numérica na população do país e a eles estava em geral reservada uma participação tímida – para não dizer degradante -, nos quadrinhos, sendo colocados na posição de coadjuvantes, serviçais ou vilões. “Tenho a impressão de que, felizmente, como a atualização da pesquisa de Nobu demonstra, essa situação caminha – eu diria até que celeremente –, se não para a reversão, pelo menos para um maior equilíbrio, como demonstram artistas como Marcelo D´Salete, Maurício Pestana, Rafael Calça e Jefferson Costa, entre outros. E isso ocorre porque – não tenho dúvidas a respeito –, pesquisadores como Nobu se dedicaram com denodo, por meio de sua práxis profissional, a tornar visível a disparidade ou o preconceito subjacente na produção quadrinística brasileira.”, afirma.

Sobre o autor

Nobuyoshi Chinen (1961), mais conhecido como Nobu Chinen, é escritor, publicitário, editor, professor e pesquisador. Este estudo foi desenvolvido como sua tese de doutorado em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. É membro do Observatório de Histórias em Quadrinhos, da Comissão Organizadora do Troféu HQ Mix, das Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos, e já publicou muitos artigos e capítulos sobre histórias em quadrinhos.

Informações: 3355-3322

Deixe seu comentário

Assine nossa Newsletter

No ononno ono ononononono ononono onononononononononnon