Endometriose pode levar à infertilidade – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Endometriose pode levar à infertilidade

Claudia Santos

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Nesta  quarta (8) é comemorado o Dia Nacional da Luta Contra a Endometriose. A data busca conscientizar as mulheres sobre a importância dos exames regulares para detectar a doença. Atualmente, no Brasil, uma em cada dez mulheres desenvolvem a doença. O diagnóstico não é fácil. A doença apresenta uma grande dificuldade na investigação devido às complexidades em detectar o problema no exame físico e ginecológico, levando a um diagnóstico tardio.

Estima-se que o intervalo entre o início dos sintomas e a descoberta da condição varia de sete a nove anos, podendo levar, dependendo do caso, à infertilidade feminina. “A ultrassonografia transvaginal / trasretal e a ressonância magnética da pelve são excelentes ferramentas no mapeamento da doença, pois elas conseguem oferecer uma visão complementar dos órgãos afetados”, afirma o radiologista do Lucilo Maranhão Diagnóstico, Dr Lucilo Maranhão Neto.

Para iniciar a investigação, a ultrassonografia transvaginal é aconselhada. Com ela é possível analisar os órgãos ginecológicos (útero e ovários) bem como outros locais que podem ser acometidos pelo problema, como a região retrocervical, cúpula vesical, septo retovaginal e retossigmoide, onde se procura focos endometrióticos, fibrose ou aderências. “Isso é melhor avaliado em tempo real, quando o médico pode fazer movimentos suaves com o transdutor para frente e para trás para ver se as estruturas deslizam e se movem normalmente entre si ou se há algum sinal de aderência entre elas”, detalha o radiologista.

A avaliação pelo ultrassom da endometriose requer um preparo diferente da USG ginecológica de rotina, em que exige-se que a paciente faça um preparo intestinal adequado com medicações laxantes para eliminar os gases e resíduos intestinais. Apesar de possível atuação da ultrassonografia no diagnóstico da endometriose , a detecção por este método é na prática diária limitada (restrita na maioria das vezes aos ovários), sobretudo em locais da pelve de difícil acesso ao método. “A principal restrição da ultrassonografia é visualizar lesões fora da pelve, bem como outras lesões que podem estar presentes dificultando a avaliação pélvica (grandes miomas ou cistos ovarianos)”, esclarece.

A ressonância por sua vez é o método de imagem que melhor se presta para o diagnóstico da endometriose profunda, com ela é possível avaliar, com mais definição e com melhor contraste, os tecidos e as áreas profundas da pelve que são difíceis de se avaliar na ultrassonografia. “Devido sua capacidade multiplanar e excelente resolução anatômica e tecidual, a ressonância permite uma visão panorâmica não apenas da pelve, mas de vários lugares que a endometriose costuma comprometer e que são de difícil avaliação mesmo com a laparoscopia desprovida de um exame de imagem prévio. A ressonância chega para complementar o estudo da ultrassonografia, ratificando o diagnóstico”, conclui o médico.

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