Espaço Mãetamorfose: da web para a economia real

As amigas Bruna Monteiro e Dulce Gayoso decidiram empreender de uma forma nada usual: de blogueiras passaram a ser empresárias. Mães jovens, elas compartilhavam as suas experiências sobre maternidade no blog Mãetamorfose. E “bombavam” na audiência: no Instagram contam com mais de 45 mil seguidores. Dessa vivência com as demandas das mães, surgiu a ideia de montar o espaço com o mesmo nome do blog. Um centro multiprofissional com mais de 20 especialidades ligadas à área de saúde da família. Algo inédito no Estado. O marido de Dulce, o empresário Marcus Oliveira, compõe a sociedade como investidor.

“Nunca imaginei que o blog pudesse se tornar o que se tornou”, surpreende-se Dulce. Partiu de Bruna a ideia de tornar-se blogueira, em 2010, para compartilhar sua experiência com a maternidade aos 21 anos. “Ela foi mãe muito cedo, não tinha amigas para trocar ideias sobre o assunto. Durante um bom tempo, foi o espaço que utilizou para conversar e entrar em contato com a sua própria maternidade e a de muitas outras mulheres dispostas partilhar experiências de vida”, conta Dulce, que formalizou a sua entrada no blog em 2016.

A decisão de estender o trabalho da web para o mundo analógico surgiu quando ambas perceberam que as mães buscavam muita informação no blog. “Elas nos tinham como referência, quando na verdade nós não somos. Juntas, pensamos que podíamos montar essa grande ponte com uma série de profissionais capacitados”.

Surgiu, então, a ideia do negócio. Ao engravidarem no mesmo período, Bruna e Dulce conheceram ainda mais sobre universo da humanização do parto, atendimento à criança e à mulher. Após voltar da licença maternidade, Dulce buscava um propósito para a sua vida profissional. “Estava há dois anos parada e foi então que tivemos a ideia. Eu, como publicitária, logo fiz um plano comercial e comecei a apresentar para alguns profissionais. A resposta, logo de cara, foi ótima”, recorda. Segundo ela, rapidamente o projeto tomava corpo. “Em pouco tempo já estávamos acertadas com vários profissionais renomados”.

Em paralelo ao plano estratégico, as sócias corriam para achar o lugar perfeito. “Queríamos muito que fosse uma casa, mas problemas como a segurança, manutenção do espaço e até o mercado imobiliário nos fizeram recuar”, revelou Dulce. Ao surgir a oportunidade de se estabelecer na cobertura de um hotel, no Pina, foi necessário um respaldo daqueles que iriam participar do projeto. “Precisávamos saber quem estava dentro para poder bancar o investimento. Reformamos todo o espaço em quatro meses”.

Funcionando há pouco mais de dois meses, o local tem como foco principal as gestantes, mas também atende pais e filhos. “São vários serviços voltados para a saúde materna, infantil e masculina”, acrescenta Dulce. De acordo com a empresária, o grande desafio da empresa é o entendimento que seus serviços também são voltados para o público masculino. “Nós batemos muito na tecla de que não é um espaço apenas para gestantes. Nós também dispomos de profissionais qualificados e especializados para a saúde do homem. Desde o início faz parte dos nossos planos”.

PILARES
O Espaço Mãetamorfose baseia-se em três pilares: médico, de atividades físicas e de conteúdo. O primeiro constitui-se na oferta de serviços de profissionais médicos, que representam mais de 20 áreas, como, por exemplo, a ginecologia obstetrícia, urologia, fertilidade, saúde sexual masculina, nutrição, mastologia e amamentação. A empresa mantém um contrato com cada um de dos médicos parceiros em que recebe um percentual do valor da consulta cobrada. A maioria dos atendimentos é particular, mas o Espaço também atende alguns planos de saúde.

A atividade física é feita por meio de aulas semanais de pilates e ioga, além do programa específico para mulheres no pós-parto. “Agregamos esses serviços para fidelizar o nosso público e fazer com que as pessoas frequentem o nosso espaço”, afirma Dulce.
Já o terceiro pilar, o conteúdo, é baseado em eventos, oficinas, cursos e grupos de apoio. A estratégia adotada pela dupla para captar o seu público-alvo, composto por mulheres de 25 a 35 anos, é a realização de eventos gratuitos durante um determinado período para que as pessoas possam conhecer o espaço. “Nesses eventos, nós queremos dar voz ao nosso público e conversar com ele”, esclarece Dulce.

*Por Marcelo Bandeira

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