Estresse e ansiedade aumentam casos de fraturas nos dentes

Existe um consenso entre os dentistas de que a pandemia do novo coronavírus, que o mundo enfrenta desde o início do ano passado, trouxe aos consultórios um número absurdamente grande de pacientes com dentes quebrados.

No Brasil, desde o início dos casos de Covid-19, metade da população teve alterações no sono e 80% das pessoas desenvolveram ou aumentaram o estresse, a ansiedade e também a depressão, segundo pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

“Quando estamos mais estressados, nervosos e ansiosos, podemos adotar um hábito muito danoso à saúde bucal, que é o bruxismo que pode ser caracterizado como o ato promover uma pressão intensa de uma arcada contra a outra ou o rangimento dos dentes, explica Renata Fernandes, professora do Centro de Estudos Científicos e Assistência Odontológica, localizado no bairro de Santo Amaro, no Recife.

As duas condições, segundo a professora, podem se apresentar tanto à noite quando dormimos, ou ao longo do dia sem o paciente perceber. A profissional destaca que um grande influenciador nesses casos é o estado emocional.

“Com o aumento dos níveis de incertezas, do medo, da insegurança, do isolamento social e da quarentena, muitas pessoas chegam ao consultório com dentes trincados ou severamente quebrados por apertarem os dentes mesmo que não percebam, principalmente durante o dia”, conta Renata. “Essas situações de apertamento ( bruxismo (dentes se apertando e/ou rangendo) estão sendo os grandes vilões dessa pandemia na área de saúde bucal. Estima-se que 50% dos pacientes sabem que rangem e os outros 50% não sabem”, acrescenta a profissional.

De acordo com ela, muitas pessoas quando estão com problemas pessoais mais profundos, jogam essa ansiedade na boca e se apertam tanto que passam a ter dores na articulação das têmporas (ATM), dores na cervical, dores de cabeça, e até mesmo labirintites, porque todo esse sistema se intercomunica e sofre.

Para resolver o problema, Renata aconselha alguns procedimentos relaxantes durante o dia: alguns intervalos para um alongamento, procurar antes de dormir se concentrar na respiração, inspirando pelo nariz e soltando pela boca, e, se possível, pedir ao profissional em Odontologia que faça um protetor bucal (placa oclusal) para usar enquanto dormi ou em algumas situações específicas.

“Essas placas são feitas de acrílico, com moldagens individuais e costumam ser bem confortáveis. Com o uso delas, passamos a não mais apertar os dentes, e sim a placa, gerando um ótimo efeito paliativo. Infelizmente, essa é uma realidade mais comum dos que as pessoas imaginam. Lembrando também que esse apertamento pode levar ao amolecimento dos dentes, inflamações nas gengivas e perdas dentárias por fraturas mais profundas”, detalha a professora.

Para Renata, a saúde dos dentes e a capacidade de mastigar com conforto os alimentos para ter uma boa digestão são fatores importantes para a obtenção de uma boa saúde sistêmica conforme envelhecemos. “Quanto maior a nossa prevenção, melhor será a nossa qualidade de vida”, finaliza a profissional.

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