Experiências com telhado verde inspiram pesquisa de alunos de Engenharia Civil – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Experiências com telhado verde inspiram pesquisa de alunos de Engenharia Civil

Uma boa prática que já vem sendo difundida na Europa começa a cobrir a laje de alguns empreendimentos na capital pernambucana. Trata-se do telhado verde, que é a instalação de vegetações nas coberturas dos edifícios, sob a laje, trazendo benefícios ambientais. Além de paisagístico, ajuda na redução das ondas de calor, diminuição no consumo interno de energia elétrica, promove absorção e aproveitamento de água da chuva e reequilíbrio ambiental.

Os benefícios desse ‘ecotelhado’ são tema de um TCC de um grupo de alunos de Engenharia Civil do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE). Eles avaliaram essa cobertura verde em um bar, em Santo Amaro, e também em uma organização não-governamental, no bairro de Santo Antônio. Nesta, a experiência utilizada era de uma horta comunitária.

Para realizar a pesquisa, os alunos de Engenharia fizeram visitas, registraram imagens para análise visual, aplicaram questionário não estruturado aos proprietários e fundamentaram com referências teóricas e artigos. Observaram, entre outros, a inovação, sustentabilidade, materiais utilizados e efeitos desse recurso no empreendimento.

Após inspeções da equipe nas duas coberturas, perceberam redução térmica e, consequentemente, no consumo de energia, além de reaproveitamento de água da chuva para a plantação. Apesar dos bons resultados com o uso, os telhados verdes avaliados eram de caráter experimental e que havia algumas faltas na estrutura como problemas de planejamento, infiltração e instalação. Como contrapartida, os alunos trazem formas de aplicação e manutenção corretas para a utilização do sistema, a partir das concepções da engenharia civil e sustentabilidade.

“As pesquisas mostram que, até 2050, as migrações populacionais para os centros industriais irão aumentar cerca de 66%. Com isso, as construções de edifícios também irão aumentar, produzindo transtornos de escoamento das águas da chuva e possíveis alagamentos, além do fenômenos das ilhas de calor urbano”, explicou Clodoaldo de Paula, integrante da equipe.

Para ajudar a reduzir esse impacto, há inclusive uma lei municipal – de nº 18.112/2015 – que prevê telhados verdes nos novos prédios do Recife, com mais de quatro pavimentos, ou unidades com área coberta acima de 400 metros quadrados. A norma também inclui, nesses empreendimentos, a construção de reservatórios de acúmulo ou de retardo do escoamento das águas pluviais para a rede de drenagem.

Clodoaldo de Paula explica que qualquer tipo de imóvel tem capacidade de receber um projeto de telhado verde, tanto os que possuem lajes planas ou inclinadas de concreto, como no caso das coberturas com telhas de fibrocimento ou cerâmica. “Nessas podemos utilizar o substrato e a vegetação depostas numa bandeja apropriada e apoia – las sobre o teto. O ideal é projetar desde o início o imóvel considerando a parte vegetada, pois gerará uma sobrecarga na estrutura. Para estabelecimentos já existentes o recomendado é procurar os especialistas da área (Engenheiro Civil, Arquiteto) para certificar se o sistema estrutural irá suportar o peso extra”.

Clodoaldo aponta os seguintes impactos positivos para a cidade, se houvesse uma multiplicação dessas experiências de telhados verdes

AMBIENTAIS: A absorção das substâncias tóxicas pela vegetação e liberação de oxigênio na atmosfera. O sequestro de gás carbono ajuda a reduzir o efeito das ilhas de calor. Diminuição de empossamentos e enchentes, com o retardo do escoamento da água da chuva para drenagem urbana.

SOCIAIS: Melhora o isolamento térmico da edificação protegendo contra altas temperaturas no verão e mantendo a temperatura interna no inverno. Melhora o isolamento acústico da edificação. Isola e absorve ruídos.

ECONÔMICAS: Traz redução térmica nos ambientes internos. Dificulta a transmitância de calor e melhora a eficiência energética. Isso pode gerar para a propriedade um payback de investimento em médio e longo prazo.

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