Implementado em meio a uma crise inflacionária, o Plano Real transformou o cenário econômico brasileiro, impulsionando o setor de bens, serviços e turismo
(Da Fecomércio-PE)
Há trinta anos, em 27 de fevereiro de 1994, o Brasil testemunhou o lançamento do Plano Real, um marco histórico que não apenas pôs fim aos ciclos de hiperinflação, mas também redefiniu o panorama econômico do País. A década de 80, conhecida como "década perdida", foi caracterizada por uma inflação descontrolada que desencadeou uma profunda crise econômica e política, afetando diretamente o comércio de bens, serviços e o turismo. Com uma inflação anual de 135.422,77% em 1990, o poder de compra dos brasileiros era corroído, exacerbando a pobreza e a instabilidade social.
“A trajetória de estabilidade econômica nos últimos 30 anos, desde o lançamento do Plano Real, representa um divisor de águas na história do Brasil. Ao estabilizar a moeda, o Plano Real não apenas reduziu a miséria, mas também proporcionou previsibilidade aos agentes econômicos, criando um ambiente propício ao desenvolvimento de todos os setores, incluindo o comércio e o turismo”, comenta o economista da Fecomércio Pernambuco, Rafael Lima.
Antes da consolidação do Plano Real, o Brasil atravessou diversas tentativas de estabilização monetária, todas sem sucesso duradouro. No entanto, o Plano Real se destacou por identificar corretamente as causas da hiperinflação e por contar com uma equipe de economistas que uniram técnica e política eficazmente. Sua implementação, em 1994, foi marcada pela introdução da Unidade Real de Valor (URV), que posteriormente deu lugar ao Real, proporcionando estabilidade e confiança ao mercado.
O sucesso do Plano Real foi evidente mesmo diante de crises econômicas mundiais subsequentes, como as do Sistema Monetário Europeu em 1992 e do México em 1994. Ainda de acordo com Rafael Lima, "embora o Real tenha sofrido desvalorização desde sua implementação, é inegável que alcançou seu objetivo: acabar com a hiperinflação, estabilizar a moeda e criar um ambiente propício ao desenvolvimento econômico. Este ambiente estável contribuiu diretamente para o crescimento do comércio de bens e serviços, bem como para o fortalecimento do setor de turismo, impulsionando a economia brasileira nas últimas três décadas”, avalia o economista.