Férias escolares e terapias em crianças com Autismo: é possível pausar? - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Férias escolares e terapias em crianças com Autismo: é possível pausar?

Rafael Dantas

Apesar de todos os atropelos vividos nos últimos tempos na rotina das escolas, as férias de julho estão mantidas e já começam em grande parte dos colégios. Esse é um período de descanso e pausa nas atividades escolares, mas outras tarefas e compromissos, que fazem parte do cotidiano de algumas crianças, terminam virando alvo de dúvida e preocupação para os pais e responsáveis: posso dar férias de tudo que minha criança faz?

Questão muito comum para quem é cuidador de crianças com Autismo, por exemplo, que mantém ao longo do ano, terapias e outras intervenções quase que diariamente.
O que fazer no período de férias? É aconselhado pausar essas atividades? Isso trará algum prejuízo ou os benefícios trazidos pelo período de férias, compensa?

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Para Maria Bethânia Mendes, fonoaudióloga comportamental, que atende crianças autistas há mais de 20 anos, é preciso cautela e orientação dos profissionais que acompanham a criança. “É importante uma conversa entre família e equipe profissional, para que juntos, avaliem o comportamento da criança quando fica sem os tratamentos, para que o período de descanso em família, não traga perdas das habilidades em construção”, diz Bethânia.

Segundo ela, tudo depende do nível de dificuldades que a criança apresente e também da disponibilidade da família, para inserir no dia a dia das férias, algumas práticas terapêuticas aplicadas durante os tratamentos. “É uma questão bem individual, que deve ser analisada conjuntamente, para definição do melhor formato possível de férias – lembrando que a orientação e psicoeducação da família e cuidadores para dar continuidade às intervenções nos outros espaços além dos consultórios, faz parte dos tratamentos e deve acontecer sempre, independente de férias; em casos onde for indicado, é possível encurtar o período ou intercalar com as intervenções, sem que haja perdas na evolução do paciente”.

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